Democracia é isso…

15 de janeiro de 2015 § 7 Comentários

b1Entre o “país sem miséria” de ha quatro anos e esta nova “pátria educadora” com 7 bi a menos para o Ministério da Educação que vem vindo por aí, além da derrama do Joaquim Levy que ainda nem  começou, o que mudou foi que antes, por cima do que pagávamos para ter o governo mais caro do mundo, tínhamos de prover “por fora” só a saúde, a educação e a segurança públicas que eles enfiavam nas contas deles na Suiça e agora quem quiser ter luz elétrica e água encanada também vai ter de furar o seu próprio poço artesiano e comprar o seu próprio gerador.

Estamos de volta ao modelo autárquico dos três primeiros séculos da colonização, com a diferença de que, agora, não existe mais a Casa Grande; tá todo mundo na senzala.

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Jogando com o seu futuro

7 de maio de 2014 § Deixe um comentário

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Por alguns dias, confesso, tive a esperança de que algo tivesse mudado para melhor quando o governo anunciou, em plena maré montante eleitoral, que ia aumentar as contas de luz.

Existe, afinal, um limite para essa disposição temerária do PT de destruir qualquer coisa por um voto a mais”. E mesmo levando em conta o que este fato deixava subentendido – isto é, que a crise de energia que vem vindo é iminente e muito mais profunda do que tinha sido admitido até então – senti-me aliviado. “Finalmente estão pensando antes no país!

Ilusão de noiva!

A horda que não hesitou em quebrar a Petrobras e a indústria do álcool juntas, destruir a indústria nacional, desmontar uma rede profissional de comércio internacional para fazer agradinhos a trogloditas e atirar no lixo o controle da inflação e a credibilidade financeira internacional do país continua, no seu tradicional estilo “Depois da eleição, o dilúvio!”, fazendo contas de chegar para comprar o eleitorado ainda que seja à custa de matar o futuro do Brasil desde que essa morte só se torne visível para a massa menos informada quando for tarde demais.

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Pois a verdade que agora está clara é que o PT só aceitou anunciar o aumento da energia agora para evitar, primeiro, o mergulho imediato do sistema elétrico num estado de “inadimplência setorial” que poderia paralisá-lo ainda antes da Copa e, segundo, para jogar para depois da eleição o racionamento de energia de emergência que todos os produtores e distribuidores de energia do pais estão pedindo “para já” como último recurso para salvar o país do risco de uma catástrofe.

A matéria com os números dessa equação apresentada pelo Valor de hoje é inequívoca.

Apesar do governo ter mantido ligadas todas as usinas térmicas do país durante todo o período de chuvas para economizar água dos reservatórios das hidrelétricas, o déficit de produção de energia saltou de 1,7% em fevereiro para 6% em março. O número é um recorde e a expectativa otimista é de que as hidrelétricas produzam 5% a menos de energia em média, por mês, durante o ano todo. A pessimista põe esse buraco em 8%.

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Para atender todos os contratos firmados com distribuidoras e consumidores as geradoras estão tendo de comprar a diferença no mercado de curto prazo onde essa demanda jogou o preço de pouco mais de R$ 140 para R$ 822 o MW/hora, o limite legal a que ele pode chegar. O custo extra para as geradoras não será menor que R$ 20 bilhões, enquanto o rombo das distribuidoras chegará a outros R$ 25 bilhões, fora os custos extras com combustíveis. E mesmo assim não haverá energia que chegue.

O volume de liquidação dessas compras de energia extra no primeiro trimestre de 2014 alcançou R$ 13,64 bilhões, o equivalente ao total das liquidações nesse mercado durante todo o ano de 2013. E ha rumores de que grandes companhias ficaram inadimplentes nesses pagamentos. Uma delas teria entrado em default de R$ 230 milhões!

