Pensando a eleição

20 de novembro de 2020 § 57 Comentários

A eleição devolveu o bolsonarismo ao tamanho que o fenômeno tinha antes da facada”, disse Rodrigo Maia citado por Maria Cristina Fernandes no Valor … e o lulismo ao tamanho que tinha antes do endeusamento pela imprensa, acrescento eu. Nenhum dos dois conseguiu eleger qualquer dos seus “apoiados”.

Não ha mais super “caras”. O Brasil caiu na real de novo. Abstenções, brancos e nulos batem vencedores do 1º turno em 18 capitais e outras 465 cidades. É a maior em 20 anos. Em São Paulo 3,6 milhões de eleitores escolheram “ninguém”. Covas teve 1,7 milhões de votos (32,85% dos válidos) e Boulos 1,1. Nem os dois somados batem a votação em “ninguém”. Em outras oito capitais “ninguém” bateu a soma dos dois primeiros colocados. Porto Alegre é a campeã com 33,1% de abstenção.

A “democracia brasileira” macunaimizou-se e abandonou o povo. Agora o povo está abandonando a democracia macunaímica…

Quem ainda vota defende-se como pode. 

Houve leve desvio para a esquerda nas capitais e forte desvio para a centro-direita no resto. Segundo o termômetro da Folha de S. Paulo, 999 prefeitos mais à direita tomaram o lugar de prefeitos mais à esquerda e 547 mais à esquerda tomaram o lugar de prefeitos mais à direita. 3.965 “posições” permaneceram estáveis.

Mesmo com todos os ônus da pandemia a taxa de reeleição foi de 63,7%. É de admirar considerando que são os prefeitos que mandam abrir ou fechar as coisas. 3.510 disputaram um novo mandato e 2.237 levaram. Do total de municípios brasileiros 40,4% serão administrados por prefeitos reeleitos e 59,6% por prefeitos novos. Dois fatores pesando: 1) apesar dos prejuízos e incômodos o povo sabe quando o problema é real e topa sacrifícios; 2) como o problema tornou-se muuuuito real ninguém está querendo saber de novidades e experiências arriscadas.

Àparte isso, consagrou-se o óbvio: não há caminho por fora da política. Se não é possível governar sem o congresso, muito menos contra o congresso. O que é preciso, agora, é tornar a política permeável ao país inteiro e não reconhecer o direito ao protagonismo a apenas metade dele. Michel Temer, depois da irascível Dilma, governou pelo diálogo e prosperou. A “patrulha” tentou mas não teve tempo para destruí-lo. Joe Biden também é lido como a reafirmação da fé na política. Mas o ponteiro só passou – e bem pouco! – do meio porque a bandeira dele é a da “recuperação do valor de todos e de cada um dos cidadãos como protagonistas da vida publica”. A ver se deixam… 

Trump e Bolsonaro foram reações à expulsão sumária de metade da população do espaço político pela “patrulha ideológica”. A domesticação da “patrulha” brasileira está vindo a galope pelo mercado com franquias de jornalismo que se vendem pelo equilíbrio, um passo adiante das atabalhoadas iniciativas amadoras das redes sociais que a “patrulha”, associada ao que ha de mais reacionário no establishment (o STF), tenta matar a pau. Nos Estados Unidos não ha grandes sinais de recuo. Mas os 71 milhões de votos de Donald Trump avisam que “vai ter que”. Ainda ha um longo caminho pela frente mas o que tem de acontecer sempre tem muita força…

DINHEIRO SIM

A perspectiva para Bolsonaro é o enfraquecimento da retaguarda militar, a perda de referência com a queda de Donald Trump e o abismo fiscal, o que faz com que a alternativa seja, cada vez mais, “Paulo Guedes ou dólar”. Ou seja, ele está cada vez mais parecido com um “pato manco”, só que com o mandato a meio. Resta torcer para que Rodrigo Maia, que dá sinais do peso na consciência que sente por ter empurrado a ajuda na pandemia dos R$ 200 de Paulo Guedes para R$ 500 contando que restaria a Bolsonaro ir para os R$ 600 que arrebentaram com as contas do Brasil pelos próximos 10 anos ou perder a marca, consiga deter no congresso a bola de neve que pôs para rolar provando que aquele adágio construído pela História – “Teta dada não retorna jamais” – não é absoluto.

DIREITA/ESQUERDA

No Brasil real a divisão continua sendo vertical – nobreza x plebeus – mas esses dois campos se enxergam pela divisão horizontal. Mistérios da televisão…

O DEM é a direita “da política”. É profissional e razoavelmente civilizada. Desde 1985 está excluido da disputa direta pelo poder. Quem permaneceu nele permaneceu por ideologia pois, até pra ser só carona os profissionais subiam na boléia do MDB. Mantiveram oposição ao PT esses anos todos e encolheram. Mas agora virou. É o pouco que resta no cenário que ainda não foi experimentado. Não faz parte, diretamente, do governo Bolsonaro. Sobe naturalmente para a ribalta neste momento de debacle da direita “outsider”. 

Foi o partido que mais cresceu entre 2016 e 2020. ACM Neto fez seu vice, Bruno Reis, com  64,2% no 1º turno. O partido fez 459 prefeituras (de 266 em 2016) no 1º  turno. O PSDB caiu de 785 para 512. O DEM tem capilaridade, tem Luis Mandetta e tem Rodrigo Maia e é, nas palavras de ACM Neto, “Um partido leve, que não tem de justificar nenhum passivo recente mais sério”.

E O BOULOS? 

O eleitorado que votou nele sempre existiu. O difícil era achar alguém com carisma positivo e ficha limpa na esquerda. Esse PSOL “paulistano” – com garantias de dona Erundina – é a esquerda que ainda não foi pega roubando. Só que o DNA do PSOL mesmo é carioca. Não tem base na “classe operária” que, coitada, quase não existe mais, como tinha o PT. É o partido dos “aparatchiks”, os funcionários da privilegiatura. Aquela turma que se aposenta cedo e tão bem que vai morar no Rio, quer-se intocável até o fim dos tempos e se garante sempre, seja o governo da vez da “esquerda” ou da “direita” da privilegiatura (a “nobreza” que – ainda! – tem exclusividade na disputa pelo poder). 

