Destrinchando a “reforma administrativa”

9 de setembro de 2020 § 27 Comentários

“Os funcionários atuais ficam de fora”. Essa é a “reforma administrativa” de Jair Bolsonaro, o sindicalista de milico e de polícia. A que saiu nem consolo para Paulo Guedes é. Responde antes às “cobranças” meramente derrubativas dos fariseus da imprensa e do Congresso Nacional que convivem ha anos num obsceno silêncio com os privilégios da privilegiatura, os primeiros, e bombardeiam sistematicamente todo e qualquer esforço para reduzi-los de fato, os outros. 

Paulo Guedes, cujas costas estão piores que a famosa “táuba de tiro ao álvaro” do Adoniran, contenta-se com o quase milagre que já conseguiu nessa área: atravessar 2019 e 2020 e garantir 2021 sem aumento automático e em progressão geométrica do funcionalismo, aquele que implica o afundamento também automático e em progressão geométrica do favelão nacional na miséria. Numa conta de padaria, sem considerar a vasta cadeia de efeitos colaterais de cada golpe desses, a 130 bi cada um, é de quase 400 bi mantidos no caixa que estamos falando.

Quebrar o tabu em torno do tema da estabilidade do funcionalismo também pode ser considerado uma vitória na absoluta indigência de conquistas do favelão nacional. Com a reforma administrativa apontada fora e, pela primeira vez, também dentro do Congresso Nacional como o cerne do problema brasileiro e estando a estabilidade na base dessa reforma, ao menos ela está agora formalmente identificada como a causa fundamental de todas as doenças do Brasil. 

Implantada na Constituição de 1934 ela atravessa incólume as de 1937, 1946, 1967 e 1988. Começa timidazinha mas logo, tijolada por tijolada, vai dessensibilizando a nação e tornando “orgânico” o absurdo até chegar ao Regime Jurídico Único (RJU), que protege de barnabé a Flordelis, em nome, dirão os doutos especialistas amestrados consultados a cada passo pela imprensa lobotomizada, do “estado democrático de direito” conforme definido pela Constituição de 88, que é o tabu sob cujas asas aninham-se todos os outros tabus.

O sinal do próximo objetivo a ser conquistado já está, aliás, fartamente sinalizado pelo ataque em ordem unida de juristas, “especialistas” e editorialistas ao poder que a reforma atribui ao presidente de extinguir órgãos e autarquias da administração direta. Em nome da proteção do amor ao trabalho dos abnegados servidores públicos contra a sanha de “perseguição ideológica” de Jair Bolsonaro, prepare-se para ver baixada a lei que tornará irreversível para todo o sempre qualquer órgão ou ministério criado por qualquer presidente para atender a qualquer especie de incêndio fortuito.

Veremos também, e logo, um longo torneio de telecath filosófico, aquelas falsas lutas com falsas quedas e falsas quebrações de ossos, para definir qual função é ou não é “típica de estado”, fazendo, portanto, jus a embarcar no trem dos que hão de permanecer para sempre estáveis. E, na esteira de cada demissão das categorias que não conseguirem embarcar, mais uma batalha jurídica sem nenhum mistério terminando naquele tribunal sem nenhum caráter, para decidir quais funcionários expelidos o favelão terá de engolir de volta, com todos os atrasados e indenizações devidamente pagos.

Nada de novo, enfim. FHC acabou com o RJU na sua reforma mas a mudança foi derrubada na Justiça. Aprovou também a demissão por mau desempenho mediante “avaliação periódica”. Ficou sem resposta a pergunta “avaliação” em relação a quê se não é a necessidade de ver qualquer tarefa específica cumprida que rege as contratações, o que nem chegou a vir ao caso pois a emenda constitucional aprovada nunca foi regulamentada em lei ordinária. Claro, o prêmio por “bom desempenho” que fazia par com a medida foi imediatamente implementado, ensejando uma nova série de sentenças judiciais favoráveis à generalização das premiações por mérito … “por isonomia”.

Ao longo de todas essas constituições foi sempre mantida, também, a regra da possibilidade de demissão “depois de sentença judicial transitada em julgado”. Mas se esta não chega nem para ladrão privado com dinheiro para pagar advogado, que dirá para funcionário publico julgado por funcionário público.