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Como esse quadro de inadimplência em cadeia de todo o setor elétrico já está configurado ha um bom tempo e o Tesouro Nacional está exaurido pelas outras estripulias eleitoreiras do PT, o governo forçou oito bancos privados a se juntarem a dois bancos públicos e constituir um “empréstimo” de R$ 11,2 bilhões para a Camara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), uma entidade que não produz caixa e, portanto, não esta tecnicamente qualificada para contrair empréstimos, tudo para levar essa canoa furada um pouco mais adiante. O anuncio antecipado do aumento das tarifas foi a “promissória” que nós, consumidores, assinamos por esse “empréstimo“. Mesmo assim, três dos cinco diretores dessa entidade pediram demissão ao se verem enredados nesse jogo absurdo.

R$ 4,7 bilhões desse “empréstimo” foram queimados apenas no primeiro acerto das contas do trimestre pelas geradoras e distribuidoras que não conseguiram zerar suas compras de energia extra. Esta é, portanto, uma conta que não fecha nem com toda a dívida que vamos herdar para levá-la até onde chegou por enquanto. E quem ja tomou dinheiro em banco sabe o brejo que isso é: você vira escravo daí por diante e nunca mais liquida a sua dívida.

Pois é a isso que nos reduziu a brilhante dobradinha feita entre “a gerentona” que mandou no setor elétrico ao longo de todo o governo Lula e aquele sujeito que se diz “socialista” e usa a Fiesp para aparecer na TV fazendo cara de esperto enquanto propõe desatinos tais como este de “baixar as contas de luz em 20%” por decreto: os dois patetas destruíram a saúde financeira do primeiro motor da máquina de produção brasileira e amarraram um peso extra aos pés dele de que sabe-se lá quantas décadas levaremos para nos livrar.

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É em razão de tudo isso que 16 entre 16 dos principais responsáveis pelas empresas de geração e distribuição de energia do país recomendaram formalmente, anteontem, que o governo decrete um “racionamento já” com a meta de reduzir o consumo ao menos nesses 6% de déficit mensal que estão acabando de destruir as contas já arrebentadas do setor.

Mas não! O Brasil que se exploda porque a eleição vem aí!

Em resumo, o PT continua jogando com o seu futuro e o dos seus filhos para comprar votos para amanhã. Na verdade já não é mais uma aposta. Esta já foi perdida. Este governo já aleijou a Nação com uma crise de energia que engloba das indústrias do petróleo e do álcool às de geração e distribuição de eletricidade pela qual todos nós pagaremos com mais outro tanto de redução forçada de velocidade por falta de “combustível” num mundo que está acelerando tanto para a frente que já nem o enxergamos mais no meio da poeira que estamos tomando.

Talvez seja por isso que ao “Fora Dilma!” tem resistido tanto a seguir-se o “Volta Lula!” que seria de se esperar. É possível que até o insaciável apetite de poder dessas feras tenha se aplacado, tal é o tamanho da encrenca que eles fabricaram com essa mistura funesta de arrogância com incompetência e que eles sabem que vem vindo por aí a galope.

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O preço da conta de luz reduzida

16 de agosto de 2013 § 4 Comentários

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Mesmo oferecendo condições que vão lesar gerações inteiras de brasileiros o governo do PT não tem conseguido interessar investidores estrangeiros nas obras e concessões de equipamentos de infraestrutura.

As concessões de portos e aeroportos oferecem retorno de 15% ao ano durante 30 anos e garantia contra eventuais prejuízos, o que pesará sobre tudo que for produzido ou importado pelo país pelo menos por esse prazo.

Mesmo assim – ou mais provavelmente exatamente por causa disso – os grandes investidores estrangeiros não mordem a isca.

Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada, Zé, ou tem marimbondo no pé”…

Desde 2011 os estrangeiros têm isenção fiscal para investir em títulos e debêntures ligados a obras de infraestrutura. Mesmo assim o dinheiro captado com esses papéis não passa de R$ 3,2 bilhões, dos quais só 5% é de dinheiro estrangeiro.

