Quem se deixa roubar merece…

16 de junho de 2012 § 4 Comentários

Filme enviado por Cecilia Thompson

Perde-se o mínimo; nada se transforma

14 de maio de 2012 § 3 Comentários

Com a “compra” da Construtora Delta pelo grupo J & F, acertada em um único almoço e antes que se saiba exatamente a quantas anda essa criatura nutrida, na infância, pelo governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, o governo Dilma dá mais uma lição ao mundo sobre como combater a corrupção.

Inaugura-se uma nova era no modo petista de lidar com “malfeitos” inadvertidamente “vazados” para o distinto público: assim como os donos dos pedaços do Estado outorgados aos partidos que integram a base de sustentação do governo, pegos em flagrante de corrupção, são “condenados” a transferir para outro membro da mesma organização o comando do seu “distrito” (ou ministério), agora também os “proprietários” das grandes lavanderias usadas para transferir dinheiro do Estado para essas organizações, quando pegos em flagrantes dificilmente solúveis em água, são condenados a transferir a lavanderia inteira para outro membro da mesma organização e passar do palco para os bastidores, naturalmente sem prejuízo dos seus “direitos especiais” e outros bens “adquiridos”.

Consolida-se a norma:

Negócios, negócios, amigos aparte. Perde-se o mínimo; nada se transforma.

E tudo, é claro, em nome “da causa“. O que mudou foi a causa…

Pelos termos do “negócio” assinado na segunda-feira, 7, e anunciado na quarta-feira, 9, após um rápido almoço entre Fernando Cavendish e Joesley Batista, a J & Fnão utilizará um centavo de seus cofres para ficar com a Delta; usará a distribuição dos dividendos futuros da própria companhia para pagar seus antigos controladores“.

O primeiro passo da J & F na Delta será “enfrentar o imbroglio jurídico e político” já que, desde 24 de abril último a construtora está sendo investigada pela Controladoria Geral da União por falcatruas tramadas em conluio com o famigerado Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) num processo que pode torná-la inidônea. Uma condenação implicaria o cancelamento automático de todos os seus contratos e a impediria de fazer novos negócios com os governos federal, estaduais e municipais, o que a levaria à morte, por assim dizer, por “supressão de habitat”.

José Batista Junior, um dos três irmãos que “controlam” a J & F, tem certeza, porém, de que esse é um obstáculo superado pois “seria uma conversa de bêbado ou de louco” pensar que isso não foi previamente acertado:

Imagine se o dr. Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central de Lula e atual Presidente do Conselho da J & F) ia fazer um negócio que o governo não quer“.

Mudado o controlador o motivo do processo de inidoneidade se extingue“, disseram à IstoÉ Dinheiro pessoas ligadas à direção da J & F que sabem onde estão pisando. Por isso, sob a nova direção, “será mudado quem for necessário por razão técnica ou jurídica“.

O princípio da isonomia foi, portanto, rigorosamente respeitado. Trata-se exatamente do mesmo procedimento de segurança que garante que das relações promíscuas entre ministros da Republica lulopetista e múltiplos parceiros privados de risco não nasçam aprofundamentos de investigações nem processos jurídicos incômodos que, com o aval da Secretaria de Estado do governo dos Estados Unidos da América, fez do PT uma referência mundial de “combate à corrupção”.

Para quem, partindo de um pequeno açougue em Anápolis, no interior de Goiás (sempre Goiás…) conseguiu saltar, nos últimos 10 anos, para a posição de 3ra maior empresa do Brasil atrás apenas da Petrobras e da Vale, ficar dono de mais de 50 marcas, pagar 140 mil funcionários em todo mundo e, last mas absolutamente not least, tornar-se sócio do BNDES e dos fundos de pensão do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal (eventos que não ocorreram necessariamente nessa ordem), dinheiro não é problema.

Nem para a Delta, aliás.

Saindo do nada ha bem poucos anos, ela se tornou a sexta maior empreiteira do país. Faturou R$ 3 bi em 2011 e tem R$ 4,7 bi de contratos em carteira, quase todos de obras do PAC, filho da Dilma.