É o resultado de tudo isso que reduziu o Brasil à miséria que o insigne presidente Bolsonaro declarou intocável, ao menos nesta geração. Seria mais fácil cair ele que os privilégios da privilegiatura neste momento, é bem verdade, mas isso só juntou a fome com a vontade de comer. O “Mito” ama o povo pobre, coitado, mas tem surtos de violenta urticária sempre que se fala em cortar privilégios da privilegiatura. 

Um dia o Brasil há de perceber que tudo isso é uma cadeia e então poderá parar de sangrar e de perder tempo. Permanecendo os funcionários intocáveis só se manterão hígidos os que têm vocação para santo, corrompendo-se obrigatoriamente, até por pressão corporativa, todos os demais. “Programas de avaliação” só farão sentido se os avaliadores formos nós, os que recebemos o serviço pelo qual eles são pagos, e se tivermos o poder de demitir os faltosos tanto quanto de premiar os que merecerem. Enquanto tudo ficar lá entre eles as “avaliações” serão só mais um vetor de corrupção. O Congresso “resiste” a essas mudanças pela mesmíssima razão, aliás: a absoluta estabilidade dos mandatos recebidos. E o Judiciário julga exclusivamente para si mesmo igualmente porque não ha nenhuma instância externa de cobrança da qual dependa a continuação da carreira de juizes e desembargadores. 

Na vida real manda quem tem o poder de demitir. Ponto. Estamos sob a ditadura do Judiciário porque em todo o aparato de poder no Brasil ele é o único que mantem o de “demitir” os demais. Enquanto esse poder não passar às mãos do povo, o que se faz instituindo eleições distritais puras e armando a mão do cidadão dos poderes de recall, de propor e recusar leis (iniciativa e referendo) e de destituir juizes salafrários, continuaremos os escravos miseráveis que nos tornamos.

Só ha uma “reforma”, que enseja toda as outras. Só ha uma revolução que não acaba na substituição de reis por imperadores: por o povo governando o governo, vulgo democracia, o que trocado em miúdos quer dizer por o povo demitindo funcionários e políticos por dá cá aquela palha. 

O resto é conversa pra enganar tonto.

Marcado:, ,

§ 27 Respostas para Destrinchando a “reforma administrativa”

    • Alexandre disse:

      Claro que gostou. Você sempre gosta.

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    • Romero Bittar disse:

      Fernão Lara Mesquita, não achei onde comentar e peço vênia ao MAM para falar por aqui.

      Cri, desavisadamente, que suas opiniões eram sérias, cheguei a compartilhar no Twitter posts seus, mas, agora vejo que estes posts eram maquiagem para igual as pesquisas que neste período falam meias verdades para que quando forem manipuladas tenham alguma credibilidade…

      Vamos aos fatos, a verdadeira reforma administrativa será impossível de ser conquistada se não for para o futuro e este futuro pode ser de hoje ou o de amanhã como foi o caso de todas as outras que foram tentadas. Em um país de cultura corporativa como o nosso e consolidada pela CF-88, ou fazemos deste modo, ou não faremos nunca.

      Deixe de ser inconsequente e seja visionário a partir de agora, é o convite que lhe faço.

      Se você o aceitar continuarei a acompanhá-lo, caso contrário, adeus.

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  • plonios disse:

    Tem muita coisa certa no artigo, mas está chegando atrasado. Uma nova casta está insidiosamente tomando conta do estado, para se apropriar mais e mais, além de tentar impor seus padrões imorais na lei. Se esse pessoal conseguir o que quer, você vai sentir saudades do funcionalismo.

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  • Fernando Lencioni disse:

    Eles sabem disso. Por isso nem tocam no assunto. Só com luta se derruba privilégios de nobres como os que eles têm. Na França rolaram cabeças. Nos Estados Unidos muitos morreram para se livrar do jugo da coroa inglesa. Ou vocês acham que vão tirar apartamentos milionários, carros luxuosos, roupas caras, restaurantes chiques e salários acima de 50.000 vitalícios apenas reclamando? Acorda país de ingênuos.

