Como é a democracia sem tubaína

6 de outubro de 2020 § 34 Comentários

Segundo a “narrativa” da imprensa brasileira a eleição americana de 3 de novembro terá uma apuração extraordinariamente demorada em função da ampliação do numero de votos dados por correio em consequência da pandemia do coronavirus que “The Donald” promete contestar se não ganhar. Mas não é bem assim. As eleições americanas sempre têm uma apuração muito demorada porque, ao contrário do que acontece no Brasil, a escolha do presidente e dos ocupantes dos cargos legislativos é o que de mais simples será decidido naquele evento.

Junto com o presidente da republica e os deputados estarão sendo eleitos milhares de integrantes de conselhos de gestão das escola publicas (school boards) e funcionários públicos variados. Cada cidade escolhe quais quer nomeados e quais quer diretamente eleitos. Estarão sendo decididas ainda milhares de questões diretamente propostas pelo povo para virar lei (iniciativa), ou sugeridas pelos legislativos para aprovação direta dos seus representados (referendos), valendo até o nível estadual. E também a emissão de dividas em âmbito local para compras de bens públicos (carros de policia, reforma de escolas ou financiamento de aumentos para determinados funcionários em cada bairro ou em cada cidade por exemplo) ou o recall de funcionários e representantes eleitos até o nível de governador.

Na ultima eleição presidencial a média de quesitos constantes das cédulas foi de 62. Daí parecerem-se elas mais com páginas de jornais, frequentemente com inúmeras folhas, que com os bilhetinhos com que já lidaram os eleitores mais velhos do Brasil. Maquininhas de votar para um processo tão complexo, então, nem pensar…

Haverá votos hiper-localizados, como os para membros dos school boards, os conselhos gestores de sete membros, obrigatoriamente moradores do bairro e portanto, tendencialmente, pais de alunos, de cada escola publica. Haverá também votos envolvendo distritos eleitorais um pouco mais amplos como pedaços de cidades (nas maiores) ou cidades inteiras. E haverá, finalmente, votos de alcance estadual. Cada compra ou reforma de bem público será orçada e oferecida somente aos eleitores que vão usá-lo, para que aprove ou não a execução segundo o orçamento proposto. E somente esses eleitores pagarão pelo que aprovarem. Cada eleitor só estará autorizado, enfim, a votar nas questões que dizem respeito ao seu distrito eleitoral, o que pode ser conferido pelo endereço dele no sistema distrital puro. 

Espaço zero para corrupção.

Para os eleitores da Califórnia, que tomo como exemplo, as cédulas trarão as 12 questões de alcance estadual que conseguiram qualificar-se para ir a voto nesta eleição. Considere que eles vêm praticando esse sistema ha pouco mais de 100 anos, pelo que hoje tratam somente de “ajustes finos”. As questões mais básicas estão decididas ha muito tempo. As Proposições 14 a 25 tratam de: emissão de divida de US$ 5,5 bi para financiar o órgão estadual de pesquisa de células tronco; alteração do imposto sobre instalações industriais; extinção de proposição anterior proibindo o estado de dar tratamento preferencial com base em raça, sexo, cor, etnicidade aos seus empregados ou nos seus estabelecimentos de educação (as chamadas “ações afirmativas”); restabelecer o direito de voto para condenados por crimes menores ou pessoas em liberdade condicional; dar aos menores de idade que estarão com 18 anos na eleição seguinte o direito de votar em eleições primárias; mudar os impostos sobre transmissão de heranças; alterar as regras vigentes para redução de penas e coleta obrigatória de DNA para determinados infratores; expandir os poderes do governo local de controlar rendas sobre alugueis; considerar os motoristas de aplicativos como independentes e criar novas obrigações para as empresas contratantes; requerer obrigatoriedade de presença de médicos a fornecedores de diálises e exigência de autorização da autoridade publica para fechar essas clinicas; aumentar os poderes da Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia (CCPA) e criar a Agencia de Proteção à Privacidade da Califórnia para impor essa lei; alterar o sistema de libertação de presos mediante pagamento de fiança.