Agora casa-se com os “movimentos sociais” que vivem de peitar o direito de propriedade e namora abertamente o crime. Boulos é o João Pedro Stédile com carisma positivo. Mas ninguém, no PSOL, já trabalhou, no sentido que se dá à expressão aqui fora, ou tem qualquer coisa a ver com o mundo do trabalho. O partido tem, portanto, um duelo de morte marcado com o outro Brasil que é pra já. O dinheiro acabou e não tem mais mágica neste mundo em que comida é dólar. O favelão nacional literalmente explode se a privilegiatura não der uns tantos passos atras…

E no meio do caminho tem um João Dória e um Huck, tem um João Dória e um Huck no meio do caminho. E mais um Ciro Gomes de troco. Mas se Ciro Gomes não decolou até hoje, o novo “Boulinhos paz e amor”, com 30 (e quantos?)% de SP já está voando. Baixo ainda, mas tá. E tem “conversa” bastante pra ir longe.

A URNA, AINDA

Domingo o problema era um. Na segunda passou a ser outro. E tem “ataque hacker”, aqueles a respeito dos quais nunca se chega a conclusão nenhuma, pra todo tipo de conveniência, de chinês e de russo a de “miliciano antidemocrático”, passando até por de português, ouve lá! Tudo só para confirmar o resumo da ópera: sobre a questão das urnas é ocioso discutir tecnicalidades, a questão é de princípio. Qualquer sistema que o cidadão comum não possa aferir com seus próprios olhos num suporte inteligível para o comum dos mortais; qualquer um que o faça ter de aceitar a palavra de alguém para lhe “garantir” o que aconteceu ou não aconteceu, não serve. É como trata a questão a constituição da Alemanha. E eu estou de pleno acordo.

Quanto aos que vêm “inimigos da democracia” debaixo da cama, é bom lembrar: não precisa mais que esse decreto esdrúxulo declarando o voto impresso “inconstitucional” para “semear a duvida sobre as instituições democráticas e desmoraliza-las aos olhos dos cidadãos”.

DINHEIRO NAO

Nos Estados Unidos da ultima eleição havia 37 partidos. Só que lá quem manda é o povo e ele só financia palanque para dois (mais uns caquinhos) enquanto aqui o Estado financia e dá palanque obrigatório a todos e acaba elegendo 26. É isso que torna o país ingovernável. É isso que aleija o Brasil. 

O viés do Estado é sempre “de democratização” … mas de democratização do privilégio. Quando os empresários financiavam as eleições davam mais dinheiro para quem achavam que ia ganhar. Então o resultado das urnas tendia a ser coerente com o dinheiro recebido por cada partido. E vinha o berreiro: “Olha aí, interferência do poder econômico”, e coisa, e tal. O sistema era “podre” não porque as odebrechts da vida faziam o de sempre e ficavam impunes, mas tão somente porque eram ricas o bastante para financiar eleições. 

Solução? A de sempre: estatizar o financiamento de eleições (e manter todos os larápios impunes, lógico). 

Nesta da semana passada o PSL (com R$ 287,3 milhões) e o PT (com R$ 275,3) foram as legendas que mais receberam dinheiro dos fundos Eleitoral e Partidário. Mas tiveram desempenhos medíocres. O PT foi o 6º e o PSL o 12º partidos mais votados. O “custo” de cada voto no PT foi de R$ 39,49 e no PSL de R$ 102,89. O do voto tucano foi o mais baixo no grupo dos 15 maiores partidos: R$ 16,47. Ou seja, só o povo sabe o que faz (embora só faça o que pode) nessa barafunda do sistema eleitoral brasileiro. 

Se as instituições brasileiras fossem do povo e para o povo, como são as americanas, a solução poderia ser parecida com a deles. Lá todo mundo pode dar quanto quiser a qualquer candidato ou partido (mesmo porque sempre ha jeito de furar qualquer limite que se tente impor), com uma única condição: no prazo máximo de 5 dias depois do recebimento, muito antes da eleição, portanto, o candidato ou o partido têm de comunicar ao eleitorado quanto ganhou e de quem. Assim, um dos principais temas das campanhas lá é o candidato ser denunciado pelo oponente por estar sendo “comprado” por financiadores suspeitos, o que lhe tira, em vez de lhe dar, milhões de votos.

A VACINA

Não se deixe enganar. Ha democracia quando o povo manda no governo. Não ha democracia quando o governo manda no povo. Em qualquer sistema a condição humana continua a mesma. Mas o voto distrital puro com direito à retomada de mandato traído a qualquer momento (recall) põe o povo no poder. E todos os outros modelos tiram o povo do poder. E o efeito na corrupção é fulminante. É isso que explica porque os Estados Unidos, que usam o sistema ha mais ou menos 100 anos, têm três ou quatro empresas do tamanho do PIB do Brasil e o resto é lambuja. É muito, mas muuuito mais confortável você criticar a democracia a partir desse patamar do que do fundo do favelão nacional.

Marcado:,

§ 57 Respostas para Pensando a eleição

  • Marcia disse:

    Sai o PSDB x PT, entra o DEM x PSOL. Deposite seu ingresso na urna inauditável e seja bem-vindo ao Museu Brasil de Grandes Novidades. 😏

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  • cadu43 disse:

    Pqp, melhor texto de 2020.. melhor que tudo o que foi escrito, impresso e falado neste ano infernal! Meus parabens.

    Abs

    Enviado do meu iPhone

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  • rubirodrigues disse:

    Abri a caixa de comentários, pensei, e resolvi não escrever nada…

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  • Alexandre disse:

    O PSOL é o PT idílico, aquele que foi sem nunca ter sido. Sua base não é mesmo a “classe operária”, são as “minorias identitárias”. sua estratégia é manipular ressentimentos e culpas – daí que vota no PSOL, tipicamente, a classe média alta das grandes cidades, entre os quais muitos artistas, professores e jornalistas.

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    • LSB disse:

      Caro Alexandre,

      Mas o PT era isso até 2002.
      Até a primeira eleição do Lula, o povão não votava no PT*.
      Os petistas eram exatamente os mesmos que você nomeia como psolistas hoje: classe média alta das grandes cidades (que se julgam “os” cosmopolitas), artistas, ativistas, jornalistas, “universiotários” e universidades, funcionários públicos, etc.

      Enfim, era o tempo que esses apoiadores andavam de cabeça erguida ostentando o famoso “broche do PT”. O povão NUNCA usou “broche do PT”.
      Na eleição de 2002, o PT terminou de conquistar a classe média.
      Depois, bolsa família + boom de commodities deram os famosos 80% de aprovação à Lula (e que duraram pouco… muito pouco).

