Uma mentira puxa a outra

3 de dezembro de 2019 § 28 Comentários


Artigo para O Estado de S. Paulo de 3 de dezembro de 2019

Uma mentira puxa a outra. Até o Lula sabe disso e, excepcionalmente, confessa. O empilhamento de “erros” – e no Brasil a esmagadora maioria deles não passam de mentiras – é a maior maldição nacional. É daí que vem a obesidade mórbida da constituição (245 artigos, 105 emendas) e essa legisferância desenfreada que nos estão matando. Arrotamos “direitos” sem parar mas temos “cerca de” 200 mil leis em vigor (ninguém sabe o número exato), entre elas a que afirma que “ninguém pode alegar em sua defesa o desconhecimento da lei”…

O país real (99,5% da população) vai como vai o mundo da hiper-competição que ruge lá fora: corrigindo o mais rapidamente possível os seus erros porque contemporizar com eles é morte certa. Nada de mais. Até os animais irracionais funcionam assim. Mas não aquele Brasil isento de competição, com mandatos e empregos inabalavelmente “estáveis” (0,5% da população). Este desfruta de uma combinação de prerrogativas capaz de corromper até o mais santo dos homens. Não só está dispensado de pagar pelos seus como pode cometer “erros” em causa própria, fazer deles leis e normas constitucionais e impo-los, “petrificados” para todo o sempre, ao resto de nós.

Esse “erro” original da invulnerabilidade é o pai de todos os outros. E cada vez que é constitucionalmente “petrificado” mais um dos acertos entre grupos de poder para auferir benefícios ilícitos às custas dos outros que dela decorrem uma nova e frondosa árvore de gambiarras legais começa a estender seus galhos sobre a nação, de crise em crise, na vã tentativa de cercar os efeitos do “erro” original “imexível”.

Não é por acaso, portanto, que a alegação da “constitucionalidade” deste ou daquele movimento é tida pelo povo brasileiro como a mais segura prova da sua ilegitimidade. Assim como não é por acaso – e o freguês tem sempre razão! – que a imprensa que recorre a esses mesmos argumentos para declarar inconstitucional qualquer tentativa de corrigir essas distorções colhe do povo o mesmo repúdio que ele reserva aos toffolis e gilmares. A verdade no Brasil de hoje está sempre nas nuances


O mundo todo, aliás, anda mergulhado na Babel da subversão conceitual. Muita gente vê como sinal de morte da democracia a epidemia de explosões sociais sem projetos utópicos que grassa no planeta. A Primavera Árabe (2010), o Occupy Wall Street (2011), o Brasil-2013 e, neste 2019, França, Chile, Líbano, Bolívia, Equador, Iraque e o mais compõem um feixe de casos que não poderia ser mais diversificado em matéria de liberdades democráticas e níveis de desenvolvimento e renda. O que eles têm em comum não é o “descrédito generalizado nas instituições de representação do povo que sustentam a democracia”. É, ao contrário, o repúdio às versões falsificadas, às democracias sem povo ou ao esvaziamento do poder do povo por via direta ou indireta mesmo nas mais avançadas.

Andar para trás na senda das conquistas econômicas e sociais é sempre explosivo, não importa a altura da qual se parta. Abertas às pressões populares, entre as quais as mais fortes estão sempre ligadas ao medo da perda do emprego, a grande diferença entre as democracias e as ditaduras onde o títere pode bancar sua “valentia” com o sangue dos outros é a covardia institucionalizada. Essas manifestações são os estertores de morte, sim, mas das classes médias meritocráticas que, em qualquer canto do mundo, são as que primeiro aprendem a usar o poder de mobilização que as redes sociais proporcionam.

O poder de mercado chinês é, antes de mais nada, a projeção internacional de força do partido totalitário no poder. E tem tido enorme sucesso em dobrar e perverter o capitalismo democrático. Este tem de aprender com os socialistas a ser inflexível na sanção das manifestações em contrário. Em vez disso, citando Bolivar Lamounier domingo nesta página, vemos Hollywood aceitando a censura para não ser expulso do mercado chinês, a NBA fazendo rapapés a assassinos para desculpar-se pela declaração de apoio de um único atleta às manifestações de Hong Kong, as 40 maiores empresas aéreas do mundo concordando em apagar de seus sites qualquer referência a Taiwan como país e, acrescento eu, democracias maduras revogando legislações anti-truste para entrar na corrida de monopólios (e no consequente desembesto da corrupção) imposta por Pequim. Já são quase 40 anos de recordes sucessivos de fusões e aquisições…

Sempre a China totalitária impondo limites à liberdade de expressão e retrocessos às democracias e não o contrário, como deveria ser, mediante a criação de impostos sistemáticos contra a violação de direitos humanos e de propriedade que ela perpetra impunemente sem parar para roubar empregos, no primeiro momento, e liberdades, no fim da linha, às classes médias meritocráticas ao redor do mundo.

