O livro que (quase) mata a charada

19 de maio de 2020 § 22 Comentários

Artigo para O Estado de S. Paulo de 19/5/2020

A internet, sinônimo de participação, é o instrumento de uma revolução democrática destinada a arrancar o poder das mãos de uma casta de profissionais da política e entregá-lo ao homem comum ou é, antes de tudo, um instrumento de controle, vetor de uma revolução a partir do topo que capta uma quantidade enorme de dados a fim de utilizá-los para fins políticos?

É nessa segunda internet e nos personagens que primeiro a entenderam e usaram como tal que se concentra “Os engenheiros do caos” de Giuliano da Empoli, um livro imprescindível para se entender o Brasil e o mundo de hoje. 

Com intuições brilhantes sobre a natureza humana, a internet e a democracia na era do narcisismo de massa ele mergulha nos bastidores das campanhas que elegeram (Obama), Donald Trump, Boris Johnson, Matteo Salvini, Bibi Netanyahu e Viktor Orbán deslocando a luta pela conquista de votos, “da tentativa de unir eleitores em torno de um denominador comum numa lógica que tendia a marginalizar os extremistas do passado, para a arte de inflamar paixões no maior numero possível de grupelhos que valoriza e põe os extremistas no centro do processo de hoje”. (Bolsonaro é só uma menção pois o livro é de dezembro de 2019).

Os cientistas de dados, mesmo usando só as chaves classificatórias do Facebook e similares, conseguem operacionalizar campanhas com milhares de grupos sendo bombardeados por mensagens personalizadas até contraditórias entre si, sem que os “alvos” jamais fiquem sabendo o que têm em comum com os demais apoiadores dos “seus” candidatos. A campanha do Brexit, por exemplo, foi feita com o disparo de bilhões de mensagens sob medida: para os animalistas, uma sobre as regulamentações europeias que ameaçam os direitos dos animais; para os caçadores, sobre as regulamentações europeias que, ao contrário, protegem os animais; para os libertários, mensagens sobre o peso da burocracia de Bruxelas; para os estatistas, sobre os recursos desviados do estado de bem-estar para a União, e assim por diante…

A coisa começa na Itália, “o Vale do Silício do populismo”. É do vazio da morte da velha política pela Operação Mãos Limpas que surge Gianroberto Casaleggio, “mistura de John Lennon pós-moderno com a cibercultura californiana” que, com o país procurando algo novo, é o primeiro a abrir a porta para a ação politica radical por fora dos partidos e do parlamento, “esse monumento aos mortos”, com o site do Movimento 5 Estrelas, “uma ideia a procura de quem a encarnasse”. Ele arma de algoritmos a exploração do “sentimento de raiva que atravessa todas as sociedades, alimentado por aqueles que pensam ter sido lesados, excluídos, discriminados ou insuficientemente ouvidos”. E para sua surpresa quem virá a encarná-la são outsiders histriônicos cuja estrela sobe tanto mais vertiginosamente quanto mais “incorretas” e iconoclastas são suas manifestações e o escândalo com elas do establishment e da mídia tradicional, que “cai em todas as suas provocações”.

O refino da fórmula da-se com a parceria de Steve Bannon e Andrew Breitbart, jornalista para quem “o establishment americano está impregnado de uma cultura progressista hipócrita e elitista que se apoia no Democrat Media Complex para traçar as fronteiras do justo e do injusto, do dizível e do indizível, pautar o discurso publico e perseguir ferozmente os hereges”.

“The Donald”, com sua longa experiência de televisão, logo se dá conta de que as eleições americanas são “um reality show cheio de maus atores” e, com seu talento midiático, o slogan “Deixe-me ser o porta-voz da sua ira” e uma absoluta falta de cerimônia para com “todos quantos se orientam pelas preocupações do New York Times com os banheiros transgênero e os casamentos homossexuais, operou o milagre de fazer de um bilionário novaiorquino a voz dos excluídos de todos os 44 estados americanos que não são banhados nem pelo Pacífico, nem pelo Atlântico”.

Da Empoli enxerga as afinidades eletivas perfeitas entre o mundo das redes e alguma forma de democracia direta, e tem todas as razões do mundo para temer esta generalista, violenta e sem filtros, que entidades como o Movimento 5 Estrelas quer impor e tem os mesmos vícios que a que o PT tentou nos enfiar goela abaixo diversas vezes durante o reinado da dinastia Lula.

