Lá vai o Brasil descendo a ladeira
9 de setembro de 2021 § 39 Comentários

Lá vai o Brasil, descendo a ladeira, no embalo de uma birra de moleques.
O povo brasileiro, como sempre muito melhor que suas elites, estava lá para dizer não à ditadura que há, mesmo com o risco de, com isso, arriscar materializar a ditadura que a esquerda gostaria que houvesse. Foi tão ululantemente veemente com sua presença nunca antes tão maciça nas manifestações contra esta quanto com a sua ausência nas avermelhadas bateções de bumbo a favor da outra. Se o Brasil Oficial tivesse qualquer coisa a temer do Brasil Real tinha de sair de fina, com o rabo entre as pernas, diante da clareza do discurso inarticulado das multidões do 7 de setembro. Como é total e antidemocraticamente blindado contra ele pôde dar-se o luxo de continuar a ignorá-lo e de mentir na cara dos fatos na sua desabrida disputa pelo “jus primae noctis” sobre o lombo do povo brasileiro.
Não igualo Bolsonaro a seus detratores. Não seria honesto faze-lo. É mentira que a agressão parte do presidente eleito. A agressão é contra seus eleitores e ele reage, com a indigência de repertório que o define, aos ataques sucessivos e diários de um Alexandre de Moraes cuja viagem na maionese do poder já foi tão longe que não se vexa mais, o nosso stalinzinho da praia, de mandar prender bêbados que falam mal dele em mesas de bar.
Negar isso seria negar pateticamente os fatos.

Todos os atores institucionais, neste nosso dramalhão, se merecem e equivalem. Os oprimidos estão cada vez mais oprimidos porque, onde quer que se olhe, os fracos estão no poder. A imprensa de herdeiros é tão alheia à noção de institucionalidade quanto Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes. Excluiu-se de sua função. Transformou-se de meio em parte. Age como as turbas de linchadores. Com isso perdeu o direito ao 4º Poder da República com o privilégio que têm as ferramentas do sistema que funcionam segundo regras de todos conhecidas e por todos respeitadas e, assim, contribuem para organizar o debate nacional. Com o suicídio do jornalismo democrático passou essa intermediação a ser feita pela internet onde o jogo não tem regras. E o debate nacional transformou-se numa algazarra onde não é mais a razão, é a força bruta quem prevalece. Vence quem consegue tapar a boca do adversário.
“Acuse o seu inimigo daquilo que você faz” é o truque velho como ela própria de que tem vivido, desde Lenin, a esquerda antidemocrática. Quem fala e quem legisla em defesa da democracia, quem prega o respeito à constituição, quem desmancha leis espúrias contra a censura da internet e quem pede a libertação dos presos políticos, embora sempre de modo canhestro e desastroso, é Jair Bolsonaro. A esquerda antidemocrática limita-se a criminalizar na direita tudo que ela mesmo sempre fez: o aparelhamento de todas as instituições democráticas, da educação pública e dos “meios de difusão cultural da burguesia” na hoje jurássica tentativa gramsciana do século 20; a estruturação cientificamente organizada da “esgotosfera” petista nas redes sociais com dinheiro público e a destruição pela corrupção organizada e minuciosa do poder eleito usando toda a força do Tesouro Nacional e da milícia empresarial “campeã nacional”, na segunda tentativa, conforme desvendado no julgamento do Mensalão. Agora dá os toques finais na muito mais prática e econômica tomada de assalto da maioria dos 11 monocratas para a posterior “tomada da eleição”, conforme milimetricamente descrito e prometido no Foro de São Paulo e já devidamente aplicado por alguns dos sobreviventes dessa UTI do caudilhismo “socialista” jurássico latino-americano, dito “bolivariano”, que Lula fez o dinheiro dos pobres do Brasil patrocinar.