Mas, neste caso, não é de dinheiro que se trata: “Vamos supor que tudo dê errado (que ainda reste algum foco oculto de resistência moral no país, acrescento eu). Nesse caso devolve-se a empresa aos seus antigos controladores. Não ha risco financeiro assumido nesse negócio“, diz candidamente o pessoal da J & F.

Ou seja, se colar, colou…

Lula em rota de colisão com Dilma

17 de abril de 2012 § Deixe um comentário

Ninguém errará a avaliação do caráter do senhor Luís Ignácio Lula da Silva por atirar baixo demais…

Eu, por exemplo, acertei só de raspão ontem por não baixar suficientemente a mira.

Com mais meio dia do leva e trás do PT em torno da CPI do Cachoeira as coisas já ficaram bem mais claras. Trata-se do duelo final: está aberto o processo de expulsão dos últimos pruridos de ética do antigo “partido da ética na política”, junto com quem insistir em agarrar-se a eles, a “faxineira” Dilma em primeiro lugar.

Senão vejamos:

  • se existe alguma coisa que pode abalar um ego como o de Lula, esta coisa é a Síndrome do Espelho, Espelho Meu: “Existe neste mundo alguém mais popular do que eu?E a resposta é: “Por baixo dos sete ministérios podres, atrás das sete faxinas, dorme Dilma Vana Roussef. Ela conquistou popularidade maior que a sua passado o mesmo tempo de governo“;

  • é de Lula, secundado por José Dirceu, que vem a ordem unida em torno da criação da CPI, em desafio à ordem de recuo dada por Dilma;
  • Dilma estava fora do país quando o golpe foi armado;
  • Fernando Cavendish, o judas que a oposição quer malhar na CPI, recebeu R$ 4,1 bilhões em obras do governo federal, 90% só com o DNIT, o primeiro antro herdado de Lula (excluído Palocci) que Dilma implodiu;
  • Não ha CPI que não acabe virando contra o governo“? Ótimo! Se a CPI pegar leve em Dilma aplaina-se a ultima e a mais incômoda colina da “igualitária” planície do “eu sou, mas quem não é” que, desde o Mensalão, é tudo a que se quer chegar; se pegar pesado, melhor, Lula volta em 2014 porque até 18 sabe lá deus, com essa doençarada toda;
  • Lula conta cegamente com os préstimos de Sarney para controlar a CPI; Romero Jucá, fuzilado por Dilma, e Renan Calheiros (idem indiretamente) são cogitados para presidi-la;
  • Se Dilma contava ontem com algumas vozes dentro do PT falando contra a CPI, hoje já não conta com nenhuma: todos voltaram atrás.

Você ainda tem alguma dúvida?

Sobre ladrões e pontes

15 de dezembro de 2011 § 2 Comentários

Em meados deste ano o governo da China inaugurou a ponte da baía de Jiaodhou, que liga o porto de Qingdao à ilha de Huangdao.

Construído em quatro anos, o colosso sobre o mar tem 42 quilômetros de extensão, inúmeros acessos por vias elevadas, sistema de elevação para a passagem de navios, e duas ilhas artificiais com equipamentos de turismo e lazer.

Custou o equivalente a R$2,4 bilhões.

Também este ano, o DNIT escolheu o projeto da nova ponte do Guaíba, em Porto Alegre , uma das mais vistosas promessas da candidata Dilma Rousseff.

Confiado ao Ministério dos Transportes, deverá ficar pronta em quatro anos. Com 2,9 quilômetros de extensão, vai engolir R$ 1,16 bilhões.

Intrigado, o matemático gaúcho Gilberto Flach resolveu estabelecer algumas comparações entre a ponte do Guaíba e a chinesa. O jornal Zero Hora publicou o espantoso confronto númerico resumido no quadro abaixo:

…..

Os números informam que, se o Guaíba ficasse na China, a obra seria concluída em 102 dias, ao preço de R$ 170 milhões. Já se a baía de Jiadhou ficasse no Brasil, a ponte não teria prazo para terminar e seu custo seria calculado em trilhões.

Como o Ministério dos Transportes está arrendado ao PR, financiado por propinas, barganhas e permutas ilegais, o País do Carnaval abrigaria o partido mais rico do mundo.

