Dinastias antropofágicas

24 de dezembro de 2011 § Deixe um comentário

Está um primôr a síntese deste ano “que começou com a posse da primeira mulher presidente do Brasil, transcorreu sob a égide de escândalos de corrupção no Executivo e termina com o Judiciário em chamas” feita pela Dora Kramer hoje no Estado (aqui).

Ela diz tudo com perfeita economia de palavras sem perder, nem precisão, nem contundência, nem bom humor porque o Brasil é o que é mas a vida continua.

Eu só mudaria o final deste trecho: “O (baixo) padrão está impresso até na maneira como se define o modelo da coalizão governamental. A expressão “porteira fechada” se refere à entrega de uma pasta a um partido para fazer dela o que bem quiser, tal como quando se compra um pedaço de terra com direito ao desfrute de tudo, do rebanho ao pomar”.

Rebanhos e pomares remetem à idéia de um trabalho anterior e o caso aqui lembra mais os bons tempos do Brasil Colônia onde havia um rei que tudo podia que distribuía pedaços do país a barões (ministeriais) e condes (do BNDES) com direitos hereditários nos quais eles podiam escravizar “o gentio” e colher sem ter plantado em benefício da metrópole brasiliense que, como a Lisboa dos tempos do ouro “das geraes”, tem a maior renda per capita do Brasil embora não produza senão escândalos.

A História cria baldas…

E depois, não é só em Cuba e na Coreia do Norte que os arautos da “revolução proletária” acabaram criando novas dinastias medievais.

Este é o padrão. Taí a nossa versão antropofágica e macunaímica pra confirmar a regra.

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