      Abs
      LSB

      * Apesar do discurso e da base eleitoral no ABC (mas mesmo esse “apoio” é discutível se seria uma “base operária”, pois os “operários” do ABC eram a ELITE dos trabalhadores do Brasil! Seus salários eram superiores que de médico do interior. Enfim, sequer defendiam “trabalhadores”, defendiam as reservas de mercado, os subsídios governamentais, os empréstimos generosos que, no final, sustentavam essa elite operária).

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      • LSB disse:

        “Seus salários eram superiores AOS de médicos do interior.”

        Chato corrigir, mas tinha ficado muito feio.

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      • Alexandre disse:

        Olá, LSB.

        “Até a primeira eleição do Lula, o povão não votava no PT”

        Concordo.

        Porém, o PT era isso e mais que isso. Toda a base sindicalizada que você mencionou votava no partido, assim como os artistas, universitários, etc. Mas não havia ainda (aqui no Brasil) a pauta identitária. O PSOL se adaptou melhor ao conceito de New Left.

        Um abraço.

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      • LSB disse:

        Concordo, Alexandre.

        Mas, na minha opinião, isso está relacionado, de certa forma, com a “evolução da esquerda” no geral (e menos com PT x PSOL. Até porque o PSOL nasceu do PT: Heloísa Helena, Babá e alguns outros que “debandaram” do governo Lula por este ter “traído a causa” e ser “direitista” aliado de banqueiros).

        Até a década de 1990, pautas identitárias eram “marginais” (ou acessórias) nas pautas “esquerdistas”. Ainda estavam “presos” às questões econômicas (o sonho do Estado de Bem Estar Social europeu e, no caso dos militantes “raiz”, ainda na luta contra o capital e a favor da revolução socialista).

        Depois da queda do Muro de Berlim e do “desmonte” (ainda que parcial) dos Estados de Bem Estar Social, à esquerda somente sobrou o chamado “marxismo cultural”.

        O próprio PT, que no figurino fazia o “tipo” mais “tradicional” de esquerda, uma vez no governo, só foi realmente esquerda (e só “animou” a esquerda) nas pautas identitárias (cotas, por exemplo; além de toda uma “aparelhagem” no Estado de defensores destas causas).

        Enfim, creio que essa diferença que você apontou entre PT e PSOL está mais relacionada ao “zeitgeist” do que qualquer outra coisa*.

        Abs
        LSB

        * Até porque, dada a situação fiscal, a esquerda não consegue emplacar um discurso “mais gastos, mais Estado, mais serviços públicos”… não conseguem convencer mais ninguém… está muito “na cara” o tanto que esse discurso é “furado”…. Veja o Boulos: resolveu defender um “esquema Ponzi” fiando-se na “ignorância” do povo sobre esse assunto e, em poucas horas, as redes sociais já estavam cheias de “memes” detonando o Boulos e ridicularizando/desmontando sua proposta…

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  • Flm disse:

    Bem pensado!

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  • Arinaldo Costa disse:

    Excelente texto! Quanto à eleição paulista, vale lembrar que a esquerda sempre tem um candidato pra chamar de seu, o que reflete o “resultado das urnas” (neste caso, o invasor de propriedades!).

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  • AMERICO MELLAGI disse:

    Não sei porque nos esquecemos da corrupção. Nenhuma democracia, seja pelo voto distrital, distrital misto, recall, etc., resiste enquanto houver corrupção subsaariana. Rodrigo Maia, arauto da democracia, num país sério ou estaria preso ou totalmente inocentado, mas aqui fica nesse chove e não molha. Outros que deveriam estar na cadeia fazem projeções de como o Brasil deveria ser governado. Ou reduzimos a corrupção a níveis dinamarqueses, ou esquece esse papo de democracia

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    • Fernão disse:

      Isso só acontecerá, sr. Mellagi, se esquecermos esse papo de “ou, ou”, e passarmos ao papo do “como, tecnicamente falando”… É disso que se trata: quando se fala de voto distrital puro com recall, sai-se do pedido em
      oração ao Bom Jesus de Pirapora para que reforme a humanidade, e passa-se efetivamente à redução da corrupção a níveis melhores que os dinamarqueses.

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    • LSB disse:

      Corrupção é muitíssimo mais efeito/consequência do que causa*.
      Essa insistência de que a corrupção é o principal problema brasileiro** e, pior, que, de certa forma, é uma variável exógena, é só cortina de fumaça diversionista para não pensarmos nos problemas “originais” (ou que dão origem aos nossos problemas, incluindo a “corrupção”).

      Abs
      LSB

      * De fato, a corrupção “realimenta” os problemas do sistema, mas, ainda assim, é muito mais consequência (efeito ou até mesmo “reação”).

      ** Ai se o brasileiro entendesse minimamente de economia e matemática básica (juros sobre juros, estoque x fluxo, base de cálculo; enfim, coisas SIMPLES) e descobrisse que o que perdemos por incompetência, teimosias, ignorâncias, utopismos e ideologias é, LITERALMENTE (ou matematicamente), umas 100 maior do que a maior estimativa acerca dos valores perdidos em “corrupção” (e isso, por ano!).

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      • Flm disse:

        Corrupção = ausência de democracia

        Curtido por 1 pessoa

      • carmen leibovici disse:

        LSB,em POUQUÍSSIMAS palavras,de preferência uma só,diga quais são ,na sua opinião,os problemas “originais”nos quais não pensamos.(poucas palavras ,por favor-de preferência uma só -que sintetizem o seu pensamento)

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      • LSB disse:

        Exato, Fernão.

        Mas deixando mais claro:

        Corrupção (efeito/consequência) = ausência de democracia (causa).

        Dona Carmen,

        Respondo à senhora com as palavras do Fernão (que reproduzi acima neste comentário).
        Acrescento: um Estado hipertrofiado, estupidamente mega regulamentado, autoritário e ultracentralizado em níveis que beiram a distopia (ou insanidade mesmo).

        De qualquer forma, Dona Carmen, o que a senhora ainda não entendeu do que o Fernão escreve aqui?

        Quantas vezes o Fernão já escreveu que nosso problema é essa democracia de fachada (falsa e, de fato, antidemocrática)?

        Quantos artigos o Fernão já escreveu afirmando que a corrupção é o principal problema brasileiro?
        (eu não me lembro de nenhum)

        Quantas vezes as pessoas vieram comentar aqui apontando a “corrupção” como principal problema brasileiro e o Fernão respondeu que a corrupção só acaba com a VDP + recall?