Feito de pequenos avanços no prazo de gerações que tornam impossível que qualquer uma isoladamente tenha memória viva de modelos muito diferentes para cotejar, a única maneira de evoluir rapidamente na arte da construção de instituições é com estudos comparativos. Daí o zelo da censura que os inimigos da democracia exercem no Brasil contra a cobertura do funcionamento das ferramentas do sistema imunológico das mais adiantadas (eleições primárias, recall, referendo, iniciativa, etc) que proporcionam aos seus povos o luxo de não estar nem aí para aquilo que querem nos apresentar como a essência delas, como é o caso de Donald Trump (que não manda nada) nos (próprios) Estados Unidos.

A resposta às explosões de descontentamento que pululam por aí é a que Sebastian Piñera está articulando no Chile: depois de cortar pela metade os salários dos políticos numa só tacada, eliminar os erros de raiz com uma nova constituição elaborada do zero por constituintes especialmente eleitos para isso (e não pelos politicos usurpadores da constituição a ser reformada), seguida de referendo popular do documento que eles elaborarem.

A única reforma que funciona continua, portanto, sendo a mesma de sempre: “Power to the people“.

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§ 28 Respostas para Uma mentira puxa a outra

  • Caro Fernão, a qual “people” você se refere ? Você acha que na China podem depender da opinião de 1,5 bilhões de chineses ? Você acha que a parcela da população brasileira que não tem informação pode decidir quem deve governar ? Eles se contentaram com o Bolsa Familia e elegeram os maiores escroques da história , por 16 anos ! A democracia tem limites, não vale sempre o “power to the people”.

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    • LSB disse:

      Prezado Milton

      O “power to the people” funciona sim (os EUA são a democracia mais funcional e rica que existe e,sintomaticamente, a mais descentralizada).
      Agora o grande “segredo” é simplesmente passar a conta para quem aprova o gasto!
      Descentralize tudo (criação de despesas e arrecadação).
      A centralização, sempre justificada em nome da “solidariedade” e “redução de desigualdades”, produz um “jogo” perverso: a irresponsabilidade em criar gastos associada à briga para passar a conta para os demais.

      Att.
      LSB

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    • Adriana disse:

      Funciona sim! Igual condomínio! Comparecem poucos às assembleias, mas aumento de conta e má gestão do dinheiro de todos costuma ser motivo de destituição do síndico, o ‘governante’ local.

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    • flm disse:

      People só tem um, sr. Golombek, no mundo inteiro.

      Quando os suíços inventaram a democracia federativa em 1290, é provável que não houvesse uma dúzia deles alfabetizados. Democracia não tem nada a ver com educação formal. Na verdade os centros de educação formal não tem feito outra coisa por ela nos últimos séculos do que desvirtua-la e falsifica-la porque, elite que são, não lhes agrada qualquer coisa que seja anti-elitista. E a democracia é a coisa mais anti-elitista ja inventada.

      Democracia trata do buraco da rua. De como o prefeitinho la do fim do mundo deve gastar o dinheiro que é de todo mundo. Ate o morador de rua bêbado sabe quando o prefeito mandou asfaltar uma rua porque mora la a mãe dele e não porque esta fosse a prioridade da cidade. Ou se esta ou aquela obra publica deve ser feita ou não, e pelo preço proposto. No resto o governo simplesmente não deve se meter. É problema de cada um como educar seus filhos, produzir cultura e etc. Quando você põe vereadores e deputados iluminados e pagos com os salários que eles próprios definem pra resolver isso no lugar do povo o resultado é o Brasil.

      E se for mais fundo, vira a China que é um Brasil sem disfarce, que atira na nuca de quem aporrinhar a “otoridade” assumidamente ladra com perguntas.

      Sim, o povo da China é muito melhor que o Partido Comunista Chinês e decidiria muito melhor que ele quem deveria governa-lo. Sobretudo se, como acontece na democracia, estiver livre para errar e corrigir seus erros sem que nenhum intelectual lhe diga com argumentos alheios ao senso comum (ou bom senso, como diz o povo) que isso não pode porque constituição é algo divino, esotérico e imexível como nos diz a gente culta do Brasil. Idem o povo brasileiro se aqui houvesse de fato um sistema eleitoral onde qualquer um pudesse se candidatar sem sentar no colo dos “especialistas” e dos donos ladrões e cultos (ou não) dos partidos, como acontece na democracia (que aqui não existe nem nunca existiu).

      O problema maior do Brasil não é o povinho que os fdp compram com bolsa família quando chegam ao limiar da fome politicamente induzida por gente culta mas os odebrechts e ésley “cultos” que eles compram com bilhões.

      Não existe alternativa para a democracia, sr. Golombek.

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      • LSB disse:

        Prezados Fernão e Milton

        A VERDADEIRA democracia talvez já tenha existido sim no Brasil.
        Na excelente obra “A História da Riqueza no Brasil” (lançamento relativamente recente – recomendo a todos), Jorge Caldeira mostra em detalhes como funcionava o Brasil antes da chegada da família real portuguesa.

        De fato, as vilas, rincões e demais aglomerados “semi” urbanos do Brasil eram geridos por meio de uma verdadeira democracia. A burocracia portuguesa não chegava nesses locais e, portanto, o povo tinha que se auto gerir.
        Conforme Caldeira conta, havia eleições sem restrições (uma cabeça, um voto), alternância de governantes e, em quase todas essas localidades, a população era 100% analfabeta.

