Os indemissíveis não estão nem aí

20 de janeiro de 2017 § 40 Comentários

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Artigo para O Estado de S. Paulo de 20/1/2017

Chamaram o exército…

Declara-se, como justificativa, que as Forças Armadas nacionais entram na parada “pela credibilidade” que os funcionários do sistema presidiário não têm. O presidente da Republica admite publicamente, portanto, que a “falta de credibilidade“, vulgo corrupção, desses “servidores” está na base da tomada das prisões pelo crime organizado que culminou nos massacres dos ultimos 20 dias, mas que é impotente para fazer qualquer coisa a respeito senão pedir vênia aos corruptos para coloca-los de lado, vez por outra, para tomar dos criminosos os telefones, as armas e as drogas que estes regularmente lhes servem nas celas.

A expectativa de eficácia dessa providência é, naturalmente, a mesma das outras “meias-solas” que vêm sendo anunciadas para “consertar a economia nacional” sem deter a hemorragia que a vai matando: essa que mantem o país em profunda depressão moral e material.

Nada de contrapartidas! Nem de arresto de bens por calote! Demissões então, nem pensar! Nem um passo atras!

OPI-002.eps

No estado paralelo do crime organizado, com enclaves inexpugnáveis espalhados por todo o grande favelão nacional, todo mundo trabalha pelo fortalecimento da organização e o chefe elimina sumariamente quem pisa a regra estabelecida. No estado nacional todos trabalham para se locupletar e os chefes, em geral aqueles que tiveram maior sucesso nisso ao longo da carreira, cooptam todos os que são flagrados jogando contra a Nação. A grande novidade deste ultimo meio milênio é haver quem, do lado de dentro da lei, esteja exigindo o cumprimento dela. Mas todos os demais lhes resistem como sempre…

A declaração de independência dos presídios controlados pelo crime organizado decorre diretamente dessa independência dos agentes do estado brasileiro da lei e da vontade do Brasil. Os nossos “representantes”, os nossos “servidores”, podem sempre se dar o luxo de ter vontades e comportamentos próprios diferentes dos nossos impunemente. Escrevem leis que só valem para eles e que nos impõem sem consulta; escolhem de quem vão cobrar ou deixar de cobrar as que valem para o resto da nação. A mais “sagrada” de todas as leis escritas por eles só para eles é a que estabelece que cada indivíduo posto para dentro do estado não sai nunca mais. Ele e a sua descendência. Basta entrar. Não estão obrigados a ser bons no que fazem, nem a mostrar resultados sob pena de perderem tudo, como você e eu aqui no mundo real. Podem escolher se e quando jogarão a favor da “empresa” sem que isso lhes custe nada. São indemissíveis. São intocáveis.

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O resto, desse marco inicial até a falência nacional e a submissão do país inteiro ao crime organizado, o tempo faz. O raciocínio é simples. Se você for contratar um empregado amanhã e começar a conversa garantindo que a partir do ato da contratação ele será indemissivel para todo o sempre e passará a decidir o valor do seu próprio salário, em 15 dias ele estará na sua cama e você na casinha do cachorro. Nem o mais idiota dos idiotas, individualmente, entraria numa roubada como essa. Mas como coletivo, como sociedade, a brasileira tem sido muito mais que idiota. E ha tanto tempo que nem casinha de cachorro tem mais. Está na rua, ao relento mesmo.

A dimensão psicológica do problema brasileiro tornou-se maior que a sua causa original. Apesar da obviedade de tudo isso, apesar de cada brasileiro conhecer pessoalmente tipos como os que o parasitam e a obscenidade do resultado que colhem comparado ao que ele próprio consegue suando, você pode ficar o dia inteiro na frente da TV, ler todos os jornais, ouvir todos os “especialistas” e, à altura ja da centésima quinquagésima morte por esquartejamento em 18 dias, do sexagésimo milésimo assassinato dos ultimos 12 meses, do décimo segundo milionésimo emprego perdido e do terceiro aniversário da morte da economia nacional, não ver a óbvia, a ululante causa original de tudo isso ser apontada uma única vez como tal. Os tres poderes, para cujos titulares até as prisões são “especiais”, podem continuar folgadamente falando apenas de si mesmos. E o quarto, que renunciou à condição de “player” ao deixar de propor e expor soluções, vai a reboque num “lero” infindavel sobre o nada; sobre modos “progressistas” ou “conservadores” de se fazer as coisas que são luxos de gente que já se libertou e ficou rica.