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  • cadu43 disse:

    Que perfeicao de texto!! Meus parabens e obrigado!!! “ Regime Jurídico Único (RJU), que protege de barnabé a Flordelis, em nome, dirão os doutos especialistas amestrados consultados a cada passo pela imprensa lobotomizada, do “estado democrático de direito”. ..”

    Minha torcida eh que os “amestrados” acordem… sem a imprensa sera muitissimo mais dificil evoluir.

    Abs

    Enviado do meu iPhone

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  • Michel Polity disse:

    ou seja: O Br não corre o risco de dar certo…

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  • Walter Emir Alba disse:

    O problema é que a reforma adminstrativa vale para os futuros funcionários, e o problema do equilibrio das contas públicos é o presente.

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  • José D. disse:

    A verdadeira revolução cidadã é a da demarquia e municipalismo (juntos, jamais separados), com o poder sendo descentralizado para onde de fato as vidas dos cidadãos acontecem, com a criação de assembleias de representação política para definição de assuntos “comuns e públicos” da sociedade através do sorteio, utilizando as ferramentas disponíveis da tecnologia da informação, para mandatos curtos de no máximo 24 meses, o que demoliria em definitivo as oligarquias eleitoreiras atuais, sejam as distantes, sejam as locais. E além do desmantelamento da máquina que alimenta o pântano em que nos encontramos, a demarquia é barata, sem espaço para populismos, sem campanhas eleitorais desgastantes (sobretudo para a economia), sem partidos sugando recursos públicos e jogando o país em fossos ideológicos, nem os gordos lobbies das grandes corporações. A combinação de municipalismo e demarquia seria a verdadeira refundação do Brasil.

    E não, não sou um spam.

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  • MSD disse:

    Sou, desde a mais tenra idade que comecei a pensar, contra os privilégios do funcionalismo público.
    Sempre soube que isto levaria ao que somos hoje: um país com uma das maiores taxas de desigualdade do mundo.
    Quando se fala em racismo, ou diversidade de gênero, preto, pobre, tudo isto é somente cortina de fumaça. O obvio ulalante, que uiva mas não morde, como quem fala de esquerda e de direita, da volta do comunismo, dos militares.
    A poeira vai baixar logo mais, quando virarmos uma nação de zumbis a procura de comida nas casas do 0,1% mais rico. Nesse dia, quando o cadáver não tiver uma única gota de sangue, estiver tísico, morreremos todos. Pois os vampiros não terão mais sangue, nem veias para se alimentar. Esse mesmos que hoje falam de direitos adquiridos serão os pais daqueles que pagarão, pois seus filhos não terão mais país para viver.
    Sou contra este arremedo de reforma, para inglês ver, sem pai, pois filho feio ninguém quer. Paulo Guedes não foi, Bolsonaro idem, sobrou para o Rodrigo Maia ser o arauto da desgraça de gerações.
    Somente quando atingirmos 100% da receita com gastos de custeio da folha, quando não tiver nem um tostão para investir em hospital, creche, escola, é que teremos uma revolução.
    Nunca deixamos de ser uma monarquia, apenas mudou os nomes da nobreza: de duques para juizes, de barões para desembargadores, de condes para deputados, de bispos para evangélicos. Temos até nosso próprio Joaquim José da Silva Xavier, com alcunha de Promotor Publico e inocente útil.

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  • LSB disse:

    Prezados,

    Há meses não publico nenhum comentário aqui no Vespeiro. E tal afastamento se deu por um único motivo somente: convenci-me definitivamente de que o brasileiro (e o Brasil) não irá(ão) mudar de maneira alguma até que um tragédia institucional de proporções bíblicas irrompa.

    De fato, comecei a participar “ativamente” do Vespeiro acreditando que – dada a pauta “específica”, “rebelde” e recorrente do Fernão – os participantes e frequentadores do site constituiriam um grupo mais “homogêneo” ou, ao menos, mais “esclarecido” em seu conjunto.

