O Brasil só tem conserto por inteiro

12 de janeiro de 2017 § 27 Comentários

br3Artigo para O Estado de S. Paulo de 12/1/2017

Não nos deu nem 24 horas de ilusão este 2017!

Passados 25 anos do Carandiru, eis-nos “evoluidos” para o massacre anárquico e randômico entre iguais. Não ha mais autoridade estabelecida, nem dentro da hierarquia desse estado que engole a chantagem corporativa sem piar onde tudo eventualmente se afoga em dinheiro, nem nos territórios livres dos presídios “de segurança máxima” de que ele acaba trancado para fora onde tudo eventualmente se afoga em sangue.

São as duas faces de uma mesma moeda. O crime organizado é a objetividade ultra-radicalizada. Os caminhos entre decisão e execução são diretos e retos como a trajetória das balas. O Estado brasileiro refem das corporações do funcionalismo é a ultima expressão de um jogo de sombras multicentenário. Nada ali é o que parece; cada passo de cada processo é um Everest a ser vencido.

Um não é páreo para o outro.

O terreno sempre foi fértil. Menos de 2% dos assassinos têm sido julgados e condenados no país dos 60 mil homicídios por ano. O crime máximo, o crime irreversível, a desgraça irremediável repete-se 164 vezes por dia 365 vezes por ano mas para os seus autores ha sempre remédio. Eles estarão de volta às ruas em 5 ou 6 anos em média. 70% voltarão para o cárcere depois de matar e desgraçar irremediavelmente outra vez mas o estado que não consegue habilitar as crianças que se lhes entrega virgens seguirá impávido, tomando como exclusiva a “vocação reabilitadora” dos tugúrios aos quais recolhe suas bestas feras.

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Prendemos muito e mal” ou soltamos muito e mal? Enquanto debatemos essa momentosa questão os 98% de assassinos impunes tratam de se impor ao nosso favelão continental pelo marketing da brutalidade. No Brasil Real que não sai no jornal não se tem ou deixa de se ter razão. Esta-se vivo ou esta-se morto.

Nesse meio tempo o mundo foi e nós ficamos. O PT cozeu o estado à faca e deu a mão às FARC. “La revolución” saltou do Caribe para as selvas da Colômbia, rolou Solimões abaixo, subiu os morros de fuzil na mão e agora jaz, aos pedaços, nas caçambas do IML. O poder da droga é filho da droga do poder. Do pacotinho do morro para as festas dos “famosos” o nosso estado imunodeficiente à corrupção, blindado contra a deseleição e aparelhado por um funcionalismo eternamente “estável”, único fiscal de si mesmo, ensejou o salto para a condição de “hub” global de distribuição de “commodities” alcalóides e fornecimento de armas para o Oriente Médio. E se a família está na droga; se não ha certo nem errado; se não é clara a linha que separa o direito à diferença da dissolução, não ha limite. O tamanho da brutalidade é o tamanho do poder que se disputa. Narcos mexicanos, Estado islâmico … são estes os tempos…

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Aqui fora é difícil definir quem está preso, quem está solto mas salvação mesmo só pelo silêncio, sob as asas da facção ou … pelo concurso público. Todo mundo sabe; ninguém diz. Nós normalizamos a anormalidade. Esse nosso modo tão renitentemente decidido de esquartejar a “narrativa” do nossa drama é mais sinistro que os fatos. Tudo parece sempre estar desligado de tudo. No Congresso segue imperturbavel o comércio com que se disputa a prerrogativa de presidir a venda de indulgência plenária às agruras da competição mundial e da insegurança econômica que mantem todos os que não alcançam uma no inferno. Os doutos juristas das nossas cinco justiças de recursos sem fim cobram o “devido processo legal” especificamente desenhado para não ter fim, todo ele “transitado em julgado”, para tirar o crime das ruas. Os advogados “progressistas” clamam contra a desumanidade da superlotação das prisões mas criminalizam (sim, cri-mi-na-li-zam!!!) a advocacia “pro bono” e só se movem por dinheiro. As unidades “da federação”, criadas nem pela história, nem pela economia, mas pela cissiparidade do agente patológico que nos parasita a política, afastam de si os cálices sucessivamente esvaziados e balem por mais. Não ha R$ 10 bilhões para deter o horror. Mas entre a “impopularidade” da guerrinha televisionada da porta da Assembleia Legislativa do Rio em defesa dos 70% de aumento real arrancados à miséria do Brasil e os banhos de sangue nas prisões dos estados falidos não ha um minuto de hesitação. O poder sabe quem tem a força. Com 100 presos despedaçados e 12 milhões de empregos ainda insepultos, lá vai 53% de aumento “por produtividade” aos estranguladores de empresas da Receita Federal e da “Justiça do Trabalho”, a guarda pretoriana do “Custo Brasil”. E com escárnio, batendo o pau na mesa: “Mesmo para os aposentados; mesmo para os pensionistas”!