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Esses poucos que investiram acumulam perdas que se aproximam de 20% em função da desvalorização do real … que é agravada cada vez mais pela fuga do dinheiro estrangeiro do país.

Agora o governo está flexibilizando as regras da Receita Federal para a prestação de contas do regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi), que suspende o pagamento de PIS (1,65%) e Cofins (7,6%) na compra de máquinas, equipamentos, serviços e aluguéis.

Esses incentivos pesam, para a área de energia, cerca de 10% do custo total da obra. Nos aeroportos, 7,62% do custo total. São valores que vêm se acrescentar às condições mencionadas acima que, se oferecidas em qualquer país civilizado numa conjuntura de juros reais internacionais quase negativos, provavelmente resultaria em pena de prisão para o ofertante.

No entanto, nem assim…

Porque?

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Porque este é o país cuja “presidenta”, na véspera da última eleição, decretou, com uma penada, que a conta de luz dos eleitores teria de cair 20% e “as elétricas” que se virassem pra ver de onde tirar esse dinheiro.

Em um único pregão, a gracinha de dona Dilma custou R$ 35 bilhões aos que tinham investido em ações dessas companhias universalmente tidas como um dos investimentos mais seguros e conservadores pela solidez da operação e pela regularidade com que pagam dividendos.

Por isso mesmo os investidores em geradoras e distribuidoras de eletricidade são, em geral, grandes fundos que administram as reservas armazenadas por aposentadas e similares ao redor do mundo para garantir um pouco de segurança na sua velhice.

É a essa mesma gente que lesou ha dois anos que o PT acena, agora, com mundos e fundos…

As petroleiras são outras das preferidas dos estrangeiros. A Petrobras, que perdeu dois terços de seu valor desde que passou às mãos dos governos petistas, entretanto, está a beira de perder o “grau de investimento” das agências internacionais de rating por ultrapassar o nível considerado seguro de endividamento.

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Ela se afunda cada vez mais em dívidas porque, além da luz, o PT ofereceu carro subsidiado a granel nas últimas eleições para toda a “nova classe média” que se endividou para comprá-los, multiplicando o consumo de combustíveis. Agora, já tendo sido obrigado a aumentar os juros, não permite que a empresa aumente o preço da gasolina antes da próxima eleição.

Ocorre que a Petrobras tem de importar gasolina e diesel porque não investe em produção e refino desde a chegada dos novos donos do petróleo que “é nosso” ao poder. Com isso, saímos da “autosuficiência” anunciada festivamente por Lula para importações crescentes.

Para não aumentar o preço da gasolina que pode lhe roubar votos o partido que subiu acusando os outros de “privataria” e vendeu os poços do pré-sal na base de 70% para o comprador e 30% para nós, os “donos”, agora quer alterar a lei para entregar os próximos poços por ainda menos do que esse mínimo obrigatório pela lei atual.

Esse subsídio à gasolina e ao diesel é, portanto, o verdadeiro Caixa 2 do PT para as próximas eleições. Aquilo que levou os mensaleiros à condenação perto disso é brincadeira.

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31 de maio de 2013 § 1 comentário

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Uma velha fábula tropical

28 de fevereiro de 2013 § 1 comentário

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Reunida com seus empresários amestrados do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “Conselhão”, a presidente Dilma repetiu ontem o que o dr. Guido Mantega tinha ido dizer anteontem a uma plateia de investidores internacionais em Nova York aos quais tentava vender projetos de infraestrutura no Brasil: que “o governo vai trabalhar para garantir que os investimentos necessários sejam feitos com estabilidade juridica clara, remunerados devidamente e tenham financiamentos de longo prazo”.

Esse tipo de promessa, porém, é uma contradição em termos posto que “segurança jurídica” é, exatamente, o investidor privado poder prescindir de ou ignorar olimpicamente as promessas presidenciais porque onde ela existe de fato o presidente não tem força para mudar as regras do jogo com a bola em campo, nem para bem, nem para mal.

