Rota de colisão

24 de novembro de 2020 § 16 Comentários

Assisti ontem no almoço a uma conversa entre um fanático por carros e o dono de uma das maiores redes de revendedoras do país. Um se queixava dos preços, que sobem toda semana, o outro explicava que todas as lojas estão vazias e isso não vai mudar “pelo menos nos próximos quatro meses” (no que se refere ao que vem do exterior).

As fábricas pararam no mundo inteiro. Milhares de empregados foram demitidos. Quando retoma num país fecha no outro, e assim vai. E como o sistema hoje é global, com cada coisa feita numa fábrica diferente, não tem peça, não tem carro. E, ainda por cima, uns mais outros menos, é tudo dólar. E aí o preço voa. Estamos cobrando taxa pra reservar um carro por 24 horas. E se o cara pára pra pensar, vem outro e compra. Não tem mais carro no mercado. Nem pra alugar. E vai piorar“.

Isso na ponta da oferta. Na da procura corre o processo inverso!

Os ricos pararam de viajar. Não têm no que gastar dinheiro. Carro de rico, então, virou um verdadeiro “asset”. Os preços estão malucos, correndo muito à frente do dólar que também correu bastante. Tem fila de espera pra carro pra cima de meio milhão. Quem comprou uns meses atras está vendendo hoje com um lucro enorme. “Terreno de pandemia” é pior ainda. Os loteamentos (e as construções) ate 150km dos grandes centros urbanos estão sendo disputados a tapa e com preços em disparada…

No lado dos pobres, problema semelhante, guardadas as proporções. Todos os governantes, da “esquerda” e da “direita” (eles são, sempre e em qualquer lugar, diferentes só no estilo), estão garantindo sua “popularidade” distribuindo “ajudas” polpudas aos seus públicos e, portanto, promovendo o consumo, enquanto, por bem ou por mal, acabam proibindo a produção. E aí os preços decolam. É o que está acontecendo, por exemplo, no setor de material de construção e de alimentos básicos no Brasil.

Como é que arruma isso antes que estoure?

§ 16 Respostas para Rota de colisão

  • Marcos Andrade Moraes disse:

    Não votando em vagabundo, mentiroso e bandido.

    MAM

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  • rubirodrigues disse:

    Estávamos em curso regular comodamente no carrão e, de repente, a auto estrada asfaltada simplesmente terminou. À frente o terreno é pantanoso e cheio de mato. Não há opção de voltar. O que fazer? Talvez recuperar hábitos e soluções antigas usadas antes das autoestradas ou reinventar a vida. O que definitivamente não resolve e morrer abraçado ao carrão.

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  • Miguel Abrão Elias disse:

    Recuperei meus habitos de simplicidades. Sem carrão 0k, sem roupas de grife, comida caseira e sem futilidades. Percebi que voltar um pouco no tempo me fez muito bem. Obs;. não vejo mais os telejornais. Melhorei muito!!

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    • Gilson Almeida disse:

      Uma visão critica da Midia, no momento, Miguel é muito importante. Filtrar e Filtrar as noticias apresentadas. Tambem não vejo mais os telejornais. Mas de qq forma, parece que o País está paralisado. Ontem vi uma noticia que começava assim: O STF manda o governo…….
      Eis o que está funcionando.

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    • paulo renan finholdt disse:

      E a jardineira está levando a gente pra aonde?!

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  • carmen leibovici disse:

    Questão estimulante.Bom,eu acho que,num primeiro momento,sendo o Brasil um grande produtor de alimentos,ele deveria parar imediatamente com as exportações e voltar- se para abastecer o mercado interno,ou seja cuidar de seus cidadãos sem que os preços estourem.
    Fora isso,eu acho que o modelo de desenvolvimento que entendemos por modelo de desenvolvimento,precisa ser mudado.
    Eu acho que deveria ser incentivada a agricultura familiar de maneira racional e não ideológica,como acontece com o ” incentivo” dos vermelhoides brasileiros,assim
    como acontece na Europa ocidental,e como acontecia antes da oriental tornar”oriental”e ser estragada pelos comunas .Na Itália,na França,por exemplo,tem-se em todo o país pequenas cidades que vivem de sua agricultura e turismo,que tb é incentivado pelo estado,ou pelo menos era.Mas para isso é preciso um estado sério.
    Eu percebi que a cidade se São Paulo,por exemplo, está muito esvaziada.Perguntei a um motorista de ônibus se isso lhe parecia também.Ele respondeu que muita gente vinda do interior do País está retornando.
    Eu penso que um governo inteligente deveria observar esses movimentos e incentivar a onda de forma construtiva.
    Agora,aqueles que são fanáticos por carros caros, têm de se acomodar ao momento.Acho que não tem outro jeito.