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Já é muito tarde e pode ser tarde demais. O Brasil só tem conserto por inteiro. Nada entrará nos eixos a menos que tudo entre nos eixos. O estado não conseguirá entrar nas penitenciárias dominadas pelo crime se não conseguir entrar nos enclaves corporativos que mantem indevassáveis. Não ha como instilar-lhe fucionalidade sem impor-lhe a lei do merecimento. Não ha como impor-lhe a lei do merecimento sem o fim da estabilidade perpétua.

Não se restabelecerá a segurança publica, dentro e fora dos presídios, antes que se restabeleça a segurança economica e não se restabelecerá a segurança economica antes que se estabeleça a igualdade perante a lei.

O Brasil não se redimirá substituindo pessoas dentro do “sistema”. É preciso colocar o “sistema” inteiro sob nova direção. Inverter os vetores de todas as forças que atuam sobre ele. Reconstruir a partir do zero a cadeia de cumplicidades que o põem em movimento.

A lei não imperará sobre os que hoje isenta a menos que deixe de ser escrita e executada exclusivamente por eles. A chave comutadora está na conquista dos direitos de referendo das leis dos legislativos (para confirma-las ou rejeita-las) e “recall” (“cassação”, “retomada”) dos mandatos eletivos por iniciativa popular a partir da instância municipal e dela para cima.

Só a dependência inverte a cadeia das lealdades e põe todos os interesses apontados para a mesma direção. O resto é poesia.

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§ 27 Respostas para O Brasil só tem conserto por inteiro

  • Renato Pires disse:

    O SISTEMA PREDADOR
    Renato Pires

    Todos conhecem o camaleão, aquele bicho que se disfarça com perfeição no meio ambiente, a ponto de ficar invisível tanto aos seus predadores quanto às suas presas.
    Pois bem, o secular sistema brasileiro de dominação política e econômica é o supremo camaleão, que vem atravessando décadas, séculos, sem ser notado nem molestado, enquanto sacrifica em série os “bodes expiatórios” da vez no altar da opinião pública e do eleitorado distraído.
    Compõe esse sistema nefasto todos aqueles grupos sociais, minoritários porém política e economicamente dominantes no País, que vivem direta ou indiretamente às custas do estado, ou seja da população que gera riqueza, utilizando-o como uma máquina infernal e implacável de sugar as energias do povo brasileiro que trabalha e produz , sem nada lhes devolver em troca, senão angústias e injustiças permanentes.
    É um sistema perverso de dissipação da riqueza social gerada pelo trabalho das pessoas, entravando e encruando o desenvolvimento do País, um elefante morto pesando nas costas do trabalhador brasileiro.
    Formam esse sistema maligno, longevo e até aqui indestrutível:
    – grandes empresários rurais, antigamente conhecidos como latifundiários, que sustentam na base da força política a sua rede de exploração dos recursos e do trabalho humano em larga escala;
    – funcionalismo público privilegiado, com estabilidade de emprego e salários superiores aos de mercado, imune à noção e prática da produtividade e de resultados;
    – aposentados privilegiados do setor público, que ganham proventos bem acima dos pobres filiados ao INSS;
    – políticos de todos os matizes, que vivem de sugar o Tesouro de múltiplas formas;
    – uma máquina judiciária cujo custo, exorbitante, supera largamente os benefícios produzidos para a sociedade;
    – profissionais liberais que orbitam o setor público, criando mil artifícios para sugar a Viúva;
    – empresas ineficientes, tecnologicamente defasadas, oligopolistas, cronycapitalistas, que montam, entre si e com os políticos, conluios para “proteger” e fechar o mercado (evitando assim a mortal concorrência), praticam preços absurdamente altos quando comparados com os padrões internacionais, acionando a política para defender com unhas e dentes seus interesses corporativos de manutenção eterna do status quo, e que vivem de “incentivos fiscais”, outra forma absurda de predar o estado, e da aplicação estéril de seus lucros na dívida pública, através do cartório bancário;
    – ONGs que sugam a Viúva alegando defender o interesse público, quando na verdade defendem os interesses particulares que estão por detrás delas;
    – Sindicatos com mentalidade corporativa da idade da pedra, com renda garantida pelo imposto sindical, arrancado dos pobres que dizem representar, e que vivem para cuidar de si próprios e dos interesses de seus controladores, em detrimento do real interesse dos verdadeiros trabalhadores;
    – corporações de todos os tipos;
    -alunos ricos, filhos da burguesia patrimonialista brasileira, que ocupam as universidades públicas “gratuitas” (ou seja sustentadas pelos contribuintes), onde reproduzem o sistema predador disfarçado de “socialismo “;
    – por último, mas não menos importante, o cartório bancário nacional, que lhes lava e multiplica as rendas predadas para preservar e expandir seus interesses às custas do suor do contribuinte, ironicamente emprestando ao próprio estado, através da hoje astronômica dívida pública!
    Como funciona essa trama secular? O acesso privilegiado à máquina pública é a chave para desvendar o enigma do funcionamento ininterrupto desse sistema que exaure as riquezas nacionais em proveito próprio.
    Todos os grupos que compõe o sistema de alguma forma retiram suas altas rendas do estado (ou seja da população que trabalha e gera riqueza), de forma legalizada porém ilegítima, altamente predatória, e que diretamente ou indiretamente preservam e multiplicam essa renda emprestando e reemprestando ao estado através do cartório bancário.
    Assim, o sistema exaure permanente e pesadamente os recursos públicos, seja consumindo as receitas através de sua contraprestação improdutiva, seja através da dívida pública, desenhada e gerida de forma a garantir a preservação e multiplicação dessas rendas predadas, sem risco e com juros escorchantes, deixando à mingua o estado, incapaz de suprir minimamente as necessidades de saúde, educação e demais serviços públicos ao pobre povão brasileiro, que é na verdade quem paga duplamente essa conta monstruosa.
    Na verdade, nós ainda somos uma sociedade de cunho escravocrata, em que os escravos, os cidadãos comuns geradores da riqueza social, são teoricamente “livres”, mas vivem como servos obedientes desse maligno sistema predador.
    A predação sistemática do Estado é a fonte e a causa do nosso atraso econômico e da irremovível e vergonhosa desigualdade social num país com tanto potencial como o Brasil.
    A pesada herança patrimonialista portuguesa persiste entranhada em nossa cultura social, com as “excelências” predadoras do estado julgando-se com direitos divinamente adquiridos, eternos e inatacáveis, ainda que socialmente perversos.
    E como é que o sistema camaleônico se disfarça perante a opinião pública e o eleitorado? Escondendo-se sempre atrás do “bode expiatório” da vez, ou seja, escudando-se naquele grupo alçado ao poder para promover “mudanças políticas” cosméticas, irreais, marqueteiras, porém necessárias para que tudo fique lampeduzamente como está, em termos de poder real e efetivo.
    Na realidade, de crise em crise política, quase nada muda substancialmente quanto ao secular e perverso sistema de predação do erário.
    Tomemos o caso do “bode expiatório” da vez passada, Lula, Dilma e seu PT. Eleitos sob a promessa de promoverem a “justiça social”, resgatando o povo de seu sofrimento histórico, tal qual um Don Quixote maluco atacaram o moinho errado, culpando pelos referidos males sociais um “capitalismo” distante e indefinido, como se no Brasil tal coisa houvesse.
