A peste e a reforma das reformas

24 de março de 2020 § 24 Comentários

Artigo para O Estado de S. Paulo de 24/3/2020

O problema é de ajuste fino. Definir o que é ou não essencial. Fechar tudo, sem mais, vai caindo a ficha do mundo inteiro, é mais ou menos como suicidarmo-nos antes que o virus nos pegue. As economias não podem ser desligadas e ligadas impunemente. Elas morrem e têm de nascer de novo o que são processos muito mais demorados e dolorosos.

Dinheiro x vidas? Falso dilema. Economias são pessoas. Sonhos feitos e desfeitos. Semeaduras de saúde ou de doenças futuras. Plantações de paz ou de violência. Partindo do nada, o tsunami econômico politicamente fabricado em nome da contenção da pandemia do coronavirus está provocando uma devastação que, considerado apenas o ponto a que já chegou, muito abaixo da crise de 2008 para a qual havia todos os fundamentos econômicos e financeiros concretos, será um marco divisor na história da humanidade.

Nem os Estados Unidos, com todo o seu poder e sua glória, poderão mantê-la viva artificialmente distribuindo um trilhão de dólares por quinzena para cima e chequinhos de campanha eleitoral para baixo, à la Lula. No Brasil os 15 dias de pânico já quebraram mais de R$ 1,5 trilhão no valor de tudo que está nas bolsas, mais de 20% do PIB…

Investir em precisão e comedimento é a resposta correta como mostra o argumento indiscutível do resultado que se pode aferir comparando a destroçada Europa Latina, de que somos filhos, toda ela em “rigorosa quarentena” e índices de mortalidade que começam por mais que o dobro dos nossos 1,6% e vão até aos quase 9% da Lombardia italiana, com Alemanha, Taiwan, Cingapura, Coreia do Sul e outros que têm colhido índices de letalidade inferiores a 0,4%.

Não há ventos favoráveis para o navegante que não sabe para onde vai. Testagem rápida em massa e parar, na maior medida possível, só os doentes e os transportadores de doença já identificados. Pesquisa intensiva de tratamentos eficazes. Precisão na informação, rigor nas medidas preventivas individuais, eis os ingredientes que detêm a pandemia e enfraquecem o coronavirus.

O primeiro e maior desafio é portanto da imprensa. A pergunta essencial é quanto da reação dos políticos responde aos fatos e quanto à cobertura que ela tem feito pois é no interstício entre essas duas balizas que prospera o virus que vai devastando a economia do planeta inteiro, este sim de uma letalidade nunca antes vista em tempos de paz ou em tempos de guerra, no mundo antigo ou no mundo moderno.

O desafio está em impedir que o foco da cobertura desvie-se da mecânica da progressão da doença para as reações do povo às determinações dos políticos e as dos próprios políticos às decisões de outros políticos, o que nem sempre é fácil de separar. Em outras palavras no rigor do cuidado das redações em não se deixarem transformar em correias de transmissão de um pânico que se alimenta de si mesmo.

Garantir três horas de palanque por dia para políticos isentos dos efeitos das medidas que baixam disputarem poder uns com os outros na base do “quem fecha mais” é tão seguro, num país com o retrospecto político do Brasil, quanto ascender uma tocha para procurar uma agulha num paiol de dinamite.

Não é só no Brasil, aliás. Em todos os países onde a autoridade (dos governantes e da imprensa) está desmoralizada pela conflagração ideológica o combate à peste é duplamente problemático. O comportamento das áreas técnicas dos governos e do povo é razoável mas na ida e na volta as informações têm de passar pelos políticos e pelos seus respectivos “batedores de caixa” na internet e nas redações engajadas. E aí todo cuidado é pouco. Quanto desse empenho todo é luta pelo poder? Quanto é vaidade? Quanto do que dizem e fazem os governadores-candidatos e o presidente candidato é fruto de decisões conscienciosas e equilibradas e quanto é precipitação para acusar, direta ou indiretamente, o adversário de omissão?

As dúvidas são pagas em vidas…

É, de qualquer maneira, uma controvérsia que se desfará por si mesmo. Todo o esforço de equilíbrio fiscal de um ano inteiro do ministro Paulo Guedes virou pó na primeira hora da paralização total da economia mundial. Isso arrebenta com a arrecadação num quadro que já era de falência geral dos governos estaduais e municipais. Vai faltar dinheiro para pagar polícia e hospital em dois, no máximo três meses.

O Brasil é o “velhinho” desta epidemia. A economia de pior desempenho numa quadra de prosperidade global. Roído pela privilegiatura, não tem um pingo de gordura de proteção social. No mínimo a metade da população já vinha vivendo da mão para a boca. Uma economia de guerra será agora, e por muito tempo, a realidade de todos.

