E dona Dilma dando aulas ao mundo…

4 de dezembro de 2012 § 1 comentário

Os chineses construíram este hotel de 30 andares, do zero à decoração, em 15 dias.
Cada seção já saía da fábrica com as tubulações hidráulicas e elétricas instaladas e testadas e se encaixava na seguinte como se fossem peças de Leggo.
Repare, também, no teste de resistência a terremotos.
Filme enviado por Carlo Gancia.

Utopias cibernéticas e outras ilusões de noiva

6 de agosto de 2012 § Deixe um comentário

Em plena era do “mundo em rede“, enquanto os arautos da utopia global saúdam o Terceiro Milênio como o portal de um novo tempo de liberdade e transparência, o futuro visível da humanidade começa a ser decidido numa reunião secreta de 9 pessoas de uma entidade que não se pauta por nenhuma regra conhecida ou publicada dentro de um quarteirão murado de um longínquo balneário no litoral chinês.

É lá que será decidida a sucessão dentro do órgão máximo de decisão da China e, em função dela, a velocidade em que passará a andar a claudicante economia mundial.

Se ha uma ilustração poderosa das contradições e ilusões que o rompimento de novas fronteiras tecnológicas põe em campo, esta é das mais eloquentes.

As minorias ilustradas e “conectadas” que, em diferentes países da região, protagonizaram a Primavera Árabe estão sentindo na carne o amargo despertar da ilusão vivida ha um ano e meio de que a graça alcançada de “poder falar” que lhes coube como efeito colateral do milagre das novas tecnologias, bastaria para transformar minorias em maiorias ou para igualar às suas, tomadas de culturas exóticas, as expectativas e horizontes sedimentados por milênios de isolamento e servidão das massas miseráveis dos seus compatriotas que agora ameaçam empurrar os países “libertados” de ditaduras laicas para ditaduras religiosas.

Assim com o resto do mundo.

As novas tecnologias tornaram-no menor. Ficou mais difícil manter o isolamento.

Mas o que não estava suficientemente percebido é que era à numericamente insignificante minoria politicamente civilizada – ou quase – que esse isolamento favorecia, e não o contrário.

Tudo ficou mais perto, sim, mas como sempre primeiro para os tubarões.

E aí está o mundo do trabalho com direitos, com proteção social, com tribunais; aí está o mundo que respeita minorias, põe a lei acima da força e tem a liberdade como um valor indiscutível, desarvorado, em pânico com a dissolução das suas conquistas no grande oceano dos sem nada, dos que trabalham por migalhas debaixo de pau e agradecem aos céus por isso, predando seus mercados, transformando seus direitos em luxos insustentáveis, arrastando para baixo os que sonhavam que bastaria abrir as comportas para que todos viessem para cima.

Beidaihe, o balneário preferido da nomenklatura chinesa, posto em verdadeiro estado de sítio para que nunca se chegue a saber como nem porque foram tomadas as decisões que vierem a ser anunciadas ao fim desse misterioso evento, tem sido o retiro de verão de gerações sucessivas dos poderosos da nova dinastia que tomou a China a partir de 1949.

A cidade em torno do quarteirão murado de três quilômetros a beira-mar, feito versão moderna da Cidade Proibida dos imperadores em Pequim, está paralisada desde sexta-feira quando chegaram em seus carros pretos de janelas escuras, os membros quase desconhecidos do Comitê Central do Politburo do Partido Comunista Chinês para começar a discutir a sucessão dos nove membros do órgão que tem poder de vida e morte sobre 1/5 da população da Terra e de regular a velocidade daquela que, com a unificação global dos mercados, se tornou o motor de uma economia mundial por isso mesmo em crise.

À distância – e com tanta precisão quanto a que se podia esperar dos oráculos do passado ancestral – os jornalistas mais bem equipados do mundo, sem wi-fi, tentam captar os sinais cifrados que os ajudem a antecipar o que poderá sair de trás daqueles muros.

Teoricamente todos os membros da liderança do Partido Comunista Chinês são eleitos pelos membros do Comitê Central“, lembram estudiosos do labirinto chinês citados pela imprensa inglesa, “mas na verdade o sistema funciona muito mais de cima para baixo do que o contrário, mesmo nesse círculo restrito. O secretário geral do partido ainda tem força para impor a maior parte das suas decisões“.