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Depois de cinco trimestres seguidos de quedas nos investimentos Dilma corre atras do prejuízo acumulado nos dez anos de cigarra em que o PT entoava loas a si mesmo e dava lições ao mundo enquanto distribuia automóveis e eletrodomésticos baratos à farta e deixava displicentemente de lado o trabalho de formiga para prover o país de estradas, ferrovias, portos, aeroportos e outros elementos imprescindíveis ao funcionamento da economia nacional.

Agora que se anuncia o inverno do PIB, corre atras de R$ 235 bi para repor a toque de caixa o que dispersou comprando popularidade fácil nos tempos de fartura.

É por isso que a presidente tem feito das tripas coração para recitar o script que todo investidor gostaria de ouvir. Ontem recorreu até à “cola” desastradamente flagrada em fotografia publicada no Valor.

Mas quanto mais esperneia mais se enreda.

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A promessa de taxas de retorno de 15% ao ano para a exploração de rodovias e de 12,5% para a de ferrovias, por exemplo, provocaria a entrada em cena da polícia em qualquer país onde houvesse segurança jurídica de fato, tão escandalosamente infladas que são num mundo de juros negativos.

No país do PT, no entanto, nem essa quantidade de sangue na água é suficientes para reverter o “instinto animal” dos empresários da condição de defesa para a de ataque, e não é difícil entender porque.

Menos de 48 horas antes dessa promessa, para não irmos longe, o governo suspendia a implementação da MP 595, que trata da modernização da gestão dos portos, diante da simples ameaça de uma greve dos portuários cujos “direitos adquiridos” graças aos esforços de sindicalistas do partido em tempos idos implicam a imposição de um imposto proibitivo e arrasador sobre todo produto que entra ou sai do país.

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É essa a “trave” onde batem todas as bolas levantadas pelo “Conselhão” que a presidente tenta cabecear para o gol. Seus ingentes esforços para recriar uma “lógica de mercado” à sua imagem e semelhança esbarram sempre nos privilégios intocáveis de alguma clientela importante ou mesmo no cerne do esquema de poder em que o PT se apoia.

Primeiro aumentam-se os salários sem aumentar a produtividade. Aí os empresários amestrados avisam que a conta não vai fechar. Então ela reduz por decreto o peso dos impostos sobre as folhas de pagamento aqui e ali, corta na marra as contas de luz e comprime o preço dos combustíveis para promover o “ganho de podutividade” ausente da equação.

Mas a redução na arrecadação sem a correspondente redução de gastos pressiona o déficit público, o corte na conta de luz no tranco afugenta os investidores, o tamponamento do preço dos combustíveis detona as contas da Petrobrás.

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A inflação começa, então, a por a cebeça para fora da toca. Mas como não da para cortar nem o assistencialismo que compra votos, nem o numero de funcionários que são o núcleo duro da militância petista, nem os “direitos especiais” dos sindicatos que mandam nos portos, o Copom fica balbuciando desculpas enquanto entra em cena a “matemática criativa” com que o dr. Mantega, todo pressuroso, trata de por os resultados onde sua magnânima excelência quer vê-los…

E aí não adianta jurar de pés juntos que “o controle da inflação é um valor em si”: ninguém consegue ver no frankenstein costurado por dona Dilma a pin-up que, em sua imaginação, ela pensa estar desfilando para os empresários, e o pibinho dos investidores encolhe cada vez mais. Até Jorge Gerdau, que se senta na cabeceira do Conselhão, anunciou a redução dos investimentos nas suas próprias empresas para os próximos cinco anos…

O problema é que nestes nossos trópicos as cigarras é que fazem as leis e, na hora do vamos ver, as formigas sempre ficam com a conta da festa de que que não participaram.

cig23

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