A revogação sumária do Poder Judiciário que tínhamos com a da condenação do autor do “maior assalto de todos os tempos”, na definição do Banco Mundial, por nove juizes diferentes; o kafkiano inquérito das fake news, a censura da imprensa não embarcada (Antagonista, Crusoé, blogueiros presos, blogs “desmonetizados”), a perseguição dos “inimigos da democracia”, as CPIs encomendadas na chantagem com apreensões de computadores e celulares, as condenações sem julgamento ao degredo das redes sociais são fatos e não “ameaças” verbais. A multiplicação dos precatórios, o aumento de impostos sobre combustíveis neste país rodoviário visando o bloqueio organizado à mitigação da miséria pelo aumento do bolsa família, manobras articuladas bem mais amplas, tudo é só cálculo e munição para a guerra pelo poder da privilegiatura desembestada. A inflação politicamente motorizada que assola o favelão nacional como a sétima praga do Egito é uma fabricação que só perde para as de Argentina, Cazaquistão e Turquia, outras vítimas da guerra política sem quartel. Esperar que ele de fato faça nunca ninguém esperou. Tudo foca em levar o tosco Bolsonaro a tropeçar no seu despreparo e dizer, como quase disse anteontem, algo suficientemente desastroso para “justificar” a revogação da sentença que o eleitorado deu ao desempenho real da esquerda no poder.

O despreparo de Bolsonaro não torna honesta, democrática nem, muito menos, bem intencionada a campanha de seus detratores de sabotagem do Brasil. Questões como a do voto impresso só se resolverão pela única solução que o resto do mundo e o Congresso dos representantes eleitos do povo brasileiro já lhe deram três vezes porque é, obvia e ululantemente, a única que há: a instituição do voto impresso. E a definição do que é ou não “antidemocrático” continuará sendo a que sempre foi: a que o povo disser todas as manhãs que é com a “eleição” ou a “deseleição” do que quiser ler e ouvir quando formos uma democracia e ele mandar no Estado, ou a que o Estado impuser a todo mundo para continuar mandando no povo e comendo lagostas às custas da miséria dele.
Negar tudo isso aos pedaços ou no todo não altera, nem a cronologia dos capítulos do martírio do Brasil, que está “under god” porque é passado imutável, nem as intenções declaradas e reiteradas ha mais de 100 anos nos programas oficiais dos inimigos da democracia. Só define quem é ou quem não é cúmplice dessa armação sinistra. Ou o Congresso, o poder eleito, reage agora, em legítima defesa, pondo cada poder no seu devido lugar “under the law“, ou segue o baile como vai, com a fuga de quem pode fugir deste país em dissolução que já começou e vai longe, a disparada do dólar e os efeitos nefastos todos dessas ações se derramando sem mais limites sobre as camadas mais desprotegidas do rebanho de que nunca emanou poder algum ou foi mais que o prêmio dessa disputa selvagem.

Saiu do Estadão? A família botou-o pra correr?
MAM
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Barbaridade! Se fosse teste psiquiátrico, este texto levaria vc direto para Barbacena e sem escalas. É um acinte à inteligência humana.
Repito o que disse há 3 anos: vc vai desgraçar a luta por uma democracia brasileira mais representativa. Voto distrital, recall e referendo; juiz, promotor e sabe-se lá mais quem eleitos, nas suas mãos autocratas, serão bandeiras desmoralizadas.
MAM
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Se ele fosse mesmo um autocrata, você já teria sido vetado para comentar aqui há muito tempo.
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Este MAM é um robô, repare que é sempre a primeira mensagem disparada, automaticamente, assim que publicada a matéria. Não perca tempo com uma máquina remunerada pela roubalheira do PT dos áureos tempos das tetas abundantes.
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O “robô” me chamou de anta… Que perspicácia!
AAM
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O nosso tolerante Fernão Mesquita contra o intolerante e insuportável Marcos Andrade de Morais. Vade – retro satanás.
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Quem, hoje, “almoçar” essa coluna do Fernão, pode servir como “sobremesa” a coluna do Narloch, na Folha! E terá o espírito alimentado. “MAM” vai morrer de fome, coitado…
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A de asno. Seja homem e bote o nome todo.