    Na prática, como os “bodes” anteriores, aderiram pesadamente ao sistema camaleônico e predador, não só fazendo o seu jogo mas dele participando e usufruindo também, e ainda alegando estarem a serviço das classes sociais menos favorecidas, justamente as que pagam o pedaço maior dessa conta maligna.
    Sendo o “bode” da vez, cumpriram sua missão de preservar oculto o camaleônico sistema predador, para o que foram regiamente “recompensados” em termos pessoais, mas queimando-se politicamente, como previsto no roteiro político perverso que infelicita este País há muito tempo, sem qualquer mudança real.
    E que venha agora o próximo “bode”, Michel Temer. Egresso do sistema político predador, e portanto impedido, sem condições de mexer no queijo da predação, pois para defender o “status quo” perverso temos as invasões e as “manifestações da rua”, outro disfarce sempre conveniente para as manipulações do sistema predador.
    Se Temer ou qualquer outro Don Quixote tentar realmente qualquer reforma que ameace de fato os interesses do sistema, será convenientemente expelido, como foi Dilma Rousseff. O papel real dos “bodes expiatórios” políticos é enrolar a opinião pública com “mudanças” e reformas inócuas, para que tudo permaneça como sempre no reino da predação do estado.
    Pois quando se protesta contra a corrupção, ninguém se dá conta de que o pior tipo de corrupção, seguramente o que mais destrói riqueza e penaliza o País, é a corrupção implícita, institucionalizada nas múltiplas formas legalizadas de predação do estado.
    São bilhões e bilhões de reais consumidos todo ano para sustentar a máquina predadora. Esta é a real origem do déficit público e da astronômica e impagável dívida pública.
    Fica a questão: como desarmar e acabar efetivamente com esse longevo e corrupto sistema camaleônico predador, que está desde há muito arruinando as esperanças e a vida do povo brasileiro, dissipando a riqueza social?
    Em primeiro lugar, limitando severamente o acesso às rendas propiciadas aos predadores pelo estado, seja na predação direta das receitas públicas, seja através da predação indireta representada pela dívida pública.
    Em segundo lugar, mas ao mesmo tempo, reformulando totalmente seu agente de predação, o “mosquito da dengue” que infesta o erário, o cartório bancário, que vive do conforto da dívida pública, usufruindo de altos rendimentos sem o menor risco, e assim remunerando a si e aos grupos predadores que lhes confiam as rendas predadas.
    Para alcançar esses objetivos, aparentemente simples, mas dificílimos de atingir na prática, urge reformular totalmente o desenho e o funcionamento do aparelho estatal, o que implicará em reduzir seu tamanho, aumentar sua eficiência, e mais do que isso, em separar completamente o interesse público dos interesses privados, removendo os predadores que atuam no interior do estado em completa sintonia com os predadores externos, sugando assim as energias da Nação.
    O problema é que esses predadores controlam também o sistema político, em tese o encarregado de promover essas substanciais e inadiáveis mudanças.
    Previsivelmente, trabalharão para eleger outros “bodes expiatórios”, que prolongarão a sobrevida do sistema maligno, até um ponto em que o povo brasileiro não aguente mais e faça justiça com suas próprias mãos. Esse é o risco que corremos.
    Haveria, porém, uma estratégia eficaz, consistente e automática de fazer essas reformas necessárias no aparelho estatal, sem que seja necessário mexer e agitar muito o caldeirão político.
    Essa fórmula consistiria em promover, através de projeto de lei de iniciativa popular, uma reforma “tecnica”, em movimentos de base jurídica, provocando rombos estratégicos no casco do Titanic predador, que acabarão por levá -lo a pique:
    – Alterar qualitativamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, não para reforçar os limites quantitativos da gastança, nem para congelar despesas, como a recente PEC do Teto propõe fazer, aliás como se faz cosmeticamente de tempos em tempos, só para criar novos parâmetros da violação, mas para forçar o setor público, em seus três níveis de governo (união, estados e municípios) a poupar obrigatoriamente uma parte de suas receitas, poupança essa que iria para um fundo federativo de poupança e investimento (tipo FUNDEB), podendo os recursos serem resgatados pelos governantes tão somente para financiamento de projetos de investimento, devidamente avaliados e aprovados pelo agente gestor do fundo (que poderia por exemplo ser o BNDES). Essa pequena mas profundamente impactante alteração qualitativa na LRF produziria consequências tremendamente positivas para sanear o setor público, pois além de aumentar drasticamente o nível de poupança e investimento do País, tradicionalmente muito baixos, forçaria a um redesenho automático do sistema de gestão pública;
    – Alterar e alongar significativamente o perfil da dívida pública, eliminando completamente os títulos pós-fixados, baseados na taxa SELIC, e somente operando com títulos pré-fixados, remunerados pelo desconto no valor de face, como nos títulos americanos.
    – Limitar severamente, por lei o montante de títulos da dívida pública que cada membro do cartório bancário nacional possa carregar dentre seus ativos. Isto terá um tremendo impacto no cartório bancário, contribuindo para reformulá-lo e torna-lo um sistema mais competitivo, menos cartorial, e mais aberto a financiar as atividades produtivas no País, ou seja, mais propenso a correr riscos e a se fortalecer pelos ganhos maiores advindos do financiamento ao setor privado.
    Estamos convictos de que essas alterações jurídicas, técnicas, provocarão com o passar do tempo, de forma automática, severos danos ao secular e maligno sistema de dominação política e econômica, desintegrando-o paulatinamente, até a sua total e final substituição por um sistema realmente democrático, que sirva de fato aos interesses do povo brasileiro.