Não haverá alternativa senão partir para a reforma das reformas. Para Bolsonaro será a última chance de redimir-se de tudo que não fez e não deixou fazer embora estivesse autorizado a tanto pela votação maciça que teve. Para seus adversários, a definitiva de provar quanto, de fato, preocupam-se com a saúde dos nossos avozinhos. Para o Brasil, como um todo, a de entrar, finalmente, para o rol das democracias, acabando com a privilegiatura medieval, ou mergulhar definitivamente no caos. Não vai ter outra.

 

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§ 24 Respostas para A peste e a reforma das reformas

  • Miguel Burihan disse:

    Impecável, mas tenho o sentimento de que dinheiro não vai faltar, quando acabar o que eles ja tomaram da gente…. tomam mais e ponto.

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  • Marcos andrade moraes disse:

    vc colocou Bolsonaro e os governadores no mesmo patamar de responsabilidade e burrice.Vc ainda não se redimiu da burrada que fez em outubro de 2018.

    MAM

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    • Alexandre disse:

      Burrada mesmo fez quem colocou o PT no segundo turno.

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    • Mario disse:

      Burrada seria termos colocado o PT no governo, coisa que você, do alto da sua antipatia, sempre quis.
      se os acólitos do ladrão de nove dedos estivessem no governo, essa seria uma ocasião perfeita para a tomada do poder.
      Burrada é o que você faz cada vez que comenta alguma coisa aqui.
      Leia o pessoal da sua turma. Caia fora. É chato demais

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    • pedromarcelocezarguimares disse:

      Afigura-se por aqui como o traveco “Maldita Geni” aprisionado pelo falo corruptor petista.
      Pelo jeito nao eh bem quisto neste Blog…Procure sua turma!!!

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  • carmen leibovici disse:

    Eu penso o seguinte a respeito dessa virose física e econômica em andamento.
    Primeiro, que os monopólios mundiais vencerão,caso não nos conscientizemos logo sobre esse perigo,e dominarão totalmente a economia mundial,talvez à moda chinesa ou em aliança à ela,que é a grande produtora mundial de insumos para nações de primeiro mundo.Os pequenos serão arrasados se essa insanidade continuar.Por isso penso que essa pode ser,pelo menos em parte,uma ” virose” deliberada e decidida pelos monopólios,eventualmente bancos centrais e governos mundiais interessados.
    O Brasil,como não tem investido em industrialização para proveito próprio de suas commodites,seguirá escravo,especialmente da China ,país para o qual mais exporta nossa riqueza natural.
    Segundo,esse negócio de quarentena ,tutela a humanidade.
    Uma campanha indicando e alertando às pessoas-que são adultas-como se comportar ,bastaria.
    Esse negócio ( literalmente)de exames preventivos em massa não vai funcionar,uma vez que virtualmente todo mundo deve estar contaminado,apenas que nem todos desenvolvem(como qualquer gripe,p.ex),então isso seria criar mais pêlos em toneladas de ovos.
    Terceiro,essa virose está expondo um mundo tanto desorientado quanto criminoso.Os dois tipos humanos estão expostos.

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    • José Luiz de Sanctis disse:

      Concordo. É preciso ter muito bom coração para acreditar que a disseminação desse vírus não foi proposital. O partido comunista chinês vem disseminando vírus pela humanidade há décadas, só que este veio acompanhado de um vírus muito pior, do marketing do terror propagado pela imprensa marrom e canalhas oportunistas da política. É só ver quem está ganhando com isso. Não lembro o nome do Senador republicano que disse há décadas que investir na China seria um tiro no pé, criando uma cobra, mas a mão de obra escrava despertou a ganância de muitos. O tal negócio da China se transformou num presente de grego.

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      • carmen leibovici disse:

        É o método de ditaduras,entre elas as comunistas:destruir,destruir,destruir para tirar a força das populações e intimida-las para assim adentrar dominando.Política da manipulação através do medo.
        Obviamente que eu não posso afirmar,mas,por exemplo,aqueles derramamentos de óleo recentes no Nordeste brasileiro ,visando ,quem sabe,terminar com a subsistência da população, que é a pesca e turismo,podem ser um exemplo desse tipo de forças enfraquecedoras em ação.Esses derramamentos não estão explicados.
        Obviamente tbm não estou acusando,mas os dirigentes da China trabalham estrategicamente há anos para voltarem a ser um Império mundial,então…Tem os russos também ,entre outros loucos…
        Nestes dias que correm não dá mais para ser ingênuo

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      • carmen leibovici disse:

        A China deu uma freada em sua economia.Não seria interessante para ela segurar a economia mundial todinha ,enquanto se reestrutura?A impressão que eu tenho é que os governos do mundo todo estão caindo como patinhos bobos nas mãos da China.Pararam de raciocinar com independência.

