Bolsonaro e o congresso

27 de novembro de 2018 § 42 Comentários

Artigo para O Estado de S. Paulo de 27/11/2018

Jair Bolsonaro saiu de dentro do congresso mas o congresso não saiu de dentro de Jair Bolsonaro. Nem dele nem da família dele. (E termos de nos preocupar com ela é a pior parte desse começo de história).

“Menos Brasília e mais Brasil” é tudo que ele próprio não tem feito. “Dar a conhecer ao povo a verdade que o libertará” menos ainda. O presidente recebeu do Sérgio Moro juiz e dos eleitores um congresso posto no seu devido lugar mas parece não se ter dado conta do valor da graça alcançada. Está aceitando o estilo de jogo dele em vez de impor-lhe o seu. A falta de uma reação proporcional ao tamanho da ignomínia dos 16,38% que os eunícios e STF’s, mancomunados, atiraram abaixo da linha d’água do casco do Brasil, deu o sinal. Pode até ter sido o efeito surpresa pois mesmo nestes calejados trópicos é difícil não se embasbacar com tamanha cara de pau. Mas sentindo o espaço a canalha se agrandou.

Na sequência Bolsonaro abriu mão do seu compromisso solene com fichas-limpas e aceitou “fichas + ou –” como ministros, ficando o Brasil com aquela pergunta incômoda. Que argumento das “bancadas” o teria levado a concessão tão perigosa senão os daquele tipo que a justiça tornou crime e o eleitor mandou revogar para sempre?

Em seguida aceitou um veto a uma escolha anunciada em nome de quase-ideologias tão distorcidas quanto as que jurou de morte. Não se perca um minuto com os argumentos dos fariseus que “não enxergam desvio nenhum na educação” e insistem no bla-bla-blá sobre o salário que o professor deve ganhar e fazer crescer sem ler nem suar e, pior, sem fazer ler nem fazer suar, mas apenas com as “conquistas” que obtiver no vão do Masp ou nos cercos a palácios estaduais sob o escudo dessa indemissibilidade do funcionalismo que é a mãe de toda a corrupção. Eles valem tanto quanto os da camarilha do STF para expor suas partes pudendas na cara de um país em choque por hemorragia desatada de um Tesouro Nacional que tá feito “táuba de tiro ao álvaro” de tanto “levá frechada” das corporações de sanguessugas. Mas esse negócio de “Escola sem Partido” é um erro tão grande quanto o que pretende corrigir porque, ao focar naquilo que “deve ser dito e estudado” acaba, inescapavelmente, numa “Escola com o meu Partido” e não numa “Escola sem Censura”, com mandato para punir aquilo que hoje a patrulha proíbe que seja dito e estudado. Esta sim é a escola que tanto o ideal acadêmico quanto o ideal democrático exigem.

Por trás dessas capitulações estariam “as reformas”. De fato, este governo e o Brasil serão o que ele conseguir na reforma das previdências, nem um tostão de investimento a mais, nem um cadáver produzido pela miséria a pela desesperança no fim da miséria a menos. Sem o fim da desigualdade perante a lei ao menos nas aposentadorias num horizonte visível, ainda que longínquo, o Brasil definitivamente não voa. Mas o apego das corporações militar e política das quais faz parte o presidente aos seus direitos adquiridos tem conseguido mante-lo num obsequioso silêncio. Ninguém sabe qual a reforma da previdência que ele quer. Evita até mesmo esse plural no qual deveria estar insistindo obsessivamente. É das previdências que o governo eleito deveria estar falando sem parar. Muito na pública, dos ricos, e quase nada na privada, dos pobres, contra cuja reforma não “emana” resistência alguma ao contrário do que afirma a falsificação pacificamente aceita pela situação e pela oposição de hoje e de amanhã. “Impopular” certamente não é cessar a exploração de 99,5% da população brasileira pelo 0,5% que é parte da corte, é misturar os alhos com os bugalhos como têm feito todos os que não querem que nada mude.