Não existe, enfim, assunto em que o eleitor esteja proibido de interferir diretamente, a menos que eles próprios, em lei de iniciativa popular anterior, criem essa reserva, que sempre pode ser alterada mais adiante. Não existe, obviamente, “decisão monocrática” para nada e nenhum dinheiro publico é gasto por decisão exclusiva dos legisladores ou agentes públicos. Isso explica porque duas ou três das maiores empresas americanas têm hoje, cada uma, valuations equivalentes ao PIB do Brasil inteiro, contando todo o vastíssimo resto da economia deles sobre a nossa na conta do espaço que vai entre a civilização e a barbárie políticas…

Os processos de participação direta nas decisões no estado da Califórnia (cada um e cada cidade estabelece o seu) passa por quatro etapas principais: 1) os proponentes registram sua proposta junto ao Procurador Geral para que ela seja vertida para a linguagem pela qual será oficialmente conhecida; 2) os proponentes dão o “de acordo” a essa linguagem técnica simplificada e são autorizados a partir para a coleta de assinaturas; 3) no prazo estabelecido informam se conseguiram ou não 25% do total de assinaturas requeridas; 4) completada a coleta, a proposta segue para o Secretário de Estado estadual cuja função é organizar eleições, para a conferência e validação das assinaturas e convocação da decisão final pelo eleitorado interessado (em geral, mas não necessariamente, de carona na eleição mais próxima).

Donde se vê que de democracia a nossa putrefata república da tubaína não tem nem a casca, o que é do pleno conhecimento tanto da privilegiatura que mama à esquerda e à direita quanto dos negacionistas do jornalismo que fingem não saber que todos os remédios que se descreveu neste artigo existem para que a mamata possa continuar.

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§ 34 Respostas para Como é a democracia sem tubaína

  • Rubens Perez Filho disse:

    Muito esclarecedora a materia. Sugiro que outras sejam publicadas nessa linha para que fique cada vez mais claro que o que temos está muito longe de uma democracia. Tambem que politicos e imprensa em geral tiram vantagem disso, nao interessando mudanças!

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  • Nico Fensterseifer disse:

    Exatamente. A privilegiatura, onde se inclui a imprensa e toda bolha da classe A, pouco se importa com o Brasil real. Preferem ser ricos e poderosos numa republiqueta de bananas a ser classe média em um país verdadeiramente próspero e democrático. Infelizmente não vejo como seria possível mudar isso. Sempre mencionei a educação como um caminho, mas fui convencido que a informação seria mais efetiva. Então, como fazer a informação chegar aos milhões de eleitores que são necessários para fazer a mudança, se a estes a informação não chega, e se chegar não é compreendida. Num país de analfabetos funcionais a democracia simplesmente não tem vez. Salvo melhor juízo

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    • LSB disse:

      Prezado Nico,

      Como afirmei em um comentário de um post anterior, entendo o que o Fernão diz quando afirma que se trata de informação e não educação.
      Seria “apenas” informação pois, de fato, não se precisaria de uma base mastodôntica de conhecimentos acumulados e muitos raciocínios abstratos e profundos para entender o sistema “americano” – pelo contrário, bastaria “conhecer” ou ser informado para que o cidadão conseguisse compreender como ele funciona (haja vista que esse entendimento seria “natural” e “observável a olho nu”).

      De fato, há lógica no entendimento do Fernão. Todavia, eu fiz a sugestão de que tal “dinâmica” de compreensão funcionaria melhor (ou simplesmente funcionaria) entre analfabetos do que entre aqueles que foram MAL alfabetizados (e/ou que, de certa forma, tenham sido “doutrinados”).
      Nesse sentido, a “educação” (se enviesada, por exemplo) acabaria sendo, na prática, uma tremenda barreira ou uma “vacina” contra a informação. Daí que o problema talvez seja menos levar a informação (que já é um desafio hercúleo) e mais vencer a resistência que a “educação” inoculou.

      Eu percebo isso claramente no meu dia a dia. Por óbvio sempre falo do VDP para amigos, conhecidos, parentes.
      A questão não é desconhecimento. Todos eles conhecem. Todos eles concordam que este “seria” mesmo o melhor sistema “em teoria”. Mas nenhum está muito “preocupado” com a questão e, de fato, apesar de todos julgarem ser, “em teoria”, o melhor, todos também afirmam que não ser viável.
      Por que não seria viável?
      Basicamente, há duas “linhas de raciocínio” apresentadas.

      A mais “racional” (e até mais “sensata”; a que tem “mais lógica”) é que apresenta como objeção o fato de que implantar o sistema é quase impossível. Claro que uso o argumento que o Fernão também apresenta aqui: mobilização. Entretanto, nesse caso, a tréplica vem na forma de que não há menor indício de que esse tema seja “pauta” nacional ou esteja em vias de se transformar em um “movimento” (na melhor das hipóteses, ouço um “isso vai demorar muito” e, portanto, não é a preocupação do cidadão e, embora ele até “apoie”, está longe de ser sua principal “bandeira” ou “reivindicação”).