        Isto tudo se perdeu no Império, mas, segundo Caldeira, já teria existido sim uma democracia verdadeira no Brasil…

        abs
        LSB

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      • flm disse:

        Conheço o livro, que é uma preciosidade.
        Jorge Caldeira é o libertador da história do Brasil. O primeiro a contar a história dos heróis anônimos que fizeram este país na clandestinidade, escondido do(s) governo(s).
        Sem duvida, a ultima vez em que fomos “americanos” no sentido espiritual que essa expressão tem (de anti-europa, de anti-absolutismo monárquico, de sonho de liberdade) foi com Tiradentes. Depois é a triste história da corrupção do Brasil…
        Entretanto, vivemos mais tempo sob a democracia dos analfabetos que Caldeira descreve que sob a ditadura dos corruptos que nos conhecemos. Essa memória atávica está aí, dormente, e ha de reviver de alguma maneira.
        Para quem estiver interessado, digite “Jorge Caldeira” na ferramenta de busca do Vespeiro que vem um monte de coisas interessantes…

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      • A. disse:

        Não sei o que é melhor: o artigo do Fernão ou a resposta dada ao Sr. Milton…! (com todo respeito, viu?, “seu” Milton!)

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  • LSB disse:

    Prezado Fernão,

    Grande artigo!
    (como sempre)

    Todavia, só para ser “do contra”:

    “A resposta (…) que Sebastian Piñera está articulando no Chile: (…) eliminar os erros de raiz com uma nova constituição elaborada do zero por constituintes especialmente eleitos para isso (e não pelos politicos usurpadores da constituição a ser reformada), seguida de referendo popular do documento que eles elaborarem.”

    Pois bem, sem entrar em detalhes específicos do Chile (que não sou especialista), MAS, de modo genérico, faço as seguintes perguntas/comentários (que valeriam para o Brasil caso a proposta fosse aqui e, talvez, não sei, valham para o Chile também):

    1 – Constituintes especialmente eleitos para isso?!?!
    Sob quais regras eleitorais?

    Se, por hipótese (bastante plausível), um dos grandes problemas do país (a ser “consertado” em uma nova CF) for exatamente a regra eleitoral que não permite uma REAL REPRESENTAÇÃO, como confiar/aceitar/legitimar uma nova CF se o processo mesmo de escolha dos constituintes careceria de legitimidade?

    Enfim, como evitar os vícios em uma nova CF se é viciado o processo de elaboração da mesma (uma vez que os eleitos não representariam fielmente o eleitorado)?
    Como evitar que uma seleção “viciada” de constituintes não mantenha os “vícios” que os sustentam?

    (uma resposta seria que, primeiramente, teríamos que “acertar”/”consertar”/”melhorar” as regras eleitorais)

    2 – Lá (Chile) como cá, uma constituinte, se não houver uma diretriz “´política” clara na sociedade (valores e expectativas relativamente bem definidos), pode resultar em um CF pior do que a vigente.

    Enfim, se houver um movimento popular que “conduza” o processo segundo diretrizes e valores bem “compreendidos” e “aceitos”/”desejados” pela sociedade, pode até ser que uma constituinte seja, de fato, uma solução.
    Mas no meio de insatisfações diversas, profusão de diferentes posicionamentos políticos (e soluções/arranjos econômicos propostos), alto grau de polarização e “geleias” ideológicas, há grande chance de se querer projetar um “objeto voador” e sair da prancheta um frankenstein 1/3 helicóptero, 1/3 avião e 1/3 submarino.

    Acrescento que, para as duas questões, pode-se arguir que há um referendo posterior. Ok, mas se a nova CF for ruim, reprova-se? E depois? Fica com a anterior mesmo? Nova constituinte de novo?

    Bom, desculpe ser um tanto quanto “advogado do diabo”, mas o intuito é aprofundar/enriquecer a discussão.
    No mais, continuemos no trabalho missionário…

    Abs
    LSB

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    • flm disse:

      1- fazer uma constituição é obra técnica. o que se quer aqui é resolver um problema específico e não criar um mecanismo perene de representação da sociedade. só existe um tipo válido de eleição: por sufrágio universal. não é preciso reinventar a roda. temos de parti do que existe de melhor no mercado mundial de instituições; do que melhor funciona. é como o remédio para qualquer doença. não temos de inventar um novo a cada doente que aparece. podemos importar e tomar os que ja existem e comprovadamente curam.
      tem de ser gente eleita só pra isso porque todo oi processo deve ser CRITICO. não faz uma nova constituição quem esta satisfeito e não vê erros na que tem. deveriam candidatar-se (e espero que fossem eleitos) os mais abalizados críticos da nossa fazendo campanha exatamente com base nas linhas mestras da sua critica.

      2- a única regra pétrea deve ser: “nada do que não for aplicável a todos os brasileiros sem exceção pode fazer parte desta constituição”. ja seria um excelente começo. as constituições devem tratar exclusivamente da regra do jogo e não do resultado do jogo. por isso os americanos, sempre um exemplo a ser seguido porque eles inventaram o jogo das constituições e fizeram a mais solida, durável e funcional que se conhece, mantem na federal exclusivamente o que nunca deve mudar: a inviolabilidade da pessoa (e de seu pensamento e propriedade, principalmente nas emendas até a 8va) e a natureza do regime que processará os pleitos dela, seus três poderes, como são eleitos, os limites deles, o que é dos estados, dos municípios e da união (nos 7 artigos).
      todo o resto deve ficar para as constituições estaduais e municipais que podem e devem ser mais moveis e fáceis de mudar (no caso das estaduais americanas elas são OBRIGADAS a passar por revisão de 10 em 10 anos).