São, enfim, muitas novidades para muito pouco tempo e o trauma do atentado também pode estar contribuindo para esse efeito mas Jair Bolsonaro dá frequentemente a impressão de não compreender a força do fenômeno que ele próprio traduz. É a rua que pauta o congresso. Quem vive de voto sente a rua até por debaixo do asfalto. Qualquer vontade manifestada por ela o congresso arranja meios de satisfazer, nem que seja a de derrubar governos inderrubáveis. É à rua, portanto, que Bolsonaro se deveria estar dirigindo. Não necessariamente num tom de desafio. Para manter o congresso literalmente em estado de sítio bastaria honrar o mote da campanha que o elegeu, cuidando de informar a nação dos dados do problema das previdências, no plural, da sua gravidade explosiva e das alternativas que não ha que o resto aconteceria sozinho por esse subterrâneo que conecta a Câmara e o Senado à vontade popular.

Tem salvo a pátria e o humor do mercado o rigor do critério técnico nas escolhas da área econômica. Mesmo na de Joaquim Levy, na qual a capacidade técnica ultrapassou a medida da conveniência política ao criar uma atrapalhação séria para a obrigatória devassa do BNDES sem a qual não se porá a pedra definitiva por cima do crime organizado na política.

O outro grande ausente do discurso do governo eleito é, aliás, a reforma política, aquela que abre o caminho e dá consistência a todas as outras. De Bolsonaro ao PT e aos PT’s em volta do PT, dos juízes honestos aos juízes ladrões, dos brasileiros sem-vergonha aos indignados, todos atribuem a nossa desgraça aos defeitos pessoais dos indivíduos que já passaram ou estão por passar pelo poder, apesar de estarmos iniciando a segunda volta na roda completa das ideologias no comando do país colhendo sempre o mesmo fruto podre. Ninguém vê defeitos no “sistema”. Quem tem falhado são só os seus operadores. Tudo vai ser diferente quando as pessoas certas chegarem “lá”, diz-se de norte a sul e de leste a oeste, ontem, hoje e amanhã, embora já seja óbvio, desde pelo menos 1776, que tudo vai de se definir com clareza de quem é que “emana” o poder. E no Brasil ele “emana” de todo mundo menos do povo. A desconfiança no povo, que neste país tem de ser “guiado” até para dar um passeiozinho no parque, é uma unanimidade que transcende todas as ideologias.

 

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§ 42 Respostas para Bolsonaro e o congresso

  • Marcos Andrade Moraes disse:

    Ou seja, vc começa a descobrir que votou errado; que se preocupou tanto com o PT vermelho que acabou elegendo um PT verde oliva…

    MAM

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    • Fernão disse:

      errado!
      de maneira nenhuma, MAM.
      mas se você ainda não atinou com a razão pela qual o Brasil tinha de lavar o PT da sua cueca politica, não vai descobrir nunca.
      é a mesmíssima, aliás, que faz um sujeito adulto e consciente da espécie à qual pertence saber que o fato de ter votado em alguém de maneira nenhuma deve impedi-lo de cobra-lo e critica-lo.

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  • Alexandre Souza disse:

    Fernão, vamos aguardar mais um pouco para saber se as bancadas vão corresponder nos votos suas indicações e vetos. A reforma política deve ser a última das grandes reformas (e falar nela agora seria contraproducente), vindo antes dela a previdenciária, a da segurança pública e a tributária.

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    • A. disse:

      Isso mesmo, Alexandre! Vamos aguardar mais um pouco (ironia pura)!
      É só o que sabemos fazer, desde 1500, aproximadamente! A rabeira da civilização é tudo que merecemos, por ficar esperando Godot!

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      • Alexandre Souza disse:

        Acho que você não entende bem a complexidade da nossa (situação) política. E o governo ainda nem começou de fato.

