Um socorro peculiar à Argentina
12 de setembro de 2020 § 21 Comentários
A Casa da Moeda do Brasil fechou contrato para imprimir o peso argentino. Com o nível “século 20” da inflação lá, mais uma conquista do kirshnerismo da especial predileção da dupla Lula/Dilma e outros expoentes do “progressismo” pátrio, o peso argentino requer edições de “best seller”. “Los hermanos” têm a sua própria casa da moeda mas, usando toda a sua capacidade instalada, ela não está dando conta de produzir todo o dinheiro impresso “que a pandemia tornou necessário”. Assim, nossa “viuva” vai imprimir 400 milhões de cédulas para eles, o que dará uma receita de US$ 20,6 milhões, o bastante para fechar o ano no azul depois de três seguidos de prejuízos.
Isto, é claro, no caso da Argentina vir a pagar a conta…
Poucos brasileiros sabem disso hoje, mas o Brasil é um aprendiz da Argentina. Getulio Vargas, que implantou esse sistema de corrupção de um povo inteiro pela base que é a nossa “Justiça do Trabalho” de cartas marcadas, copiou tudo de seu ídolo Juan Domingo Perón. Trocado em miúdos esse tipo de “trabalhismo” equivale a acender um imenso anuncio luminoso nos céus da nação convocando o povinho mais miúdo: “Minta, traia (o seu empregador), corrompa-se que o governo garante” que arrebentou o país não só econômica mas, principalmente moralmente. Essa é a principal explicação para existir no Brasil mais “escolas de direito” que no resto do mundo inteiro somado (confira, não é fake não). Um vasto contingente delas forma “advogados” que nunca leram um livro, mas são encontráveis nas mesas de todos os botequins do país encostando em trabalhadores lá de baixo da escala para cochichar-lhes nos ouvidos: “Tá com dificuldade? Não consegue resgatar aquele carnezinho? Vai ter de devolver a moto que comprou usada? Sai dessa, mano! Vamos tomar um dinheiro daquele otário do teu patrão. É garantido. Você não arrisca nada e a gente racha o resultado”…
Esquemas como esse, que a reforma trabalhista mal-e-mal privou dos seus dentes mais agressivos, estão garantidos pela Constituição de 1988 o que enseja a editorialistas, “especialistas amestrados” que dão entrevistas diariamente pelo país afora, assim como às OABs da vida, defende-los como elementos intocáveis do nosso “estado democrático de direito”.
Como dona original da ideia em parceria com a Itália de Mussolini, a Argentina está sempre uma ou duas gerações à frente do Brasil nesse processo deletério de socialização da corrupção. Quando eu ainda militava nas redações, no tempo em que jornais como O Estado de S. Paulo ainda eram contra a censura, nos momentos em que a barra no Brasil se tornava muito deprimente, eu dizia pro pessoal: “Leiam os jornais da Argentina durante uma semana e vocês acabarão acreditando que o Brasil é quase uma Inglaterra”.
Mas a distância está encurtando…
A verdade no Congresso, para variar
29 de julho de 2016 § 23 Comentários
Quem discursa é o deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS). O Orlando de quem ele fala é o Silva, do PT, ex-ministro de Lula, ex-presidente da UNE, ex-presidente da União da Juventude Socialista, ex-editor da revista Debate Sindical do país que, de longe, mais tem sindicatos no mundo: 15 mil.
Velhos hábitos demoram para morrer
17 de julho de 2015 § 105 Comentários
Para a ponta de cima da pirâmide a nossa desordem regulatória, o pandemônio tributário e a ratoeira trabalhista foram, aos poucos, se transformando em sólidas barreiras de proteção do “know-how nacional” contra concorrentes incômodos. Os nossos “grandes tycoons” dos setores mais competitivos da economia globalizada com costas quentes no BNDES – que são o pouco que sobrevive da indústria nacional – passaram a adorar esse nosso labirinto. Esses “excepcionalismos” corporativo-burocráticos que matam as empresas, os negócios e os empregos da massa ignara dos “sem-canal-em-Brasília” aqui da planície, condenados a competir de peito aberto com as chinas da vida, transformam os mega-empresários do nosso “capitalismo de compadrio” nos “intérpretes” que qualquer estrangeiro treinado apenas na competência, na lógica do mercado e no bom senso precisa obrigatoriamente ter para poder operar direta ou indiretamente na ou com a “6a economia do mundo” (ou seja lá qual o posto para o qual tenhamos sido rebaixados nesta última rasteira) onde não valem as leis universais.
Em entrevista “gostando da Dilma” para a Folha de S. Paulo de 6 de julho passado, Rubens Ometto, da Cosan, dizia isso com todas as letras: “Somos brasileiros, fazemos a diferença porque sabemos como proceder, lutamos pelos nossos direitos politica e economicamente (…) para defender minhas empresas no Executivo e no Legislativo (sic). Claro que não se pode fazer certas coisas que acontecem por ai (especialmente nesses tempos de Lava-Jato) mas eles (os estrangeiros) precisam de alguem que more no Brasil“…
Logo abaixo dessa pontinha da pirâmide comem soltos os cínicos da especulação, para quem para cima ou para baixo pouco importa, o que interessa é o tamanho das oscilações, e se empanturram os banqueiros que recolhem os mortos e feridos e, a peso de ouro, os “adquirem e refundem” em novos frankensteins para o mundo dos mortos-vivos do empreendedorismo brasileiro enquanto nos sugam pela interposta pessoa do estado estroina a quem não interessa o tamanho do juro a ser pago, tudo que é necessário é que o dinheiro não pare de fluir.
Já para a grande massa descrente dos da base da pirâmide, aceitar a velha e surrada esmola corporativista de sempre quando a conta chega e a miséria aperta, ha muito que deixou de ser engodo que ainda engane alguém: é tão somente, ao fim de cinco séculos sem mudanças, a única maneira realista de salvar-se quem puder salvar-se da parte que for possível do adicional de sacrifício a ser imposto aos demais toda vez que a farsa completa mais um ciclo, ainda que à custa de ficar devendo à máfia.
Entre o suborno do “direito especial” a não pagar inteira a sua parte da conta oferecido pelo político/sindicalista de plantão a quem tiver massa eleitoral para tanto no atacado e, no varejo, a sangria sistemática dos empregadores pelos advogados “trabalhóstas” que vivem de cabalar candidatos a assaltar e dividir o produto do roubo com quem foi louco bastante para oferecer empregos no país que Getúlio Vargas condenou à danação eterna com o “matreiro” achado – “Seja canalha que a Justiça do Trabalho garante” – com que se perpetuou no poder, muito pouca coisa da moral e do orgulho nacionais restam em pé.
É de cima desses escombros que este Lula sempre triunfante apela pelo pior em cada um de nós com o seu proverbial: “Eu sou; mas quem não é”?
São estes – fora a pequena multidão dos “militantes” dispensados da corrida do merecimento pelo “toque de Midas” invertido dos “de dentro” que o PT multiplicou em metástese em cada célula do estado nacional, habitantes daquele mundo encantado do Planalto Central onde as marés são eternamente montantes, os salários sobem 78% em plena crise e os empregos nunca desaparecem – os únicos interessados em impedir para todo o sempre que se trate de curar as ancestrais doenças deste brasilzão onde, desde sempre, nunca tão poucos deveram tanto a tantos.
Você precisa fazer login para comentar.