        A senhora entende o que é debatido nesse site e só escreve para tentar me contestar OU está ainda não entendeu qual a “linha” do Fernão (ou a sua “explicação” para os problemas brasileiros)?

        A senhora é daquelas que em toda reunião de domingo na família sai com o famoso bordão “ah, mas enquanto houver corrupção…” e daí, como questão de “fé”, não pode ser questionada sob risco de seu universo particular se desmantelar?

        Abs aos que sabem interpretar.
        LSB

        PS: o “não pensamos” não se refere aos frequentadores do Vespeiro. Refere-se aos brasileiros em geral.

        PS2: que mediocridade essa história de “diga em uma palavra”, “resuma em pouquíssimas palavras” ou “só uma”, hein?
        Como se fosse simples assim. Todos os problemas brasileiros e minha (ou de qualquer um) correspondente avaliação resumida em “uma palavra”. Santa indigência mental!

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,em poucas palavras,como você vislumbra a solução para a “Corrupção (efeito/consequência) = ausência de democracia (causa).”e a solução para acabar com “um Estado hipertrofiado, estupidamente mega regulamentado, autoritário e ultracentralizado em níveis que beiram a distopia (ou insanidade mesmo).”

        Quando eu quero perguntar algo para o Fernão,eu pergunto à ele.Agora estou perguntando a VOCÊ e pedindo para VOCÊ elaborar ,em síntese,em poucas palavras ,como vê a SOLUÇÃO para esses problemas.

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,já que você menciona o Fernão,ele já sintetizou em várias ocasiões o pensamento dele a respeito do assunto Brasil,em 6 ou 7 palavras:voto distrital puro com recall,e mais 2 ou 3 ações ,a serem ainda elaboradas por mim mesma,mas enfim ,o pensamento dele é bem sintético.Ele costuma elaborar sobre essa espinha dorsal ,sempre buscando a sua concretização .Você consegue fazer isso respondendo às perguntas que eu te fiz acima?

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      • LSB disse:

        Dona Carmen

        Primeiramente a senhora PERGUNTOU quais os PROBLEMAS “ORIGINAIS” que mencionei.
        Assim, respondi a primeira questão apenas apontando o que entendo por problemas originais (democracia falsa + Estado hipertrofiado, ultracentralizado, etc.).
        Agora a senhora faz um QUESTIONAMENTO DIFERENTE (o que entendo por SOLUÇÃO).
        Logo, respondo o que não respondi antes (pois não era a resposta para pergunta feita).

        PERGUNTA:
        “como você vislumbra solução para a “Corrupção (efeito/consequência) = ausência de democracia (causa).”

        RESPOSTA:
        VOTO DISTRITAL PURO (de preferência com recall, iniciativa, referendos, plebiscitos, retenções).

        (não sei se escrevo explicando – posso ser chamado de prolixo -; mas também não sei se deixo o leitor interpretar, pois posso ser mal interpretado. Então irei explicar mesmo: solucionando a ausência de democracia – ou da falsidade de nossa democracia -, ou seja, solucionando a “causa”, soluciona-se o “efeito/consequência”: corrupção).

        Enfim, sou da mesma opinião que o Fernão já expôs aqui mil vezes*.
        Se a senhora entende a opinião do Fernão, entende a minha.

        E o VOTO DISTRITAL PURO também leva ao questionamento deste Estado hipertrofiado, autoritário, ineficiente, insanamente centralizado etc. etc. etc.

        Fui claro o suficiente?

        Abs
        LSB

        * PROVAVELMENTE há mais de um “caminho para Roma”.
        Na minha humilde OPINIÃO, uma descentralização radical TAMBÉM seria solução.
        A questão é somente qual é o caminho mais fácil (que sofre menos resistências políticas, jurídicas, etc.)?
        O VDP pode ser mais fácil mesmo (mais palatável, menos “inconstitucional”, etc.).

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,e como seria feita essa ” descentralização radical” a seu ver?

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      • LSB disse:

        Dona Carmen,

        Sobre a “descentralização” é possível escrever páginas e páginas e ainda assim não esgotar o assunto ou não conseguir dirimir todas as dúvidas ou não abordar todos os pontos.
        Então serei sucinto, pois colocando alguns pontos creio que a senhora entenda o “cerne” da questão.
        Então, vamos lá:

        1 – O termo “radical” = adjetivo “vago”, pois a centralização/descentralização depende do que está se comparando com o quê.

        2 – Os EUA HOJE EM DIA são bem mais centralizados do que há 100 ou 150 anos atrás. Ainda assim, os EUA são extremamente mais descentralizado que o Brasil. Perto de nós, os americanos ainda vivem HOJE em um sistema cuja descentralização, perto da nossa, é “RADICAL”.

        3 – Quanto a como seria feita a “descentralização”?
        Sinceramente, não sei (pois a “amarração” é muiiiiito bem “feita”)…
        De fato:

        A) exatamente porque isso (descentralização) é complicado que eu disse que talvez o VDP seja um caminho mais fácil mesmo (que até acho que leva à descentralização, mas o ponto de partido é outro: não a descentralização em si);

        B) Timidamente (e muito “de leve”), a descentralização está sendo “cogitada” ou “pensada” (ainda que “superficialmente) tanto na PEC do Pacto Federativo quanto nas propostas de Reforma Tributária; e

        C) Quanto mais o tempo passa, mais “centralizações” aparecem e, daí, mais difícil fica o processo de descentralização (tanto começando por ele quanto decorrente da adoção do VPD que, como já mencionei, ACREDITO que o mesmo leva à descentralização – ou à tentativa de)

        Bem, creio que a resposta para sua pergunta é mais o item 3, mas escrevi os dois anteriores para deixar mais claro “meu ponto.”

        Abs
        LSB

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,se você não sabe a resposta para a sua proposição,no caso “descentralização radical”,por que raios fica falando tanto sobre o nada? Você acha que ocupar espaço com NADA contribui com o QUÊ nas discussões?

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      • LSB disse:

        Deixando mais claro minhas colocações:

        1 – A PEC do Pacto Federativo e as propostas de reforma tributária NÃO SÃO DESCENTRALIZAÇÕES “radicais”, “verdadeiras” ou “para valer”.
        O lado “positivo” é que ambas trouxeram a temática à tona (ainda que timidamente).