MAM
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A.(sno) Andrade de Moraes.
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Ah, entendi! Vc está apenas reverberando a raiva do capetão para com a pressão sobre o pagamento das redes!
MAM
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Enquanto o eleitor não for o protagonista vamos continuar a assistir esse tipo de coadjuvantes. A campanha do voto distrital com recall será fulcral para a mudança.
Gostaria que discutíssemos sobre uma eventual mobilização para lei de iniciativa popular.
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Obrigado Fernão 👍
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Uma vez me contaram uma piada de futebol (de Minas Gerais, claro) que dizia:
“Um filho (atleticano) diz pro pai: ‘Pai, eu tenho ódio de cruzeirense, um ódio terrível’. E o pai: ‘Uai, filho, e de americano?’. Responde o filho: ‘de americano eu tenho dó…’”
Eu faria uma adaptação para a política: Eu realmente não sou fã do Bolsonaro… Agora, do Lula… nem preciso falar…
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Parabéns por mais esse artigo!
Att,
Herilo Bartholo de Britto
Herilo Britto – Sociedade de Advogados
Rua: Joaquim Floriano, 72 – 11º. Andar – Conjs. 113 e 114 – Itaim Bibi
04534-000 – São Paulo – SP – Brasil
Tel. (55 11) 3079-7300
herilo@britto.adv.br
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O lulopetismo foi tão ruim e ladrão, que gerou o bolsonarismo.
Por sua vez, o bolsonarismo é tão extraordináriamente pior, que pode nos devolver o lulopetismo. Será que somos (brasileiros) tão ruins, incompetentes e imbecis, que não somos capaz de levantar uma terceira alternativa, enquanto não dá tempo (se é que um dia dará) de implementar o sonho do Fernão ?
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O sonho que o Fernão GENEROSAMENTE reparte conosco deve ser chamado de NOSSO SONHO… Adote de uma vez por todas!!!
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Não costumo debater com anônimos (=ocultos) mas você me dá uma oportunidade: a condição para participar é concordar 100% com o que se escreve ? Neste ítem em particular, eu concordo, mas nem tudo. Por exemplo, já defendi que o Fernão (com seu poderoso sobrenome, que não foi escolhido por ele) faria melhor em continuar escrevendo no OESP do que aqui nos subúrbios secretos da internet. O alcance (e os resultados, sem dúvida) seriam maiores. Mas tem briguinha e ciumeira aí….. pena. Não sei quem está certo e quem está errado, é briga de cachorro grande.
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Não consigo entender como se consegue comparar um governo (PT) que governou subornando o CN e emparelhando o Judiciário a seu favor com um governo que desde o primeiro momento foi hostilizado, sabotado e armadilhado pelo sistema ainda controlado pelo PT. É uma assumpção lamentável e injusta.
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Prezado Antonio, é a sua opinião, versus a minha opinião. Em 3/10/2022, nos manifestaremos nas urnas eletrônicas, confiáveis e auditáveis há 25 anos. Uma coisa é certa: se me derem 2 opções tipo L x B, pela primeira vez na vida, desde que eu comecei a votar em 1976, apertarei BRANCO.Chega de “menos pior”, que está matando a democracia brasileira.
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Brilhante Fernão, muito bom. Abraço
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Parabéns Fernão pelo artigo
Voce retrata fielmente o domínio do povo brasileiro pela privilegiatura tupiniquim que numa relação incestuosa com a esquerda corrupta-caviar, a mídia opaca e os funcionários públicos sanguessugas produziu o maior clientelismo pé de chinelo que se tem na historia.
Historicamente o povo brasileiro é o burro de carga das elites que o engana, nascemos de uma monarquia picareta, que no resplandecer da picaretagem transferiu o trono do pai para o filho, graças à esperteza da Habsburgo. A Republica, por sua vez, foi gerada no ódio pela abolição e vendida para a caserna, de onde a oligarquia instalada repartiu o café com leite. Vendido como a salvação da lavoura, o Getulismo só nos deu uma ditadura que, depois, arrastada por políticos inescrupulosos deu no Março de 64.