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    • Carmen Leibovici disse:

      Na última PEC ,da “responsabilidade fiscal”,está a *confissão* ,totalmente sintetizada,de como o camaleão opera para que o estado brasileiro seja o que é ,em detrimento do resto do Brasil.E é lá também que se encontra a chave para o seu desmonte,se a sociedade brasileira assim quiser e tiver isso bem claro.

      A confissão se encontra nas 4 ou 5 exceções da PEC ,que não serão submetidas aos seus rigores .

      A PEC blindou as estatais,que continuarão a receber repasses de dinheiro ,sem economia ou entraves,e ,provavelmente, longe dos olhos do público,pois ,provavelmente ,será vetada a divulgação desses repasses,como Temer acabou de fazer em relação as “subvenções e equalizações” a serem repassadas aos bancos públicos,na última LDO que acaba de ser promulgada:ele vetou sua publicação.

      E,sabe-se muito bem ,para o que tem servido as estatais no Brasil.

      A PEC liberou o governo federal para repassar dinheiro para estados e municípios(para alegria de governadores e prefeitos),repasses esses que não estarão vinculados aos rigores da PEC.

      A PEC liberou o governo para negociar livremente os juros das dívidas públicas com banqueiros,também sem transparência,ao que tudo indica.

      E há mais uma ou duas exceções de que não me recordo neste momento.

      E como a PEC não incluiu o funcionalismo público federal nas suas exceções-apenas o estadual e municipal,via repasses livres a estados e municípios-,Temer tratou de lhes dar o aumento na virada do ano de 2016,na calada da noite,antes que a PEC entrasse em vigor,de modo a não excluir parte do corpo do camaleão da proteção do corpo como um todo.