Como quase toda a geração dos que viveram sob a hegemonia ininterrupta da esquerda nos últimos 100 anos, da Empoli parece não ter nenhuma visibilidade do sistema de democracia semi-direta sólida e transparentemente ancorada na vontade popular, defendida de eventuais pendores autoritários pela pulverização do poder proporcionada pelo sistema de eleição distrital pura que se pratica nos Estados Unidos desde a virada do século 19 para o 20. Não ha duvida que a vida conectada levará a algum modelo de democracia mais direta no futuro imediato. Mas para todos quantos souberem escolher a boa não ha nada a temer. Liberados de uma politica que hoje é bandalha porque pode, se estarão habilitando,  ao ganhar o poder de mandar nela, a dar o mesmo salto espectacular que os Estados Unidos deram no século 20 tanto em matéria de liberdade quanto de afluência material.

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§ 22 Respostas para O livro que (quase) mata a charada

  • rubirodrigues disse:

    Penso que o apelo aos instintos (que herdamos dos hominídeos) constitui ainda uma forma eficiente de motivar pessoas que ainda não lograram domínio suficiente dos seus recursos mentais. Nesse sentido a rede pode ser usada para propósitos impublicáveis. Penso porém que a rede também possibilita e pode agilizar o domínio pleno da razão. Um ignorante armado de tecnologia será sempre uma ameaça. De qualquer forma, a aventura humana na vida implica, como desafio determinante do sucesso ou fracasso, a conquista plena da razão e dos recursos interpretativos com os quais a natureza dotou a espécie. Nesse sentido vejo a Internet com otimismo. Precisamos aprender a usá-la e o faremos depois de cansarmos de usá-la para desopilar o fígado.

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  • GATO disse:

    Eu prefiro os Arquitetos, tem mais arte, assim a pequena estória como a que segue tem mais soluções do que as que propôs Da Empoli, sendo: ACORDEI EM 2030

    Acordei no Hospital! Logo uma enfermeira correu falar comigo:
    – Seu Gaspar! Que milagre, o senhor acordou!
    Olhei desconfiado sem entender nada. O que houve?
    – O senhor foi internado em 2020 com Coronavírus e entrou em coma. Estamos em 2030!
    – Como assim, perguntei desnorteado. Eu dormi por 10 anos?
    – Sim. O senhor está consciente? Lembra de algo?
    – Lembro que o Brasil estava uma bagunça. Além do Coronavírus tínhamos crise econômica e política.
    A enfermeira olhou assustada e explicou:
    – Em 2020 o Brasil chegou ao fundo do poço. As empresas fecharam, demitiram todos os funcionários e o Governo não tinha mais dinheiro. A população se revoltou e fez uma nova Constituição.
    Cortaram as mordomias e supersalarios nos três poderes e usaram tecnologia para agilizar o serviço público. Com essa economia, reduziram os impostos sobre o consumo. IPVA, ISS e ICMS não existem mais, e o Imposto de Renda hoje é de apenas 10%.
    Seu Gaspar falou incrédulo:
    – Impossível! Como conseguiram convencer os políticos?
    – Simples, eliminamos os políticos! Com a quarentena notamos que os políticos discutiam e votavam os projetos de lei à distância. Se eles podiam fazer isso, por que a própria população não poderia debater e votar as leis em um democracia direta, sem intermediários e seus interesses? Hoje recebemos por um aplicativo de celular os projetos de Lei e todo brasileiro escolhe e vota. E o melhor, todos fiscalizam e denunciam as irregularidades. Economizamos bilhões com Senadores, Deputados, Vereadores e seu assessores. Dinheiro esse que foi investido em saúde e educação, tornado o Brasil o país mais desenvolvidos do mundo.
    Seu Gaspar pergunta ainda sem acreditar:
    – Mas o STF permitiu uma nova Constituição?
    A enfermeira fala com alívio:
    – A disputa entre os poderes chegou ao limite em 2020. A população exigiu uma nova forma de escolher os ministros. Hoje o STF possui 15 ministros, 5 indicados OAB, 5 pelo MP e 5 pelo Judiciário. Todos por eleição direta e mandato de 5 anos. Decidem apenas sobre a Lei sem criar interpretações pessoais.
    Seu Gaspar sorriu,
    – Mas a escolha dos ministos do STF ainda passa pela aprovação do Presidente?
    A enfermeira riu alto:
    – Seu Gaspar, não temos mais presidente! Agora nós ecolhemos os melhores projetos de governo e uma equipe técnica gerencial. Se não estiverem atendendo a vontade da população mudamos na hora.
    Seu Gaspar começou a chorar de alegria,
    – Minha filha, é um milagre! Tanta novidade boa. Só falta você falar que o Palmeiras conquistou um mundial?
    – Não seu Gaspar, isso nem milagre consegue…kkk . Assim o futuro a nós pertence, sonhemos…….