Outra ponte recém anunciada no Brasil com pompa, circunstância e cocares é a que o PT quer lançar sobre o Rio Negro. Com 3,6 km de extensão, foi orçada em R$ 574,8 milhões mas já consumiu, por enquanto, R$ 1,07 bilhão, o dobro do previsto. O custo por km já está, portanto, em R$ 297,5 milhões, três vezes o da ponte chinesa.

Vamos ver a quanto vai chegar até o fim da festa.

Corruptos existem nos dois países, mas só o Brasil institucionalizou a impunidade.

Dia 19/07/11, o Tribunal chinês sentenciou à morte dois prefeitos que estavam envolvidos em desvio de verba pública.

Adotada esta prática no Brasil, teríamos que eleger um Congresso por ano.

Matéria sugerida por Carlos Soulié do Amaral

É isso aí, Dilma!

15 de julho de 2011 § 2 Comentários

Com a arrogância e a desfaçatez que caracterizam suas palavras e atos nos últimos anos, e que certamente não refletem apenas um traço de personalidade mas antes aquilo que aprendeu dos protetores que tinha no PT que está liberado para fazer, o PR de Valdemar das Costas Quentes, digo, da Costa Neto, começou a exigir, no dia seguinte do seu depoimento no Senado, a volta de Luiz Antônio Pagot, por enquanto “em férias”, para o cargo de diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do qual foi apeado pela presidente Dilma Roussef por envolvimento em corrupção.

Hoje, poucas horas depois de receber a edição do dia de O Estado de S. Paulo que revela que a mulher de José Henrique Sadok de Sá, o substituto do titular “em férias” no DNIT, possui uma empreiteira que, entre 2006 e 2011 assinou diversos contratos irregulares para a execução de obras rodoviárias em Rondônia no valor de R$ 18 milhões, Dilma demitiu sumariamente também este marido pródigo, o que encerra definitivamente as expectativas de Pagot e seus patrocinadores, começando pelo inefável Blairo Maggi, de empurrá-lo de volta goela abaixo da presidente.

Assim é que se faz!

Theodore Roosevelt, o primeiro presidente norte-americano a enfrentar, no início do século 20, os chefões políticos corruptos que agiam de forma muito semelhante a estes que roem o Brasil hoje para manter os governos dos Estados Unidos permanentemente sob chantagem e saquear o país, formulou um critério definitivo sobre essa questão.

O problema não é haver corrupção”, dizia. “Corrupção é inerente à espécie humana. O problema é o corrupto poder exibir o seu sucesso. Isso é subversivo”.

A política, no Brasil, é ainda mais virgem de saneamento básico que a maioria das cidades brasileiras. Mas os corruptos nunca puderam “exibir o seu sucesso” com tanta desfaçatez quanto nos oito anos em que Lula foi presidente.

A subversão que decorreu não só da sua leniência para com a corrupção mas, antes, da sua opção preferencial pelas figuras mais podres da nossa farta coleção de meliantes políticos para constituir o cerne da sua base de apoio parlamentar e o seu alinhamento automático com todo ladrão pego com a boca na botija durante os oito anos em que se sentou na cadeira presidencial e ainda depois disso arastou o país para profundidades abissais nesse quesito.

Tanto por seus gestos políticos – como as repetidas deferências que, não por acaso, fez ao ex-presidente que seu patrono e chefe politico fazia questão de abertamente hostilizar – quanto pelas ações concretas que ela determina cada vez com menos hesitação contra a corrupção dentro dos ministérios que herdou, Dilma Roussef tem mostrado desde o primeiro dia a sua inflexível decisão de não compactuar com a bandalheira e fazer a vergonha na cara voltar a ser um imperativo de sobrevivência em seu governo, coisa que até mesmo a imprensa já tinha desistido de acreditar possível em qualquer instância de governo no Brasil.

É isso aí, Dilma! Todos os brasileiros de bem estarão ao seu lado contra essa canalha.

É só manter firme a sinalização que, não demora nada, mesmo essa esmagadora maioria que naturalmente não tem nenhuma, começará a se comportar como se tivesse vergonha na cara.

E isso, como Theodore Roosevelt já sabia, é tudo que é necessário.

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