      Resumindo:É cuidando dos “bancos”dos políticos-as estatais-;é cuidando dos “companheiros” governadores e prefeitos;é cuidando dos banqueiros privados com que negociam a dívida pública;é cuidando de agradar o funcionalismo público,que são os “pés” do camaleão,que o CORPO do camaleão ,que corroi o Brasil,é sustentado.

      A PEC cuidou dos “alicerces” ,-que não alicerçam ,mas ruem -do Brasil que não presta ,e do qual o atual presidente é porta voz e parte indivisível.

      Assim é que eu vejo a situação.Se eu estiver errada,peço a quem ler que aponte os erros.

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    • Marcos L disse:

      EXCELENTE comentário. O diagnóstico é correto, mas infelizmente a solução proposta não surtiria os efeitos desejados. Esta “reserva de recursos” em mãos do BNDES já existe, e há muito tempo. Infelizmente quem decide quem irá receber estes recursos são os políticos que dirigem o BNDES, apoiados pelos funcionários públicos que trabalham aí. O BNDES é mais um dos órgãos deste camaleão que nos escraviza e nos suga.

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  • abrito1953 disse:

    Fernando , sempre leio sua coluna com atenção e raramente vejo algum senão, talvez o excesso de paixão pelo sonho de um Brasil grande. Uma sugestão: inverta a ordenação dos comentários do blog, dos mais recentes para os mais antigos. Minha página. http://www.literaturacomentada.com

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  • Mtnos Calil disse:

    Prezado Fernão Lara Mesquita. Só hoje tomei conhecimento da sua existência, lendo o Estadão, e da sua magnifica visão estratégica revelada neste artigo. “Conserto por inteiro” significa uma profunda reforma sistêmica, que infelizmente exige uma vanguarda política que o Brasil não terá tão cedo.

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  • manrel disse:

    De fato, o voto distrital com “recall” é uma ferramenta excelente para a prática da democracia, mas como implementá-lo? Apenas passar a receita não cura o doente!

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    • Fernão disse:

      o primeiro passo é saber o que pedir e focar no essencial.
      o seguinte é ir pra rua e exigir.
      havendo essa vontade e cada um fazendo a sua parte, derruba-se ate governo do pt

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      • honorio sergio disse:

        “A lei não imperará sobre os que hoje isenta a menos que deixe de ser escrita e executada exclusivamente por eles” esse parágrafo resume tudo, belíssimo texto.

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  • Fernando Lencioni disse:

    Fernão, vamos passar da palavra à ação? Inicie uma campanha para reunir assinaturas para apresentação de uma proposta de emenda constitucional de autoria popular. Sou especialista em processo legislativo e me coloco à disposição para a elaboração da proposta. Talvez assim consigamos materializar nossas intenções e teses e levar o debate para um nível nacional.

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    • Fernão disse:

      passe um telefone em que possamos falar, pf

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      • Fernando Lencioni disse:

        19 988293242

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      • Fernando Lencioni disse:

        Precisamos discutir a estratégia de apresentação das iniciativas tanto através de projetos de lei quanto de emendas constitucionais, pois a doutrina quanto a esta última é controvertida, embora defendida por grandes constitucionalistas com base numa interpretação sistemática. É uma questão eminentemente estratégica.

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      • Fernão disse:

        concordo totalmente.
        o processo nos eua, alias, foi esse: usou-se as ferramentas de democracia direta para aperfeiçoar e aumentar a força delas próprias.

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    • Sandra disse:

      Vocês conhecem a madrugada no plenário de Rodrigo Maia contra as “10 medidas contra a corrupção” em que deputados federais aprovaram emendas nem cogitadas no relatório aprovado na comissão especial invertendo os princípios ali contidos?

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  • Os problemas foram todos apresentados e colocados na mesa. Os comentaristas, concordaram que se precisa fazer alguma coisa, até aí morreu Neves. Agora , cadê as soluções, será que alguém tem uma varinha magica?
    , será que existe alguém com coragem para mudar tudo isso que está aí?, inclusive, a nossa Constituição farofeira??. Duvido muito.

