Hora de por as cartas na mesa

4 de dezembro de 2018 § 21 Comentários

Vou lendo colunas e encontro o Brasil dando esbarrões animadores em velhas verdades. Mas são ainda apenas esbarrões. O foco continua concentrado no esforço de coibir a manifestação dos efeitos das nossas doenças em vez de no tratamento das suas causas.

Na educação já se pode falar na ditadura que há mas a aposta continua sendo de que tudo se resolva com a adoção de mais uma “política pública” elaborada por um par de “especialistas” que valerá para todo este quase continente … exatamente a distorsão que criou a condição para a instalação da ditadura que se quer combater. A centralização é sempre o prelúdio do aparelhamento gramsciano. Os saxônicos vão, como sempre, de descentralização e democracia, com cada bairro elegendo entre pais de alunos o board da sua respectiva escola pública encarregado de contratar e cobrar resultado dos professores que melhor se adequarem às necessidades de seus filhos de modo a fazer, em cada cantinho do país e todos os dias um pouquinho, “a verdadeira revolução que abrange e chacoalha de alto abaixo o sistema em seus aspectos organizacionais e pedagógicos” com que sonham confusamente que lhes caia do céu os latinos.

A própria ideia de “debate” entre os latinos pressupõe uma disputa onde um lado ganha e o outro perde. Nada a ver com a ideia de convivência entre contrários que tem como corolário a de tolerância eventualmente elevada a valor inegociável, fazendo tudo desaguar na democracia vista como manual de navegação e não como local precisamente identificado de destino.

Ainda havemos de chegar lá…

E na seara de Sérgio Moro, teremos um Ministério da Segurança Pública ou um Ministério da Justiça? O plano do ex-juiz é inequívoco. Incrementar a integração entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e unidades de inteligência financeira, em especial o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), para verificar o uso dos valores por organizações criminosas. Funciona, não ha duvida nenhuma. E como é de salvar vidas que estamos falando não ha como não comemorar.

Mas ainda é das pessoas e não do “sistema” que se trata. Este está mais amarrado ao conceito de justiça. Mas o que são os orgãos do Poder Judiciário hoje? Esse STF que cuida de trocar aumentos de salário por penduricalhos? São quase sindicatos; instrumentos de criação e “petrificação” de privilégios corporativos. Quem ou o quê ha por cima deles disposto a discipliná-los?

Jair Bolsonaro é que não é. Agora já são seis os militares no ministério. Uma parte disso nos fala, digamos, da falta de diversidade da rede de relacionamentos do presidente eleito. E desde a nomeação de Carlos Alberto Santos Cruz, o general que a ONU encarregou de acabar com as guerrilhas do Congo, para a secretaria de governo, a outra instância da coordenação política com partidos e “bancadas”, uma dúvida, ao menos, se desfez. O presidente parece ter sentido a necessidade de instalar ouvidos menos sedados nesse departamento. Agora quem quiser que faça àquele arquétipo do “homem cordial” brasileiro as suas propostas indecentes.

Bom sinal. Mas sem grandes ilusões. O presidente eleito queimou seus navios ao por Sergio Moro onde está e agora está queimando pontes na medida em que avança. É uma faca de dois gumes. Os militares não são a “reserva moral da nação” porque sejam feitos de material diferente de nós mas porque se têm mantido ha 33 anos à distância dos focos mais notórios de contaminação. Muitos daqueles entre eles que os tocaram não saíram incólumes, como é o caso, seja dos que cederam à tentação na curta temporada da missão de combate direto ao crime organizado, seja dos que se mantiveram em funções por onde transitava muito dinheiro, como é o caso dos mais graduados até entre os feitos ministros que chegaram a ganhar menções em ações da Lava Jato. Alto lá, portanto, com esse negócio de quere-los “governando por 20 anos”.

Mas esses são só os casos extremos. Os militares mantiveram-se longe do poder mas não tão longe quanto o resto do povo brasileiro. Menos que o judiciário e que os políticos mas mais que o que seria saudável. Como vamos confirmando pela persistência desse silêncio, as coporações militares também aprenderam a gostar dos direitos que “adquiriram”. Mas nem a obscenidade dos exagêros da ponta de cima, que eles reconhecem e, menos vocalmente do que o caso pede, repudiam, suplanta a consciência de que o barco em que vão todos eles é o mesmo.