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    • Adriana disse:

      Você parece gostar de um Estado grande. Fala dos vermelhos, mas segue a cartilha, provavelmente sem perceber. Se o produtor deixar a exportação, o país esgota rapidamente as reservas. Talvez também não tenha sementes para a próxima safra. Então o alimento terá que ser importado apesar das vastas terras. Nenhuma solução eficaz passa pelo Estado. Quanto menor ele for, maior a chance dos brasileiros se libertarem da extrema miséria.

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      • carmen leibovici disse:

        Adriana,eu não me referi propriamente ao estado ,no caso das exportações,mas aos próprios exportadores-se pudessem decidir o que fariam com suas produções. É,de fato ,um dilema: suprir o mercado interno e não permitir uma alta de preços extrema para sua população ou permitir que os preços subam estrangulando sua população.
        Depois,o Brasil tem poucos e
        grandes produtores de alimentos e poucos e grandes distribuidores de alimentos,o que induz ao monopólio e o monopólio sempre está em sintonia/simbiose com um estado grande ,ao estilo comunista. É contraditório dizer-mo-nos um país de livre iniciativa e economia se estamos sendo amarrados por políticas como as de estados totalitários.
        Para o País não esgotar as reservas,tem de incentivar outro tipo de sistema econômico,que justamente tire das mãos dos monopólios/estado o controle econômico.Se ,por ora,não é o estado a gerir direito o País ,a quem então devemos pagar tão caro ,como pagamos,para gerir a economia macroeconômica direito?Quem será então?
        Na verdade,o mundo hoje está sendo gerido-e mal gerido-por essas organizações mundiais multilaterais que nos levarão ao desastre.Sera que o Brasil não tem obrigação de tentar manter- se independente?

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      • carmen leibovici disse:

        O que eu acho interessante é que na era Lula incentivou-se muito esse tipo de monopólio,as vezes com o presidente diretamente envolvido,e criou-se o maior monopólio do mundo de proteínas ,a JBS,por exemplo.
        Entrou Bolsonaro e Guedes,o liberal, prometendo uma economia liberal. Cadê que eles estão mexendo uma palha sequer para desmontar o desastre criado por Lula e Dilmanta? Nenhuma palha está sendo mexida!Tudo continua na mesma linha, piorando a meu ver,e tudo contrário
        ao que foi prometido ao povo na campanha presidencial

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      • Paulo Murano disse:

        Amiga, sinceramente, palha mexida diz mais que textos daqui.

        Percebo a terra em temperatura e ponto de umidade ideais aguardando germinação para QUALQUER desconhecido que a encante para germibar.

        O bom semeador escolhe as sementes.

        Verdade grita: basta olhos pra ver! Caruncho e mofo têm caminho próprio entre sementes tal desvelo do semeador.

        Maradona se vai. Filho dileto do barba, comprava em vida. Por aqui, coluna que sorri para informações
        duvidosas, defende-se aprendizado pelo sacrifício imotivado de vidas.

        E doid@s em comemoração da doidice da Terra em Transe facilitam o trabalho de anjos, na busca e identificação de seres humanos que importam na evolução da espécie.

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  • rubirodrigues disse:

    Eu gostaria de um país onde as pessoas, no fim da tarde, se reunissem na praça para ver o por do sol e escutar um violeiro…

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  • GATO disse:

    Simples e barato, no fim de tarde caminhar pela praia e assistir ao por do sol, depois comer um bom bacalhau importado da Noruega, acompanhado de um bom vinho da terrinha, vendo que lá na fazenda exportaram toda a soja para os chineses, que comam soja a vontade, eu quero mais é bacalhau….

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  • Não compre esse é o regulador do mercado

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