      A segunda refutação ao VDP é mais “capciosa”, “falaciosa” e, infelizmente, também mais “resiliente” e “resistente”: esse sistema funciona lá, pois é “outra cultura”.
      Já tive discussões longas e, acredite, vencer esse dogma é quase impossível. Não adianta você argumentar que a natureza humana é a mesma nos 4 cantos do mundo pois a percepção de que a cultura é “fundamental” é extremamente arraigada.
      Torna-se mais complicado a justificação do VDP quando, em sua argumentação, você precisa “apelar” – explicitamente ou mesmo por meio de uma referência sutil – para o “individualismo”: aí, “ferrou”!
      Você tenta explicar racionalmente porque o VDP seria o único sistema que colocaria o “poder nas mãos do povo”, mas a construção do seu argumento acaba sendo o próprio contragolpe de morte da sua argumentação (“ah, mas os americanos têm essa cultura do individualismo, de cada um cuidar da sua vida, etc. e tal”).
      Acompanha também o “contra-ataque” a observação de que os americanos já estão “acostumados a isso/a esse modelo” (e se você for argumentar que poderíamos também nos acostumar, você tem que ouvir “ah, mas até lá…”. Pode-se dar a última cartada: “mas um dia tem que começar, quanto antes melhor… a necessidade de aprendizado sempre vai existir”. Mas virá o xeque mate: “ah, por isso é que vai dar muita confusão e não vai funcionar” e/ou “ah, por isso que o povo precisa de mais educação antes”… daí, fica “impossível” você voltar “na argumentação” e dizer que o aprendizado não é teórico e sim prático, pois, nesse caso, a discussão entra em “looping”, uma vez que, de modo geral, o brasileiro acredita que uma “boa educação” é capaz de “trazer” o “conhecimento” que só a prática oferece – e ainda com menos “dor e sofrimento”).

      Em suma, a questão do VDP é “só” informação, mas vencer a barreira que a educação e a cultura colocaram é missão “quase impossível”.

      Abs
      LSB

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      • Nico Fensterseifer disse:

        LSB. Sua argumentação é realmente forte e coerente. No final, por vias diferentes, chagamos à mesma triste conclusão. O circulo vicioso é muito estável e constantemente alimentado pela privilegiatura, com diz o Fernão.

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      • LSB disse:

        “O circulo vicioso é muito estável e constantemente alimentado pela privilegiatura”

        Sucinto e absolutamente correto.

        Abs
        LSB

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      • Flm disse:

        Sim, a sua intuição está certa, LSB. A educação é a afirmação da narrativa do establishment, a “fixação” da versão dos que estão no poder e, nessa medida, é sempre essencialmente “conservadora” dessa versão e, portanto, REACIONÁRIA contra qualquer desvio dela. Já a informação, e só ela, pode ser REVOLUCIONÁRIA, quando expõe e “protesta” a mentira da “verdade” estabelecida.

        Velocidade da mobilização é questão sobretudo de empenho. E dinheiro a serviço do empenho o melhor acelerador.

        Quanto aos argumentos “culturais”, normalmente traduzem mais exatamente falta de informação. E quando são mais que isso, é preciso examinar o rabo de quem o brande: ele tem algo a perder? Algum privilegiosinho dessés que “O Sistema” usa para amaciar consciências?

        Eu faço recorrentemente a experiência de explicar isso em termos e exemplos básicos a gente pobre e de pouca educação e sou imediata e completamente entendido. Já de gente rica e “educada”, vem invariavelmente o argumento “cultural”. Mas, normalmente, sendo gente que eu conheço e de que conheço as “fontes” logo tudo fica bem claro pra mim…

        A informação, para ser revolucionária, precisa portanto ser traduzida e dirigida para a massa dos sem nada. Esses entendem mais rápida e completamente.

        Matar essa charada tático/ financeira é o “X” do problema.

        “Confusão”, etc., de fato traz o tanto que é inevitável na primeira vez que se deixa o banco de trás e passa-se a guiar o próprio carro. Mas passa logo.

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  • Marcos Andrade Moraes disse:

    Que artigo imbecil! Vc continua firme no caminho patético da tentativa de desmoralizar a imprensa por puro complexo; por raiva de não poder mandar nada no Estadão.

    O1º parágrafo é ridículo. Senão, vejamos:

    ” Segundo a “narrativa” da imprensa brasileira a eleição americana de 3 de novembro terá uma apuração extraordinariamente demorada em função da ampliação do numero de votos dados por correio em consequência da pandemia do coronavirus que “The Donald” promete contestar se não ganhar. Mas não é bem assim. As eleições americanas sempre têm uma apuração muito demorada porque, ao contrário do que acontece no Brasil, a escolha do presidente e dos ocupantes dos cargos legislativos é o que de mais simples será decidido naquele evento.”

    Se a “imprensa brasileira” afirma que será extraordinariamente demorada é porque sabe e considera que é demorada normalmente. Extraordinário significa isso! Logo, o seu “não é bem assim” confirma isso, pois “não ser bem assim” é “pouco ou muito assim”. Claro, vc escreve mal, mas errar desse jeito é lapso que entrega o “bandido”.

