O feminismo fez o mundo melhor?

16 de outubro de 2012 § 2 Comentários

Para acionar as legendas em português: 1) Inicie o filme; 2) No conjunto de ícones que aparecerá do lado direito, por baixo do vídeo, acione o segundo (a caixinha com duas “lihas” desenhadas dentro); 3) Clique em “Inglês transcrito”; 4) Acione “Configurações” para escolher a cor das letras; 5) Dê “OK”; 6) Com as legendas já aparecendo em inglês acione novamente a caixinha com duas linhas; 7) Clique em “Traduzir legendas”; 8) “Role” o índice até “Português”: 9) Dê “OK”. Não tente fazer tudo de uma vez só; o sistema só funcionará com esta sequência de passos.
Video sugerido por Patrice de Camaret

Elizabeth Warren é uma advogada especializada em falências da Harvard Law School que foi responsável em grande parte pela criação do Bureau de Proteção às Finanças dos Consumidores dos Estados Unidos. Tem um extenso trabalho nessa área que a projetou como uma das mais respeitadas autoridades no estudo da evolução da capacidade de consumo das famílias americanas. Em 2012 foi candidata ao governo de Massachusetts pelo Partido Democrata e, antes disso, trabalhou ativamente no planejamento das reações do governo Obama e do Congresso dos Estados Unidos à crise iniciada em 2008.

Nesta apresentação, em que olha o processo de encolhimento da classe média a partir de uma perspectiva mais longa, ela mostra, com medições precisas, como o movimento feminista, ao tirar a mulher do lar onde, com a criação dos filhos, os seres humanos desenvolviam a arte de conhecer-se em profundidade, e jogá-la na luta pelo dinheiro e pelo poder, o território por excelência da falsidade, do fingimento e da enganação, iniciou um processo sem final à vista que põe em cheque os fundamentos culturais e econômicos da democracia americana.

Entre os pontos que ela destaca estão:

  • a renda dos casais, somada, aumentou mas a de cada trabalhador individualmente, caiu, principalmente a dos homens, dividida que foi pelo efeito do enorme crescimento da oferta de mão de obra (feminina) no mercado;
  • o endividamento das famílias aumentou e o nível médio tradicional de poupança familiar hoje está reduzida a praticamente zero, o que indica que, feitas as contas, a absorção das mães pelo mercado de trabalho não acrescentou nada à economia da casa e da família, só tirou;
  • vestir, comer, ter carro, tudo isso ficou mais barato que nos anos 70; mas os juros sobre a moradia subiram 64%, o seguro saúde 74% (com redução das vantagens); os cuidados com as crianças mais de 100%; os impostos 25%;
  • hoje ¾ do dinheiro da classe média é gasto nessas despesas;

  • no meio desse processo entraram em cena, com o “outsourcing”, os bilhões de trabalhadores miseráveis das “chinas” da vida disputando mais uma fatia do que antes era dividido apenas entre a massa trabalhadora masculina;
  • tudo isso resultou, entre outras coisas, numa enorme pressão econômica contra ter filhos; a inflação para famílias com filhos subiu mais de 100% enquanto para famílias sem filhos ou gay subiu apenas 50%;
  • ha muito menos disposição de contribuir para causas comunitárias (num país onde tudo de mais importante – educação, pesquisa, ciência, medicina, arte – é feito com esse tipo de dinheiro);
  • os Estados Unidos estão saindo de um modelo de sociedade de três classes, com as duas dos extremos muito pequenas e a do meio enorme, para uma sociedade de duas classes, uma delas mais endividada e mais pobre a cada dia e distanciando-se cada vez mais da outra.

Haverá, naturalmente, quem se recuse a raciocinar desapaixonadamente a respeito e repita chavões e grunhidos “anti-chauvinistas” logo aos primeiros argumentos que Elizabeth Warren alinha. Mas quem acredita que tudo que fazemos neste “vale de lágrimas” deve ter como objetivo a busca da felicidade terá muito em que pensar a partir dos fatos que ela expõe.

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