Estão certíssimos. Esse é mais um departamento onde não existe meia gravidez. Ou ha igualdade perante a lei ou ha privilégio. Como, portanto, não ha solução fora da fórmula de Temer que, na velocidade que for, e com as ressalvas que a razão admite, termina na igualdade entre nobres e plebeus, esse siIêncio quanto a qual é a reforma da previdência de Jair Bolsonaro torna-se mais atroador a cada minuto que passa. Tão atroador quanto o dos jornalistas com raízes fincadas no mesmo maná “através de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive”, conforme reza a lei, que nos querem fazer crer que só o que falta ao Brasil é coibir a apropriação do “trôco” que representa o que a “privilegiatura” nos toma por fora da lei que a estabeleceu como casta merecedora de mais, muito mais do que nós mortais merecemos.

O silêncio de Paulo Guedes e equipe a esse respeito é imposto mas não pode mais ser admitido. Ele manteve da equipe de Temer os mais vocais entre os arautos da dimensão telurica da explosão que vem vindo não por acaso. Mas todos estão, agora, igualmente reduzidos ao silêncio. A realidade obrigará Jair Bolsonaro a rompe-lo mas a um custo impensável se ele o arrastar até depois do terremoto. A fábrica de misérias do Brasil continua aberta, e mais um pouco que demore o anuncio da data do cumprimento da sua sentença de morte e o mercado começa a trazer a valor presente o desastre que estão tentando tapar com uma peneira.

É hora de por as cartas na mesa.

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§ 21 Respostas para Hora de por as cartas na mesa

  • marcos disse:

    As cartas foram postas na mesa em setembro e outubro e vc escolheu a carta errada. Vai passar mais quatro anos dizendo o que disse nos últimos tempos sem dar em nada.

    A chance dessa gente dar certo é quase nula. Trágico, porque o liberal Guedes vai ser queimado, assim como a luta que Vélez leva há décadas contra o patrimonialismo. Só OC vai se dar bem, pois venderá mais que chuchu na feira…

    MAM

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  • Luiz Barros disse:

    Pois é, Fernão…
    Você votou errado kkk
    Devia ter votado naquele janota rufião designado para alisar o nosso lombo para o garanhão encarcerado continuar a nos foder.

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  • Luiz Barros disse:

    O núcleo militar que se vai formando para o próximo governo é motivo para o receio de muita gente, não sem razão – diga-se. Mas o brutal avanço das bancadas evangélicas e a influência delas no governo, com o presidente utilizando-se como bordão citações bíblicas, talvez seja motivo para maior preocupação.

    Não porque sejam pessoas religiosas, mas porque em virtude de pretensões evangelizadoras e messiânicas, podem atentar contra o Estado laico e, eles sim, implementarem um projeto de auto perpetuação no poder.

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    • Fernão disse:

      Todo sujeito que se dedica profissionalmente à politia tem, la no fundo, um projeto de perpetuação no poder.

      Ligar-lhes o fio-terra é a função do eleitor. Isso não me preocupa. Mas a alienação deles em relação à implosão iminente do estado pelo descalabro previdenciário sim.

      Nenhuma reação aos atos sucessivos de rapinagem de STF e cia, o encolhimento de Paulo Guedes que de “super” pra valer não tem nada, está isolado num canto do governo, isso é de dar medo.

      A dinastia Bolsonaro não deu nenhum sinal que a distinga das outras naquilo que interessa que são os privilégios da corte.

      Eles são da corte. Eles são a corte. Eles lá, o Brasil aqui…

      A menos que eu (tomara!) me engane, trocamos de dinastia mas o feudalismo não acabou.

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      • Fernando Lencioni disse:

        É… essa questão do Paulo Guedes me preocupa desde o começo. Mas como eu sei o que é isso, por que tbm vivo esse problema com os políticos que assessoro e assessorei, me parece que ele está tentando comer pelas beiradas porque ele sabe no fundo que o Bolsonaro é muito bronco – acreditem ou não esse é o caso da imensa maioria dos políticos – para entender com clareza e profundidade a integralidade de seu pensamento e vai tentando aos pouquinhos fazer o que for possível para melhorar o país colocando pari passu ideias na cabeça do cara de maneira a convence-lo de seu acerto na medida de sua parca compreensão e vontade. Claro que todos sabemos que o cara não é estritamente conservador nem liberal por que simplesmente ele não sabe exatamente o que isso. Resta saber se vai ser suficiente. E é exatamente esse comportamento corporativista que ele adquiriu como parlamentar defensor dos interesses militares a que vc se refere que é o perigo principal. Aguardemos.