nemai6Outros povos que viveram esse mesmo calvário tomaram a si, com a arma do “referendo” por iniciativa popular, a aprovação ou rejeição das leis escritas pelos seus representantes; instituiram o “recall” para demitir eles próprios os desviados protegidos pelos colegas; aprenderam que a única alternativa para o privilégio é a igualdade perante a lei e que qualquer exceção aberta, por menor e bem “justificada” que seja, acaba inevitavelmente no estouro da boiada. Mas para a alma latina e católica dos nosso intelectuais, dos nossos jornalistas, dos nossos “revolucionários”, essa solução parece muito pouco emocionante. Eles sempre começam cada batalha da sua proclamada guerra contra a miséria brasileira renovando a sua rendição incondicional; comprometendo-se a discutir todas as formas de “resolver o problema” exceto pela remoção da sua causa fundamental. A indulgência plenária, o perdão do comportamento pecaminoso mesmo que continuado, a graça conquistada mais com as orações que com os atos; o privilégio alcançado, seja atraves da fervorosa persistência do “concurseiro”, seja outorgado ao pobre mortal arrancado deste vale de lágrimas pelo toque miraculoso do poderoso da hora, está sempre pairando no horizonte. São fascinados pelo charme do privilégio. Botam sempre fé que “seremos todos incluidos” nele um dia.

Enquanto for assim vamos como vamos: compra um carro blindado, quem pode mais, uma arma, quem pode menos, e segue-se em frente roubando ou sendo roubado, despedaçando ou sendo despedaçado.

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§ 40 Respostas para Os indemissíveis não estão nem aí

  • Renato Pires disse:

    O SISTEMA PREDADOR
    Renato Pires

    Todos conhecem o camaleão, aquele bicho que se disfarça com perfeição no meio ambiente, a ponto de ficar invisível tanto aos seus predadores quanto às suas presas.
    Pois bem, o secular sistema brasileiro de dominação política e econômica é o supremo camaleão, que vem atravessando décadas, séculos, sem ser notado nem molestado, enquanto sacrifica em série os “bodes expiatórios” da vez no altar da opinião pública e do eleitorado distraído.
    Compõe esse sistema nefasto todos aqueles grupos sociais, minoritários porém política e economicamente dominantes no País, que vivem direta ou indiretamente às custas do estado, ou seja da população que gera riqueza, utilizando-o como uma máquina infernal e implacável de sugar as energias do povo brasileiro que trabalha e produz , sem nada lhes devolver em troca, senão angústias e injustiças permanentes.
    É um sistema perverso de dissipação da riqueza social gerada pelo trabalho das pessoas, entravando e encruando o desenvolvimento do País, um elefante morto pesando nas costas do trabalhador brasileiro.
    Formam esse sistema maligno, longevo e até aqui indestrutível:
    – grandes empresários rurais, antigamente conhecidos como latifundiários, que sustentam na base da força política a sua rede de exploração dos recursos e do trabalho humano em larga escala;
    – funcionalismo público privilegiado, com estabilidade de emprego e salários superiores aos de mercado, imune à noção e prática da produtividade e de resultados;
    – aposentados privilegiados do setor público, que ganham proventos bem acima dos pobres filiados ao INSS;
    – políticos de todos os matizes, que vivem de sugar o Tesouro de múltiplas formas;
    – uma máquina judiciária cujo custo, exorbitante, supera largamente os benefícios produzidos para a sociedade;
    – profissionais liberais que orbitam o setor público, criando mil artifícios para sugar a Viúva;
    – empresas ineficientes, tecnologicamente defasadas, oligopolistas, cronycapitalistas, que montam, entre si e com os políticos, conluios para “proteger” e fechar o mercado (evitando assim a mortal concorrência), praticam preços absurdamente altos quando comparados com os padrões internacionais, acionando a política para defender com unhas e dentes seus interesses corporativos de manutenção eterna do status quo, e que vivem de “incentivos fiscais”, outra forma absurda de predar o estado, e da aplicação estéril de seus lucros na dívida pública, através do cartório bancário;
    – ONGs que sugam a Viúva alegando defender o interesse público, quando na verdade defendem os interesses particulares que estão por detrás delas;
    – Sindicatos com mentalidade corporativa da idade da pedra, com renda garantida pelo imposto sindical, arrancado dos pobres que dizem representar, e que vivem para cuidar de si próprios e dos interesses de seus controladores, em detrimento do real interesse dos verdadeiros trabalhadores;
    – corporações de todos os tipos;
    -alunos ricos, filhos da burguesia patrimonialista brasileira, que ocupam as universidades públicas “gratuitas” (ou seja sustentadas pelos contribuintes), onde reproduzem o sistema predador disfarçado de “socialismo “;
    – por último, mas não menos importante, o cartório bancário nacional, que lhes lava e multiplica as rendas predadas para preservar e expandir seus interesses às custas do suor do contribuinte, ironicamente emprestando ao próprio estado, através da hoje astronômica dívida pública!
    Como funciona essa trama secular? O acesso privilegiado à máquina pública é a chave para desvendar o enigma do funcionamento ininterrupto desse sistema que exaure as riquezas nacionais em proveito próprio.
    Todos os grupos que compõe o sistema de alguma forma retiram suas altas rendas do estado (ou seja da população que trabalha e gera riqueza), de forma legalizada porém ilegítima, altamente predatória, e que diretamente ou indiretamente preservam e multiplicam essa renda emprestando e reemprestando ao estado através do cartório bancário.
    Assim, o sistema exaure permanente e pesadamente os recursos públicos, seja consumindo as receitas através de sua contraprestação improdutiva, seja através da dívida pública, desenhada e gerida de forma a garantir a preservação e multiplicação dessas rendas predadas, sem risco e com juros escorchantes, deixando à mingua o estado, incapaz de suprir minimamente as necessidades de saúde, educação e demais serviços públicos ao pobre povão brasileiro, que é na verdade quem paga duplamente essa conta monstruosa.
    Na verdade, nós ainda somos uma sociedade de cunho escravocrata, em que os escravos, os cidadãos comuns geradores da riqueza social, são teoricamente “livres”, mas vivem como servos obedientes desse maligno sistema predador.
    A predação sistemática do Estado é a fonte e a causa do nosso atraso econômico e da irremovível e vergonhosa desigualdade social num país com tanto potencial como o Brasil.
    A pesada herança patrimonialista portuguesa persiste entranhada em nossa cultura social, com as “excelências” predadoras do estado julgando-se com direitos divinamente adquiridos, eternos e inatacáveis, ainda que socialmente perversos.
    E como é que o sistema camaleônico se disfarça perante a opinião pública e o eleitorado? Escondendo-se sempre atrás do “bode expiatório” da vez, ou seja, escudando-se naquele grupo alçado ao poder para promover “mudanças políticas” cosméticas, irreais, marqueteiras, porém necessárias para que tudo fique lampeduzamente como está, em termos de poder real e efetivo.
    Na realidade, de crise em crise política, quase nada muda substancialmente quanto ao secular e perverso sistema de predação do erário.
    Tomemos o caso do “bode expiatório” da vez passada, Lula, Dilma e seu PT. Eleitos sob a promessa de promoverem a “justiça social”, resgatando o povo de seu sofrimento histórico, tal qual um Don Quixote maluco atacaram o moinho errado, culpando pelos referidos males sociais um “capitalismo” distante e indefinido, como se no Brasil tal coisa houvesse.