    O restante do artigo é mais do mesmo e serve à luta e por isso estou gravando.. Menos o último parágrafo que é contraditório, pois quais seriam os remédios descritos e como estes são utilizados pra mamata continuar?

    Em outro artigo infeliz vc afirmou que VDP, R e R se mantiveram apesar de Trump. Errou! Até porque ele poderá ser reeleito. O que vc deveria se perguntar é: por que VDP, R e R não impediram o mafioso de se eleger? Se fosse VDM ele teria sido eleito?

    Concluo aritmeticamente. Vc nos pede para lembrar que esse processo existe lá há 100 anos e que vem sendo desenvolvido. OK! Nos últimos 100 anos o Brasil viveu 17 de Getulismo na veia ( seu avô apoiou o início?) e 21 de ditadura militar, que seu pai apoiou o inicio. 38 anos para deslancharmos em Lulismo e nessa coisa chamada Bolsonaro, que vc apoiou votou e, volta e meia, da um jeito de continuar apoiando.

    Por que Vargas ou os generais de 64 não implantaram VDP/M, R e R? Por que os merdas de hoje não falam nada sobre?

    Aliás, quando vc irá chama-lo pelo que ele é: bandido?

    MAM

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    • A. disse:

      kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! R-I-D-Í-C-U-L-O!

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    • A. disse:

      E ainda por cima não sabe ler: “quais seriam os remédios descritos e como estes são utilizados pra mamata continuar? ”
      Interpretação correta: eles fingem não saber que os remédios existem exatamente pra mamata continuar…. Você, pra variar, inverteu o sentido! Você também fingiu não saber… Ou nem sabe mesmo!
      Vá fazer um tratamento contra ódio!
      E agradeça ao Fernão por lhe dar espaço pra escoicear, segundo o leitor Alexandre.

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    • LSB disse:

      Caro MAM

      “Se a ‘imprensa brasileira’ afirma que será extraordinariamente demorada é porque sabe e considera que é demorada normalmente”.

      Você realmente acha que a questão é sobre a “exatidão” e “precisão” da informação sobre a duração (em tempo “t”) das eleições americanas???
      Ou você só usou essa linha argumentativa para “desconstruir” o Fernão?

      Por óbvio, a crítica do Fernão foi o viés que a imprensa nacional trata a questão: ela “informa” “ultra” corretamente o tanto que as eleições demoram (sem erro algum no “t” divulgado), mas o sentido (via de regra implícito) é sempre caracterizando o sistema americano como “arcaico”, ineficiente, ultrapassado, reacionário; enfim, um sistema que não evolui e que seria “ruim”, uma vez que é demorado, etc. e tal (à menção – explicita ou implicitamente – pouco honrosa ao sistema americano normalmente vem associada alguma “patriotada”, no melhor estilo Policarpo Quaresma, ufanando o nosso sistema de voto eletrônico – moderno, eficiente e “quase instantâneo”).
      De fato, nossa imprensa “informa” corretamente sobre o ritmo de “tartaruga” das eleições americanas, mas não informa (na verdade, esconde) que tem que ser assim em função do que os cidadãos REALMENTE lá decidem (que também deve ser “escondido”, “ocultado”, “posto de lado”).

      Entendeu a crítica?
      Ou já tinha entendido e escreveu só para azucrinar?

      Abs
      LSB

      PS: por que o VDP teria que impedir Trump de ser eleito???
      Cara, você só é democrata quando sua ideologia ganha!
      E Trump “ser mafioso” é o que você e toda a imprensa esquerdista mundial acham. Não o que a Justiça americana acha.

      PS2: estude um pouco sobre a Revolução Constitucionalista.

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      • A. disse:

        Sr. LSB: o sr. acha mesmo que esse indivíduo está interessado em argumentações? Ele vem aqui pra cuspir no Fernão (e respingar em nós) e sair de fininho…
        Abraço! (e continue “gastando vela com bons defuntos” , como o Sr. Nico, que é mais proveitoso!

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      • LSB disse:

        Caro A.

        A questão é que o MAM… evoluiu!!!
        (se a mudança é permanente ou se voltará ao “velho estilo”, não sabemos, mas…)

        Enfim, o cidadão só vinha xingar. Só postava comentário curto (uma ou duas sentenças) onde praticamente só se lia xingamentos.
        Agora ele desenvolveu uma crítica (ainda que, no todo ou parcialmente,ela possa ser fraca, enviesada ou dissimulada).

