É isso aí, Dilma!
15 de julho de 2011 § 2 Comentários
Com a arrogância e a desfaçatez que caracterizam suas palavras e atos nos últimos anos, e que certamente não refletem apenas um traço de personalidade mas antes aquilo que aprendeu dos protetores que tinha no PT que está liberado para fazer, o PR de Valdemar das Costas Quentes, digo, da Costa Neto, começou a exigir, no dia seguinte do seu depoimento no Senado, a volta de Luiz Antônio Pagot, por enquanto “em férias”, para o cargo de diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do qual foi apeado pela presidente Dilma Roussef por envolvimento em corrupção.
Hoje, poucas horas depois de receber a edição do dia de O Estado de S. Paulo que revela que a mulher de José Henrique Sadok de Sá, o substituto do titular “em férias” no DNIT, possui uma empreiteira que, entre 2006 e 2011 assinou diversos contratos irregulares para a execução de obras rodoviárias em Rondônia no valor de R$ 18 milhões, Dilma demitiu sumariamente também este marido pródigo, o que encerra definitivamente as expectativas de Pagot e seus patrocinadores, começando pelo inefável Blairo Maggi, de empurrá-lo de volta goela abaixo da presidente.
Assim é que se faz!
Theodore Roosevelt, o primeiro presidente norte-americano a enfrentar, no início do século 20, os chefões políticos corruptos que agiam de forma muito semelhante a estes que roem o Brasil hoje para manter os governos dos Estados Unidos permanentemente sob chantagem e saquear o país, formulou um critério definitivo sobre essa questão.
“O problema não é haver corrupção”, dizia. “Corrupção é inerente à espécie humana. O problema é o corrupto poder exibir o seu sucesso. Isso é subversivo”.
A política, no Brasil, é ainda mais virgem de saneamento básico que a maioria das cidades brasileiras. Mas os corruptos nunca puderam “exibir o seu sucesso” com tanta desfaçatez quanto nos oito anos em que Lula foi presidente.
A subversão que decorreu não só da sua leniência para com a corrupção mas, antes, da sua opção preferencial pelas figuras mais podres da nossa farta coleção de meliantes políticos para constituir o cerne da sua base de apoio parlamentar e o seu alinhamento automático com todo ladrão pego com a boca na botija durante os oito anos em que se sentou na cadeira presidencial e ainda depois disso arastou o país para profundidades abissais nesse quesito.
Tanto por seus gestos políticos – como as repetidas deferências que, não por acaso, fez ao ex-presidente que seu patrono e chefe politico fazia questão de abertamente hostilizar – quanto pelas ações concretas que ela determina cada vez com menos hesitação contra a corrupção dentro dos ministérios que herdou, Dilma Roussef tem mostrado desde o primeiro dia a sua inflexível decisão de não compactuar com a bandalheira e fazer a vergonha na cara voltar a ser um imperativo de sobrevivência em seu governo, coisa que até mesmo a imprensa já tinha desistido de acreditar possível em qualquer instância de governo no Brasil.
É isso aí, Dilma! Todos os brasileiros de bem estarão ao seu lado contra essa canalha.
É só manter firme a sinalização que, não demora nada, mesmo essa esmagadora maioria que naturalmente não tem nenhuma, começará a se comportar como se tivesse vergonha na cara.
E isso, como Theodore Roosevelt já sabia, é tudo que é necessário.
Vocē fala como se ela fosse um elemento estranho a tudo isso. Ora, ela foi primeira-ministra do governo passado, foi ungida pelo líder e, ainda por cima, boa parte do que foi levado era para financiar a sua campanha – o PR vive chantageando que vai dar os detalhes.
Que moral ela tem ? Como é que dá para levar tudo isso a sério ? O PR já foi excluído do comando do Ministério dos Transportes ?
Acho que o buraco é mais embaixo. Não sou tão otimista.
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não ha ninguem puro num pais mergulhado na corrupcao ha cinco seculos, sobretudo no terceiro mandato de um governo supercorrupto num pais viceralmente corrupto.
a novidade é que dilma, ao contrario do antecessor, esta tentando resistir e mudar a regra que ele estabeleceu.
eu apoio esse tipo de esforco, seja quem for que ouse faze-lo.
este artigo faz parte de uma sequencia onde tudo isso esta referido.
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