Abaixo a “mono”! Viva a “demo” cracia!
31 de agosto de 2021 § 20 Comentários

Lula chegou tarde: com qual liberdade de imprensa vai ele “acabar” se voltar ao poder? O monocrata Alexandre já o fez de jure. E antes dele a maior parte das redações herdadas já o tinham feito de facto.
Neste nosso traumatizado Brasil até hoje não vale o que se faz, vale o que se diz, o que é estritamente da tradição católica e mais especificamente jesuíta, aquela seita que se estruturou em armas desde que ficou desacreditada a palavra da fé, para responder à ameaça protestante, e “continua santa” apesar de tanta inocência que matou, como tantas vezes se repetiu em nossa história desde então, a cada volta mais farsescamente. Desde a Inquisição e antes dela que já pagava com tortura e morte na fogueira quem “pecava por pensamentos e palavras” e era perdoado contra um par de ave marias e algum ouro “para as obras” da Santa Madre Igreja quem pecava por obras. Foi precisamente essa ordem invertida de valores que os protestantes, pais da democracia, “reformaram”. É precisamente esta a reforma que, graças ao zelo sanguinário dos soldados de Santo Ignácio, “não pegou” no Portugal d’aquém e d’além mar onde eles tiveram o monopólio da (des)educação por 400 anos. Aqui segue-se torturando, prendendo e eliminando quem fala e perdoando-se e garantindo-se “O Pudê” a quem concretamente pratica o mal.
Como não participar do 7 de Setembro? E como participar? Triste país…

Agora, na undécima hora, surgem sinais de que o Congresso Nacional, o poder eleito ainda que por vias tortas, e não o STF, o poder ungido pelo dogma, possa prestar-se a ser o fiel da democracia, até por legítima defesa pois é nele que se colheu, até agora, a maior parte da matéria prima para os autos-de-fé da “ditadura preventiva da ditadura”. A aprovação do Procurador Geral da República pelo Senado, depois que, a instâncias suplicantes concederam o monocrata Alexandre e o repetente Dias Toffoli suspender a representação contra Augusto Aras, é a primeira tardia faísca do que pode vir a ser o fogo de encontro ao incêndio criminoso ateado pelo STF na incipiente democracia brasileira.
Vem ainda a refrega de André Mendonça – a conferir – e ensaia-se Rodrigo Pacheco como a possível água no deserto da eleição de 2022. Não é propriamente água de beber mas talvez seja suficiente para apagar o incêndio e manter vivo o sonho de virmos a nos libertar, um dia, da constituição da privilegiatura, pela privilegiatura e para a privilegiatura.
Remédio mesmo, mostra o desolador panorama planetário da incessante fuga das multidões dos Torquemadas de todas as fés na direção de um mesmo escasso e “odiado” Eldorado, só tem um que, se não nos cura da nossa condição humana, mantem o paciente vivo para seguir lutando. É entregar o poder ao povo, idéia de que a esquerda e a direita brasileira têm horror, e armado, não exatamente como o quer Bolsonaro, mas dos poderes de retomar a qualquer momento mandatos de políticos e funcionários públicos, aí incluídos especialmente os juízes (recall e eleições periódicas de retenção de julgadores), recusar leis sibilinas (referendo) e propor as suas próprias (iniciativa), expulsando sumariamente da privilegiatura quem tentar se lhe impor na base da “monocracia”.

ABAIXO A “MONO”, VIVA A “DEMO” CRACIA é, aliás, o cartaz que, quando for onipresente nas manifestações populares, nos transporá, finalmente, dos confins do 16 para a ponta do século 21 pois que, com o treino para a sobrevivência contra todas as adversidades que tem o Favelão Nacional, não haverá quem o alcance se conseguir livrar-se da grossa capa de carrapatos que o reduziram a pele e osso.
Como está hoje, o povo brasileiro, o Brasil Real, o Favelão Nacional simplesmente não existe. Não tem representação institucional e política nem na ponta híbrida do Quarto Poder, este Poder que nunca “emanou” desse povo que, desde que ousou furar o cerco, ganhar voz própria com a internet e mostrar a sua força, vem sendo, como sempre, exemplarmente chicoteado pela Casa Grande onde não entram vinhos com menos de quatro prêmios internacionais nem frutos do mar mais miúdos que lagostas, com o declarado apoio de todos quantos, entre sarcasmos e juras de amor ao “estado de direito”, mamam nas tetas que ela mantem, desde sempre, à disposição da ordenha da privilegiatura.