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      • A. disse:

        Alexandre: associação de ideias é uma coisa, às vezes, sem sentido. Mas o que me veio à mente nesse momento foi um verso de Fernando Pessoa: “cadáver adiado que procria”! Qualquer semelhança com o Brasil, passado ou presente, não deve ser mera coincidência…

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      • Alexandre Souza disse:

        Os versos do Pessoa não dão conta da complexidade da situação que vivemos hoje. É fundamental passar a reforma da Previdência, só para começar. Será preciso equilibrar voluntarismo e cabeça fria.

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    • Fernão disse:

      as bancadas entregarem ou não o que porventura tiverem negociado não resolve a minha questão, alexandre.
      mas se o povo estiversse claramente informado sobre o tamanho do buraco que os luxos da corte custam e quem esta levando quanto para cava-lo, certamente não estariamos preocupados com isso. quem estaria aflito eram as bancadas, loucas para fugir ao enquadramento nesse crime…

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      • Fernão disse:

        concordo que a prioridade zero é a previdência que qualifico como uma reforma de ressuscitação.
        mas um artigo não é uma sentença definitiva, é só um
        instrumento de cobrança, até para as cobranças do que a gente sabe que não virá agora

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      • Nilse Belpiede Simoes disse:

        Realmente os luxos da Corte no Brasil são acintosos. É uma vergonha o que ganha de aposentadoria um contribuinte do INSS, até porque eu não conheço ninguém que tenha se aposentado pelo teto, porque nós reles mortais não temos a estabilidade da “corte”. A reforma política deveria também extinguir a aposentadoria dos políticos, que não são funcionários concursados, mas são servidores temporários do governo, que deveriam estar a nosso serviço. TEMOS QUE IR PRA RUA logo nos primeiros dias após a posse de Bolsonaro, ao percebermos que as coisas podem se acomodar.

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    • Olavo leal disse:

      Concordo com seu comentário, Alexandre. Vivemos 30 anos sob uma constituição de m….! (desculpem o termo), que sequer reduziu privilégios (quanto mais retirar alguns!). E, dentro deste período, sofremos 13 anos de ladroagem quase explícita, com assaltos ao Erário se mediram em bilhão – milhão era troco de cachaça.
      Não há, portanto, de se querer que, em um mês de eleito, Bolsonaro e equipe já tenham prontas as soluções para tanto desgoverno.

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  • A. disse:

    Fernão: alguns trechos do seu post deveriam ser digitados em caixa alta. Talvez, até, ele todo. E também em Braille. E até em quadrinhos, para os “anarfa”, para que ninguém alegue que “não sabia de nada”.
    Da minha parte, gratidão pelas aulas gratuitas (é assim que os professores trabalham no Brasil – pelo menos os que ensinam!). Abração!

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  • Fernando Leal disse:

    Perfeito Fernão, permita-me assinar embaixo.

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  • terezasayeg disse:

    Vamos ter de continuar berrando…

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  • mmnorberto@yahoo.com.br disse:

    No mesmo sentido, W. Waack sentenciou, em vídeo no youtube, que o Brasil é um país fatiado em interesses corporativos, que a bomba fiscal como uma verdadeira herança maldita tem pouco tempo para explodir. Não precisa ser especialista para saber que o Estado precisa ha décadas de uma reforma estrutural, sabotada não só pela elite do setor público, como pela elite da sociedade como um todo, que vive em função do status do cargo, da aparência, do tráfico de influência… Soberania nacional, bem comum, ética, eficiência, honestidade, não fazem nem cócegas à expectativa de manutenção de privilégios, facilidades, tara por verbas públicas e nacos de poder.

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  • patricia disse:

    Na minha humilde opinião, a argúcia do autor (que me deixa alegre e esperançosa (só) agora que vim a conhecer) é coisa rara e, não sei como, tinha que ser “oficialmente” aproveitada!!!! Ou não… Por aí também já sinto a falta do Carlos Bolsonaro que esteve próximo ao povo, e não aquela coisa de bolsominions como quis a maledicência.