      3- sim, reprova-se até que saia uma versão que a maioria do povo aprove

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  • LSB disse:

    Prezado Fernão,

    Grande artigo!
    (como sempre)

    Todavia, só para ser “do contra”:

    “A resposta (…) que Sebastian Piñera está articulando no Chile: (…) eliminar os erros de raiz com uma nova constituição elaborada do zero por constituintes especialmente eleitos para isso (e não pelos politicos usurpadores da constituição a ser reformada), seguida de referendo popular do documento que eles elaborarem.”

    Pois bem, sem entrar em detalhes específicos do Chile (que não sou especialista), MAS, de modo genérico, faço as seguintes perguntas/comentários (que valeriam para o Brasil caso a proposta fosse aqui e, talvez, não sei, valham para o Chile também):

    1 – Constituintes especialmente eleitos para isso?!?!
    Sob quais regras eleitorais?

    Se, por hipótese (bastante plausível), um dos grandes problemas do país (a ser “consertado” em uma nova CF) for exatamente a regra eleitoral que não permite uma REAL REPRESENTAÇÃO, como confiar/aceitar/legitimar uma nova CF se o processo mesmo de escolha dos constituintes careceria de legitimidade?

    Enfim, como evitar os vícios em uma nova CF se é viciado o processo de elaboração da mesma (uma vez que os eleitos não representariam fielmente o eleitorado)?
    Como evitar que uma seleção “viciada” de constituintes não mantenha os “vícios” que os sustentam?

    (uma resposta seria que, primeiramente, teríamos que “acertar”/”consertar”/”melhorar” as regras eleitorais)

    2 – Lá (Chile) como cá, uma constituinte, se não houver uma diretriz “´política” clara na sociedade (valores e expectativas relativamente bem definidos), pode resultar em uma CF pior do que a vigente.

    Enfim, se houver um movimento popular que “conduza” o processo segundo diretrizes e valores bem “compreendidos” e “aceitos”/”desejados” pela sociedade, pode até ser que uma constituinte seja, de fato, uma solução.
    Mas no meio de insatisfações diversas, profusão de diferentes posicionamentos políticos (e soluções/arranjos econômicos propostos), alto grau de polarização e “geleias” ideológicas, há grande chance de se querer projetar um “objeto voador” e sair da prancheta um frankenstein 1/3 helicóptero, 1/3 avião e 1/3 submarino.

    Acrescento que, para as duas questões, pode-se arguir que há um referendo posterior. Ok, mas se a nova CF for ruim, reprova-se? E depois? Fica com a anterior mesmo? Nova constituinte de novo?

    Bom, desculpe ser um tanto quanto “advogado do diabo”, mas o intuito é aprofundar/enriquecer a discussão.
    No mais, continuemos com o trabalho missionário…

    Abs
    LSB

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  • Sérgio Guerreiro disse:

    Queria dizer que considero os artigos do Fernão interessantíssimos, pois sempre aborda ângulos inusitados dos problemas políticos. Com uma visão do “geral para o particular” precisa e incisiva, que não abunda no mercado.
    Quanto ao comentário feito sobre o power of the people, sim os USA têm um sistema que funciona bem. Mas a possibilidade que isso possa ser aplicado para outros países, com uma carência educacional imensa, em todos o sentidos, dos iletrados aos ditos letrados, não dificultariam enormemente esse processo? Não poderiam haver atalhos, evidentemente que não extremos?

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    • A. disse:

      Todas as soluções propostas para esse malsinado país quase sempre desembocam num “mas”. São três letrinhas que sintetizam: ‘empurrar com a barriga’, ‘procrastinar’, ‘não vale a pena’, ‘é muito caro’ e um infindável ‘etc’. E, caro Sérgio, NÃO há atalhos, não! O caminho para o céu não é pavimentado por flores… Abraço!

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    • flm disse:

      as respostas dadas ao LSB valem aqui…

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  • Tony Abreu disse:

    muito bom ótimo texto e conteúdo apoio totalmente

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  • LSB disse:

    Prezadas “vespas”,

    Corroborando minha “tese” de que é quase impossível mudar o Brasil, acabo de ler:

    “O XXX conseguiu a primeira vitória de uma entidade sindical no Judiciário contra a Emenda Constitucional (EC) 103 – reforma da Previdência. A 9ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal concedeu nesta segunda-feira, 2 de dezembro, decisão liminar favorável à ação do Sindicato que questiona a possibilidade de contribuições previdenciárias extraordinárias de ativos, aposentados e pensionistas, bem como a diminuição da margem de isenção sobre as aposentadorias e pensões.