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    • A. disse:

      Ficção é a melhor forma de se alienar. Já que a realidade é dura e não temos maturidade pra lidar com ela, vamos embarcar na maionese… E boa viagem!!!

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    • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

      Os ministros do STF escolhidos pela OAB, MP e Judiciário. Vá lá que seja assim, mas não concordo que não haja também, a participação do eleitorado em geral , pois no voto distrital puro com retomada de poder a cada dois anos, por exemplo, defendo que a proporção deveria ser assim: OAB – 4 votos
      MP – 5 votos
      Judiciário- 4 votos
      Povo – 2 votos
      Se vão redigir uma nova Constituição Federal tdos esses números podem ser alterados. Quem é contra e porque?

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  • ANA MARTINS FIDELES DUCERXI disse:

    Li por cima, achei interessante… mas me parece que o escritor quer passar a ideia da globalização… Onde Ele quer chegar…. me cheira a ideias da esquerda…

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  • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

    Obrigado Fernão por dividir suas leituras e suas análise sobre a internet sinônimo de participação e a a outra usada como instrumento de participação revolucionária democrática, conforme está em seu artigo muito claro sobre as obras de Giuliano da Empoli, Os engenheiros do Caos , passando por Gianroberto Casaleggio e pela dupla de jornalistas Steve Bannon e Andrew Bretibart, estes últimos apontando, conforme é citado em seu artigo, que o stablishment americano Democrat Media Complex procura “pautar o discurso público e perseguir ferozmente os hereges”, através da mídia de controle. Esta que da Empoli, conforme está reproduzido em seu texto, “tem toda a razão do mundo para temer” porque generalista, violenta e sem filtros”, como seu artigo destaca, que o Movimento5Estrelas quer impor e tem “os mesmos vícios que a que o PT tentou nos enfiar goela abaixo diversas vezes durante o reinado de Lula”.
    No último parágrafo resumiste claramente: Não há dúvida que a vida conectada levara a algum modelo de democracia mais direta no futuro imediato.
    Faço votos que vença a “internet sinônimo de participação democrática e revolucionária para arrancarmos o poder das mãos da casta de profissionais da política e entregá-lo ao homem comum” como eu.
    Teremos acesso livre à internet no futuro próximo, ou mãos mais poderosas nos impedirão? Ainda carecemos de uma regulamentação nesta mídia, urgentemente.

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    • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

      Corrigindo em tempo o que escrevi no meu comentário: … ” a internet sinônimo de participação revolucionária democrática e a outra usado como instrumento de controle.
      E adiante: …”porque generalista, violenta e sem filtros”

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  • Ethan Edwards disse:

    O fenômeno político contemporâneo que me parece realmente importante, o mais importante de todos, e que a maioria dos estudiosos ignora, é a progressiva desqualificação dos aspectos “irracionais” da vida pela elite governante, a começar pelo mais “irracional” deles, a religião. À medida que vai empurrando esses aspectos da vida para o mundo das coisas que não interessam, resíduos de um passado que devemos abandonar se quisermos progredir, a elite burocrática que, com a expansão do Estado do Bem-Estar Social, se instalou, hegemônica, em praticamente todos os governos do Ocidente declara, com suas políticas públicas, que 80% da população do seu país deve ser ignorada, porque, “irracional” e guiada por preceitos religiosos, não preenche os requisitos intelectuais e cognitivos mínimos para fazer parte da Nação. Ora, todo país é, antes de tudo, um povo unido por um idioma e um fundo religioso comum, sobre o qual se erguem tradições, costumes (moralidade) e instituições. No Brasil, por ex., foi a lenta e profunda mutação religiosa de quase meio século que produziu, na política, o fenômeno Bolsonaro. Por força dessa mutação, a política se deslocou “à direita”, com temas que revelam seu indisfarçável fundo religioso. Qualquer partido ou movimento que pretenda substituir a “velha política” estará condenado ao fracasso se ignorar, em sua marcha, as características religiosas do povo brasileiro e tiver a nos oferecer apenas práticas e métodos “mais racionais”. Deve ser doloroso admitir, para nossas mentes positivistas, que jamais atingiremos aquele estágio (o terceiro? o quarto?) em que deixamos para trás, definitivamente, qualquer resquício de pensamento “não científico”. Logo agora, que parecia que estávamos chegando lá!

    A internet é um meio neutro, não gera valores nem ideias, e, por mais que a manipulemos, não tem o poder de levar as pessoas a fazer coisas que contrariam seus valores mais profundos. Ela apenas potencializou aquilo que, se ela não existisse, cedo ou tarde, decerto mais lentamente, iria se expressar de outra forma.