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  • 46rico disse:

    Impressionante… O cara nem assumiu e já recebe críticas pelo que vem sendo feito a quase meio século e que já criou raízes. Se ele sair falando que irá fazer e acontecer de forma a colocar reformas que agradem os anseios populares o Congresso acaba com ele. Se quiser agradar o Congresso os eleitores acabam com ele. Por que não se vê críticas dos ditos “intelectuais” por terem reelegido/elegido Aecios, Gleises e outros? Por que se acredita, ou se finge acreditar, que o chefe do Executivo possa entrar e sair colocando pautas populares (mesmo maravilhosas) e estas prossigam numa boa perante uma camarilha que a própria população lá colocou? Menos… menos… imaginem um moribundo de sede. Vc não pode sair enchendo ele de água. Tem de ser aos poucos. Nunca, em momento algum na história da humanidade, agradou-se gregos e troianos. Nem Jesus é unanimidade. E até já o politizaram.

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    • Olavo leal disse:

      Correto, 46rico. É o tema de meu comentário de 27Nov às 14:28.

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    • Fernão disse:

      a questão não é “colocar pautas”, senhores. é apresentar os dados da realidade que os vossos comentários comprovam que são vastamente desconhecidos, ou vs saberiam que o país nao dura 6 meses sem a paralisia completa do estado, que está falido de cabo a rabo em todas as frentes municipais e estaduais (quer dizer segurança, saude e educação).
      esta nos jornais de hoje que a conta de inativos cresceu 10xs mais (7,5%) que a dos ativos 0,5%) do ano passado pra este.
      o Brasil não sabe o tamanho do cancer que tem. vai morrer de susto quando se der conta de repente no meio da sua eterna conversa sobre o sexo dos anjos.

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      • Alexandre Souza disse:

        Fernão, acho que a (discordância?) é menos uma questão do que é necessário fazer (conheço relativamente bem a situação fiscal) e mais de como se pode fazer, considerando os limites impostos pelo contexto político que se apresenta.
        Imagino que o novo governo dirá (ou não) a que veio lá pelo mês de março, quando, esperamos, uma reforma da Previdência será “oficialmente” colocada na pauta para votação.

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      • Fernão disse:

        tomara.
        mas a minha função é botar pilha nisso

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  • Ethan Edwards disse:

    Situação complicada…

    Vou escrever uma coisa desagradável, mas espero ser lido com cuidado e boa-vontade: mais de 90% dos eleitores de Bolsonaro, provavelmente, lhe deram um mandato para ele implantar uma ditadura. Se ele fechar o Congresso, o STF e o que mais lhe convier, e governar com seus colegas de farda honestos e patriotas, estará tudo bem para esses eleitores. Para eles, nem o Congresso nem o Judiciário merecem ser defendidos – e eles não são filósofos do Direito para reconhecer que, ainda assim, é importante para o futuro do País preservar essas instituições. Mas não estamos e – espero – não estaremos nos próximos tempos a caminho de uma ditadura, não porque a “sociedade civil” se levantará se isso for tentado, mas pura e simplesmente porque Bolsonaro não quer ser um ditador, nem é esse o projeto dos que o cercam.

    Se eu estiver certo, estamos, então, numa situação muito delicada, em que não é conveniente apelar às ruas para pressionar o Congresso, pois a resposta será “fecha essa ****!”, e em que o Congresso, pelo qual milhões de eleitores de Bolsonaro não dão um tostão furado, comporta-se como a Maria Antonieta da lenda (tal qual o STF, aliás), com a húbris típica daqueles a quem os deuses reservam os piores tormentos.