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  • Milton Golombek disse:

    Mais uma vez, PERFEITO !

    Abs

    Milton Golombek

    Diretor

    ( (11) 3034-1188

    * milton@consultrix.com.br

    8 http://www.consultrix.com.br

    Rua Padre Garcia Velho, 73 – 7° andar – Pinheiros.

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  • José Silverio Vasconcelos Miranda disse:

    Comecei hoje a mudar algumas coisas em uma avenida perto da minha
    casa. Fizeram uma obra eleitoreira, sem consultar ninguém, estragaram
    uma via que funcionava. Andei consultando várias pessoas do lugar. Não gostaram, não foram ouvidas e tampouco ouviram gente de mais longe que se utilizam da avenida como principal escoamento. Não sou político, não quero ser e não gosto de políticos. Não sou líder de nada.
    Apenas sou morador antigo, sou ouvido e sou respeitado pelo pouco de
    bom senso que a idade me deu. Se todos fizermos algo e na hora do voto negarmos eleger vagabundos em todos os níveis, talvez a coisa mude. Sou velho e sou do interior de Minas. Lembro-me de dias melhores até em Belo Horizonte. A sifilis que a penicilina não curou,
    carcomeu a política e a burocracia brasileira. Somos um País do ” meio
    sucesso” . Nunca ficaremos ricos. Ficaremos velhos e gordos antes da
    riqueza nos alcançar a todos. Sairemos da desnutrição para a obesidade . Que Deus nos ajude .

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  • […] Fernão Lara Mesquita é jornalista, articulista do Estadão e editor do blogue Vespeiro. A citação é parte de artigo mais […]

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  • Heitor disse:

    Tudo isso que foi falado é muito interessante. Para que tudo isso acontecesse e continue acontecendo, um fator essencial foi e continua sendo a ignorância da população e sua incapacidade e imobilismo para sair dessa condição. Enquanto a ignorância não for extirpada, continuarão a existir os coronéis do campo, os capitães de indústria, os vampiros dos bancos, or porcos da política, os emcapotados dos tribunais, as ratazanas do serviço público, o circo dos meios de comunicação etc. Educação é tudo. Exemplo disso também pode ser visto nos EUA, já que houve uma menção a esse país no texto: o sistema de educação desse país nunca esteve tão fraco como agora e, interessantemente elegeram um governante muito questionável recentemente. Pura coincidência? Justiça, prosperidade econômica, evolução, igualdade passam necessariamente por uma melhoria na educação desse sofrido e acomodado povo brasileiro.

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  • Edgard Poças disse:

    Belo artigo Fernão.

    Sugestão de trilha musical:

    Saudades do Brasil, de Antonio Carlos Jobim,

    ou

    Prelúdio da Bachiana Brasileira #4

    Abraço.

    Edgard Poças

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  • Marcos L disse:

    O “recall” de políticos eleitos é um princípio interessante, mas só é efetivo para eleições majoritárias, como presidente, governador ou prefeito.
    Aplicado a vereador ou deputado quase nunca se irá alcançar a maioria necessária para conseguir cassar um mandato.
    Pior, pode vir a ser usado para retirar o mandato das vozes dissonantes que estejam tratando de promover mudanças efetivas.

    Muito mais efetivo seria:
    1- eliminar o foro privilegiado para crimes comuns a todos os níveis, seja do executivo, legislativo ou judiciário
    2- tornar obrigatória a publicação de todo e qualquer pagamento efetuado com dinheiro público, para que qualquer cidadão possa exercer o direito de fiscalizar estes gastos
    3- demitir imediatamente, tornar inelegível e impedir a contratação como funcionário público para a vida toda qualquer servidor público (seja político eleito ou funcionário concursado) em caso de ser condenado em segunda instância por improbidade administrativa, corrupção ativa ou passiva, enriquecimento ilícito ou crimes assemelhados.

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  • […] Fernão Lara Mesquita é jornalista, articulista do Estadão e editor do blogue Vespeiro. A citação é parte de artigo mais […]

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