        2 – Quando disse que não sabia como fazer a “descentralização” no Brasil é porque não tenho receita e muito menos sei qual seria a “ponta” do novelo pela qual deveríamos começar a (ou conseguiríamos) “desfazer” o “embaraço”.
        Em teoria, poderia ser por qualquer ponto MAS qualquer um que você escolher vai estar “amarrado” em um anterior que precisaria ser “desfeito” primeiro.
        Daí não sei se existe um “ponto” inicial (que não esteja “amarrado” em nenhum outro) no qual poderíamos tomar como “marco zero”.
        Por isso, enfim, é que digo que não sei como fazer essa “descentralização” (ou que não tenho “receita”).

        Abs
        LSB

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,que tipo de PEC sobre pacto federativo e quais propostas de reforma tributária levariam a “descentralização radical” na sua opinião, já que as em andamento,a seu ver, não levam ao objetivo que você acredita que elas devessem levar?

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,em relação ao item 2 da sua “resposta”,a ” ponta do novelo”para desamarrar a amarração ,segundo este blog, é justamente o voto distrital puro com recall .Se você participa deste blog,como ainda não sabe disso?
        Por que afinal você defende a proposição posta no blog se você não a entende como solução?

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  • Ruy Augusto disse:

    Notícia de hoje…
    Segundo pesquisa conduzida pela Exame, a aprovação do presidente, Jair Bolsonaro, está em 41%, o mais alto patamar desde fevereiro de 2019. No último levantamento, feito há um mês, a avaliação estava em 38% , e oscilou positivamente no limite da margem de erro da pesquisa que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A desaprovação diminuiu, passando de 34% para 31%. Aqueles que nem aprovam nem desaprovam somam 27%.

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  • carmen leibovici disse:

    Fernão,em São Paulo,principal estado do País,não vimos muito DEM nas eleições,vimos?Como se explica isso?

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  • LSB disse:

    Dona Carmen,

    Vou responder seus dois comentários para não encompridar demais o “diálogo” acima.

    1 – “que tipo de PEC sobre pacto federativo e quais propostas de reforma tributária levariam a ‘descentralização radical’ ”

    Tema muito longo para ser tratado aqui.
    Mas muito brevemente: “acabar” (ou diminuir sensivelmente, para ser mais exato) com a redistribuição de recursos entre entes da federação (tributárias) e “desfederalizar” obrigações* dos entes subnacionais: Estados e municípios (pacto federativo).

    (*obrigações em sentido amplo: serviços públicos, estruturas administrativas, códigos diversos, etc. E inclusive aquelas relacionadas aos cidadãos: leis trabalhistas, ambientais, tributárias, etc.)

    2 – “a ‘ponta do novelo’ para desamarrar a amarração ,segundo este blog, é justamente o voto distrital puro com recall”

    Não é dona Carmen.
    Voto distrital puro SIGNIFICA SOMENTE o modo de escolhermos e cobrarmos nossos representantes. Ponto.
    Descentralizar (se quisermos decidir como os americanos decidem – que é o “grande chamariz” ou “vitrine” nos artigos do Fernão – embora, é claro, podemos não querer isso) é um “trabalho” totalmente independente.
    Poderíamos “descentralizar” o Brasil sem o VDP, por exemplo.

    3 – “você defende a proposição posta no blog se você não a entende como solução?”

    O “chamariz” do Fernão (o povo faz iniciativa de lei, o povo escolhe se o parque vai ser privatizado, o povo propõe proibir isso ou aqui, etc. etc. etc) ACONTECE porque os EUA são DESCENTRALIZADOS!!!!
    (e não porque é VDP)

    MEU “SONHO” É A DESCENTRALIZAÇÃO.
    (o VDP também, mas se fosse descentralizado – por qualquer milagre da natureza – seríamos infinitamente melhor).

    Como chegar a ela (descentralização)?
    O VDP, na minha opinião, seria um caminho.
    (por isso apoio o Fernão).

    Todavia, no momento após implantado o VDP, tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO, FICARIA IGUAL, pois:

    – Os orçamentos são completamente engessados tanto na União, como nos Estados e nos Municípios;

    – Além de engessados, já estão quase 100% comprometidos nesse “engessamentos”;

    – as obrigações pecuniárias (serviços públicos, trabalhistas, aposentadorias, precatórios, etc), as jurídicas e legais, as estruturas administrativas, os regulamentos, etc. etc. etc., continuariam absolutamente iguais;

    – as amarras constitucionais continuariam absolutamente as mesmas, etc. etc. etc.

    LOGO, após aprovado o VDP, tudo continuaria a mesma coisa (pois todas a leis que regem nossas vidas e do Estado continuariam as mesmas), MAS você teria como cobrar seu representante.

    AGORA, não acredite que porque você vai cobrar ele vai fazer o que você quer.
    Como disse acima: o orçamento é engessado, totalmente comprometido, está tudo amarrado na CF, etc. etc. etc.

    Você poderá cobrar REFORMAS, mas essas acabam tendo as mesmas dificuldades que as REFORMAS já possuem atualmente:
    É constitucional?
    Quem ganha?
    Quem perde?
    Quem paga?
    Etc. etc. etc.

    Ainda assim, uma vez instituído o VDP, eu ACHO que ao cobrar seus representantes, os brasileiros acabariam entendendo o Estado brasileiro e, daí, sim, fariam (ou exigiriam) uma, digamos, “revolução” (que incluiria a descentralização, por óbvia “saída”/”solução”, uma nova CF com certeza e “trocentas” mudanças “derivadas”).

    Abs
    LSB

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    • carmen leibovici disse:

      LSB,seu último parágrafo basta para explicar o óbvio.Por quê você precisa enrolar tanto e ” encher a paciência”com suas elucubrações mentais pessoais desconectadas da realidade vigente?
      Obs:Quando escrever VDP-que é um invencionismo seu-escreva VDPcR,pois é o recall justamente o que interessa em toda a proposição aqui debatida,entende?

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      • A. disse:

        Dna. Carmen:
        Tinha jurado abandonar a área de comentários, por motivos particulares. Mas não resisti a quebrar a promessa, pra fazer uma última observação: conhece “matryoshka”? É aquela bonequinha russa. Conversar com o sr. LSB é como brincar com a “matryoshka”: ele consegue tirar uma bonequinha de dentro de outra, mas cada vez menor. E depois da última, minúscula, não sobra nada…

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      • carmen leibovici disse:

        A, exatamente.A fala dele é só fala,vazia de conteúdo,quando não de conteúdo”desonesto”. Coloquei a palavra desonesto entre aspas para relativizar um pouco,mas a fala dele me parece as vezes inteiramente desonesta, além dele possuir uma arrogância infundada e irritante

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      • PM disse:

        Perdão, Carmem. Felizmente sua voz não decide nada aqui. Há diferentes leitores e interesses de conhecimento aqui que vão além da compreensão que seus comentários demonstram. Para mim, vc é importante e colaborativa por estimular o sr. LSB a nos trnasmitir maise mais conhecimento. Absorve o aluno interessado. Muito admiro o saber e paciência dele — se eu os tivesse, iluminaria ainda mais suas mentes. Mas em tudo há limites e incomoda-me sobremaneira lixar digitais do meu dedo inutilmente para adubar terras quando o lixo do preconceito irá empedir boa colheita.