    Obrigado pelo espaço. Abraço.

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  • Dr Michel Abib Cutait disse:

    O Prof Empoli tangencia o o problema central : o Sistema Límbico Humano é semelhante ( mas com cortex frontal intelectual muito mais desenvolvido…) ao dos predadores e carniceiros grupais , como lobos, leões , abutres, hienas e chipanzés; somos o topo da cadeia alimentar mundial; comemos tubarões, baleias e a nós mesmos; nada nos escapa ; estamos comendo a Terra /Gaia ; predadores grupais tem forte e influente genética de dominação e submissão ; dividimos a caçada , mas a caça comem primeiro os machos e fêmeas alpha;precisamos de rígida hierarquia ( perdida com a pedagogia estalinista -gramsciana do Duplipensar , da Novilíngua), disciplina e meritocracia positiva e negativa para inibir a violência intra-especifica , que aparece em casos de Toxicidade de Grupo com espaço, bens e privilégios reduzidos, como agora, quase no mundo inteiro( em guerras, guerrilhas , insurreições, desobediência civil e lutas de gangs); como somos humanos e inteligentes desenvolvemos , brilhantemente, literaturas , filosofias , religiões e hipocrisias para florear , justificar , divinizar, fantasiar e esconder o nosso ímpeto selvagem darwinista dos mais fortes , dos mais espertos e dos “amigos e fornecedores”; todas as mídias e intelectuais estão a serviço do darwinismo para convencer , cooptar e incitar tribos, grupos e torcidas uns contra os outros, enquanto aliados aos poderosos comem nossa carne, ops, errei, digo, nosso dinheiro , nossos impostos e exploram nossa militância e força de trabalho;repetem mil mentiras para fazer uma verdade ( Goeblles ?). Exatamente iguais a chipanzés ( nossos primo -irmãos legítimos), lobos , leões, hienas e abutres. Precisamos analisar e resolver ( única maneira apropriada – na prática a teoria é outra-J Beting) a situação humana pela ETOLOGIA, PSICOLOGIA COMPARADA EVOLUCIONISTA E SOCIOBIOLOGIA; o Prof Reinach , as vezes toca nesse assunto no Estadão; Prof Rogério Cerqueira Leite , há muito tempo escrevia nesses termos , na Folha; hoje, os especialistas em Sociobiologia , politicamente incorretos , são patrulhados e proscritos. Neo-darwinismo também cabe na Lei de Gerson , do Governo de Coali$ão e no livro do Prof Empoli; vejam os vídeos de psicologia animal no NAt Geo Wild, Animal Planet, etc; impossível não correlacionar conosco; Sarney dizia que é preciso disfarçar a cruel realidade , sob o manto diáfano da fantasia (midiática , ideológica, poetica e religiosa…)

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  • Dr Michel Abib Cutait disse:

    Fiz o comentário acima sobre a Etologia e a Sociobiologia; gostaria de complementar com uma prova verídica , inquestionável e de fonte fidedigna e politicamente correta: meu estimado professor de Cursinho Objetivo, 1967,, Dr Dráusio Varela, no seu livro sobre o Carandiru, explica e justifica os Códigos Civil e Penal dos detentos, baseados e garantidos por rígida Hierarquia , Disciplina e Meritocracia positiva e negativa; há chefe de cela ( prefeito,,,), de alas ( governadores…) e da Penitenciaria (Presidente e Ministros) e Conselho Disciplinar ( o judiciário,,,) e detentos hierarquizados , livres, escravos , “no seguro” e inimigos do Regime, prontos a tentar e tomar o Poder , para reimplantar essas mesmas normas , sob seus novos comandantes ; traições , intrigas midiáticas e uniões de minorias, a vontade ; como aqui se não existirem esses códigos e sua as aplicações de penalidades e recompensas, as penitenciária “explodem” em guerra civil , como já aconteceu várias vezes( para bons entendedores…) faria tão bem para nós, como faz para suíços, coreanos, japoneses , singapurianos

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  • Carmen Leibovici disse:

    Vejo uma contradição entre a conclusão e o exposto no livro.
    Apesar da “visibilidade do sistema de democracia semi-direta sólida e transparentemente ancorada na vontade popular, defendida de eventuais pendores autoritários pela pulverização do poder proporcionada pelo sistema de eleição distrital pura que se pratica nos Estados Unidos desde a virada do século 19 para o 20.”,como Trump foi eleito inflamando paixões da forma artificial descrita no livro?Se ele o foi,qq vereador,deputado prefeito,juiz americanos também poderão sê-lo ,bastando adquirir melhor conhecimento na aplicação da tecnologia.
    Neste caso,qual seria o uso do sistema americano citado entre aspas acima?Não estaria ultrapassado em face da nova realidade tecnológica?