        E, de fato, para ser justo tenho que reconhecer que ele até colocou uma questão pertinente (e muito pertinente):

        “Nos últimos 100 anos o Brasil viveu 17 de Getulismo na veia (…) e 21 de ditadura militar (…). 38 anos para deslancharmos em Lulismo e nessa coisa chamada Bolsonaro (…)

        Por que Vargas ou os generais de 64 não implantaram VDP/M, R e R? Por que os merdas de hoje não falam nada sobre?”

        Em suma, ainda que seja fácil entender porque nem Vargas nem os generais implantaram o VDP+RRIR, é fato que nós estamos nos “debatendo” sobre a dificuldade de “informar” a sociedade (ou de convencê-la da viabilidade) da alternativa existente. E essa sociedade, pelo contrário, sofre de um certo “magnetismo” por ditaduras, salvadores da pátria e (pseudo) “soluções” autoritárias…

        Para concluir, resolvi, então, “prestigiar” o MAM pela sua “evolução” (respondi a uma crítica no post anterior e, agora, ressaltando um ponto, digamos, “verdadeiro” e/ou “pertinente” da crítica tecida pelo cidadão).

        Abs a todos e vamos tentando melhorar o debate.
        LSB

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      • A. disse:

        É, sr. LSB, evoluiu, sim! :
        1) Que artigo imbecil!
        2) caminho patético
        3) 1º parágrafo é ridículo
        4) artigo infeliz
        5) mafioso
        6) seu avô
        7) seu pai
        8) Por que os merdas
        9) bandido
        – “De onde menos se espera, não sai nada mesmo”

        Abraço e sucesso na sua “causa perdida”. Eu não sou escoteiro (Cristo, modelo de amor e tolerância expulsou os vendilhões do templo a chicotadas…)!

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      • LSB disse:

        “Passos de bebê”, A., “passos de bebê”…. kkkkk

        Abs
        LSB

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      • Flm disse:

        De Getúlio a generais e o mais que passou por “lá”, exceção feita a Prudente de Morais e pouco mais que ele, todos são membros da mesma privilegiatura disputando apenas e tão somente o comando do Sistema que todos querem preservar.

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    • Adriana disse:

      E daí que os antepassados do Fernão, a princípio, tenham feito escolhas erradas. E daí que o Fernão tenha se enganado com Bolsonaro? Em relação aos antepassados, são outras pessoas com personalidade própria. Em relação ao Fernão, ele reconhece e aponta os problemas daquele em quem votou. E mais, nos aponta os problemas reais por trás de nossas más escolhas, e nossos péssimos candidatos. Além disso, sendo o voto secreto, ele não tinha a obrigação de o abrir, mas o fez. E com base no voto dele, que na sua visão é um erro, você vem no blog dele, reiteradamente, praticar bullying. Imagino sua satisfação pessoal e prazer em ver esse seu textão agressivo na coluna de quem você escolheu como vítima. Mas essa agressividade é sua, e não do Fernão. Ele segue te ignorando, sendo um excelente jornalista, e nos fazendo ver muito além do que a imprensa nos mostra. Você segue atormentado por seus maus sentimentos.

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      • LSB disse:

        Os Mesquitas não apoiaram Vargas nem por um momento até onde sei. Pelo contrário, foram adversários ferrenhos. A própria Revolução Constitucionalista foi “inflamada” pelo Estadão.
        (e Vargas acabou “tomando” o Estadão durante sua ditadura).

        Já no caso de 64, houve um primeiro apoio (que deve ser julgado considerando as circunstâncias daquele momento) e, muito rapidamente, houve um “reposicionamento” uma vez que ficou claro que o caminho tomado não era o imaginado.
        Mas isso, digamos, “faz parte”: você toma um caminho imaginando uma “coisa” e depois, vendo que não era bem assim, volta atrás*. O problema seria se não tivesse mudado de posição quando o cenário deu mostras que a “realidade” não era aquela que havia sido “planejada”.
        (e apoio ao Bolsonaro também se enquadra nessa lógica).

        Abs
        LSB

        * e tentar imputar a “culpa” da ditadura militar somente àqueles que a apoiaram é uma senhora desonestidade intelectual, uma vez que se está automaticamente “inocentando” todos aqueles que, de uma forma ou de outra, deram “ensejo” ao movimento militar. Não seria um julgamento justo.

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      • Flm disse:

        Os Mesquitas que “cometeram erros”, Adriana, são os do presente. Os que já passaram “à lenda”, com os quais me alinho, fizeram as opções possíveis para os momentos históricos que viveram, e foram mudando essas opções conforme o momento mudava, sempre, acreditem, sem nenhuma grande ilusão, assim como eu com relação a Bolsonaro versus a alternativa da “tomada do poder” definitiva prometida pelo PT.