    (…)

    Com a decisão, a União fica impedida de implementar cobranças extraordinárias sobre ativos, aposentados e pensionistas do XXX, bem como de diminuir a faixa de isenção da cobrança sobre os proventos de aposentadoria e pensão, ‘enquanto não realizada avaliação atuarial por órgão/unidade gestora do Regime Próprio de Servidores Civis da União’, conforme observa trecho da liminar.

    Ocorre que tal entidade gestora, embora obrigação constitucional, ainda não foi constituída pela União e, portanto, não há cálculos que respaldem o déficit atuarial, cuja comprovação é necessária.”

    Ok, trata-se de decisão apenas LIMINAR.
    Mas observem a “criatividade” da tese jurídica. Há “infinitas” teses possíveis (e que irão “desafiar” o Judiciário…). Essa inclusive pretende questionar uma questão que seria “constitucional” (uma suposta obrigatoriedade de se constituir uma “gestora” do RPPS).

    Ou seja, por enquanto, ao menos “liminarmente”, a União não pode “implantar” a nova Previdência por completo. E restarão incertezas até que o Judiciário julgue essa e todas as outras teses que virão.
    No mínimo, teremos insegurança jurídica por um tempo ainda (e toda incerteza associada em relação às contas públicas e à solvência da dívida pública).
    Já no pior caso, uma tese passa e “bau bau” reforma da previdência (nessa hipótese também podemos “comemorar” o fim da incerteza acerca das contas públicas: elas irão para o buraco COM CERTEZA).

    Abs
    LSB

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    • Adriana disse:

      Que triste! Não que fosse boa a reforma, porque pesou mais nos idosos pobres do INSS, que nos privilegiados. Mas com essa decisão os privilegiados ficam de fora. Poucos e privilegiados se aposentando de modo nababesco nas costas de miseráveis.

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    • flm disse:

      Não confunda o Brasil com a bandidagem que tomou o Brasil de assalto, da qual a mafia trabalhista é o exemplo mais “de raiz”…

      É exatamente porque é assim que O PODER PRECISA MUDAR DE DONO.

      Veja bem: não adianta fazer mudanças, mesmo e principalmente as mais importantes, e manter os mesmos donos onde estão porque tudo volta, mais cedo ou mais tarde, pro mesmo lugar.

      É exatamente isso que o Brasil não aprendeu ainda: SO HA UMA MUDANÇA QUE MUDA TUDO: MUDAR O PODER DE DONO, o que se faz mudando o sistema eleitoral e armando o eleitor para antes e para depois das eleições.

      O resto é MENTIRA. O que o eleitor fará com esse novo poder é irrelevante porque se ele mantiver esse poder, não vai se amarrar aos erros como acontece hoje quando o “erro” é um acerto dos bandidos contra nós. Ele vai corrigir até encontrar o melhor caminho e isso não vai parar nunca porque o mundo muda, a vida muda, e o que é bom hoje pode ficar ruim amanhã.

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  • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

    Fernão, seu artigo(Estado, Espaço Aberto,p.A2,03/12) “Uma mentira puxa a outra” é uma boa provocação para lembrarmos sobre os entraves de sempre contra os interesses dos cidadãos que almejam a democracia, como você escreveu: ” Daí o zelo da censura que os inimigos da democracia exercem no Brasil contra a cobertura do funcionamento das ferramentas do sistema imunológico das mais adiantadas( primárias, diretas, recall,referendo, iniciativa,etc.)…”. A censura ainda hoje é a grande inimiga, mundo afora, dos sistemas democráticos, mormente quando produz a desinformação sofisticada e a opressão aos trabalhadores da imprensa, que muitos governantes maltratam e perseguem, pois eles incomodam seus propósitos autoritários, nem sempre disfarçados. Se a imprensa no Brasil baixar a guarda, e deixar a nau sem rumo, desinformada, aí sim não teremos possibilidade alguma de transformar nossos cidadãos em eleitores conscientes e sabedores do que devem fazer para alcançarem a democracia desejada. É por isso que nada se concretiza com relação a mudanças no ensino brasileiro. O artigo de Paulo Hartung, ao lado do seu, na mesma página, também oferece muitas explicações do que devemos observar para atingirmos a “refundação do Brasil” como ele escreveu. Muitos ainda não entendem que não se faz mudanças dessa natureza – destinar o poder a quem de direito: o Povo – da noite para o dia, senão por processos violentos, que a nós não interessa, mesmo sabedores de que a democracia exige esforços hercúleos para se implementar e se manter. Penso que a primeira iniciativa das elites nacionais seja transformar a mentalidade de nossos congressistas para facilitarem o processo de reconversão da privilegiatura em cidadania participativa democrática. A reforma política é fundamental para enfrentarmos o mundo competitivo hodierno e as nações amigas do Brasil também nos cobram isto, além de um sistema de leis estável, com eira,beira e tribeira , quem sabe um dia, não mais que de repente, estabeleçamos o o sistema de voto distrital puro com “recall”. Você Fernão é uma andorinha que anuncia a primavera e outras tantas aos milhares, cada uma a sua maneira, virão se associar a seus voos e chegada ao terra firme da democracia plena para todos.Não há mais espaço para as mentiras esconderem as sinecuras e privilegiaturas! Avante pois, com destemor.

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    • LSB disse:

      Caro Herbert,

      O buraco é “mais embaixo”.