    Mas, não… O que vi só foi “mais do mesmo”…
    Permitam-me uma digressão antes de fundamentar meu ponto…

    Desde o tempo do colégio – e principalmente nele – tenho uma “birra” com um comportamento que, na minha OPINIÃO, é deliberadamente (ou inocentemente) incutido em nós: a incapacidade de debater.
    Sim, somos treinados a não debater!!!!

    Lembro-me bem dos tempos de escola (quando eu sempre entrava em polêmicas nas salas de aula) o esforço hercúleo dos professores em não permitir um verdadeiro debate (verdadeiro debate = aquele que um lado GANHA e outro lado PERDE!).
    De fato, o adestramento é exatamente para fulminar, aniquilar, pulverizar, dizimar, abolir, trucidar e exterminar qualquer NOÇÃO de GANHAR ou PERDER que, por ventura, as crianças possam ter (e garantir um adulto incapaz de debater, pensar, corrigir-se e evoluir).
    Há, destarte, uma verdadeira lavagem cerebral para condicionar cada cidadão que “estuda” de que “não há verdades”, “toda opinião é válida”, “todo opinião deve ser ‘respeitada’ ou ‘aceita’ “, etc. etc. etc.

    Daí que a elite intelectual brasileira (incluindo, e talvez até especialmente, os frequentadores do Vespeiro) não vê a menor “necessidade” (justificativa ou mesmo lógica ou fundamento) em “mudar de opinião”.
    NÃO PASSA PELA CABEÇA DE CADA SER QUE “ESTUDOU” QUE (talvez) ELE OU ELA ESTEJA ERRADO/A OU MUITO – MUITO MESMO – ERRADO/A.

    De fato, uma vez que ele/a “estudou” e “aprendeu”, qual seria o (nobre, verdadeiro, fundamental) motivo pelo qual ele/a deveria mudar sua visão de mundo?
    Ele/a aprendeu que não “há verdades”, que “toda opinião é válida”, “todo lado deve ser considerado” (o que, obviamente, não deve ser aceito automaticamente ou “por definição”, mas esse ponto não é comentado…) e, portanto, sua opinião é tão “boa”, tão “válida”, tão “útil”, tão “viável”, tão “praticável”, tão “aproveitável” e tão “certa” quanto qualquer outra!

    Isso traz consequências!!!

    Digressão conclusa, voltemos ao “debate” sobre o “debate nacional” (em especial, o observado aqui no Vespeiro).
    É impossível (talvez com a exceção das “exceções” que comprovam a regra) que duas opiniões diametralmente opostas estejam certas ao mesmo tempo ou, no mínimo, que produzam o mesmo resultado!

    Ilustrando com uma uma “polêmica” recorrente:
    Alguns creditam a falta de representatividade política aos sistemas partidário e eleitoral. Outras entoam a explicação de que “o brasileiro não sabe votar”.
    Ambas são explicações EXCLUDENTES entre si!
    SE o problema é com o sistema, NUNCA o brasileiro vai votar “certo” por pura impossibilidade. Nesse hipótese, nada mudará enquanto os sistemas não mudarem (e qualquer outra “solução” não é “solução”).
    Já na outra linha, caso o problema seja que o “brasileiro não sabe votar”, ficar tentando mudar o sistema é, no mínimo, inócuo (senão pura perda de tempo – tempo este que nos falta).
    Daí que, quando um leitor, “militante” da segunda hipótese (que o brasileiro não sabe votar), lê o Fernão (que é um convicto defensor da primeira) de duas a uma: ou ele muda sua opinião OU ele argumenta contra o Fernão!

    Mas, muito infelizmente, não é isso que acontece. Pelo contrário, são vários os comentários na linha:

    “Concordo com você, Fernão. Enquanto o povo não aprender a votar, nada vai mudar!”.

    Senhoras e senhores, tal “leitor(a)” não sabe nem ler (ou não sabe interpretar) para concordar ou discordar. Pelo contrário, sequer consegue perceber que o que o Fernão escreveu é exatamente o contrário daquilo que ele/a pensa!