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  • Nelson Secaf Junior disse:

    “Não há ventos favoráveis para o navegante que não sabe para onde vai.” Sempre brilhante, Fernão !
    Estamos todos no mesmo barco, mas diferentemente dos Alíseos, os ventos tempestuosos têm vindo sempre do oeste….as esquerdas, governadores empostados, algumas alcateias do Congresso, grande parte da imprensa, Juízes, bombardeiam massivamente o barco Brasil.

    Para o bem da imprensa, e para o futuro deste jornal, Fernão deveria ser nomeado Ombudsman do Estadão. Seria certamente um capitão com rota coerente e honesto!

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  • marina alves dos santos disse:

    Lembrando que, é no STF que se vê, mesmo em tempos normais, incentivos à irresponsabilidade fiscal, agora então, governos são autorizados a descumprir pagamentos ao mesmo tempo que recebem mais verbas. Depois criticam quem foi às ruas dia 15, sem entender que ninguém aguenta mais o atraso que essa gente promove. A gente engole as instituições quando elas respeitam o cidadão, por ordem da verdadeira Democracia. Mas, no Brasil o cidadão não vê isso; o que ele vê é que quem se elege fica lá trabalhando e recebendo para se reeleger. Voto obrigatório não é liberdade democrática. Candidatura avulsa, reforma política etc. é o que queremos. Isso, esses que estão aí não se interessam em fazer. Então, tem que ver antes de tudo, por que tem gente que aparece bradando contra as instituições. Digo isso aqui do meu canto, já na faixa de idade bem avançada, só observando os acontecimentos.

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  • José Diniz disse:

    Quem irá perder com está pandemia exagerada.Sao os pequenos e médios empresários e a população que irá perder o sonho de emprego etc
    As Grandes empresas tem reservas suficiente para aguentar a crise.
    Exceto nos EUA que eles estão liberando recursos para os que geram sonhos e empregos.
    Aqui no Brasil o Governo liberou financiamento para os pequenos e médios pelo Banco Povo.
    Verifique se você consegue com tanta burocracia.

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  • Carmen Leibovici disse:

    Paradoxalmente,Bolsonaro,ao vacilar no avanço corajoso das Reformas,especialmente a administrativa,que deveria limpar de privilégios a máquina pública,perde seu eleitorado a passos largos,que é o que ele mais almeja.

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    • LSB disse:

      Prezada Carmen,

      Até entendo a decepção dos eleitores do Bolsonaro.
      Entretanto, creio que fosse quem fosse, tais reformas não sairiam ou sairiam muito abrandadas.
      O “sistema” é… (frase do filme “Tropa de Elite 2”).

      Abs
      LSB

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      • carmen leibovici disse:

        Olá LSB,pode ser que você tenha razão e fosse quem fosse as reformas não sairiam.Mas fosse quem fosse,eu reclamaria,sempre esperando que finalmente saiam.

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  • Carmen Leibovici disse:

    que é o que ele mais almeja manter…

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  • rubirodrigues disse:

    Esse vírus precipita um novo espírito do tempo.
    – Estamos todos no mesmo barco;
    – A natureza não leva em conta ideologia ou cor da bandeira;
    – Conta gorda no banco não compra o arroz que não existe;
    – O valor está associado a bens e serviços e não ao dinheiro.
    – A divisão de poderes de Montesquieu não garante liberdade, é, portanto, uma fraude;
    – A corte só mudou de nome, chama-se agora elite política.
    – O verdadeiro poder democrático não é eleger, mas em cassar o agente público pernicioso.
    – O comportamento de Pequim sepulta qualquer pretensão de governo mundial. Provavelmente nem Bruxelas se sustenta.
    – A pandemia fornece à banca a desculpa para justificar que o seu dinheiro evaporou.
    – Esta aberta a possibilidade da Economia voltar à realidade da produção e abandonar a ficção financeira.
    – É tempo do Brasil esquecer a metrópole, superar o complexo colonial e fazer o seu próprio pacto social verde e amarelo.
    – É tempo de iluminismo.