        Sim, LSB, meu avô chefiou a Revolução Constitucionalista de 1932 quando Getúlio Vargas queimou cerimonialmente o federalismo e as bandeiras dos estados brasileiros e concentrou todo poder em si mesmo. Mais adiante tomou, a ponta de baioneta, o jornal O Estado de S. Paulo de 1940 a 45. Meu avô pagou seu acerto com 17 prisões e dois exílios. E O Estado de S. Paulo dos Mesquita de hoje passou a censurar-me desde que lembrei essa história para contestar editorial feito por eles apoiando a censura de Alexandre de Moraes. Eles erraram. Nós (meus irmãos e eu) permanecemos no acerto de sempre e pagando o preço por ele, com a diferença de que o inimigo agora está dentro da família.

        Faz parte. A cada um a sua luta…

        Já 64 foi os militares versus o PT da época, que tinha a mesma promessa do de hoje. E o que os Mesquita da lenda apoiaram foi o projeto deles de impedir a posse/golpe do vice e convocar a eleição que Jango queria pular para sempre. Quando os militares traíram seu próprio projeto, os Mesquitas da lenda permaneceram no acerto que mantiveram por três gerações e eu e meus irmãos o honramos na quarta. Quem o traiu foram os nossos primos e sócios: O compromisso com a única democracia que existe, e não essa dos STFs e suas constituições fajutas.

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  • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

    Fernão, muito bom este seu texto, didático, de alcance para grande parcela dos nossos eleitores, que podem explicá-lo para os conhecidos que não tenham afinidade maior com a leitura.
    É interessante que na terra do Vale do Silício não se usa as urnas eletrônicas como aqui é feito, e ainda temos a obrigação de comparecer às sessões eleitorais, ou deixar de fazê-lo e depois pagar multa, se não justificarmos a ausência!
    Votos de cabresto, ou coisa parecida, ou compra de votos, nem pensar.Há alguma possibilidade de coisas semelhantes acontecerem no sistema de voto distrital puro com recall, referendo, iniciativas…? Seria possível voc\ê abordar sobre esse assunto? Grato!

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  • cacaroloss disse:

    Tem sempre um bocal vindo aqui fazer buylling contra o Fernão. Cara idiota!!

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  • Jeronimo disse:

    Pessoal, os artigos do Fernão são imperdíveis, ainda mais se considerarmos o conjunto de comentários como os que aqui estão. Parabéns principalmente ao LSB e ao Nico por terem feito os comentários que eu pensaria em fazer. Penso que a implantação do VDP entre nós dependa, realmente, de uma certa dosagem de conhecimento da nossa política + conhecimento de nossa história, principalmente a referente ao período após a proclamação da república + uma boa dose de bom senso em argumentação. Estou chamando a essa mistura, de uns dias para cá, de “Educação Política”. Penso ser isto o que nos falta. Agora, outros quinhentos será como implementa-la. Certamente que não será da maneira utilizada pelo MAM. Concordo, no entanto, que deveremos cumprir a nossa parte, ouvindo (lendo, no caso) a opinião dele e daí tirando importantes estratégias de como agir com pessoas que não aceitam argumentação. Abraço

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    • A. disse:

      Sr. Jeronimo: O “MAM” não está interessado em argumentação. A “tara” desse sujeito é aparecer por aqui de vez em quando e “vomitar” ofensas em cima do Fernão, que continua (e acertadamente!) a lhe dar esse espaço, que alguns outros usam construtivamente. Tolerância e complacência é muito bom quando se trata de crianças: com “marmanjos” o “buraco é mais embaixo”… Vide o estado de calamidade em que vive o país, em grande parte por “alisar” a cabeça de criminosos o tempo todo!
      Abração!

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  • LSB disse:

    Caro Fernão,

    Outro dia comentei que você poderia editar um livro de coletâneas com seus artigos. Acho importante, pois livro se presenteia, se faz referência ou bibliografia, perdura no tempo, etc.
    De qualquer forma, há carência de material didático sobre, digamos assim, o modelo americano, o voto distrital puro, retenção, referendos, etc.
    Claro que há material mais “teórico” (embora, normalmente, não tratando somente do sistema americano), mas creio que falte literatura sobre questões mais “práticas” (e seus artigos se encaixam perfeitamente nesse “nicho”).
    Fazendo uma analogia, podemos achar vários livros sobre liberalismo econômico, MAS os artigos do Roberto Campos, por exemplo, são reflexões (liberais) sobre questões “práticas”, sobre o Brasil do “dia a dia” etc.
    No caso, uma coletânea com seus artigos supriria essa “necessidade”.