    Outra situação típica:
    Leitor(a) escreve um texto ou comentário opinativo e um terceiro contra-argumenta todos os pontos expostos.
    Qual deveria ser o comportamento do primeiro leitor?
    Três reações são “racionais”, a saber:

    1 – observando os argumentos expostos, muda de opinião;
    2 – não concordando com o “discordante”, apresenta novos argumentos para tanto defender sua posição original quanto para “derrubar” os argumentos do “discordante” (e se não encontrar tais “novos” argumentos, deveria cogitar a hipótese de que está errado e o crítico certo);
    3 – Apesar de ter bons argumentos ainda não expostos para rebater o crítico, prefere não escreve nada mais por falta de tempo ou paciência, por exemplo.

    Qual a atitude irracional que não deveria sequer passar pela cabeça de uma pessoa supostamente “educada”?
    Escrever novamente (ou “copiar e colar”) os mesmos argumentos apresentados!
    A repetição não torna uma mentira, verdade (pode até fazer parecer “verdade”, mas não se torna “verdade”). A repetição é ILÓGICA!

    SE não se consegue rebater os argumentos de seu crítico, então deveria considerar que seu crítica possa estar correto;
    SE acha que os argumentos do seu crítico não são suficientes, expresse isso (se possível argumentando porque tais argumentos não são suficientes, etc.)
    SE acha que não vale a pena perder tempo, não escreva.

    Qual é o “acréscimo” ao debate que uma opinião repetida (e contradita) pode oferecer?
    Se você pode derrubar a contra-argumentação, o faça. Caso não consiga, reveja seus pontos de vista.

    Mas a dinâmica psicológica é outra:
    O/A cidadão(ã) defende um ponto de vista qualquer (um dos que ele/a escolheu como “mascotes” ainda nos tempos de colégio).
    Aparece um terceiro para contradizer (com bons argumentos).
    O/A cidadão(ã) “estudado” NÃO CONSEGUE rebater tais argumentos, MAS, ao invés de cogitar a hipótese de estar errado OU ir estudar mais para “conferir” se seu ponto de vista é realmente “bom”, ASSUME QUE EXISTEM bons argumentos para defender o seu ponto de vista; lembra que algum FIGURÃO ou algum ESPECIALISTA também defende o mesmo ponto de vista que o seu e daí se DESOBRIGA de argumentar, estudar ou se questionar!

    Mesmo que ele/a NÃO CONSIGA contra-argumentar a seu crítico, isso não representa nenhum problema ou dilema para ele/a, pois ele/a SABE que existem bons argumentos para defender sua posição, que toda opinião é válida, que não existe verdade, etc. etc. etc.

    Assim, cada brasileiro(a) “estudado(a)” consegue justificar (principalmente para si mesmo) o seu comportamento de burro empacado.
    (“Eu não sei ou não consigo responder ao meu crítico, mas isso não é importante, pois DEVE HAVER outros argumentos que superem os apresentados – ainda que eu os desconheça – uma vez que há ESPECIALISTAS que ‘concordam comigo’ “).

    Senhoras e senhores, enquanto não promovermos debates sérios, não vamos sair do lugar.
    É IMPOSSÍVEL que TODOS estejam CERTOS!!!

    Vou repetir: É IMPOSSÍVEL que TODOS estejam CERTOS!!!

    Alguns, ou a maioria, estão ERRADOS!!!
    Se vocês não estiverem dispostos a considerar a HIPÓTESE de que vocês estão errados ou MUITO ERRADOS, não sairemos do lugar.

    Sem apontar quem está certo ou errado, REAFIRMO que todos devem começar a considerar a hipótese de que… não entenderam e não entendem nada.
    (óbvio que o “ideal” seria que só os “errados” começassem a se questionar, mas daí eu estaria “dando nome aos bois”).

    Se TODOS chegarem a conclusão que estão certos, TODOS (ou a maioria) estarão errados!
    Se queremos mudar alguma coisa, muitos aqui terão que reconsiderar profundamente seus entendimentos sobre o Brasil e o mundo!

