“Je suis Graça Foster”

28 de janeiro de 2015 § 32 Comentários

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Dilma Rousseff segue inabalável no seu divórcio litigioso com os fatos.

Ontem ela convocou os seus 39 “ministros”, sem cortar nenhum, para explicar qual é a sua visão sobre o estado da Nação após um mês de envergonhado silêncio. Houve um minuto de suspense mas ela logo tranquilizou … a ala esquerda do PT:

O “ajuste”, mantidos os 39 ministérios porque imexível mesmo é o projeto de poder do PT movido a esquartejamento da coisa pública, não passa de “medidas corretivas para manter o mesmo rumo“. Os direitos trabalhistas que ela acaba de chutar no fígado são “intocáveis”. Joaquim Levy e suas medidas ortodoxas “não alteram um milímetro sequer o projeto vencedor das eleições”, o que foi bom ela avisar ou ninguém se teria dado conta. E se alguém duvida prepare-se pois ficam desde já os 39 parceiros do PT convocados a entrar na “batalha da comunicação” para impedir “falsas versões dos fatos”.

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Quanto à Petrobras, os corruptos, os corruptores e os corrompidos, trata-se de “punir as pessoas sem comprometer as empresas”. E você que pensava que a empresa está se desmanchando exatamente porque nenhuma pessoa, por mais concretas que sejam as provas que pesem contra elas, é punida.

Quioquê! “Je suis Graça Foster”!

O único sinal positivo de toda a reunião foi, portanto, a promessa do ministro Nelson Barbosa de que “nenhum programa poderá ser lançado sem passar pela junta orçamentária do governo”. Ou seja, até onde puder ser contida, dona Dilma está interditada e não virá por ai mais nenhum decreto daqueles que rasgam contratos de 30 anos com os fundos de pensão que financiam a infraestrutura do mundo em áreas sensíveis como as de energia e importação de combustíveis.

A conferir…

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O Brasil e o mundo deram a ela mais uma oportunidade de se emendar, mas foi inutil. A Petrobras, ao fim de 7 horas de reunião, deu mais uma vez “de migué” tentando negociar o seu balanço/delação premiada com os rapelados do mundo. E lá veio mais uma “prestação de contas” daquelas que não enganam a Pricewaterhouse que não conseguiu arrancar lá de dentro nem o ladrão particular do Renan Calheiros que apontou específicamente como tal, baseada na especializadíssima leitura que fez das contas da companhia.

Danem-se os fatos?

Pois não. Esclarecido o ponto a bolsa abriu e olha aí a realidade esbofeteando dona Dilma e nos arrastando a todos em mais um alucinante mergulho da credibilidade do Brasil…

Dilma e os fatos vivem uma relação irreconciliável. Não ha remissão possível “nem que a vaca engasgue de tanto tussir”.

Dilma é a crise. A crise é Dilma. E temos quatro longos anos pela frente…

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