    Na prática, como os “bodes” anteriores, aderiram pesadamente ao sistema camaleônico e predador, não só fazendo o seu jogo mas dele participando e usufruindo também, e ainda alegando estarem a serviço das classes sociais menos favorecidas, justamente as que pagam o pedaço maior dessa conta maligna.
    Sendo o “bode” da vez, cumpriram sua missão de preservar oculto o camaleônico sistema predador, para o que foram regiamente “recompensados” em termos pessoais, mas queimando-se politicamente, como previsto no roteiro político perverso que infelicita este País há muito tempo, sem qualquer mudança real.
    E que venha agora o próximo “bode”, Michel Temer. Egresso do sistema político predador, e portanto impedido, sem condições de mexer no queijo da predação, pois para defender o “status quo” perverso temos as invasões e as “manifestações da rua”, outro disfarce sempre conveniente para as manipulações do sistema predador.
    Se Temer ou qualquer outro Don Quixote tentar realmente qualquer reforma que ameace de fato os interesses do sistema, será convenientemente expelido, como foi Dilma Rousseff. O papel real dos “bodes expiatórios” políticos é enrolar a opinião pública com “mudanças” e reformas inócuas, para que tudo permaneça como sempre no reino da predação do estado.
    Pois quando se protesta contra a corrupção, ninguém se dá conta de que o pior tipo de corrupção, seguramente o que mais destrói riqueza e penaliza o País, é a corrupção implícita, institucionalizada nas múltiplas formas legalizadas de predação do estado.
    São bilhões e bilhões de reais consumidos todo ano para sustentar a máquina predadora. Esta é a real origem do déficit público e da astronômica e impagável dívida pública.
    Fica a questão: como desarmar e acabar efetivamente com esse longevo e corrupto sistema camaleônico predador, que está desde há muito arruinando as esperanças e a vida do povo brasileiro, dissipando a riqueza social?
    Em primeiro lugar, limitando severamente o acesso às rendas propiciadas aos predadores pelo estado, seja na predação direta das receitas públicas, seja através da predação indireta representada pela dívida pública.
    Em segundo lugar, mas ao mesmo tempo, reformulando totalmente seu agente de predação, o “mosquito da dengue” que infesta o erário, o cartório bancário, que vive do conforto da dívida pública, usufruindo de altos rendimentos sem o menor risco, e assim remunerando a si e aos grupos predadores que lhes confiam as rendas predadas.
    Para alcançar esses objetivos, aparentemente simples, mas dificílimos de atingir na prática, urge reformular totalmente o desenho e o funcionamento do aparelho estatal, o que implicará em reduzir seu tamanho, aumentar sua eficiência, e mais do que isso, em separar completamente o interesse público dos interesses privados, removendo os predadores que atuam no interior do estado em completa sintonia com os predadores externos, sugando assim as energias da Nação.
    O problema é que esses predadores controlam também o sistema político, em tese o encarregado de promover essas substanciais e inadiáveis mudanças.
    Previsivelmente, trabalharão para eleger outros “bodes expiatórios”, que prolongarão a sobrevida do sistema maligno, até um ponto em que o povo brasileiro não aguente mais e faça justiça com suas próprias mãos. Esse é o risco que corremos.
    Haveria, porém, uma estratégia eficaz, consistente e automática de fazer essas reformas necessárias no aparelho estatal, sem que seja necessário mexer e agitar muito o caldeirão político.
    Essa fórmula consistiria em promover, através de projeto de lei de iniciativa popular, uma reforma “tecnica”, em movimentos de base jurídica, provocando rombos estratégicos no casco do Titanic predador, que acabarão por levá -lo a pique:
    – Alterar qualitativamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, não para reforçar os limites quantitativos da gastança, nem para congelar despesas, como a recente PEC do Teto propõe fazer, aliás como se faz cosmeticamente de tempos em tempos, só para criar novos parâmetros da violação, mas para forçar o setor público, em seus três níveis de governo (união, estados e municípios) a poupar obrigatoriamente uma parte de suas receitas, poupança essa que iria para um fundo federativo de poupança e investimento (tipo FUNDEB), podendo os recursos serem resgatados pelos governantes tão somente para financiamento de projetos de investimento, devidamente avaliados e aprovados pelo agente gestor do fundo (que poderia por exemplo ser o BNDES). Essa pequena mas profundamente impactante alteração qualitativa na LRF produziria consequências tremendamente positivas para sanear o setor público, pois além de aumentar drasticamente o nível de poupança e investimento do País, tradicionalmente muito baixos, forçaria a um redesenho automático do sistema de gestão pública;
    – Alterar e alongar significativamente o perfil da dívida pública, eliminando completamente os títulos pós-fixados, baseados na taxa SELIC, e somente operando com títulos pré-fixados, remunerados pelo desconto no valor de face, como nos títulos americanos.
    – Limitar severamente, por lei o montante de títulos da dívida pública que cada membro do cartório bancário nacional possa carregar dentre seus ativos. Isto terá um tremendo impacto no cartório bancário, contribuindo para reformulá-lo e torna-lo um sistema mais competitivo, menos cartorial, e mais aberto a financiar as atividades produtivas no País, ou seja, mais propenso a correr riscos e a se fortalecer pelos ganhos maiores advindos do financiamento ao setor privado.
    Estamos convictos de que essas alterações jurídicas, técnicas, provocarão com o passar do tempo, de forma automática, severos danos ao secular e maligno sistema de dominação política e econômica, desintegrando-o paulatinamente, até a sua total e final substituição por um sistema realmente democrático, que sirva de fato aos interesses do povo brasileiro