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  • Cirval disse:

    O maior desafio será domar a doença nos momentos cruciais do arco de 90° e fazer a reta decair. Não se trata de eliminar a doença, porque vamos conviver com ela o resto da vida, e sim de evitar que se chegue a uma situação em que os serviços médicos não deem conta. E também não se trata de preservar a vida dos “avozinhos” como eu que, se tiver que ser sacrificado para os meus filhos e neto ter uma vida melhor eu topo. O problema é que, enquanto não se chegar a uma vacina que elimine a Covid-19, não serão somente os “avozinhos” que vão morrer. Morrerão também aqueles que não forem assistidos pela sobrecarga dos serviços médicos. Muita gente parece se esquecer que a Covid-19 está atingindo classes mais privilegiadas e que milhões de pessoas que vivem em sub-residências de 20 m2 com cinco a oito pessoas serão atingidas. Portanto, o isolamento, exceto as atividades de primeira necessidade, é necessário, mas não interminável. O segredo é manter a linha do arco angular descendente e poderem os serviços médicos atenderem o máximo de pessoas possível. No achatamento da linha seriam liberados aqueles que são a força de trabalho e nós, “avozinhos”, permaneceríamos isolados até chegar a vacina. Infelizmente não é esse o raciocínio que faz o presidente, pois, para ele, o que vale é o seu ponto de vista e não da ciência. Como aqui escrito, teve votos suficientes para fazer, de cara, as mudanças necessárias para melhorar o país e, em um ano de (des)governo só tratou de picuinhas e rivalidades desnecessárias, quando deveria unir o país. Dormiu em cima dos louros (votos) e ainda não acordou. Fizeram bem os Ministros e governadores que se anteciparam a ele nas medidas mais drásticas, sem ouvi-lo, porque, se dependesse dele passaríamos mais um ano ouvindo que a “gripezinha” não o atinge e sem tomar as medidas necessárias à minimização dos danos da Codiv-19. O que ninguém menciona é que a calamidade pública exigiria a redução dos salários da “privilegiatura” para transferir, temporariamente, recursos para os mais necessitados. Estes sim terão prejuízos fenomenais, porque a maioria tem apenas o ganha-pão, sem nenhuma gordura. O problema é que reduzir os efeitos da doença ou até solucioná-los exige a presença de um estadista que, hoje, inexiste, mormente no Brasil, em que temos um arremedo de presidente. Pior, temos que contar com a sua indigência gerencial. Quem sabe tenha um surto repentino de gestão. Vamos aguardar.

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    • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

      Sem a despenduricalhização – retirada daqueles penduricalhos que engordam os contracheques dos funcionários federais, estaduais e municipais e que eram para ser temporários , mas acabando como direitos adquiridos definitivos garantidos por leis… causando um efeito bola de neve, muito estudado pelo Banco Mundial – dos contra cheques privilegiados, não haverá como fazer a reforma das reformas. Nossos empresários terão que produzir fábulas para que o país enriqueça tanto, mas tanto, de tal forma que sobre para os felás, digo cidadãos pagadores de impostos em cascata e que de nada se beneficiam em comparação ao que poderiam a estar já beneficiados, se a República fosse séria. Não gostaram? Então mordam a ponta do nariz que passa, mas a ponta do nariz deles, que te exploram.
      O Brasil está mergulhado de cabeça num mar de fancarias. Quem vai desatar o nó? Talvez o covid-19 proporcionará o despertar !

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  • Darcir Valeri disse:

    Fiz um comentário e ao voltar pra revisá-lo, não o encontro – o que aconteceu?

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    • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

      Darcir, ontem ao redigir e concluir meu comentário acima também passei por uma situação na qual o computador passou a emitir várias ordens e, de repente, desligou por si. Ao religá-lo surgiu na tela uma explicação de que foi para proteger meus dados e depois tela azul… Através de ajuda do Windows consegui retornar a quase normalidade. Entre os pedidos estava um que dizia para eu desligar o acessório que eu adicionara, que poderia ser uma câmera ou outro…só que eu não instalara nada.
      Chiiii será que sofremos ataque de forças do planeta urcania?

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  • Francisco Eduardo Britto disse:

    Vocês estão de brincadeira? São 16.000 mortos no mundo até esse momento, Mais de 6000 na Itália, 2200 na Espanha, e números crescentes! Como é que se lida com isso? Com alto nível de organização e inteligencia técnica e emocional, equipes integrada e multidisciplinares, planejando e executando ações, nos três níveis de governo, pelos 27 estados. Um trabalho gigantesco, em que pagaríamos um preço alto economicamente, mas o dinheiro viria, porque é para isso que o dinheiro existe, para ajudar pessoas e empresas em situação de calamidade piblica. Mas como esperar isso, se quem deveria liderar essa guerra – o presidente – é uma pessoa despreparada e desequilibrada? Ou alguém aqui vai dizer que ele é preparado e equilibrado? Como sair dessa sinuca de bico?

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    • José Luiz de Sanctis disse:

      A outra opção era o “preparadíssimo e equilibradíssimo” poste Haddad e toda e corja petralha. Se essa desgraça ocorresse, este artigo não seria publicado e não estaríamos comentando aqui.

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