      1 – Censura: exatamente a imprensa é a primeira a praticar. Com poucas exceções, a pauta é sempre a mesma (pelo menos nas últimas décadas). Limitam-se a “denunciar corrupção”, apontar pobrezas/misérias/violências/tragédias e a pedir sempre a mesma solução: mais Estado (mais burocracia, mais órgãos de controle, mais intervenção nas atividades econômicas, mais regulação da vida social, mais leis, etc.). Não há (ou quase nada) discussão séria sobre os motivos, causas e alternativas. Qualquer ideia minimamente diferente logo é bombardeada pela própria imprensa. Nossa imprensa é ultra estatista!
      Jornalistas/intelectuais que desafiam o senso comum não são tão comuns e acabam pagando “caro” por isso.
      O nome da empresa do Fernão (Exilados Comunicações) e o logo dizem muito sobre esse assunto.

      2 – “Penso que a primeira iniciativa das elites nacionais seja transformar a mentalidade de nossos congressistas para facilitarem o processo de reconversão da privilegiatura em cidadania participativa democrática”.

      a) Os congressistas são, por definição, elites.

      b) Circunstancialmente, empresário é uma das classes profissionais com mais congressistas na atual legislatura;

      c) Nossa elite é estatista. Nossos economistas, bacharéis, sociólogos, etc. são estatistas. Nossos empresários, no mínimo, aceitam/não se incomodam com o Estado – isso quando não se associam ao Estado…. (aliás, até nossos economistas liberais são estatistas, mas esse assunto mereceria um ensaio específico).

      3 – “Muitos ainda não entendem que não se faz mudanças dessa natureza – destinar o poder a quem de direito: o Povo – da noite para o dia, senão por processos violentos, que a nós não interessa…”

      Boa sorte!

      Não conheço um país (talvez a Suíça seja a única exceção, mas não tenho certeza absoluta, pois não conheço detalhes da história deste país) que tenha feito mudanças políticas profundas (boas ou más, que levaram ao desenvolvimento ou não) e que não tenha passado por episódios de violência.
      Para ficar nos mais tradicionais:
      EUA – Guerra de Secessão (escravidão: questão política não resolvida na fundação da Nação)
      França: Revolução Francesa (o Antigo Regime se extinguiria de forma pacífica ao longo do tempo caso a Revolução não estourasse?)
      Inglaterra: Revolução Gloriosa, Corn Laws
      Rússia: Revolução Russa
      Todo o resto da Europa passou por guerras e revoluções.

      Enfim, desejo muito que modernizemos nosso país de forma harmônica e pacífica, mas meu lado racional diz que isso nunca foi feito na história (podemos ser o primeiro? Quem sabe…)

      4 – O artigo do Paulo Hartung é cheio de generalidades, superficialidades, obviedades e lugares comuns. Precisamos ter análises e propostas mais concretas (apontado os pontos exatos que estão ruins, que são inaceitáveis e que devem ser modificados ou extirpados). Nesse contexto, e adotando a estratégia gradualista, a pauta do Fernão (voto distrital puro com recall) é muito mais “providencial”.

      Abs
      LSB

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  • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

    Caro LSB, agradeço seus comentários e acrescento a seguir, quanto a:
    1. Imprensa é uma coisa, “imprensa” (a falsa) é outra seara. Não se pode generalizar. Se nem nas elites universitárias podemos eventualmente acreditar, quanto mais quando se trata de imprensa engajada, encabrestada, que certamente também campeia por aí e que se parecem muito em sua atuação como muitos partidos de ocasião. Inimigos existem em todos os lugares, camaleões também. Nem toda a imprensa agiu em favor de revolucionários, houve também a verdade vendida pela imprensa dos opositores.
    2. Elite é composta por gente que pensa e por isso capazes de mudar o conteúdo das “zelites” – como algumas do Congresso Nacional, poderosas – convencendo-as através da aprendizagem sobre uma nova maneira de se legislar visando o bem comum. Do lado de fora dos governos e da imprensa temos gente suficientemente formada para isso?A elite estatista está vendo que a vaca deles está indo para o brejo na era da internet com a comunicação rápida e ação em conjunto de camadas diferentes da sociedade. A grande revolução é esta: “zelites que traem o povo vão ficar sem voto, a não ser que o povo seja muito vendido, o que penso que não o é.
    3. Hoje temos a imprensa para esclarecer, ou não; temos a internet, para esclarecer, ou não, mas nas revoluções que o senhor citou muitos cidadãos sequer sabiam ler ou escrever – como no Brasil atual – e também havia a imprensa do lado de lá e a do lado de cá, cada qual contando com seus políticos e representantes nos governos. Não defendo a ideia de que a Revolução Francesa tenha “estourado”, pois foi um processo que começou bem antes e até mesmo os partidos revolucionários atacavam~se entre si, e a guilhotina correu solta pela França, até que perceberam que muitas cabeças notáveis haviam rolado. Temos conquistado com dificuldades e demora bons resultados, por exemplo com discussões sobre cumprir pena logo após a condenação em segunda instância e sobre o compartilhamento de informação mediante pedido via ofício.. É pouco, mas exemplar. Das revoluções que o senhor citou, a russa e a francesa visavam a substituir as monarquias pelas repúblicas.Geraram a Primeira e a Segunda Guerra Mundial e muitas revoluções até hoje. Houve ganhos, sim, mas perdas incomensuráveis! A americana, um processo interno de separatismo.Todas geraram o caos e destruição numa quebra radical de tudo o que havia antes. Não acredito em sorte, acredito em ações racionais que visem transformações adequadas ao estado de coisas no mundo atual, que está a beira da terceira guerra mundial, já iniciada aos pedaços. O Brasil não é uma ilha, está num contexto de nações que podem colaborar com a força política de que precisamos para efetivar a mudança do nosso sistema eleitoral para distrital puro,Procurar a via bélica por princípio é má ventura. Diplomacia do canhão, ou da bomba atômica, é mais segura? Creio que não! O mundo já está farto de vitórias de Pirro!
    4. Temos instrumentos para fazer a nova Constituição atualizada que precisamos e é aí que as verdadeiras elites brasileiras farão valer o seu cabedal de conhecimentos mostrando o bom caminho. Até o nosso Supremo Tribunal já está dando mostras de que tem bom alvitre para respaldar e garantir mudanças e quiçá a formação de uma Comissão Constituinte. As propostas no artigo do senhor Paulo Hartung são a opinião dele e devem ser levadas em consideração na ampla discussão de idéias por um Brasil melhor. A princípio prefiro a revolução através das penas do que a das espadas. As espadas devem garantir o que as as penas elites ilustres dentro e fora dos governos redigirem em leis democráticas, referendadas pelo povo e respeitando o bem comum.