    Enfim, para concluir, parei de escrever aqui pois me “cansei” das contradições, incoerências, contrassensos, incongruências e incapacidade de interpretar, pensar, argumentar ou repensar seus conceitos presentes na maioria dos comentários postados pelos leitores do Vespeiro*.
    Antes que me criticam (ou peguem “ranço” de minha pessoa), vou lembrar MAIS UMA VEZ: é impossível que TODOS VOCÊS ESTEJAM CERTOS AO MESMO TEMPO!
    E se ninguém quiser cogitar a hipótese que talvez esteja muito errado, ninguém vai mudar de opinião e, daí, NADA, NADA, NADA vai acontecer (pelo contrário, tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes).

    Abs e boa sorte a todos
    LSB

    * Ao menos os comentários mais longos nos quais podemos observar algum ponto de vista (e não naqueles do tipo “Parabéns pelo texto, Fernão”) e salvo as exceções (há alguns poucos “habitués” que me parecem mais conscientes da sinuca de bico que nos encontramos. Cito-os nominalmente: com toda certeza o sr. Ethan Edwards e o sr. Fernando Lencioni e, “possivelmente”, os srs. A. e Alexandre. O sr. Romero Bittar – embora talvez eu discorde dele – e outros que comentam bastante esporadicamente, também podem ser leitores com visões deveras apuradas da situação, porém, dado a escassez de comentários de tais pessoas, não farei juízo algum).

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    • Paulo Murano disse:

      Não passe vergonha! Aprenda sobre síntese — necessária a dinossauros confundem século XXI depois de Cristo com Antes de Cristo. (Ou start up um meio inovador que comunicação que atraia cérebros

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      • LSB disse:

        Aprenda a escrever antes de criticar. Não passe vergonha.

        (“…necessária a dinossauros confundem século XXI depois de Cristo com Antes de Cristo…” ??????)

        (“(Ou start up um meio inovador que comunicação que atraia cérebros” ????)

        Mas respondendo ainda assim:

        A única crítica que captei é que meu texto estaria prolixo.

        OK, mas, no entanto,VOCÊ NÃO É OBRIGADO A LER.
        Se fui prolixo é porque gosto de deixar o mais claro possível meu pensamento.

        Não quer ler textos grandes? Leia só os 140 caracteres do twitter que, parece, o tamanho é mais ajustado à sua capacidade mental.

        Agora, vai criticar o tamanho do texto lá na pqp, porque cada um escreve o que quiser e que cada um tire as conclusões que quiser…

        No mais, sobre o ponto principal do meu texto, nenhum comentário. Sobre as diversas incongruências, incoerências, contradições, etc. que lemos aqui (pelo menos os que, acostumados a processar textos longos, se apercebem disto), nenhuma contra-argumentação.

        Pela crítica, aliás, percebe-se que trata-se de alguém que não lê livros (ou só os técnicos… embora eles também podem ser prolixos. Por exemplo, compare o Leithold com o Guidorizzi), pois se lesse não estaria tão revoltadinho com o tamanho do texto.

        Boa sorte com suas leituras (nos 2 ou 3 minutos que pratica por dia).
        LSB

        PS: refrescando sua ignorância, autores utilizam sim séc. XX antes de Cristo, por exemplo. Mas só sabe quem lê textos longos (tipo livro).

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  • carlosbia disse:

    Parabéns Fernao por falar verdades que nos são negadas por todos (imprensa, legislativo, etc.). E os seus artigos não são mais publicados no Estadão? Ficaram magoados por algumas verdades que você falou no último artigo lá publicado?

    Enviado do meu iPhone

    >

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  • Olavo Leal disse:

    Sobre o texto do FLM e muitos dos comentários acima, alguém pode propor alguma reforma (no caso, tratamos da administrativa) que possa ser implantada COM perda dos direitos adquiridos?

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    • LSB disse:

      Prezado Olavo

      Uma reforma “COM perda dos direitos adquiridos”?

      Sim, chama-se REVOLUÇÃO!!!

      (embora, como já comentei aqui uma vez, brasileiro não faz revolução, faz “avacalhação” – ou “revoluçilha” conforme alcunhei. “Basta” ver a manchete no Estadão domingo: “No feriado, brasileiros decretam por conta própria fim das medidas de isolamento – Infringindo diversas regras municipais e estaduais…”. Enfim, revolução na terra de Macunaíma, só na “modalidade” de “desobediência civil”, pois já haveria “meio caminho andado…”).