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    • Marcos Norberto disse:

      Antes fossem , em sua maioria, homens de fé de verdade. Estou com o Daciolo e o Renato Pedroza, os sistemas religioso e político são contaminados, meios de manipulação e enriquecimento. Muitos se dizem cristãos e na verdade são falsos profetas idólatras do dinheiro e do poder. E os citados acima afirmam que os mais influentes e poderosos destes falsos profetas são instrumentos da sociedade secreta, maçonaria, a qual estaria por trás de todo tipo de, digamos, estratagema, mas sempre com o invólucro de austeridade e benevolência; ambos baseiam-se em testemunhos de ex-integrantes dessa configuração de poder, documentos e em bibliografia estrangeira.

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  • Fernando Lencioni disse:

    É incrível como nós não compreendemos ainda que humanos são humanos. E portanto, somos todos falíveis. Se somos todos falíveis e somos traídos por nossas idiossincrasias o resultado é que, das duas uma, ou a verdade não existe ou ela é relativa e a melhor verdade é a que resulta da dialética dos contrários. Como na vida sempre temos que fazer uma escolha, então a resposta mais adequada ao contexto sera: a verdade é relativa e resultado da escolha da maioria. Mas, dirá vc, mas a maioria escolheu Cristro em vez de Barrabás. Sim. E é por isso que a democracia ainda será melhor regime por muitos séculos, pois, depois de ter escolhido errado, há milênios vem tentando corrigir o erro cometido. Algum racionalista diria, mas esse é exatamente o defeito da democracia. E a resposta é: não é o da democracia; é o nosso. E toda solução genial que foi proposta em seu lugar resultou em sofrimento, morte ou os dois juntos, por que se esqueceu do principal: somos todos humanos e, portanto, falíveis. Não é à toa que há um ditado popular que diz: duas cabeças pensam melhor do que uma. Nós somos seres em plena evolução, em contínua construção. Por que haveria perfeição em nossas sociedades? Elas, como nós, precisam também evoluir é aprender com seus erros. Mas para evoluir como um organismo multipessoal é preciso um sistema livre para que cada unidade desse organismo possa dar a sua contribuição. Ainda que seja para remar contra a maré. Pois tbm isso fará com que o restante do organismo aprenda. É por esse motivo que o poder numa democracia tem que ser fortemente fragmentado. Sem a descentralização e desconcentração de poder não há liberdade de manifestação para todos os partícipes do organismo e sem essa liberdade não haverá a dialética necessária para se encontrar a verdade da verdadeira maioria e a decisão tomada não será a melhor, a resultante da dialética dos contrários.
    Sei que é um conceito complexo, mas enquanto não entendermos isso não haverá solução adequada ao nossos problemas.
    Claro que isso pode ser dito com outras palavras, mas a essência, creio, seja essa.
    Fernão vc como jornalista, com todo respeito, tem que abrir esse debate no nível nacional senão ficaremos como na letra da famosa canção do Pink Floyd: running over the same old ground and how we found the same old fears, wish you where here.

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    • Fernão disse:

      é mais simples que isso, fernando.

      toda solução é só o início do próximo problema.

      pra quem pensa que com um voto chega-se algum lugar definitivo, tudo que tenho a dizer é que vivendo passa…

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  • Fernando Lencioni disse:

    Kkkk é verdade

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  • Fernando, permita-me contribuir. A dialética dos contrários, no longo prazo efetivamente leva a superação de equívocos. Trata-se, porém, de uma operação tipo pêndulo, que vai prá lá, depois pra cá, ou à esquerda, depois à direita. Isso se deve ao seu suporte lógico que explora a dicotomia de tese e antítese na busca de uma síntese. Penso que a genialidade humana já está pronta para dar um upgrade racional para a lógica superior, de padrão complementar, que contempla o todo. Com isso em lugar de continuarmos nessa esgrima extenuante entre as partes, daríamos um salto da parte para o todo, que é o lugar onde as partes ganham sentido. Pensar o todo, metodicamente, exige estudo, mas pense no seguinte: não existe na realidade um fenômeno ou objeto que corresponda ao conceito analítico de parte. A existência apensa admite presenças na forma de totalidades bem constituídas. Esse problema é tão grave que a nossa ciência ainda é analítica, voltada para partes, supondo, equivocadamente, que o conhecimento das partes lhe conceda domínio do todo, quando este transcende a soma das partes. Com isso chamo atenção para o fato de estarmos cometendo erros no uso das lógicas que potencializam nossa racionalidade e normatizam a existência. Por isso ficamos nesse processo doloroso de tentativas e erros, aprendendo com os erros.