    Não sei se Bolsonaro se dá conta desse paradoxo, se tem uma estratégia para cada época do seu mandato… – suponho que tenha, pois está cercado de militares treinados em pensamento estratégico. E a questão é estratégica, de fato, uma “guerra fria” doméstica, contra adversários (e inimigos, no caso do PT) poderosos, que ele precisará neutralizar, remover ou destruir aos poucos, por meio dos mecanismos lentos, burocráticos e “contra-intuitivos” que o “sistema” lhe oferece. O afastamento de seu filho da área de comunicação direta com o “público” sinaliza uma abordagem mais “soft”, menos agressiva em relação ao Congresso e aos “fichas limpas com manchas de gordura” com quem precisará trabalhar. Mas um sinal apenas revela uma intenção. O resto está por fazer.

    Uma coisa é certa, entretanto: ele precisa, como você corretamente propõe, estabelecer urgentemente com os cidadãos uma linha de comunicação clara, honesta, verdadeira, por meio da qual ofereça à reflexão dos seus leitores/ouvintes a natureza dos problemas que o governo enfrenta e as soluções que pretende implementar. Precisa se dirigir a seus eleitores, embora conhecendo os riscos de com suas palavras atiçar os sentimentos antidemocráticos de uma parte deles; terá que encontrar o “caminho justo”. Se ficar refém do “sistema”, negociando “por cima”, será suavemente digerido por este… e abandonado pelos cidadãos que o elegeram. Milhões de esperanças se frustrarão novamente. E aí teremos que dar à palavra “crise” um significado inteiramente novo… e horrível.

    Essas são as reflexões que seu artigo me provocou. Se julgar inconveniente publicá-las, fique à vontade. Abraço.

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    • flm disse:

      inconveniente nenhum.

      é exatamente isso. ele não precisa usar a palavra “congresso” nisso que imagino que ele devesse estar fazendo nem uma vez. ele deveria estar informando O PAIS do tamanho do problema que ele, país, tem e qual o valor de cada parcela desse problema. e ainda, quais as alternativas para encontrar os valores que faltam na conta se as fossem buscar em outras rubricas, como segurança, saúde e educação.

      informando o país sobre os componentes da conta da sua falência a resposta sobre onde ir buscar a diferença não precisa ser diretamente afirmada. ela se impõe por si. e isso cria a pressão consequente que caberá ao povo – e não ao Bolsonaro – exercer sobre o congresso.

      tomando o assunto do dia, por exemplo, a validação dos 16,38%. ao que equivale o impacto disso nos números da saúde? da segurança publica?

      e esse fim do auxilio moradia, baixa o teto? ou corre por fora do que eles consideram salário? eles pagam IR sobre todos os “auxílios” que recebem ou isso não é considerado salário e portanto, não pagam? e quanto a contribuição para a previdência, os penduricalhos contam para aplicar a alíquota de contribuição deles? que numero isso traduz?

      se as TVs gastassem 10% do tempo que dão para os roubos que são uma merreca perto do que eles nos tiram por dentro da lei, acontecia. como não gastam por iniciativa própria, o governo, que é a fonte de que vive o jornalismo, deveria promover ele a divulgação desses números de modo a obriga-las a torna-los públicos.

      enfim, como dizia o mote de campanha dele, se lhe for dado conhecer a verdade, ela libertará o Brasil. não vai precisar atiçar o país contra o congresso. a pressão que se formará no ar que respiramos fará o serviço. e, ao contrário, havendo essa pressão, essa demanda por parte dos eleitores, o congresso se apressará a atende-la, se ela for forte o bastante.

      o mesmo processo que nos levou a por dilma fora. ninguém pediu isso, senão a rua…

      a função do governo é pautar os jornais e não o contrário. e é assim que ele pode pautar a rua.

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      • Fernando Lencioni disse:

        Concordo plenamente. Eu sempre disse isso. Um presidente recém eleito tem capital político para gastar. Espero que quando o congresso começar com canalhices ele venha a público e exponha a situação real para que o peso da canalhice seja sentida nas costas do congresso e assim a pressão popular os force a dobrar os joelhos ao país. Vamos aguardar. Mas o Fernão é jornalista. Sua função é criticar exatamente para despertar o debate. De qualquer forma. A estratégia continua a mesma: pressão popular. Para tanto precisamos continuar a informar sobre a único caminho já testado e aprovado por que o povo infelizmente não o conhece. Ainda!!!!