      De qualquer forma, ainda que eu tenha respondido em tom, digamos, “descontraído”, a verdade é essa mesma: reforma COM perda dos direitos adquiridos só se for Revolução!

      Uma proposta desse tipo geraria uma dantesca “mobilização” contrária, até mesmo porque restringir tal reforma (COM perda dos direitos adquiridos) a somente um tema (administrativa) não funcionaria.

      Isso porque, obviamente, uma vez que o direito adquirido fosse revogado para uma categoria (servidor público ativo, por exemplo), a tendência (inércia) seria os demais direitos adquiridos serem posteriormente também questionados e revogados (se para o servidor público ativo, por que não para o inativo? Se para o inativo do setor público, por que não para o da iniciativa privada? E assim por diante…).
      Assim, a resistência não seria apenas daqueles que teriam seus direitos adquiridos revogados nesta primeira reforma, MAS de TODOS que tenham algum direito adquirido…

      Daí, só haveria dois caminhos possíveis:
      1- insistir na revogação de direitos adquiridos (que OU redundaria em fracasso OU, tentado ao extremo, provocaria ruptura institucional ou algo do tipo dado a resistência de tantos que o projeto despertaria)

      2 – recuar e aceitar manter os direitos adquiridos (com mudanças somente para os “novos”) – conforme o sr. Romero Bittar ponderou acima.

      (confesso que de várias coisas “estranhas” na minha vida, uma delas é que estou “seguindo o script” ao contrário: quando adolescente/jovem nunca foi “revolucionário”; pelo contrário, sendo uma pessoa que lia e ponderava muito, desde cedo concluí que somente reformas incrementais e contínuas constroem uma Nação – e que revolução seria somente romantismo juvenil inconsequente. No entanto, creio que estou virando um “revolucionário” à medida que envelheço, pois hoje já tenho muitas dúvidas se reformas “incrementais” irão nos levar a algum lugar…
      Isso porque – simplificando o ponto de vista por conta de espaço e tempo – as reformas no Brasil praticamente não levam à nada… Explico: as reformas somente servem para o País não cair no abismo de vez, ou seja, para o “paciente” não morrer”, ou melhor dizendo, para o “paciente” apenas sobreviver… somente para isso e NO LIMITE disso, ou seja, nada que vá além da “sobrevivência” imediata… nunca, nunca, nunca há continuidade… “Saiu da UTI”? Acabaram-se as reformas…
      Posteriormente, os efeitos da a “vírgula” reformada são exauridos e o país acaba se encontrando novamente à beira do precipício… E a maldição, então, se repete: uma nano reforma “minimamente” mínima – pois não há “espaço” para cortar direitos adquiridos, etc. etc. etc. – que somente “salva o paciente” e nada mais é feito até, novamente, essa nova reforma se esgotar e o país se ver na corda bamba “once more”…
      Em suma reformas incrementais e contínuas poderiam dar certo SE houvesse continuidade, PORÉM a história do Brasil mostra que a mínima da mínima melhoria é suficiente para todos abandonarem qualquer projeto de reforma* – até a próxima crise, é claro… Enfim, as reformas incrementais no Brasil não mudam NADA a longo prazo, somente não deixam o país afundar de vez…
      Por isso já não creio mais em mudanças harmônicas, incrementais, “pacíficas” e contínuas em nosso país…)

      Abs
      LSB

      * Observe que mesmo reformas mínimas tornam-se verdadeiras guerras (a reforma da previdência no ano passado, por exemplo, não resolveu 20% do “rombo atuarial’ da previdência – ou seja, foi o mínimo do mínimo e ainda assim houve muita resistência). Daí que, sendo possível, toda reforma é posta de lado…

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  • flm disse:

    Melhor você ler o artigo de novo, Olavo

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  • Paulo Murano disse:

    Ué, sendo vc um obscuro bem informado ser, resta a curiosidade anímica a matutar: como algo de Guedes surpreenderia a ponto desta surpresa motivar o trabalho da escrita de um letradro como tu FLM sobre o óbvio?
    Talvez cara de pau ou narciso comovido pelo vazio de iguais manifestações passageiras de vida. Cheira bem aqueles que creem na funcionabilidade de narinas alheias. Ao resto idiota, entregue-se aos iguAIS, afinal, o que lixo e o que somos é para o planeta além de vida que lê, escreve e perece? Semelhança dos escritos de coluna com a mesmice jornalística é revelar o Diabo e assim expurgar o necessário — ele, por enquanto, e encostos encarnados.