    É isto, e espero tê-lo provocado mais um pouquinho! Boa madrugada!

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    • LSB disse:

      Prezado Herbert

      Em linhas gerais, não discordo do senhor. Todavia, tecerei alguns “esclarecimentos”:

      Sobre seus pontos 1 e 2, lembro que meu comentário foi, de fato, uma generalização. É sabido que em qualquer profissão, atividade, etc., há os bons e os maus, os honestos e os desonestos, os extremamente capazes e os incompetentes, etc.

      Desta forma, obviamente há excelentes profissionais na imprensa assim como há pessoas muito preparadas entre aqueles que denominamos “elites”.

      Agora, eu generalizei porque, no meu entender, tanto os bons profissionais da imprensa quanto a elite liberal (de verdade) ainda são minorias bem “pequenininhas” nos seus respectivos grupos.

      Isso pode mudar? Sim… (e a internet, como o senhor lembrou, é “revolucionária” neste contexto)

      Agora, fácil? Não…

      Aliás, “corroborando” tal linha de raciocínio, li ontem mesmo um artigo do Roberto Duailibi (“O Barulho enlouquece”) no Blog do Fausto Macedo.

      Houve o episódio em Paraisópolis neste último final de semana.
      Qual o posicionamento da imprensa?
      Todas reportagens focam críticas à polícia (diversos “tons”, é verdade, mas todas matérias “apontando o dedo” para a polícia).

      Tais críticas podem até proceder (todas elas – não irei discutir isso), porém a imprensa (praticamente 100%) se limitou a tais críticas somente.
      Leia(m) o artigo do Roberto Duailibi e observe(m) a mesma questão ser discutida por um outro enfoque (outro lado da história) e com informações que a imprensa sonegou.

      Enfim, a imprensa, em seu conjunto, acaba “sufocando” discussões e debates sérios ao “embarcar” em um “discurso único”.

      Quanto às revoluções citadas, não são para ser tomadas como “exemplos” a seguir. E, de fato, os resultados (bem como os objetivos) foram diversos. O que observei é que tentativas de mudanças mais, digamos, “radicais” na sociedade, via de regra, acabam em conflitos.
      E. sim, o fator “sorte” / “aleatoriedade” faz parte. Se não fosse a seca que perdurava anos na França, talvez não tivesse ocorrida a Revolução Francesa.
      Ou como disse Maquiavel, ao príncipe não basta a Virtu, é necessária a Fortuna!

      (quanto à diplomacia, isso é outra discussão, mas vou lembrar da máxima de Theodore Roosevelt: “Speak softly and carry a BIG stick”)

      Mas meu desejo é realmente que consigamos mudar o Brasil na base do convencimento (apenas meu lado racional diz que, observando a história, isso é improvável).

      Quanto ao Paulo Hartung: pode ser o cara mais preparado do universo e ter as melhores ideias da galáxia, mas o artigo é “fraco” na minha opinião (por conter muitas generalidades e “lugares comuns” e não pela linha “editorial” que, aliás, não tenho nada a criticar).