Da ditadura militar veio uma democratização com a ralé politica remanescente da velha oligarquia politica e repartindo o poder com esquerdistas pelegos produziu um País fundamentado nos princípios do Século XX, ao povo as migalhas. Não contavam com uma candidatura que decolou nas mídias sociais e que falava o que o povo estava clamando. Apesar do Bolsonaro não ser a oitava maravilha do mundo, ele soube canalizar a voz das ruas e dar uma rasteira nas classes dominantes e a coisa desandou para o corte das mamatas da imprensa subserviente, dos políticos sanguessugas, dos carteis privados e da turminha do funcionalismo feudal.
Estive na Paulista no dia 07 e o que vi não foi só um grito de liberdade, vi famílias com os filhos, pessoas de todas as partes de São Paulo e de outros estados, idosos, bandeiras do Brasil e uma consciência cívica de ordem e respeito, apesar da mídia falar que foi uma manifestação antidemocrática. Lá estava o pagador de impostos mostrando sua cara e dando apoio ao homem que teve seu voto para GOVERNAR o País.
No dia seguinte o que se vê são as velhas raposas gritando que botaram a mão no seu galinheiro e como que um presidente, eleito, quer governar para o povo? Falam de “impeachment”, oportunista, veiculado por um grupo Psdbista que cheira a mofo, Câmara e Senado escondidos de baixo da mesa, esperando se dá para salvar alguma migalha, o líder da facção STF reza que as leis devem ser seguidas por todos, logo eles que chutaram as leis com interpretações clientelistas, Partidos de esquerda escondidos, como seu líder, com medo do “cheiro de povo” e Confederações pelegas de Trabalhadores e Industriais reclamando que suas fatias estão sendo dilapidadas.
Enfim, um retrato surrealista, onde um arbitro, não dá para chamar de juiz, sem o estofo para dirigir um jogo, resolveu atender seus donos e quer enquadrar todos os que divergem de suas opiniões, esquecendo o que reza os artigos primeiro, segundo, terceiro e quinto de nossa Constituição, agora vamos esperar o desfecho dos caminhoneiros ou a aplicação do artigo 142 e um Mourão Filho botar a tropa na rua e começar do zero novamente.
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Sr Jackson… famílias estavam lá porque era feriado, aliás, sequestrado pelo golpista. “Rasteira nas classes dominantes” ? Cite exemplos, por favor.
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sim estavámos lá porque era feriado. dia de semana temos que trabalhar para pagar impostos e sustentar a quadrilha de comunistas. Ora você é duro de entender, hem?
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Newton, ninguém estava lá por pressão, mesada ou um pão com mortadela, como coagem certos democratas. Foi lá quem não se deixa enganar pelas opiniões dos especialistas da Globo, Foia, Estadinho e outras mídias oficiais. Não vi o pessoal YouTuber lavrador também, deviam estar na Ilha de Caras curtindo o sol. Acredito que, graças a roubalheira esquerdista desde Sarney, nosso povo acordou e botar a cara na rua ajuda a mudar o país.
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Não concordo, mas… isto é liberdade de expressão. Feito.
Esta estorinha do “povo se levantar, vamulá, na marra, mostrá preces imbecis que o povo é nóis…” não resolve absolutamente nada em um ambiente democrático. Paises se mudam com educação, leitura, VOTO, conscientização… mas isso dá um trabaaaaalho……
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Concordo que educação, conscientização e voto é o caminho, nossa democracia é jovem e recheada de cleptomaniacos, o que não pode ser aceito é o direito de opinião e que está sendo tirado por aqueles que se dizem guardiões da Constituição e que na realidade são advogados dos cleptomaniacos.
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Gostei da expressão: ” imprensa de herdeiros” E, também das considerações que a identificam no presente.