    Todavia, ainda que um livro não seja possível, viável, etc., recomendaria você analisar uma segunda alternativa (não substitui o livro, mas acho que ajuda na melhor divulgação da sua mensagem):
    Criar aqui no Vespeiro um “filtro”, um “link” só para os artigos que tratam de VDP, democracia americana, etc.
    Digo isso porque, embora todos os artigos estejam postados aqui, eles estão em ordem cronológica e, consequentemente, “desorganizados”.
    Quem vier ao Vespeiro procurando esses assuntos pode desistir antes de começar…
    Por exemplo: este artigo (“Como é a Democracia sem Tubaína”) faz parte da “temática”, mas os 5 posts anteriores não… e sexto anterior (“Porque o Rio Ruiu”), apesar de tratar do “nosso modelo” versus o “modelo americano”, o tema é abordado mais “genericamente”. E aí vem mais 3 posts que, novamente, são sobre outros assuntos…
    Ou seja, quem entrou no site (“procurando” texto sobre o VDP por indicação de um de nós, por exemplo) um dia antes desta publicação, pode ter desistido antes de chegar no “Porque o Rio Ruiu” (e se chegou, pode ter parado aí, já que “Onde Resiste a Democracia Americana” está a 3 posts de “distância”).

    Em suma, as pessoas não ficam “procurando” os artigos. Alguns ainda colocam comentários “pedindo” mais artigos ou explicações (e você sempre acaba colocando o link para algum artigo anterior), mas a maioria não escreve nem pergunta, fica com a dúvida, desiste, etc.

    Enfim, poderia ter um “link” em destaque (abaixo do “De outros autores”, por exemplo) que “encaminhasse” só para os artigos referentes ao VDP, sistema americano, etc.
    (e, se possível, não na ordem cronológica, mas sim uma ordem, digamos, “didática”).
    Sei que há alguma dificuldade técnica, custos, etc., mas cabe a você avaliar. Creio que potencializaria o poder de divulgação e compreensão da sua/nossa “bandeira”.

    Abs
    LSB

    PS: não sei se você pensa nisso, mas acho que a “mensagem” do Vespeiro deveria (se possível) ser direcionada ao pessoal do Sul, pois creio que lá é que haja mais chances de um movimento civil pelo VDP surgir (questões culturais, etc. e tal).
    De fato, até deveríamos tentar uma “aproximação” com movimentos separatistas do Sul, pois:

    1- eles já possuem movimento(s) organizado(s) e assim o “trabalho” seria “somente” convencê-los de “recalibrar” seus objetivos (de independência para descentralização política);

    2 – esse trabalho de convencimento talvez seja “mais fácil” do que pareça a primeira vista, já que:

    a) uma Federação bastante descentralizada poderia satisfazer boa parte dos “desejos” que motivam tais movimentos;

    b) é uma alternativa legalmente mais viável (já que a independência é praticamente impossível já que é legalmente impossível);

    c) é uma alternativa “operacionalmente” mais viável (pois, em tese, todo o Brasil pode aderir a tal objetivo – o que não vai acontecer se o objetivo continuar sendo a separação); e

    d) porque eles mesmos “não sabem o que querem”. Já li entrevistas desses separatistas e, apesar de quererem se separar do Brasil, muitos não querem fronteiras, não querem passaportes diferentes, etc. Enfim, há muitos que estão pedindo “separação” mas, no fundo, gostariam é de uma descentralização “à la americana” (só não foram “informados” disso).

    3 – E, de qualquer forma, para “separatistas” a bandeira do VDP (e descentralização) é, ao menos taticamente, útil e, portanto, meritória de ser abraçada.

    PS2: sei que a “luta” do Vespeiro é pelo VDP e não necessariamente pela descentralização política, jurídica, fiscal e administrativa. Mas como o primeiro leva à segunda, no PS anterior tratei essas “metas” de forma, digamos, “intercambiáveis”.

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  • Flm disse:

    Tentarei organizar esse espaço no site. E um livro está sempre no horizonte. Mas de separatismo não quero nem ouvir falar…

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    • LSB disse:

      Torço – e muito – pelo livro. Quanto ao separatismo, faço questão de ressaltar que sou ABSOLUTAMENTE CONTRA!
      Todavia, embora respeite TOTALMENTE sua posição (compreendo o “risco” de “chocar o ovo da serpente”), eu sou um pouco mais “pragmático” e, assim, não vejo problema em ANALISAR a conveniência de uma aliança ao menos tática…
      (até mesmo porque, como comentei, acredito – embora possa estar errado – que nesses movimentos há mais “federalistas mal informados” do que ardorosos defensores de uma República dos Pampas totalmente independente do Brasil… em suma, acredito que boa parcela desses “separatistas” sofre da “desinformação” tão debatida neste espaço).
      No mais, eu iria conversar, pois se não estivesse disposto a ao menos conversar, debater e propor (e, EVENTUALMENTE, negociar – MAS correndo o “risco” de convencer), não poderia fazer nada além de sonhar…

      Abs
      LSB

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  • Nico Fensterseifer disse:

    Separatismo NÃO!!!!

