A imprensa e a pauta nacional
11 de maio de 2015 § 83 Comentários
Artigo para O Estado de S. Paulo de 4 de maio de 2015
De quanto tempo será o castigo? Quanto teremos de viver sem respirar? Quantos vão morrer?
Ha controvérsias. Aquele câmbio de “fazer pobre viajar de avião” que o Lula vive exibindo como prova do seu amor pela humanidade destruiu a indústria nacional. Junto com a desmontagem dos três eixos de produção de energia – a elétrica, a de biomassa de cana e a de petróleo – pelo tamponamento de tarifas para “tirar 50 milhões de brasileiros da miséria” com uma caneta até à véspera da eleição compõe hoje o epicentro do tsunami que empurra para cima, aos trancos e barrancos, todo o sistema nacional de preços relativos. A produção, o trabalho, a vida, enfim, terá de se reacomodar por ensaio e erro apenas para deter a queda.
Mas essa é a parte fácil. Em tempos de mercados globalizados acertar entre o ministro Levy e os vendedores de “governabilidade” em quem será enfiado cada pedacinho da conta doméstica é o de menos. Difícil será desprogramar a subversão conceitual que explica a nossa inesgotável tolerância ao abuso e mantém fora do horizonte qualquer possibilidade de “ajuste internacional“, o único capaz de matar a miséria.
Os buracos hoje fecham-se ou alargam-se em função do acerto entre cada comunidade de produtores e seus governos nacionais. O que decide é a carga que uns põem nas costas dos outros. Todo mundo sabe disso mas, se nós ainda guardamos alguma lucides como indivíduos, não sobrou nenhum resquício dela enquanto sociedade. O Brasil perdeu a capacidade de discernir a fronteira básica entre a religião e a ciência e a grande pedreira vai ser recolocar a relação de causa e efeito, fundamento da ciência moderna, na posição de centralidade que ela deve ter no nosso sistema de intelecção da realidade.
Brasília nem sequer sabe que existe uma crise. É lá o tal “país sem miséria” onde, em pleno desastre nacional, a verba dos partidos triplica, os meritíssimos se outorgam “auxílios” de fazer corar os cínicos, os indemissíveis “educadores” dos filhos do Brasil, enquanto morrem em massa os empregos cá fora, não deixam por menos de retumbantes 75% a sua “exigência” de “reajuste salarial”.
E a dívida dessa Petrobras estuprada, “a maior de todo o mundo corporativo em todos os tempos”, quantas gerações de brasileiros que ainda nem nasceram viverão e morrerão pagando essa conta? Nem por isso a Petrobras deixa de continuar tida e afirmada como “um orgulho nacional”, sob um silêncio quase unanime de anuência. Nem as vísceras à mostra remetem àquela clássica — àquela histórica, translúcida e necessária — relação de causa e efeito entre a condição de empresa estatal num país pré-democrático e o aparelhamento do seu staff e dos seus recursos por um projeto de poder bandido, ainda que moremos todos no país onde nem uma única solitária pessoa duvida que, para onde quer que se olhe, “não se coloca um paralelepípedo no chão sem pagar propina”.
O máximo que se ousa timidamente pedir são menos ministérios. Das outras 37 fundações, 128 autarquias e 140 empresas estatais somente no âmbito federal, ninguém fala. Da existência delas só fica sabendo, aliás, quem olha com lente o que “vaza” pelos interstícios dos “verdadeiros problemas nacionais” que a imprensa se permite enxergar. Adicionados estados e municípios ninguém sabe a quantas andamos, estado x nação. A Petrobras sozinha tem 446 mil funcionários, algum jornal deixou escapar enquanto falava de coisa “mais importante“. Meio milhão, fora aposentados e encostados! É provável que esteja para o resto das petroleiras do mundo, somadas, como as nossas escolas de direito estão para as do resto do mundo somadas. Nós “ganhamos”; temos mais!