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  • Olavo leal disse:

    Caro Ethan: a primeira frase de seu comentário (“… mais de 90% dos eleitores de Bolsonaro, provavelmente, lhe deram um mandato para ele implantar uma ditadura.”) revela uma – opinião minha! – incoerência com outra assertiva sua, mais adiante, quando você se refere ao fechamento, por Bolsonaro, do Congresso e do STF.
    Acho que quase nenhum dos eleitores de Bolsonaro concorda com isso, muito menos votou com esse propósito. Se não, por que votaram numa tão grande troca de congressistas? Para fechar o Congresso? Claro que não!!!
    A ideia é reconduzir o País da (extrema?) esquerda para o centro do caminho; para isso, deve conduzi-lo para a direita. Devemos ficar alerta para evitar que a equipe continue conduzindo o País mais para a direita.
    Basta mantê-lo no centro.

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    • flm disse:

      concordo plenamente, olavo.
      onde concordo com etham é na necessidade de estabelecer uma linha de comunicando com o cidadão.

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    • Ethan Edwards disse:

      Caro Olavo,
      Sobre os eleitores de Bolsonaro, essas são minhas percepções… que podem estar erradas, é claro. Não há como medir com razoável rigor o fenômeno (ainda que os institutos de pesquisa, se quisessem, encontrariam aí excelente material para estudo). Mas não me convenci, ainda, de que o fechamento do Congresso e do STF provocaria nesses cidadãos indignação e revolta. Não são todos, é claro. Mas são muitos, milhões. Parece que divergimos bastante sobre a percentagem…
      Abraço.
      EE

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      • Alexandre Souza disse:

        Olá, Ethan. Acho que o desprezo do brasileiro pelo STF e pelo Congresso não está restrito aos eleitores do Bolsonaro, longe disso. De qualquer forma, sobre esse percentual em questão (que, assim como o Olavo, acho muito alto) jamais saberemos.
        Um abraço.

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  • Sônia disse:

    Estamos todos de acordo que o País é uma Democracia. Muito bem, Democracia = IMPÉRIO DAS LEIS.
    Existe uma LEI que impede, sabiamente, já prevendo algum revanchismo de gente a toa, como os eunícios da vida et caterva, que PROÍBE que sejam efetuados aumentos de QUALQUER salário 180 dias antes da posse de novo governante. Apesar de termos um presidente que se diz “jurista” e 11 excelências que se tornaram na verdade “dinheiristas”, aprovar um aumento salarial FORA DA LEI e ainda numa situação fiscal terminal como estamos, é um acinte, uma barbárie, vai contra TUDO que o POVO (WE, THE PEOPLE) votou. Como nas DEMOCRACIAS, NINGUÉM está acima da lei, essa aprovação pelo congresso ignaro e com chancela do presidente, é NULA DE PLENO DIREITO. Se eu fosse o presidente ELEITO, anularia sem maiores explicações (baseado na LEI) esse aumento salarial vergonhoso e imoral com a singela explicação de que estamos em uma DEMOCRACIA. Só isso. Ele deve atender seu eleitorado sem maiores explicações aos caciques partidários, que já provaram ser de uma inutilidade pública sem fim, além de passarem longe da honestidade.