      Abs
      LSB

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      • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

        Aos prezados Fernão, LBS e demais corajosos participantes do vespeiro. Tanto nos voos das andorinhas como nos dos vespeiros o que se percebe é que há uma liderança acreditada, reconhecida; sendo que no voo daquelas há uma concentração em coreografia de plasticidade mais ordenada, enquanto que nos vespeiros o que aparenta seus voos são uma dispersão dos indivíduos em torno de um propósito comum, digamos um “caos” organizado. Indo do todo para as partes, ou das partes para o todo, o que importa é ter-se uma linha mestra que traduza os interesses de todos os cidadãos envolvidos, mesmo que não os atendam totalmente, afinal temos, cada um de nós. que abrir mão de alguns pontos se desejarmos efetivar um comportamento solidário entre o Povo, para alcançarmos o mais próximo possível o ideal da democracia, que ainda hoje não vivemos de fato plenamente, mas que conhecemos, observando o mundo e nossos corações e mentes. Lembro que “urbi” se entende muito bem com a “orbi”, pois são habitados por seres humanos, e não devemos nos esquecer que através da palavra passamos da escuridão para a luz: fiat lux ! Toda a justiça não teria sentido se não houvesse a possibilidade da recuperação dos caídos no erro, conscientemente ou não. Penso que a base de todo sistema político está bem alicerçada quando emprega a verdade e a justiça para o bem comum. Como somos também muito escaldados e desconfiados, lá no fundo de nossos cérebros humanos ecoa uma antiga, incomoda e preocupante expressão latina: “Parabellum” ( Se queres a paz prepara-te para a guerra”) ! Escolho as batalhas travadas com as penas e vozes dos democratas, mesmo sendo eu neto de um ex-combatente prussiano na Primeira Grande (?) Guerra Mundial e de outros da Guerra Franco- Prussiana, que também dizimou muito aquela juventude européia – nesta vale lembrar que entre dois estados de origens maçônicas!! Desejo que consigamos unir esforços para realizar a “revolução” para o sistema de voto distrital puro com a maior rapidez possível em meio a tantos interesses divergentes dentro e fora do Brasil. Cada pequena/grande conquista é semente que produz árvores frondosas, com muitos frutos, os do lado da luz (sol) mais doces, os do lado escuro (sombra), mais azedos. Tão difícil quanto conquistar uma nova posição política democrática é depois mantela por longo período histórico. É isso que o povo deseja, mesmo que muitas vezes inconscientemente, conforme a boa índole. A pedra bruta, seja a mais mole ou a mais dura, o bom buril lapida e transforma. Perderemos certamente muitas folhs e cascas, mas a primavera se fará!

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  • marina alves dos santos disse:

    Se correr o bicho pega; se ficar o bicho come.Concordo com o Herbert: Com o passar dos dias, no contexto das Nações, o Brasil vai se envergonhando do seu atraso principalmente na Educação e, fatalmente haverá a incrementação de Líderes que priorizem o bem comum que atualmente não há ou há bem poucos. Hoje em dia está um horror ouvir os debates nas casas legislativas. Como confiar na capacidade de raciocinar de um cidadão que não conhece o básico da língua pátria? Pode parecer afrontoso para a mídia politicamente correta, mas não dá! Essa imprensa ficou apavorada quando o Vice Presidente opinou sobre a necessidade de pensar a nossa Constituição. É causa de denúncia dizer uma coisa dessas, fora que os jornalistas de hoje também em sua maioria são analfabetos funcionais esquerdistas. Até eu que tenho pouca leitura percebo isso.

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    • Herbert Sílvio Augusto Pinho Halbsgut disse:

      Sra. Marina Santos é bom também encontrarmos pessoas com pensamentos e posturas coincidentes, principalmente na seara dura da política num país de tantas desigualdades brutais. Creio que na imprensa há muitos já se preparando para mudar o tom e o conteúdo de seus trabalhos adequando-os para uma nova era de transparência tão buscada pelos cidadãos, não somente os bem ilustrados como os de bem com a verdade comum a todos. Falar com alguns Congressistas brasileiros sobre desfazer o sistema de privilégios reinante (ops!) é o mesmo que tentar convencer um diabético que não pode consumir todo o açúcar que deseja avidamente. Está entranhado neles, e em todo o atual sistema político, a fome de privilégios nababescos. Como desfazer isto rapidamente, sem rupturas violentas, é que é o “x” da questão. Aqui entram as verdadeiras elites preparando a didática necessária para despertar consciência naqueles que aparentemente nunca ativeram, como alguns “nunca antes”… O Doutor Carvalhosa já se alevanta pedindo uma Constituinte e participação do povo para exigir seus direitos através desse dever cidadão de clamar por uma nova Carta Magna. Maus exemplos entre os políticos nos estimulam a lutar com mais perseverança pelo Brasil democrático que almejamos. Privilegiaturas vão se consumir no fogo de suas próprias ganâncias. A boa mídia se sobreporá á perversa contando com a rapidez da era da internet. O nosso eventual silêncio é que faz a pior das censuras. Agitemos o vespeiro, pois.

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      • LSB disse:

        “Está entranhado neles, e em todo o atual sistema político, a fome de privilégios nababescos. Como desfazer isto rapidamente, sem rupturas violentas, é que é o ‘x’ da questão.”

        Exato!!!!
        Esse é o grande ponto! O verdadeiro “x” da questão, uma vez que nós temos todo um sistema jurídico (e, obviamente, todo o Poder Judiciário) totalmente estruturado/criado/”treinado” para manter tudo como está (apoiando-se nas “cláusulas pétreas” e não permitindo “discordâncias” e/ou mudanças uma vez que aos demais mortais só resta “obedecer” ao Judiciário, pois decisão judicial não se discute, apenas se cumpre).

        Abs
        LSB

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