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      • carmen leibovici disse:

        “lixo do preconceito”,PM?Como poderia eu ser preconceituosa de uma sigla?Como saberia eu se “LSB”é um preto,um vermelho,um gay ou parte de qualquer outra ” minoria identitária”?
        Aliás,seria muito corajoso da parte dele assumir sua identidade publicamente e parar de se envergonhar e ter medo das eventuais reações relativas a essa identidade.
        Eu inclusive acho interessante poder compreender o background de cada um para melhor entender suas peculiaridades,que todos temos.
        Mas ser covarde e se esconder é próprio dos covardes ,a meu ver.
        Não,nem todos que usam inicias de seus nomes são covardes e sabemos disso através de suas manifestações.Podem haver é claro outras razões para não se expôr,mas não me parece o caso de LSB,que parece esconder alguma vergonha ,talvez de si mesmo e talvez de outrem.Impressao minha….

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      • Paulo Murano disse:

        Oi, boa tarde!
        “lixo do preconceito” refere-se àquilo jogado por ambos e outros comentaristas que seguiram em procisão pela defesa do VDP contra a nocividade de elementos das minorias eleitos.

        Antiga ladainha da desgraça que seria ter mulheres na política, me fez pensar que há mais de 15 anos ouço sobre a necessidade de se implantar voto distrital no país e nada de REAL esforço (arregaçar as mangas para trabalho voluntário efetivo) da casta intelectual transbordando boas intenções.

        Tem-se agora politicas do interesse de grupos identitários… Eureka! Ótima justificativa para a preguiça; e somem os jesuitas, tirem as mulheres, poupem analfabetos! Os inúteis da ação ficarão bem na fita em detrimento de minorias que REALMENTE tem lutado (em casa, nas ruas, associaçoes, no legislativo e justiça pelo direito à vida, trabalho, dignidade, cidadania. Foda-se isso, atrapalhará nosso projeto VDP. Não sendo eles seriam outros os culpados pelas suas bundas coladas em almofadas? Pelos seus punhos de pena e músculis infanris? Ousariam eles fazer o que os intelectuais tupiniquins e professores de merda nunca fizeram?

        É esse o lixo que contaminou os comentários daqui, e pior: com o endosso da vespa-mãe. Aquela que justifica: são minorias, portanto inexpressão representativa é de se esperar numa democracia — cresçam para ter direitos ou aguardem pela boa vontade dos ignorantes que, por ckmpirem maioria dk pivo tem o direito democrático de fazer as leis e conduzir o executivo nas rês esferas.

        Eureka! Democracia é responsável pelo atraso do país. Tenhamos pois intelectais autocráticos e seres inteligentes conduzindo o país até que tenhamos um povo capaz culturalmente de viver numa democracia representativa!

        Enquanto isso, sábios aprendem sobre a natureza humana seguindo o exemplo de andarilhos sem teto vasculhando lixos da cidade; por vezes tomam por ofensa dejetos por demais indigestos.

        A luz atravessa o espírito do tempo, mas ambos são sugados por previsíveis buracos negros. Hora em que me afasto. Abs

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      • PM disse:

        PS:
        A princípio, também eu não entendia três letras assinando textos de “infinitos” arranjos com praticamente todas as letras do alfabetos. Curioso, passei a ler cabo a rabo dos comentários e mais bestificado fiquei: tanto conhecimento, construções de precisão lógica e prazer em tudo deixar neste canto perdido da web! Por que homem de deus. Fosse eu preconceituoso, diria que mulheres descabelar-se-iam de tanta curiosidade.

        Somando a paciência observada, matei a charada auto-imposta: idade aproximada, formação / área de atuação provável e a motivação de tanta generosisade — o máximo que falarei sobre Dom Diego de la Vega, e a plenitude do ser sob a máscara de zorro tendo os olhos a mostra, abertos e sempre atentos. Aprendi a entender e respeitar. Porém, nem de tudo me alimento e reconheço pelo cheiro o tipo de lixo que há nos becos escuros da mente.

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      • Pm disse:

        O silêncio persistente me faz cutucar: não sou eu quem puxa a corda destacada a primeira ilustração.

        O estático de olhar espantado somos nós, certamente! A urna eletrônica a arapuca.

        E quem seria o pensador? Com qual elemento da ilustração maravilhar-se-ia nosso semeador?

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      • Paulo Murano disse:

        Brotando entre fios de cabelos, líquido incômodo e sem rumo, incomoda damas de cera. Braços rijos justapostos com ante-braços conformam noventa graus. Quase exatos! E medo sustenta mãos inquietas em confiante tarefa de manter dedos submissos retendo algum nada no ar.

        Distante, e sempre distante! contempla entre nuvens vespa-mãe o ritual. Véus linho-seda volando igual fraquezas de mortais. Basta a ranca que detrás arrasta, reconhecida, a natureza.

        E obre vespa-mãe!

        Submiss@s e seguidor@s do cerimonial, não entendem pausa racional; incomoda o suor que nominam e sentem nas faces aguadas.

        Otras damas de honra entendem, mas calam-se em maioria! Efeméride suspeição entre esses. E suor friosplal d’alma a revelar.

        E… e por aqui? O grande resto e razão de tudo? Devoção ao carma de ter uma vespa-mãe consigo é o peso de carregá-la? Reconhecera própria covardia que induz seguir adorando bestas OU vacas sagradas é exposição ao sutíl, renascendo o entendimento da razão da obra de Federico.

        E mais expressões desconfortáveis, entre nossas singelas damas, denunciam a inutilidade de esforços de músculos em manter peso….

        CESSO AQUI MINHA LUZ COMPARTILHADA; E, EM DEFINITIVO, ATÉ VOSSO DESPERTAR, REPITAM-SE SEGURANDO RABOS DE VACAS SAGRADAS OU…

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      • Paulo Murano disse:

        Aqui, em minha lápide simbólica, registro minha profunda desconfiança do que disseram e venham a dizer LSB, Leibocistas, Laras Mesquitovisks e semelhantes ilusionistas.