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    • Fernando Lencioni disse:

      Agradeço. Mas… como sempre… a dialética. Vc está supondo que existe uma única e perfeita verdade e que está pronta para se encontrada por uma suposta genialidade humana. Se é tão genial a esse ponto, então, não é humana. Tenho para mim que o ser humano tem uma natureza universal e imutável: a imperfeição. Por isso, para mim, este mundo sempre será injusto e imperfeito. A solução? Democracia e liberdade. Democracia: decisão da maioria com respeito à voz da minoria. Liberdade? Poder distrital. Descentralização e desconcentração de poderes. É nisso que acredito por que o tempo e a experiência provou ser a melhor solução colocando as teorias contrastantes em cheque. Por isso me defino como conservador nos costumes e liberal economicamente. É isso.

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      • Tens razão, penso que “ser humano” é justamente conquistar a racionalidade possível à espécie. Não creio que ela esteja limitada às dicotomias, seja entre ser e não-ser, entre um e outro, entre causa e efeito ou entre antecedente e consequente. Se não houvesse, acima disso, uma lógica complementar e integradora, ainda seriamos proto-universo, porque os contrários não teriam se reunidos em átomo, molécula, organismo, etc.

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  • Marcos Norberto disse:

    Preciso, mais que isso não tem como – arauto da razão.

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  • Marcos Norberto disse:

    Fernando e Rubi, parabéns pelos ricos comentários. Obrigado.

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  • Fernando Lencioni disse:

    Obrigado pelo debate desassombrado e respeitoso. Pensar é sempre um prazer e uma evolução quando se respeita as opiniões contrárias, pois sempre podemos usá-las para progredir e aperfeiçoar nossas teses.

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  • Arnaldo Bortolini disse:

    O que tenho lido ultimamente fecha com teu receio Fernão: de “dar uma prensa” no congresso e exigir uma reforma previdenciária, “seja a que for” há 15 dias, passamos a ouvir que ela será fatiada, votada “ainda” no primeiro semestre e provavelmente será apenas aumentada a idade mínima para as aposentadorias, mantendo o resto exatamente como está, ou seja, a aposentadoria “dos comuns” e a “das castas”. Preocupante mesmo!

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  • Luiz Marcelo disse:

    FSP e O Globo foram vergonhosamente omissos ou lenientes no acompanhamento, nas investigações e nas denúncias da absurda sequência de crimes gravíssimos cometidos pelo lulopetismo contra o Brasil. Estes jornais tem portanto parcela importante de responsabilidade pelo avançado estágio de degradação social, moral, político e financeiro que aflige o país. São publicações com uma dívida gigantesca para com a sociedade brasileira. Já era tempo de começar a salda-la!

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  • Luiz Marcelo disse:

    O Globo está indecentemente “dobrando a sua aposta” contra as expectativas e a esperança da grande maioria dos brasileiros. É um movimento agressivo que para muitos leitores parece ser motivado por um “compromisso oculto” ou uma pressão política inconfessável. Sua linha editorial tem sido degradada de forma vergonhosa! A leitura diária deste jornal se tornou uma experiência a cada dia mais decepcionante para uma parcela importante de seus “ainda” leitores. É espantosa a quantidade de material panfletário que tem sido publicado por um numeroso time de jornalistas e colunistas militantes. Todos muito comprometidos com a sua tarefa abjeta de distorcer a realidade dos fatos e difamar se necessário para fazer prevalecer a sua carcomida e famigerada crença política. A “velha guarda” é liderada por uma turma rancorosa e despudorada como Ancelmo Gois, Luiz Fernando Veríssimo, Miriam Leitão, Ascânio Seleme e Zuenir Ventura. É uma gente inconformada com a derrota de seu projeto político numa eleição democrática! Um grupo de pusilânimes que não tem vergonha de diariamente desrespeitar e molestar o leitor com uma pauta política de covardes ataques seletivos. Uma atitude obsessiva, ressentida, de reação contrária ao desejo de se “libertar de um pesadelo” expresso pela maioria dos brasileiros. Atacam violentamente um presidente eleito que ainda não foi empossado! Está claro para o leitor que o que fazem não é jornalismo, muito menos “resistência democrática”. É apenas uma descabida, mesquinha e insensata cruzada que afronta o senso comum do brasileiro e a essência do jornalismo: a verdade!
    É um time numericamente desequilibrado! Muitos militantes e apenas uns poucos colunistas reconhecidos por sua inquestionável integridade jornalística como Fernando Gabeira, Demétrio Magnoli, Carlos Alberto Sardenberg e o jovem Carlos Andreazza. Estes são os verdadeiros jornalistas que fundamentam suas análises exclusivamente na realidade dos fatos. Emitem opiniões claras e honestas, e o leitor, concordando ou não com o que lê, reconhece o valor das idéias e os respeitam!
    Mas como tudo o que está ruim pode piorar, o time dos militantes vem sendo aumentado por uma “jovem guarda” que chega com uma opinião ainda mais rasa, descabida e sempre retorcida. Parece ser mais uma provocação à paciência e à inteligência do leitor! Gente com idéias e textos sofríveis como Maria Ribeiro, Leo Aversa, Marina Caruso e o deplorável Bernardo Mello Franco, o “pequenino petista” dos textos ressentidos, que tenta sem sucesso se disfarçar de jornalista.
    Vamos ver até quando o leitor e o anunciante vão suportar esta infame e vergonhosa aposta que foi feita pelo jornalismo d’O Globo contra o povo e o futuro do país! O tempo nos dirá…