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  • Flm disse:

    Boa pergunta!
    E a resposta é: a grande, a imensa vantagem do sistema americano é não ter compromisso com o erro. Ali quem elege pode deseleger, quem aprova pode recusar leis a qualquer momento que a escolha anterior se mostre errada.

    Em ambientes assim o erro ganha a conotação de experiência que é positiva e não negativa.

    A propósito, como muitas vezes registrado no Vespeiro não há recall para presidente que se elege por 50% + 1 do total do eleitorado. Só impeachment, como aqui. Em compensação os presidentes tem poder próximo de zero para qualquer coisa que diga respeito ao povo americano. No povo americano só o povo americano manda, formulando, votando ou reformulando suas leis locais e estaduais.

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    • Dr Michel Abib Cutait disse:

      Sra Carmen, boa noite; O Sr Trump foi eleito inflamando medos e esperanças através de manipulações multimídias humanas e robóticas como o Prof Empoli descreve; qualquer( todos…) candidato pode beneficiar-se dessas “lives” , tuitadas” e proselitismos; a diferença e que o Presidente e os Governadores são depostos por impedimento legislativo-judicial Os politicos e autoridades locais perdem os cargos conforme o desempenho prometido e esperado pelos seus próprios eleitores nas cidades ( counties ?), facilmente ; por exemplo : é mais fácil bloquear-me ( seria eu o Sheriff) que ao estimado Fernão( nosso vitalício Governador…!!!) seria muito mais fácil fazer o “recall” do Sr Covas, The Mayor, que obter maioria absoluta na Assembléia para depor o Sr Dória, Governador; embora todos inflamem o povaréu com mil e uma demagogias; concorda Sr Fernão ? ( quero agradecer postumamente: aprendi a ler , “no colo do Dr Julio”, em 1956; voltava da Escola , almoçava, fazia as lições e ficava soletrando as manchetes do Estadão, até o Gustavo Corção ,Rocco Morabito, Frederico Heller, Luiz Martins, Gianino Carta …perto das de Bolles de hoje…uh, uh, uh….)

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      • Carmen Leibovici disse:

        Obrigada pela resposta Dr.Michel.
        Sim,faz sentido,apenas que com essas “tecnologias de convencimento”todo o processo torna-se mais amarrado ,pois as forças de “convencimento”são muito fortes.
        Como sempre,o que salva,talvez tanto quanto ,ou mais,que um bom sistema eleitoral,é a elevação da consciência do eleitor.Aí ,a internet entra como a outra possibilidade também mencionada no livro,de acordo com o exposto pelo Fernão.Aliás,o seu exemplo,Dr.Michel,ilustrou bem como as coisas funcionam.

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    • Carmen Leibovici disse:

      Provavelmente a ” elevação da consciência” que eu menciono na resposta ao Dr.Michel,se dá ,no caso dos Americanos,através dessa dinâmica eleitoral,sendo advinda da experiência e da liberdade e possibilidade de tê-la,o que absolutamente falta no amarradíssimo Brasil.

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    • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

      Não é à-toa que eles estabeleceram em lei o Ato Patriota!

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  • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

    Dr.Michel Cutait, apreciei seus textos acima e como acréscimo lembro que na revolução bolchevique os líderes desse grupo usaram os presos – até os que cometeram crimes violentíssimos – como soldados, liberando-os das cadeias e dando a cada um fuzil e munição para ser usada contra os russos brancos, contra o Czar Nicolau. Estava se firmando a teria estalinista, a novilíngua e, como não havia internet, usaram o jornal Pravda para divulgar a nova ordem.
    As coisas se repetem na história, de forma cada vez mais dissimulada com sofisticações midiáticas e o perigo está, como o texto de Fernão aponta, na internet que controla a opinião dos eleitores.
    Eleitores que, lembro , depois depositam seu voto em urnas eletrônicas – estas com uso recusado na Alemanha e acredito na maioria dos estados norte-americanos, pois eles aprenderam a não brincar com seus direitos e liberdade de acompanhar com transparência total as decisões que tomam com repeito ao que querem, no seu sistema eleitoral de voto distrital misto ou puro.
    A escola que o senhor frequentou era outra, que sabia das coisas como elas são e de onde vieram. Havia a ética e a moral aplicada a uns, mas de acesso a poucos.

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