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    • #FatorSYN! disse:

      WoW!!! Super interessante suas propostas. Vale ler e reler.
      Precisamos URGENTE adotar posturas de solução ¨fora da Caixa¨ (trocadilho válido) e partir para a pressão (nós os ¨Paga-Fantasmas¨ conhecidos como o Povo).
      Grato por compartilhar!

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      • Fernão disse:

        no caso a solução não é tão fora da caixa assim.
        todo o mundo que mais deu certo adota esse sistema. quem está totalmente fora da caixa é o sistema brasileiro que não existe em lugar nenhum do planeta…

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  • Marcos disse:

    Fernão, não há um político ou figura com poder de formação de uma campanha ampla para instituirmos definitivamente o recall? Me parece que só vc defende e fala sobre …. Abraços Marcos Mello

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  • Nelson Venturi Junior disse:

    Só uma revolução armada.e olhe lá. O menos favorecido segue igualmente na falta de caráter.

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  • VAGNER MELLO disse:

    O problema é que quase ninguém, enxerga o polvo que domina todas as áreas do setor público, e que transforma 90% do povo em escravos do governo, condenados ao 3º mundismo. Como impôr limites ao dominante ??

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  • Marcos Jefferson da Silva disse:

    “O Brasil está morto. Viva o Brasil!”

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  • Marcos TC disse:

    Quantos séculos ainda vão ter de rolar,para que a maioria dos habitantes dessa terra de Santa Cruz se torne cidadãos de verdade ? E deixe de ser um amontoado de gente para se tronar uma nação?

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  • Nem João Dória nem Nelson Marchesan Jr., de quem se esperava pelo menos isto, estão enfrentando a causa primeira da falência do Estado brasileiro: o empreguismo no setor público, escancarado e criminoso. Ou se ataca a raiz do problema ou continuaremos enxugando gelo com toalha quente.
    Citei apenas estes dois, pois dos outros não espero absolutamente nada.

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    • Carmen Leibovici disse:

      Martim,é verdade,Dória e Marchesan mentiram em campanha ,prometendo atacar a raiz do problema que é o próprio Estado brasileiro.Pelo menos Dória-sobre Marchesan não tenho ouvido-parou completamente de mencionar o problema central do Brasil,coisa que fez incansavelmente enquanto tentava a vaguinha na prefeitura.

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  • Olavo disse:

    Excelente artigo. Só tenho que lamentar a situação e a agradecer a lucidez do Fernão.