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    • Adriana disse:

      Se você verificar que o Judiciário há anos modifica as leis, com o chamado ativismo judicial, observará que parte da jurisprudência é contra a literal disposição de lei. Portanto, podem perfeitamente modificar o entendimento nesse caso. Afinal, como era mesmo o entendimento em relação ao auxílio moradia, pago integralmente em sem possibilidade de devolução por quem tem moradia?
      O Judiciário, aqui como na Venezuela, não tem o menor apreço pela democracia, inviabiliza decisões de outros poderes, e usa esse poder extremo e endeusado para achacar outros poderes e seus membros em troca de vantagens financeiras cobertas sob o manto da legalidade.
      Os serviços e bens públicos (vejam p.ex. viadutos) vão deixando de existir. Quando faltar o dinheiro para pagar o salário deles, onde sacarão? Certamente usarão decisão judicial para apreender valores, mas de onde? Dos correntistas e bancos? Nesse ritmo, veremos.
      Espero que Bolsonaro ao assumir a Presidência, lembre que não pertence a uma corporação, e que é Presidente de um país miserável, corte na própria carne, revogue esse aumento infame, e deixe Guedes e equipe econômica tentarem salvar o país.

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  • flm disse:

    exato.
    normalmente eles nos roubam COM a lei.
    desta vez foi CONTRA a lei.
    e se deixar essa corja montar fácil assim…

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  • Fernando Lencioni disse:

    Acreditem vcs ou não o nosso sistema judiciário incluindo o MP é a parte mais podre do nosso governo atualmente porque não há contrapesos para conter os poderes quase imperiais deles. Basta pensar o seguinte: na nossa “democracia” – formal apenas diga-se en passant – os juízes dão a última palavra livres de controle a posteriori. O que vc acham que acontece com quem detém parcela do poder do estado e age livre de qualquer controle? Haha! Montesquieu já matou essa charada no século XVIII. É claro que a independência do judiciário é fundamental em qualquer democracia que se preze, mas sempre deve haver controle a posteriori para que eles saibam que haverá consequências para as irresponsabilidades e abusos deles.

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  • Fernando Lencioni disse:

    Nem se diga que o “controle externo do judiciário” criado numa forma resultante da pressão dos juízes e promotores exerce essa função pq de externo não tem nada pois é formada por juízes e promotores em maioria absoluta.

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  • Fernando Lencioni disse:

    Enfim a chave da porta de saída deve sempre estar nas mão do povo!!!!! Ponto.

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    • Fernão disse:

      é isso aí.
      todo o resto é conversa pra enrolar otário…

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    • Olavo leal disse:

      Certo, Lencioni. Seu comentário final resume tudo! Lutemos, sempre!

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      • Fernando Lencioni disse:

        Com todo o respeito Olavo, sugiro a leitura do livro O conservadorismo de Roger Scruton. O conservadorismo é um conjunto de princípios que definem o pensamento conservador. Merece ser conhecido mais a miude para que vc decida se é ou não conservador. Eu me defino como conservador nos costumes e liberal economicamente. Vale a pena estudar esses conceitos. Mises é o mestre do liberalismo econômico vale a pena ler seus escritos. Abs.

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  • Fernando Lencioni disse:

    Por exemplo, Mises explicou em 1920 em sua obra O cálculo econômico sob o socialismo que é impossível haver economia no socialismo porque no socialismo não há mercado e sem mercado não é possível calcular os preços e consequentemente os custos por que os preços se formam no jogo da oferta e procura, mas numa economia socialista os trabalhadores recebem bônus iguais do governo e portanto não tem liberdade para adquirir o que quiserem daí por que na união soviética nunca houve uma economia totalmente socialista. Era metade estatal e metade privada. Razão da união soviética ter se desmanchado sozinha. Enfim, a liberdade é fundamental a qualquer sociedade humana.

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  • Fernando Lencioni disse:

    Eu costumo dizer que a democracia é o melhor regime por que ele reflete a nossa natureza. Somos seres complexos e multifacetados. E não apenas criaturas materiais. O erro na teoria marxista está exatamente no fato de ela se basear no materialismo dialético. Ora, nós somos seres espirituais e não apenas matéria. Não somos seres planos e rasos, somos seres complexos e com muitas facetas. É por isso que o capitalismo surgiu naturalmente entre nós. Decorre da nossa natureza universal e imutável.

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