Só de “sindicatos” de propriedade una e indivisível de “líderes” sem liderados sustentados pelo imposto sindical, a linha de frente dos “movimentos sociais” que se querem substituir ao sufrágio universal, parece que já temos 28 mil, segundo menção não provocada e acidentalmente publicada de fonte abalizada. “Justiças”? Temos cinco, completas, um plural que elimina, “em termos”, a possibilidade de se fazer a única que de fato “é” que é aquela que se define pelo estrito singular. Apenas uma delas sangra nossos produtores em 50 bilhões de reais por ano — quase o ajuste inteiro que se está buscando — só em “processos trabalhistas”, indústria à qual se dedica com exclusividade metade daquela multidão de “advogados” que nossas incontáveis fábricas de rábulas “põem” todo ano. É a sementeira do que nos tornamos; a lunpencorrupção: “minta, traia, falsifique que o governo garante”.
Quem tem a menor sombra de duvida que um país assim não pode dar certo? Que este é o ambiente onde a corrupção e o crime estão como querem? Que não teremos condição de competir com ninguém e quebraremos a cara tantas vezes quantas tentarmos antes de curarmos essas feridas?
E no entanto, para quebrar o encanto, basta insistir obsessivamente numa conta simples: quanto estrago, quanta miséria, quanta violência evitável torna-se obrigatória para o Brasil onde vale tudo para que o Brasil intocável possa continuar intocado? O que, a cada passo, estamos trocando pelo quê?
Nossas escolas ensinam que tocar nesse assunto é heresia sujeita a auto-de-fé. E nossas mentes jesuítico-aplainadas, tudo indica, estão prontas para absorver a lição. Tanto que o máximo que nossos políticos de oposição sugerem, nas suas mais ousadas expansões “libertárias”, é que enfrentemos tudo isso com revólveres sem balas. “Voto distrital, vá lá; mas sem recall”! E a imprensa, disciplinadamente, ha anos que não faz esse tipo de conta ainda que o mínimo que exige a decência de quem se quer o alarme das iniquidades do mundo é que não falasse de outra coisa. Como, porém, ela só se permite chamar de política aquilo que os políticos chamarem de política e de reforma o que eles, de livre e espontânea vontade, nos propuserem como reforma, o Brasil que trabalha, com o mundo dos estados “ultralight” fungando-lhe no cangote, terá de seguir vivendo à espera de um milagre para começar a discutir qualquer coisa que possa concorrer para salvar-lhe a vida.
A mudança que os 74% estão procurando
9 de junho de 2014 § 6 Comentários
“74% dos eleitores brasileiros querem mudanças profundas“, constatou o DataFolha.
Está aumentando! Na última rodada eram 70%. Esse é o “candidato” que mais cresce nas pesquisas mas nenhum dos competidores com número nas nossas urnas eletrônicas conseguiu associar-se a ele. O número desses “não representados” cresce, aliás, exatamente porque nenhum dos candidatos da oposição propõe mudanças no sistema. Só propõem mudar quem vai operar o mesmo sistema nos próximos quatro anos.
Aécio chega, até, a ancorar o seu discurso na introdução da meritocracia na equação de governo mas justifica-se, para tanto, com os mesmíssimos argumentos que Lula e cia. invocam para recusa-la: a sua augusta; a sua magnânima vontade.
Não serve!
Isso não pode mais ser uma escolha do governante de plantão. Ha que se tornar impossível recusa-la; viver fora dela; manter um emprego público sem ela. A meritocracia já é o maior dever de todo brasileiro que se mata de trabalhar aqui fora por um lugarzinho ao sol. Está na hora dela se tornar também o seu mais sagrado direito. E o que opera esse milagre é a instituição do voto distrital com recall.
Assim como mais que o salário ou mesmo o prêmio da remuneração variável é a perspectiva de perder o emprego que faz todo mundo trabalhar duro no Brasil Real tentando fazer mais que o vizinho; assim como a perspectiva do castigo é a única coisa que de fato detém o crime e a impunidade o fator que mais o incentiva, o recall é a semente da meritocracia na política e no serviço público. E meritocracia não é outra coisa senão sinônimo de fim da impunidade.