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  • Olavo disse:

    Caro Fernão,

    Eleições distritais, em unidades menores federativas, num regime parlamentarista., não teríamos, naturalmente o Recall?

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    • Fernão disse:

      no parlamentarismo o sistema fica menos estavel mas continua fechado no circulo dos representantes. eles, e só eles, põem e despõem.
      com ferramentas de democracia direta o sistema se torna totalmente dependente dos representados. a participação passa a ocorrer não em função de argumentos abstratos mas porque faz efeito, e efeito fulminante. o cidadão passa a sentir o poder que tem e, quanto mais sente, mais quer exerce-lo.
      mesmo assim, estando restrito aos ambitos municipal e estadual, não põe poder demais na mão de ninguem. a DD é operada no âmbito do distrito eleitoral. mas seu efeito reverbera nacionalmente.
      o melhor do sistema é o seu sentido educativo. o cidadão passa a construir o seu ambiente institucional. o erro deixa de ser uma condenação perpétua, passa a poder ser corrigido tantas vezes quanto for necessário.
      e em materia de resultado final voce tem boas medidas comparando europa latina e estados unidos ou suiça (onde tudo isso foi inventado) entre outros.

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      • Carmen Leibovici disse:

        De um modo geral,as pessoas não são muito participativas na política,ou por falta de tempo,ou por egoismo,ou por problemas pessoais,ou pelo (mau) costume de serem comandadas.
        O interessante de um sistema de recall é que mesmo que todos não sejam protagonistas,um pequeno grupo pode ser ,pois será ele a colher as assinaturas para depor o vereador local(no caso de voto distrital) que não fizer jus ao cargo e/ou não representar devidamente os eleitores.
        Na verdade,a implementação de um sistema de recall é o mesmo que organizar sistematicamente uma casa bagunçada,colocando tudo nas devidas pastas e prateleiras,tudo pronto para ficar ou ser jogado fora qdo se tornar inútil ou prejudicial ao ambiente .
        Esse sistema é como colocar um bibliotecario para organizar o sistema de modo que se torne funcional.
        Uma campanha publicitária talvez não fosse má ideia mesmo…

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      • Fernão disse:

        de modo geral as pessoas nao sao muito participativas pq não adianta nada participar num sistema sem canais para isso. v tem o trabalho de ir la protocolar uma queixa mas quem vai julga-la, sem nenhuma obrigaçao clara, é o coleguinha do acusado.
        a impunidade é uma cadeia de lealdades tortas (vulgo corporativismo). essa cadeia so se rompe se quebrarem a impunidade do primeiro da fila pra baixo.
        se tiver um isento, ele acaba cooptando os demais.
        nao pode haver exceção

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      • Carmen Leibovici disse:

        Em Israel,por exemplo,apesar do sistema político ser o parlamentarismo,o recall existe e funciona no sistema como um todo,de forma propagada.
        Por exemplo,se alguém,qualquer pessoa,não gostar da atitude de um funcionário público,seja ele juiz,seja ele limpador de rua,seja ele o que for,esse cidadão escreve uma carta para um canal apropriado para receber reclamações,o funcionário é interpelado e tem 20 dias para responder,e ele ,a partir de sua resposta própria-sem advogado,ele mesmo ,”de próprio punho”- é julgado ,e se for condenado,ele é despedido do serviço público.
        Há um sistema jurídico ágil espalhado por todos os setores do funcionalismo em Israel,que difere das cortes que tratam do cidadão que não é funcionário público.
        Lá,funcionário público teme por seu emprego.

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      • Carmen Leibovici disse:

        O problema do Brasil é a falta de um arcabouço moral geral.É assim mesmo.No Brasil as pessoas não se indignam minimamente com a injustiça e com a falta de vergonha na cara de que controla o sistema e de quem dele usufrui.
        Não sei qual é o remédio pra isso…

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  • Carmen, sobre seu comentário das 22:10. Recall:
    “…um pequeno grupo pode ser, pois será ele a colher as assinaturas para depor o vereador local…”
    No Brasil atual, com o sistema político em vigor, os partidos de esquerda e seus simpatizantes, grande parte zumbis e militontos, estariam colhendo assinaturas o ano inteiro para depor políticos eleitos por outros partidos e que os combatem sistematicamente. Com certeza farão isto. E, quem irá julgar este pedido de deposição ? O Leviandowsky e o Toffoli ? Ou seria à nível local ?