        Meu grito: Apezar de vocês, hoje e sempre haverá novas eras

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      • Paulo Murano disse:

        Silêncio há 24 horas ou mais! Esforços de Goebbels não mais agradam Himmler. Fodendo-se nós resta Hitlet. Sempre. E por todo o sempre, amém!

        Proteína que a medicina milenar chinesa verteu bom hábito alimentar. Ingênuos aprendizes repetem-se escravos de nobres disígneos, como agua mole confrontando pedra dura — algo que pós da história daqui tem horror.

        Cansei e cansado suplico: alcance-nos almas sedentas de paz! Vasto é o espaço salva-vidas em botes sem limitação ao perão. Não posso autorizar mais que 144 mil, humilde desconfio desse mistério — e mil seriam milhões? Obedeço, cansei de desafiar o desconhecido.

        Suplico paz na despedida.

        Acordem ou durmam. Tempo é relativo, cada qual tem o seu.

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    • LSB disse:

      Dona Carmen

      “LSB,seu último parágrafo basta para explicar o óbvio.Por quê você precisa enrolar tanto e ” encher a paciência”com suas elucubrações mentais pessoais desconectadas da realidade vigente?”

      Seu último parágrafo?!
      A senhora fez 3 perguntas e eu respondi as três. O último parágrafo só se referia à terceira resposta! Ou seja, a senhora nem presta atenção ao que pergunta…
      Quanto “desconectadas da realidade vigente”, são apenas as suas (indigentes) interpretações e entendimentos.

      No mais, se escrevemos pouco, tipo “o VDP leva à descentralização” ou “precisamos de uma descentralização radical’ a senhora não consegue raciocinar e fica perguntando “por quê?”, “como?” ou “o que você quer dizer com isso?”.
      Mas quando explicamos (e escrevemos muito para isso – e com a maior boa vontade do mundo), vem a senhora dizer que é enrolação (e que “enche a paciência”), que há “agendas secretas”, “conteúdo desonestos”, etc.

      De fato, dona Carmen, a senhora é representante típica do brasileiro estúpido deformado pelas nossas escolas: quer uma resposta DEFINITIVA sobre TUDO e, no máximo, em 6 ou 7 palavras (e, claro, que também seja agradável aos ouvidos).
      Vai ser uma “perdida” sempre… Não consegue interpretar ou avaliar nada – precisa de uma “vaca sagrada” mugindo para poder seguir atrás. E quando não entende (ou cansa de ler), acusa, “enxerga” má fé, desonestidade e “golpes”…

      POR FAVOR, NÃO LEIA MAIS O QUE ESCREVO, NÃO TENTE ENTENDER (não vai ser para a senhora que estarei escrevendo mesmo) E NÃO RESPONDA!

      “pois é o recall justamente o que interessa em toda a proposição aqui debatida”
      Não é Dona Carmen, não é.
      Esse é um espaço de debate e, ainda que o VDP + recall seja a bandeira principal do Vespeiro, POR TODA A OBVIEDADE do mundo, o debate se alastra por assuntos correlatos.
      (e também porque todos os artigos do Fernão são quase sempre majoritariamente descritivos da DESCENTRALIZAÇÃO americana e não do VDP americano).

      “inteiramente desonesta, além dele possuir uma arrogância infundada e irritante”
      A senhora não tem inteligência ou conhecimento para julgar se o que escrevo é infundado ou desonesto (acredite nisso que já vai aprender muiiito). Aliás, repito, sua acusação de “desonestidade”, além de infundada, é só uma reação da sua ignorância: não entendeu, acuse, imagine má fé e “agendas secretas”!
      Quanto à “arrogância”*, esse é um espaço de debate e, portanto, defendemos nosso ponto com os melhores argumentos que encontramos no momento (se é que a “acusação” também não é somente uma reação da ignorância: diante do questionamento ou daquilo que não compreende ou que não é capaz de julgar, aponta arrogância).
      E, por fim, se é irritante, repito: não leia! Ou a senhora acha que eu não leio coisas irritantes também (eu e todo mundo, é claro)?

      Conclusão: NÃO LEIA MAIS O QUE ESCREVO, NÃO TENTE ENTENDER (não vai ser para a senhora que estarei escrevendo mesmo) E NÃO RESPONDA!

      Caro A.

      Esse é um espaço para debates (tanto que o Fernão não coloca limite de caracteres). E questões levam a outras e por assim vai.
      Em suma, debates são assim.
      Por isso procuro não ser muito conclusivo, pois apesar de defender pontos específicos, prefiro deixar as questões relativamente (ou parcialmente) “em aberto” (ou, muitas vezes, meu ponto mesmo não é a ‘conclusão”, mas sim a dúvida, a incerteza, o risco, etc.).

      Mas como você já me “sacou”, eu também já te “saquei”: o típico voluntarista infantil. Acha que vontade e fé são suficientes para mudar alguma coisa.
      Beleza! Vá fundo! Mas eu não acredito em voluntarismo.

      Por exemplo, em duas ocasiões eu mencionei a questão das minorias (versus VDP) e você respondeu com algo do tipo “isso é falácia”.
      Ok, mas o “cerne” da minha colocação não é, e nunca foi, esse (se o VDP é contra ou a favor de minorias)!
      De fato, minha “preocupação’ trata-se de como encaminhar a questão…
      (pois aposto com você e com quem quiser que o VDP cai no “supreminho”, ok?)

      Assim, se alguém quiser mesmo e “de verdade” o VDP – sem brincar de adolescente rebelde -, uma etapa ULTRA MEGA FUNDAMENTALMENTE NECESSÁRIA é construir TESE JURÍDICA para justificar o VDP sob nossa CF (e isso não será fácil…).
      Por isso insistia na questão. Pois, de fato, o mais provável é que o VDP seja declarado inconstitucional antes mesmo de ser aprovado no Congresso (basta ver os exemplos de PLs cujas constitucionalidades estão sendo questionadas já durante suas tramitações).

      Mas, ok. Talvez eu esteja errado mesmo… Talvez seja só questão de “fé e Deus e pé na tábua”…

      Abs e boa sorte a todos (porque vão precisar e muito… já que contam só com ela…)
      LSB

      * Embora eu vá levar essa “acusação” “à sério”.

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,você não está entendendo o que eu estou dizendo.Vou seguir apontando suas falhas intelectuais até que compreenda o que digo.