Com que mudança mais profunda poderiam sonhar os 74% de brasileiros desanimados de seu país e “não representados” pelos candidatos que estão aí, do que a de planta-la definitivamente nos universos da política e do serviço público brasileiros?
Mas o que é esse tal de recall? Porque o voto distrital puro é o pré-requisito para que ele possa ser implantado? Porque qualquer eleitor, do menos ao mais escolarizado, é capaz de entender a lógica dessa ferramenta e o poder fulminante que ela tem?
Essas são as respostas que eu ofereço na série de artigos cujos links volto a indicar aos leitores e sugerir aos candidatos no final desta introdução: porque armar a mão de cada eleitor com o poder de retomar a qualquer hora o mandato concedido a quem não corresponder às suas expectativas inverte a relação de forças entre o Estado e o cidadão que hoje impera no Brasil; são eles que passarão a depender de nós e não mais o contrário. Passa a ser nossa a iniciativa de propor reformas e deles a obrigação de executa-las, sob pena de perder o mandato.
Porque, então, a imprensa nunca falou nisso?
Apenas e tão somente porque a nenhum político interessa falar nisso pela razão óbvia de que ele prefere continuar para todo o sempre refestelado na impunidade e sem nenhum “patrão” cobrando o seu trabalho, e a imprensa brasileira de hoje limita-se a aderir ou a se colocar “contra” o que os seus “políticos de referência” propõem ou deixam de propor. A imprensa abandona a eles o comando da pauta política nacional; o poder de decidir o que o país deve ou não discutir em vez de confronta-los com as alternativas que o mundo testou e aprovou e obriga-los a se posicionar diante delas.
A imprensa que, em outros tempos, propôs e empurrou os políticos para as grandes guinadas da nossa trajetória política como a Abolição, a República, a volta à democracia constitucional (sob Getúlio) e a volta das eleições diretas (sob os militares), transformou-se, hoje, em mera caixa de ressonância do que dizem as suas fontes viciadas e abriu mão do papel propositivo que está legitimada para ter, elemento constitutivo que é de toda e qualquer democracia. É isso que justifica o apelido de “Quarto Poder” — mais independente que os outros três por estar livre das injunções das eleições e das nomeações — que a imprensa tem nas democracias.
Enquanto a referência do debate político brasileiro nesta era da globalização não sair das fronteiras do Brasil não haverá avanço nenhum. Seguiremos oscilando entre o despotismo puro e simples e o despotismo esclarecido em que temos vivido desde sempre.
É impossível aprender democracia em português, simplesmente porque nenhuma das sociedades que falam essa língua jamais experimentou uma. E não é só de exercício da democracia que se trata. Até o ato de pensar, de estudar e de pesquisar “inquisitivamente” nos é negado pelo vício secular do modo jesuíta de raciocinar “defensivamente” que nos foi incutido e a que estamos todos condenados desde antes de nascer. Nós não interrogamos os fatos em busca da verdade, preferimos lutar contra eles para enquadrá-los às nossas mentiras.
A função, por excelência, do jornalismo brasileiro nestes tempos de progressiva exclusão do país da competição global deveria ser, portanto, contribuir para inserir o Brasil no mundo moderno que é aquele que está lá fora. Oferecer-lhe parâmetros.
O divisor de águas da modernidade está no grau de inserção da representação política e do serviço público de cada sociedade no sistema meritocrático a que elas já estão inexoravelmente submetidas pela globalização da economia. Quanto maior a dissintonia entre esses dois universos mais lenta será a capacidade de se reformar para reagir a um mundo em permanente mudança e mais alto será o imposto burocrático a ser pago por essa sociedade na forma de exclusão dos mercados globais por falta de condições de competir com os mais ágeis.
O voto distrital com recall põe esses dois lados dançando para a mesma música, submetidos ao mesmo tipo de pressão. Com o mandato dos políticos passando a depender a cada dia da renovação do voto de confiança do seu eleitor, assim como o emprego desse eleitor depende a cada dia da renovação do seu contrato com o seu empregador, tudo se afina: todos passam a correr na mesma direção e na mesma velocidade, uns jogando a favor dos outros.