    Seu comentário das 22:43. Israel:
    Novamente, quem iria julgar este funcionário delatado ? No Brasil, e é disto que trata o artigo do Fernão, os funcionários públicos são indemissíveis. Ponto final.
    Antes de pensar em recall, temos que batalhar por um novo Contrato Social e neste incluir o recall. E, esta nova Constituição terá que ser imposta, via Intervenção Constitucional, temporária, das FFAA, pois do contrário não será promulgada NUNCA. Aliás, nem será discutida.

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    • Carmen Leibovici disse:

      Martim,na primeira parte da sua resposta,você tem razão,os esquerdoides poderiam fazer bagunça.Não sei como se resolve essa questão.
      Quanto a deposição,acho que deveria ser local.
      Aliás,a bagunça predomina no Brasil porque este país é um continente gerido por uns poucos incompetentes que só pensam “naquilo”(dinheiro público) ,principalmente de Brasilia.
      As vezes acho que esses três estados que estão querendo se separar do resto do Brasil ,têm argumentos ,porque a bagunça daqui já atingiu o nível de caos e esses estados mais evoluídos não aguentam isso.

      Já em Israel,o sistema todo funciona de modo que ninguém faz o que quer no serviço público,pois sempre tem um superior do superior,e quem manda no serviço público é o povo mesmo.
      Como eu disse,qualquer um que fizer uma reclamação sobre um funcionário público,receberá resposta ,pois o funcionário reclamado será interpelado por algum dos superiores ,e se não conseguir se defender devidamente,será expelido.
      Lá não existe esse negócio de direito adquirido , de “para sempre” ,e de indemissibilidade.
      Não é tão comum um funcionário publico ser despedido porque os funcionários têm medo do publico e ,em geral,cumprem com suas responsabilidades direitinho,mas isso acontece,até com uma relativa frequência.

      Aqui no Brasil precisa mesmo de um revolução cultural,ou de algum tipo de intervenção saneadora.Não sei.

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    • Fernão disse:

      nem lewandowski nem toffoli.
      nesse sistema o cidadão so pode passar lista pedindo recall DO SEU representante (o eleito pelo distrito onde ele vota).
      se conseguir as assinaturas de 7% dos eleitores daquele distrito, qualifica o recall, isto é, ele vai a votação de todos os eleitores daquele distrito.
      o cara cai ou fica por maioria simples. ninguem tem de aprovar nada. a autoridade constituída so confere se as assinaturas sao validas ou não. ninguem julga nada senão o dono do mandato do representante “rechamado” (vereador, deputado) que são os eleitores do distrito pelo qual ele se elegeu

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      • Depois de dividir o município em distritos, seria então um recall apenas para os eleitos no município, vereadores e Prefeito. O candidato de direita eleito num distrito majoritariamente de esquerda, seria facilmente afastado, pois quando da eleição, os votos da esquerda teriam se dividido entre muitos candidatos, mas na hora de defenestrar um eventual direitista, se somariam e afastariam o mesmo com relativa facilidade.
        Zumbis e militontos na hora das eleições se dividem entre diversos candidatos. Na hora de afastar um adversário, se unem facilmente. É isto ? Ou cada distrito teria apenas UM representante ?

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      • Fernão disse:

        v não entendeu, martim: distritos “majoritariamente de esquerda” elegem candidatos de esquerda e vice-versa os de direita.
        cada um so pode deseleger O SEU representante e não o representante do outro.

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      • Carmen Leibovici disse:

        Está certo,Fernão,a sua resposta ao Martim.De acordo.

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      • Fernão, fiz um novo comentário as 23:59, o que mostra que sua resposta não me satisfez inteiramente. Fico no aguardo.