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    • Olavo Leal disse:

      Caro Luiz Marcelo
      Permita-me assinar o texto, concordando “globalmente” (e tb “fspmente”, por que não? rs rs rs) com sua posição.
      Os “jornalistas” antigos são os grandes professores dos mais novos, que bebem da água que aqueles lhes oferecem (impõem?) nas faculdades. Pior: os mais novos – contradizendo toda e qualquer ideia de ensino UNIVERSItário – jamais são compelidos (e sequer se permitem) a se dedicar ao mais elementar dos aprendizados: ver o outro lado da moeda, antes de formar opinião. O ensino está se tornando uma lástima completa!!!

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  • Renato Pires disse:

    OS TRÊS DESAFIOS DE BOLSONARO
    Renato Pires
    Jair Messias Bolsonaro toma posse em primeiro de janeiro, no cargo de presidente do Brasil. Terá
    pela frente grandes desafios, que cumpre enfrentar com a coragem cívica e a força política que emanam
    dos 55 milhões de votos que lhe deu o povo brasileiro.
    Quais serão os principais desafios de Bolsonaro? Eles existem, são claros, precisam ser
    enfrentados e vencidos, ou o Governo Bolsonaro passará também para a história como mais um eleito na
    base das promessas e das ilusões, que se desgastou ao longo do tempo e do caminho, sem que os
    principais problemas do Brasil fossem atacados e resolvidos. Vamos tentar fazer uma síntese desses
    problemas cruciais.
    O primeiro, e principal deles, chama-se Dívida Publica. Em 2017, entre juros e encargos da dívida,
    mais de um trilhão de reais passaram para as mãos dos bancos, ou melhor, do Cartório Financeiro (pois
    no Brasil não temos bancos, mas um conjunto de entidades que formam um vasto e poderoso Cartório
    Financeiro, viciado na Dívida Publica e liderado pelo próprio Banco Central, desde sempre dominado pela
    burocracia aliada aos cinco grandes grupos financeiros).
    Com esse dinheiro, de apenas um ano de juros e encargos da Dívida Publica, seria possível resolver
    todo o problema da saúde pública do Brasil, e ainda sobrariam 500 milhões de reais.
    Além disso, outro efeito perverso desse “empoçamento” de recursos na Dívida Pública estéril é
    dificultar os investimentos produtivos, que constituem a mola mestra do funcionamento da economia.
    Por isso, resolver o desafio da Dívida Pública impagável e intragável é o primeito problema de Bolsonaro.
    Qual poderia ser essa solução?
    Nada de auditoria da dívida, calote e outras ilusões emanadas da esquerda ignorante. Bastaria,
    simplesmente, o Governo Federal elaborar um programa técnico de reescalonamento e alongamento do
    perfil da dívida, com troca de títulos atuais por títulos novos, com vencimento em cinquenta anos, com
    valor de face pré-fixado, e juros determinados pelos descontos obtidos nas operações de compra e venda,
    pelas vias do mercado, como no sistema americano.
    Para tocar esse plano para frente, talvez Bolsonaro e sua equipe teriam de mostrar a ousadia de
    estatizar provisoriamente todo o sistema financeiro nacional (que certamente passará por profunda crise
    existencial ao se lhes retirar de súbito a “ração” cocaínica da Divida Pública, em que ganham bilhões sem
    muito esforço e sem risco algum), para depois leiloar novamente as cartas patentes, com abertura plena
    ao capital internacional, quebrando de vez o Cartório Financeiro. Aí é que vamos realmente testar a
    coragem do “capitão”, se é fato ou simplesmente um mito.1

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