O que eu volto a oferecer a seguir são as razões da minha profunda convicção no poder fulminante desse instrumento. Siga a série pelos links abaixo e, se concordar comigo, ajude a espalhar essa idéia:
1
Voto distrital com “recall”: a reforma que inclui todas as reformas – 2
2
3
4
5
6
7
Os cães de Pavlov
24 de fevereiro de 2014 § 2 Comentários
Se já não é mole para ninguém, mesmo com todo o equipamento de leitura da realidade exterior em ordem, entender o mundo globalizado e lidar com a necessidade de regorganizar política e socialmente uma humanidade que sequer fala a mesma língua para enfrentar um desafio que doravante só tem solução pelo todo, para os brasileiros, que vivem por traz de uma lente de distorção da realidade implantada em cada cabeça desde antes dela ter consciência da sua própria existência que determina quase que organicamente a formação dos circuitos de processamento do que os seus olhos haverão de enxergar lá fora é praticamente impossível.
Porque, para além da carga que se nos despeja do nascimento até à idade em que o cérebro humano ganha autonomia, vemos essa distorção ser reforçada a cada passo pelo vasto aparato de controle do que hoje se chama brandamente de “correção política” montado para reconfirmá-la e preservar o sistema de poder que nele se apoia.
Um sistema de poder que, se já não imola fisicamente os dissidentes em fogueiras acesas em praça pública, lincha-os moralmente, confisca-lhes o direito ao trabalho e à sobrevivência econômica (se for um político ou um operário intelectual) e se os degreda da mídia, o que equivale a uma espécie de condenação à não existência.
O “retrato” tirado do país nas manifestações de junho de 2013 – em que a multidão gritava 500 “nãos” mas não era capaz de esboçar um único “sim” neste país onde ha 32 partidos políticos, todos “de esquerda”, refletindo fielmente a “demanda” pautada pela tal lente distorsiva – é um exemplo eloquente da força desse mecanismo repressor do pensamento e da completa inadequação entre o repertório conceitual que nos é incutido e a realidade que tentamos inutilmente decifrar com ele.
Se para os filhos de outras culturas mais dóceis à evidência dos fatos, lidar com esse desafio é um longo aprendizado para o qual parte-se do zero, para nós, os filhos do dogma e do pressuposto, o aprendizado da realidade existente só pode começar para os que forem, antes, capazes de revogar a realidade suposta que lhes foi incutida a vida inteira como a única verdadeira.
São dois trabalhos. Logo, se a verdade sem adjetivos maiores que a consciência da precariedade de qualquer verdade está em 100, há quem possa partir para a busca dela do zero e ha quem tenha de partir de menos 100. Considerando-se que no primeiro terço dessa trajetória a inteligência humana não está pronta para um vôo autônomo, é fácil entender porque tão poucos logram conseguí-lo: a vida normalmente não dura o suficiente para percurso tão longo nos dois terços restantes.
Não estamos sozinhos nessa arapuca. É nesse mesmo labirinto que anda perdida toda a latinidade, aí incluída, pelas razões expostas acima, a maior parte da parcela alfabetizada dela. Sendo, aliás, a escola e a universidade os principais centros de reforço e elaboração dessa construção distorcida, é mais comum, entre nós, encontrar quem enxergue as coisas como elas são entre os que continuam virgens dessas duas experiências do que entre os letrados e, sobretudo, entre os semi-letrados que constituem a grande força de sustentação do “Sistema”.
Vem de muito longe essa bifurcação dos caminhos da humanidade. O momento decisivo se dá no século 12 quando a primeira universidade da Europa – a de Bolonha – passa do controle dos sábios para o controle dos príncipes (com os sábios incluídos no pacote) num momento de vácuo de poder com o esvaziamento do da Igreja que mantinha todo o Continente até certo ponto “amarradinho”.
Ali ressuscita-se e põe-se para caminhar sobre a Terra a versão frankenstein de um “direito romano” torcido para parir e sustentar o absolutismo monárquico pelo expediente da constante fabricação de leis de ocasião sob a égide do lema Princeps legibus solutus est (“o príncipe” – que as baixava – “está desobrigado de todas as leis“).