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    • PM disse:

      PS:
      A princípio, também eu não entendia três letras assinando textos de “infinitos” arranjos com praticamente todas as letras do alfabetos. Curioso, passei a ler cabo a rabo dos comentários e mais bestificado fiquei: tanto conhecimento, construções de precisão lógica e prazer em tudo deixar neste canto perdido da web! Por que homem de deus. Fosse eu preconceituoso, diria que mulheres descabelar-se-iam de tanta curiosidade.

      Somando a paciência observada, matei a charada auto-imposta: idade aproximada, formação / área de atuação provável e a motivação de tanta generosisade — o máximo que falarei sobre Dom Diego de la Vega, e a plenitude do ser sob a máscara de zorro tendo os olhos a mostra, abertos e sempre atentos. Aprendi a entender e respeitar. Porém, nem de tudo me alimento e reconheço pelo cheiro o tipo de lixo quehá nos becos escuros da mente.

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  • carmen leibovici disse:

    LSB,procure ler todos os artigos do Fernão sobre recall e com o tempo você vai acabar entendendo o “point” da coisa e vai parar de bater em tecla errada.Ele escreve sobre este assunto há muitos anos.Já que você é tão interessado,imprima-os e estude-os.

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    • LSB disse:

      Dona Carmen, entendo bem o VDP e o recall (e a iniciativa, retenções, plebiscitos, referendos e até de outros aspectos menos, ou não, abordados aqui no Vespeiro – tipo contratação de funcionários e serviços públicos, campanhas eleitorais do executivo, do legislativo e do judiciário e respectivos financiamentos, impostos – tenho algum conhecimento).

      E eu leio o Fernão há anos também – oito ou nove anos para dar uma “estimativa mais precisa” (e não só ele, é claro… e também já li muita coisa sobre aspectos técnicos do VDP que o Fernão praticamente nem aborda aqui – ou muito raramente aborda… por exemplo: organização dis distritos).

      No mais, agradeço pelo escrutínio intelectual que a senhora faz das minhas ideias. Aprendo muito.

      Abs e bom fds
      LSB

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      • carmen leibovici disse:

        Ótimo,se você aprende,ponha em prática e deixe de ser um “nut” .

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      • LSB disse:

        Foi ironia esse trecho da minha resposta, Dona Carmen.

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,os aspectos técnicos que você diz conhecer(dizer,qq um pode dizer o que quiser,daí a ser verdadeiro é outra conversa),deixe para levantar quando o voto distrital puro com recall deixar de ser uma ideia .Por enquanto,dissemina- se uma ideia.Voce se tortura muito,e tortura os outros,com o que ainda não aconteceu.(sim já imagino a sua resposta ,ela é circular)
        E sim, você capta a ideia do voto distrital com recall ,como mostra o último parágrafo de um de seus últimos posts,mas para quem aprecia o sistema de “rouba mas faz”me parece estranha essa sua defesa( meio esquizofrênica) do mesmo.Em geral,quem participa deste site,odeia ladrões.Eu sou uma delas.

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      • LSB disse:

        Dona Carmen,

        “dizer,qq um pode dizer o que quiser,daí a ser verdadeiro é outra conversa”
        Se eu fico descrevendo, estou enrolando. Se só menciono, estou inventando.
        Difícil….

        “Por enquanto,dissemina- se uma ideia”.
        Ok, entendo seu ponto, mas como falei para o A., aqui é um espaço de debate e, portanto, acabo fazendo isso (desenvolvendo raciocínios e “elucubrações”).

        “Voce se tortura muito,e tortura os outros,com o que ainda não aconteceu”
        Talvez essa seja sua crítica mais pertinente feita a mim até hoje.
        (e isso não é ironia… realmente). Vou pensar sobre isso (embora, como disse, não sou adepto do voluntarismo, da “torcida” e, por isso, fico levantando problemas, riscos, dificuldades, desafios).

        “mas para quem aprecia o sistema de ‘rouba mas faz’ ”
        Não aprecio, Dona Carmen, mas, às vezes, é melhor do que o “não rouba, mas te afunda o barco e afoga”*.
        De qualquer forma, não discuta esse ponto com um ignorante como eu que “se acha” e que tenta parecer “mais culto do que é”.
        Procure Max Weber: A ética da convicção e a ética da responsabilidade…

        Abs
        LSB

        * mas mesmo essa questão do que é “corrupção” é extremamente complicada. Não vamos iniciar outra discussão, mas a percepção geral, na minha opinião, é errada.
        Só para EXEMPLIFICAR meu ponto: irregularidades não são necessariamente “roubos”, sobrepreços não são necessariamente “desvios”, aditivos muito acima de limites legais não são necessariamente “roubos” e por aí vai… mas o tema é muito longo e não vamos começar outra discussão.
        Meu ponto somente é que a percepção criada pela imprensa é muito errada: nos conceitos, nas imprecisões, nas grandezas, nas proporções, etc. (e fazem isso OU porque o tema “corrupção” vende igual “pãozinho quente” OU porque “teorias da conspiração” e “ligações” são sempre muito fáceis de se “inferir” ou de serem “descobertas” OU porque os temas importantes não interessam ou são áridos, etc).

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      • carmen leibovici disse:

        LSB,na minha opinião , você é um “mala” impertinente.Se o Fernão te aguenta aqui, paciência.Eu já teria dado um pé no seu “derriere” faz tempo para parar de encher a paciência dos outros e ocupar espaço com as suas estultices.Bye

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      • LSB disse:

        E a senhora só sabe xingar, acusar, ver “agendas secretas” e fazer perguntas cretinas (não posso nem dizer que sabe escrever).
        De fato, a senhora é uma “mala” ignorante.

        Além, é claro, de ser uma “hitlerzinha” em potencial (“Eu já teria dado…”).

        E mais uma coisa: por que a senhora lê o que se te “enche a paciência”? Masoquismo ou idiotice?
        Só tem a paciência enchida quem lê…
        PARE DE LER O QUE ESCREVO… simples assim!

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  • Varlice1 disse:

    Ótimo!

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  • carmen leibovici disse:

    Como é votar nos EUA in loco.”Só um pouquinho mais sério.Chegamos lá.
    https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10224398133960596&id=1223088619

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  • Christina Valle disse:

    Realmente, excelente texto, muito esclarecedor! Muito obrigada!

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  • PM Orgulhoso disse:

    Coisas do Brasil prá amar nossa cultura!

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