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  • Ulrich Dressel disse:

    Ótima análise. Parabéns!

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  • Paulo Murano disse:

    Bom aqui quando berrar bezerros quero ouvir, melhor que TV por assinatura. Tudo agora é veloz e viram estátuas de sal e nada os queixumes do pastor do rebanho desmamado.

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  • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

    Mais um texto esclarecedor para a grande maioria dos brasileiros, que não percebem com profundidade o que está ocorrendo em seu país há muitas décadas e que gerou esse “favelão nacional” para o qual mantém através de seus votos dados a falsos representantes do povo, que apenas cuidam de suas reeleições, em suma, do próprio umbigo corporativo.
    Se o povo não pressionar nas ruas e praças para mover o Congresso Nacional como poder Legislativo a começar imediatamente o desmanche das sinecuras que ele mesmo criou, às custas do erário publico, somente poderemos ter a plena liberdade de não ser. Ser cidadão requer coragem de se opor e exigir o que até a Constituição Federal de 1988 – a Cidadã – alardeava garantir: o poder, que emana do povo.O poder emana do povo e o Congresso não dá ouvidos: caca feita!
    Pior: o poder Judiciário, encabeçado pelo Supremo Tribunal Federal – STF, não tem satisfeito o que a Constituição determina na defesa dos direitos do povo.
    Prefiro um “milagre” – provocado pela pressão popular sobre os congressistas – que transforme realmente o Congresso Nacional na Casa do Povo, que uma revolução armada. Entretanto o que está se avolumando são motivos para o “favelão nacional” se revoltar, perder a razão e acabar como vítima sem direito algum , se as Forças Armadas não cumprirem seu papel constitucional , optando por ser governo…
    Vou repetir aqui o que escrevi lá no chumbogordo.com dia desses:
    Napoleão tinha cem soldados, Bolsonaro tem seis mil; o primeiro era estadista, o segundo é arrivista.
    Pronto, escrevi. Será que o LBS vai concordar ou discordar?
    Agita vespeiro, cada vespa à sua maneira e condições.

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  • Edgard Salles disse:

    E sempre estimulante ler seus artigos. Pena que nunca chegaremos ao voto distrital com recall etc, pois quem tem o poder de propor e votar essas mudanças é justamente quem não quer mudar nada!

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  • ÉLLIS A. OLIVEIRA disse:

    COMO ACRESCENTAR ALGUMA COISA NESSAS BRILHANTES OBSERVAÇÕES? Uma triste realidade que muitos vêm (eu e o Sr., por exemplo) mas quem precisa agir, não o faz. E assim segue o pobre Brasil (ou o Brasil pobre) e com ele, a maioria dos brasileiros.

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  • GATO disse:

    FOME, FOME, FOME, na hora que ela apertar, CORRE, CORRE, CORRE homem, tua casa vem abaixo e acabou esse negócio de reforma, queremos casa nova, barriga cheia e ai quem sabe trabalhar, pois as coisas não caem do céu e o povaréu bem sabe disso. Então insistam mais um pouco, a fome já atinge 20 milhões, quando triplicar, vai ser um pega pra capar, e pelo andar da carruagem 22 tá aí, seja o de gatilho seja o do tempo.
    Já perceberam que os políticos sempre querem verba para, nova ponte, novo hospital, nova escola, novo fórum, nova cadeia, eles nunca querem verba para reformar uma ponte, um hospital, uma escola, um fórum, uma cadeia. REFORMA é só pra quilo que não interessa. Assim se querem coisa nova, destrua a antiga, ponha abaixo, no chão, aí vão entender.

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Você está lendo no momento Destrinchando a “reforma administrativa” no VESPEIRO.

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