É o regime sob o qual você, brasileiro, vive até hoje, 9 séculos depois, e que o ministro Joaquim Barbosa tenta solitariamente abalar nesses últimos meses.
A Inglaterra mantem o sistema da Lei Comum (Common Law) baseada na tradição, patrimônio comum a toda a humanidade até uma certa altura, portugueses incluídos com o seu “direito foraleiro” e, no mesmo século 12, faz do costume instituição, aparelha-o de um método de processo com a sistematização dos precedentes e sacramenta o juri como garantia da prevalência da procura da verdade pela interrogação dos fatos sobre o arbítrio do juiz ou as verdades reveladas.
Daí por diante nunca mais houve remédio para quem enveredou pelo desvio de Bolonha. Uma olhada neste mapa é quanto basta para confirma-lo.
Os marcos seguintes do percurso são mistos de intenção e oportunidade.
No século 16 a libido de Henrique VIII leva ao rompimento final com a Igreja Católica e à abertura da Inglaterra a todos os perseguidos do mundo, o que proporciona a uma humanidade até então sempre obrigada, debaixo de bota, a afirmar a fé do soberano, a primeira experiência de livre convivência com a diferença de crenças, de um lado, o que suscita dos reis católicos do Continente a reação pelo Terror contra a novidade que ameaçava suas prerrogativas, do outro.
A França tenta embarcar na abertura (com a revolução da Fronda) mas perde. E é lá, na Universidade de Paris, que um rico estudante basco, exigindo de cada um dos seus seguidores o juramento solene de que “Eu sustentarei até à morte que é negro o branco que meus olhos vêm se assim determinar sua santidade o papa”, funda a Companhia de Jesus, os padres soldados da Contra Reforma que, até bem perto de nós, teriam o monopólio da educação, entre outros menos longevos, nos reinos de Portugal e Espanha.
O resto são decorrências.
Porque a utopia inglesa é a da liberdade enquanto a francesa é a da igualdade de que não existe um único exemplo na Natureza?
Viver a diversidade de crenças levou os pensadores ingleses, para segurar o terreno conquistado, a erigir a tolerância em fundamento inegociável de todas as relações humanas; a tirar o pressuposto da frente do fato e o dogma da frente da experimentação. Alguém se perguntou se não haveria algo mais a fazer as maçãs despencarem do galho que a vontade de deus, a Terra saiu do centro do Universo e o homem saiu do centro da Terra.
Nasceu a ciência moderna e nasceu a democracia, cujo fundamento último é, justamente, a ausência de certezas.
E os filhos da Contra Reforma, em que estavam pensando nessa hora?
Não existe igualdade na Natureza? Sem problemas. Tratamos de imaginar uma Natureza “anterior” a esta que se vê onde a igualdade “estava presente” e, ao lado dela, um demônio que, por pura maldade, desorganiza essa santa paz. O nome desse demônio varia segundo a conveniência do momento: a “propriedade privada”, a “sociedade” … “os americanos”; essas desconcertantes manifestações concretas da própria desigualdade, enfim.
Conclusão:
Quem já nasceu sabendo; quem teve o privilégio de conversar com deus ou trocar segredinhos sobre o futuro com “a História” e vive atormentado pela renitente rebeldia dos fatos contra a ordem em que deveriam se conformar em ter permanecido, trata de “disciplina-los” punindo quem os vê como são e assim contribui para impedir a igualdade “perdida” de retomar o seu devido lugar na ordem das coisas.
Já quem se pergunta humildemente porque diabos as coisas são como são, logo aprende que as respostas têm estado muito mais frequentemente erradas do que certas e que há grande chance de haver erro nas suas próprias convicções do momento e verdade nas alheias, e que portanto, a liberdade – de pensar, de dizer e de agir para lá e para cá ao sabor dos acontecimentos – tem de ser inegociável, ou não haverá segurança possível para ninguém.
Você precisa fazer login para comentar.