Excelente texto! Poética e historicamente expõem a Monocracia que nos acomete. Obrigado
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Agradecimentos ao Fernão, pelos seus textos, são os melhores comentários que leio por aqui!
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Olhando as fotos atentamente consegue-se identificar os vermes, desde os togados até os que ostentam o “brochinho” do congresso na lapela.
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Comparados ao Brasil, até que esses animais estão bem saudáveis…
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Texto maravilhoso! Parabéns Fernão. Tais carrapatos mostram bem quem são os poderosos parasitas que sugam o sangue vital da Nação. Impeachment já! Dos corruptos juízes do STF, do presidente idiota JMB e seus aduladores incompetentes, mais a gang do Lula. Cada dia q passa mais brasileiros morrem, mais cresce o desemprego, mais crianças não recebem educação adequada(quando recebem…)
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Sem um líder o povo não chega lá.
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Um excelente texto,uma aula de sobriedade. Mas só depois de ler fui entender a figura do animal infestado por carrapatos, um dos piores parasitas a sugar todas as energias do organismo hospedeiro. Entendi que são eles a PRIVILEGIATURA que, nesse país, só aumenta. Nesse 7 setembro precisamos retomar a nossa data MAGNA que nos foi usurpada nesses quase 30 anos de centro-esquerda e de esquerda no poder. É em defesa da DEMOCRACIA, da nossa liberdade ameaçada pelos sucessivos GOLPES DAS CANETAS de um STF GOLPISTA. Não é por Bolsonaro,é pela nossa liberdade plena que está sendo golpeado por nazi-fascistas que se dizem antifascistas, é pela nossa família que está sendo atacada nas suas raízes, pelos nossos valores que estão sendo constantemente invertidos, etc. É também para que no futuro outros e outros presidentes sejam democraticamente e sem fraudes. É pelo futuro de nossos filhos e netos. Não é por Bolsonaro, ele é apenas o homem que, por acaso, é o catalisador de toda a nossa indignação, de todo o nosso sufocado sentimento. Ele, por acaso, é o homem que, no momento, se apresenta o mais apto a capitalizar a indignação popular cansada da política profissional, de político vaselina, de discurso empolado, dos falsos conciliadores como Alcolumbre,Maia, Artur Lira e Rodrigo Pacheco, cheios de fala mansa enquanto, nos bastidores, botam fogo no paiol. NÃO É POR BOLSONARO! É PELO BRASIL!
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Jesus, se você acha que não é pelo Bolsonaro, temos aqui um cego, surdo e mudo, ele foi simplesmente aquele que catalisou toda nossa indignação e frustação com anos de desdém com o povo, com roubos e com corrupção a perder de vista e jogou toda essa oportunidade no lixo, ou melhor enfiou no r**o, e nos trouxe ainda mais para o fundo do poço. Acorda!
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Não sei se você vai chegar a ler essa resposta, nem sei se lhe interessa: caso seja SIM a sua resposta, vale a pena ler
https://www.poder360.com.br/opiniao/midia/os-sinistros-do-supremo-e-o-7-de-setembro-escreve-paula-schmitt/
E discorde dos outros com mais civilidade. Pode ser que seja você quem esteja dormindo…
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Parabéns, Fernão! Texto lúcido e esclarecedor. Principalmente na abordagem do catolicismo como religião que a tudo protege:
– Ah, se Deus quiser…
– Ah, Deus me ajude…
Deus já está com o saco cheio de tanta solicitação. É chamado para as mínimas coisas.
Está mais do que na hora dos homens cuidarem de si.
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Está na hora dos homens cuidarem uns dos outros. “De si” os políticos já cuidam… E como!
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Pode-se falar mal dos jesuitas, mas; sempre que eu vejo uma figura com grande preparo intelectual, boa oratória, domínio da língua,humanidades em geral,vou ver, o tal estudou em Seminarios ou colégios jsuitas ou maristas ou outros. Quando a escola pública tinha no seu curriculo latim, francês, musica, era o melhor! Abandonar o que e bom na tradição pode ser um tiro no pé. Sobra o que está aí Annita, Pablo, Jojo todinho…
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Excelente. Texto e imagens que pedem reflexão.
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Os políticos acostumados a tratar o Estado como instrumento legítimo de exploração da sociedade em benefício de poucos, estão com dificuldade de perceber que o advento das redes de comunicação está rapidamente conscientizando as massas e revelando que, na prática, democracia é apenas disfarce de papel que se desmancha sob os primeiros pingos da chuva que anuncia a primavera. Bolsonaro apenas externa a indignação de um povo que não vai aceitar mais essa exploração “legalizada”. Não se iludam, o saber e o conhecimento configuram caminho sem volta. Hoje já está claro quais são os obstáculos que impedem que o Brasil se realize. A paz no Brasil apenas retornará quando esses obstáculos forem eliminados. Nada pode ser mais claro.
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‘Entregar o poder ao povo, ideia de que a esquerda e a direita brasileira têm horror, e armado, não exatamente como o quer Bolsonaro, mas dos poderes de retomar a qualquer momento mandatos de políticos e funcionários públicos, aí incluídos especialmente os juízes (recall e eleições periódicas de retenção de julgadores), recusar leis sibilinas (referendo) e propor as suas próprias (iniciativa), expulsando sumariamente da privilegiatura quem tentar se lhe impor na base da “Monocracia”. (Vespeiro)’ Quem sabe se possa divulgar esta ideia na rede para estudo e discussão, como uma possível terceira via, na próxima eleição!?
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Fernão, sempre excelente !
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Parabéns ! Ótimo texto contendo uma perfeita análise de nossa situação.
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Excelente texto, Fernão, parabéns. Precisamos aplicar “Ivomec” no nosso povo (remédio para carrapato, vermes e que tais à base de Ivermectina) para recuperar a nossa democracia que só será estável e viável com eleição dos mandatários e com “Recall”, para o caso não agradarem quem os elegeu.
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Excelente!!!
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