E, sendo assim, a tendência darwiniana é, salvo acidentes de percurso, que ele garanta a perpetuação da sua própria genética política.

A expectativa é, portanto, a de que prevaleçam as escolhas do premier Hu Jintao, tido como um “liberal” pelos padrões chineses, expectativa esta que se sustenta em um único acontecimento, ou num acontecimento e meio, de acordo com os mais otimistas.

Foram eles o expurgo, em maio passado, de um membro do comitê central, Bo Xilai, tido como um “linha dura” acusado de ensaiar namoros com as massas em vez de conchavos com seus pares para subir na hierarquia do partido e, mais recentemente, a nomeação de outro conhecido “liberal” para o mais alto cargo da hierarquia militar, onde se abriga a ala mais forte da resistência à continuação da “ocidentalização” da economia chinesa, “ocidentalização” esta que, como o mundo sabe melhor hoje, é mais de fachada que de fato.

Se tudo der certo pouco mudará, é pelo que se torce mais do que o que se sabe aqui fora.

Mas os sinais que vêm de dentro da China são de que é preciso haver mudanças, mas ninguém sabe bem quais, nem como promovê-las sem que o circo pegue fogo.

De certo mesmo, nesta nova era da “economia do conhecimento“, restam-nos os sinais de que o que antes levava cem anos para acontecer, agora leva menos de 10. Fica por decidir se tal multiplicação de velocidade se dará no sentido ascendente ou descendente. Ou, se quisermos ser otimistas, quanto ainda teremos de descer antes que a orientação geral do todo vire para cima de novo.

“É recorde de arrecadação todo mês”

29 de fevereiro de 2012 § 2 Comentários

“As contas do setor público fecharam o mês de janeiro com superávit primário de R$ 26,016 bilhões (…)

O superávit do Governo Federal foi de R$ 20,233 bilhões (…) o dos Estados e municípios, de R$ 5,236 bilhões (…)

Esse foi o melhor resultado para o mês de janeiro desde o início da série em 2001″. Está no www.estadao.com.

Os governos vão de vento em popa.

É recorde de arrecadação todo mês.

Já a industria estrebucha debaixo da carga somada dos impostos mais altos do mundo com a pior infraestrutura do mundo.

Mas se a industria vai tão mal, como é que continuamos tendo recordes de arrecadação?

Bom, tem a China, as commodities, a nova classe média bombando. E seja onde for que se fabrique o que ela consome o leão morde o seu naco de qualquer jeito…

Mas não é só isso não.

O sistema tributário brasileiro não é uma construção racional montada para extrair o necessário ferindo o mínimo, como acontece pelo mundo afora.

É, como quase toda obra do governo por aqui, um empilhamento de erros sobre erros para atender uma conta de chegar de qualquer maneira.

Foi feito na base de cercar o frango a cada nova edição do orçamento para que o tanto que eles precisavam para tapar os rombos do ano chegasse aos cofres públicos mesmo com toda a sonegação que se contava como certa porque não havia nenhuma preocupação com racionalidade e precisão, só a de atirar em quem estivesse mais perto.

Mas aí veio a informatização completa de todas as movimentações financeiras, o PT e o computador da Nasa para a Receita Federal. E então cada tostão daqueles impostos todos, que antes ninguém se preocupava muito em criticar porque era fácil sonegar, passaram a ser de fato arrancados de todas as empresas do Brasil.

Acontece que a mesma informática que deu essa eficiência inexoravel à arrecadação tornou global o mercado e trouxe a China e todos os outros competidores com infraestrutura milionária e sistemas tributários feitos para voar para dentro do nosso quintal.

É disso que está morrendo a industria, o setor onde tudo é físico e tudo é imobilizado, e nenhum resquício de informalidade conseguiu sobreviver ao advento do computador.

Assim, enquanto posa de justiceiro tributário, o governo, a quem só interessa poder, está matando a galinha dos ovos de ouro enquanto o país, sob a anestesia da multiplicação dos preços das commodities e do boom dos serviços empurrado a crédito subsidiado, dança alegremente o seu Baile da Ilha Fiscal.

Onde estou?

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