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  • Ronaldo Sheldon disse:

    Voto distrital com recall já!!!

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  • honorio sergio disse:

    Uma hora o dinheiro acaba,para todo mundo, funcionário público,setor privado, etc. a sociedade não produz, o governo não arrecada, todo mundo vai à miséria!

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  • A cidade onde resido tem 200.000 habitantes, 13 bairros. Digamos que seja dividida em distritos eleitorais. Na sua proposta, quantos seriam ? Na minha proposta, Capitalismo Social, seriam 8 distritos e não creio que tivesse algum deles que elegesse apenas candidatos de esquerda ou apenas candidatos de direita. Terá distrito majoritariamente de esquerda ou de direita, mas não como regra, e nem que os eleitos pelo distrito sejam todos da mesma opção ideológica.
    2º Os partidos de esquerda, principalmente seus sindicatos laborais sustentados com verba pública, são politicamente ativos. Isto é um fato, enquanto os de direita, patronais, politicamente são alienados.
    3º Os que votam em candidatos da direita estão mais preocupados em trabalhar para sustentar a família, do que agir politicamente, mesmo que em sua maioria estão na iniciativa privada e não pendurados em cabides públicos, onde tem liberdade de ir para rua e trabalhar por quem lá os colocou.
    http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2016/02/63-estrutura-administrativa-do-estado.html

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    • flm disse:

      na eleição distrital cada distrito elege 1 vereador/deputado: aquele que teve a maioria dos votos.
      o numero de distritos é = ao numero de eleitores dividido pelo numero de vereadores ou deputados da camara local. na minha proposta cada cidade, usando o direito de lei de iniciativa popular, acaba definindo o tamanho da sua camara.
      ate que isso aconteça usa-se outro tipo de divisão que resulte num numero aproximado dessa divisão (quociente eleitoral). em geral isso ja esta feito. cada eleitor no Brasil tem hoje o seu local de votação correspondendo quase sempre a endereço.
      so se muda isso onde ha voto distrital nos censos ou na comunicação de mudança de endereço.
      na ekeição estadual 1 distrito pode corresponder a + de 1 distrito (uma soma de distritos) da municipal.

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      • Carmen Leibovici disse:

        O que me preocupa,estive pensando,é que neste continente que é o Brasil,com coroneis mandando em tantas partes e suborno correndo solto,será que distritos não seria invadidos e comprados por interesses espúrios?
        Essa é a questão.
        Se o Brasil fosse um país são e normal,voto distrital seria lógico,mas o Brasil não é…

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      • Fernão disse:

        a humanidade não é, carmen. é exatamente por isso que a democracia é imprescindivel. sem democracia vira-se o Brasil. o Brasil ficou como estáoor falta de democracia

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      • Carmen Leibovici disse:

        seriam

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      • Carmen Leibovici disse:

        Acho que a bandeira mais efetiva a ser brandida é a do fim da indemissibilidade no serviço público.Quando isso acontecer,vai ser recall a toda hora:mau servidor-do presidente da república ao lixeiro- não vai mais esquentar cadeira nenhuma paga com dinheiro público.Um por um ,que não tiver merecimento,vai cair fora.Por enquanto,o premio de servidores públicos quando aprontam é aumento de salário.É isso que precisa acabar.

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  • Imperfeito e sabe o do porquê? O mínimo percentual dos que sabem ler, dos que sabem entender, dos que se interessam pelo público que, dizem, em sendo assim, não seria deles, a coisa privada. Mas adianto-me. Perfeito a sua postura. Ah. Sou de Brasília mas afastado da Esplanada dos Podres Poderes de Washington. Não confundir afastado, nós, com abastados, eles. Melhor seria abestados. Curti a leitura pensativa. Abraços,

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  • José Silverio Vasconcelos Miranda disse:

    Nada a acrescentar. Somente uma pergunta: até quando?

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O que é isso?

Você está lendo no momento Os indemissíveis não estão nem aí no VESPEIRO.

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