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    • LSB disse:

      Prezado Nico,

      Ressalto mais uma vez que também sou absolutamente contra o separatismo.
      Meu ponto é que:

      1 – você não tem nada a perder em conversar com quem quer que seja (ou grupo). Se você for fazer uma “palestra” sobre VDP e descentralização política na fictícia (eu acho) sede da Frente Guaíba de Libertação dos Pampas, você não perde nenhum seguidor, mas pode conseguir alguns. Só essa “contabilidade” simples justifica procurar aliados e tentar trazer pessoas para o seu lado;

      2 – Nesse contexto, você procura, evidentemente, aqueles que, por um motivo ou outro, podem estar mais “abertos” a te ouvir. Dessa forma, posso até estar errado, mas muitos dos motivos que levam pessoas à pedir separatismo (no RS é mais forma, mas também existe em SC, PR e SP também) poderiam ser “atendidos” com a proposta do VDP (e descentralização política – que vem “à reboque”). Então, entendo que não seria “ideia lunática”, ou “perda de tempo”, tentar “converter” esses descontentes (que hoje “militam” pelo separatismo);

      3 – Até mesmo porque eles continuarão militando nessa linha. O que pode fazer mudá-los? Tal militância (com a solução radical do separatismo) vai apoiar seu VDP? E, se eles não apoiam, este “não apoio” não é mais um obstáculo/adversário para se implantar o VDP?

      4 – Pois, no final, teremos que convencer muitas pessoas de que o VDP + PRIR é necessário e é a única solução “verdadeira”. Como sempre falamos, há a necessidade de mobilização e, por lógica, essa precisa de “massa”. Ou seja, temos que convencer pessoas – e estas não são “crianças” sem opinião alguma: elas “acham” alguma coisa. Para resumir, vamos ter que “trazer para nosso lado” um separatista, um marxista, um teocrata, um positivista, um aristocrata, etc.
      As pessoas têm suas crenças, seus “achismos”, suas “certezas”, seus “julgamentos”; e, atualmente, o grupo que “julga” que o VDP é a melhor ou única solução é diminuto. Teremos que convencer aquele que acha que a separação é a única solução de o VDP (e descentralização) é muito melhor. E assim por diante…
      Em suma, teremos que lidar com os separatistas, com os segregacionistas, com os marxistas, com os da social-democracia, com os MAMs, etc.
      Esse é o povo que precisa apoiar o VDP e se não entendermos isso, o VDP nunca passará de um sonho de uma noite de verão…

      E só para concluir, tendo em vista a enorme “desafio” de criar uma “massa” pró VDP, comentei que talvez seja melhor começar a tentar convencer/trazer para o nosso lado aqueles que talvez já possuem uma certa inclinação ao modelo político desejado (VDP PRIR com respectiva descentralização política, jurídica, administrativa e fiscal*).

      Abs
      LSB

      *Novamente, reitero que o Fernão advoga somente pelo VDP+PRIR e nada sequer comenta sobre descentralização, MAS eu CREIO (posso até estar errado) que esta vem naturalmente como consequência do pacote proposto.

      Curtido por 1 pessoa

      • flm disse:

        Compreendo perfeitamente seu ponto, LSB.
        As sucessivas e sangrentas “revoluções” dos latinos são isso: a impossibilidade de mudar sem elas + a falta de um roteiro claro da mudança desejada, o que resulta em muito sangue e … na troca de reis por imperadores, como na “revolução francesa”, modelo de todas elas.

        Concordo que esse separatismo do Sul, a respeito do qual não estou ao par, é desanimo com a impossibilidade de um federalismo real, como já aconteceu antes em Pernambuco em 1817 e em outros episódios menores.

        O meu “nem ouvir falar” não inclui, portanto, recusar falar-lhes sobre uma alternativa melhor…

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  • Nico Fensterseifer disse:

    Desculpem. Quis dizer NÃO!!!!

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  • Gato disse:

    É tão simples resolver isso, sigam o dinheiro com já disse algum gringo ou policial, melhor cortem o dinheiro da caneta do politico, só vale a caneta do eleitor que é aquele que paga a conta, qualquer analfabeto que não precisa ser funcional sabe disso. Diga ao Zé Povinho que é dinheiro pra remédio ou pra lagosta ele vai te responder. Simples assim. Mas o Fernão errou, sem tubaína o povo vive, mas sem chopp é mais difícil tocar a vida.

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