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Tudo ok, concurso com o sequestro da população, ou melhor, de seus recursos pela privilegiatura lá instalada, e ela só muda de cor, o arresto dos bens do país é exatamente o mesmo. Tivemos um exemplar modelo de destruição do país com o cachaceiro corrupto e sua quadrilha, acabaram com o país. Agora temos um modelo básico é bem tosco de outra quadrilha e tem gente aqui dizendo, o blogueiro incluso, que ele é um inocente útil? Esse lixo cheira mal dos 2 lados dos currais. Para mim o Brasil é que precisa ser resgatado, e não será com esse limítrofe e nem com o cachaceiro corrupto que isso acontecerá.
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https://vespeiro.com/2021/01/22/entre-os-imbecis-e-os-filhos-da-puta/
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Se beber muito no churrasco, não escreva.
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Parabéns! Artigo excelente!
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Tok.Tok.Tok.Tok, como acreditar em tudo isso, bando de cegos, estão todos lendo da esquerda para a direita, quando deveríamos ler de baixo pra cima, como é que é?
Sim, tá tudo errado, tem que botar fogo na fogueira e lançar todos esses patriotas nela, o povão não aguenta mais essa mixórdia, engabelação, todos farinha do mesmo saco.
Só acredito quando uma comissão das MILÍCIAS começar a julgar todos e coloca-los um por um nos pneus em chamas, sem dó pois não valem o ar que respiram, 200 anos de exploração de um povo só termina assim, blá,blá,blá,blá, não resolve. 2021 anos de perdões não resolveu. CHEGA quem deve tem que pagar, se um tem boa vida, todos tem que ter. VIDA BÁSICA sempre, comida, teto, educação, assistência médica e roupinha básica e diversão que ninguém é de ferro.ISSO é tão BARATO, qual a dificuldade para fazer??????
ENTÃO MÃOS A OBRA, o tempo já não sobra.
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Amigo, quando baixar o etílico, vá pegar um livro de história e ver que essa receita foi tentada na Russia em 1917 e….. não deu certo.
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Depois de emitir o “Certificado de Amarelão”, que tal passar a régua nos comentários e começar tudo do zero ?
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Agora é tarde. Inês é morta.
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MILTON LEITE BANDEIRA Defensor Direitos & Deveres HumanosPresidente da ASSDAK & MPMPL
“O LE MONDE DIPLOMATIQUE ESMIÚÇA A CRISE NO BRASIL”.
DE FATO, TRATA-SE DE UMA SOFISTICADA ANÁLISE DAS FORÇAS QUE GOVERNAM A POLÍTICA DO PAÍS E QUE BEM PODERIA TER POR TÍTULO
“O PODER INVISÍVEL E SEU EXERCÍCIO”.
Eis, em 13 itens, essa precisa anatomia:
1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações específicas locais.
2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder..
3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.
4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente, compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.
5 – Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.
6 – O complexo financeiro-empresarial global pode apostar ora em Lula, ora em um político do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.
7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.
8 – O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.
9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.
10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.
11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.
12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.
13 – Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isso estão no poder.”(Le Monde – Diplomatique).
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Essa análise é acertada e atemporal. Serve para todas sociedades.
Entretanto não se pode negar que continua prevalecendo a vontade do voto para a harmonia social, na medida em que o eleitor possa ver atendidas suas necessidades. O contrário significaria o caos que não interessaria ao poder económico.
Vivemos em simbiose.
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Parece razoável que o Poder esteja nas mãos dos agentes econômicos, afinal,nao estamos pendurados em divida? Dinheiro deles? Então? Logo, logo, a receita não cobrirá os gastos. A Imprensa, em maioria é militante do globalismo. Jair Bolsonaro se apresentou como coisa que ele não é. Ele é um ferrenho defendordas corporações e estatizante. Quando houve oportuninade da Lava Toga ele boicotou. Quando houve uma proposta que impedia decisões monocraticas dos ministros ele vetou, sempre aprontando safadezas. Esse cara não presta.
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👏👏👏👏👏👏
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