Momentos brasileiros

15 de maio de 2015 § 31 Comentários

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§ 31 Respostas para Momentos brasileiros

  • Dr.Eduardo Gonsales de Ávila disse:

    MORTE
    Dr.Eduardo Gonsales de Ávila – Médico Cardiologista
    Olhei teus olhos sem vida
    Eles já não nos via
    Foi tudo em vão
    Auscultar o coração
    Não sentia teu pulso em minha mão
    Assistolia

    Era tudo tolice
    A vida se escondia como peraltice
    Manobras de reanimação
    Insuflar ar no pulmão
    Massagear o coração

    Linha isoelétrica
    Como és tétrica
    Separa dois momentos
    Em que se findam os pensamentos

    Digo-te Adeus!
    Antevejo as lágrimas dos teus
    Na verdade é incerto se alguém chorou
    Por certo alguém por ti orou

    A Morte deixa-nos sem norte
    Que o consolo aporte
    Com aquilo que se viveu
    E a alma não esqueceu

    Adeus!
    Amigo meu
    Durma serenamente
    Nos braços de Morfeu.

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  • Carmen Leibovici disse:

    AMO ISSO!
    Parabéns,rapazes!

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  • A ” saudação” ao Padilha já está começando e deveria ser adotada sempre que encontremos em lugares públicos essa gentalha corrupta incompetente e esquerdistas de araque.

    Com o que a mídia diz eles pouco se importam mas nesses momentos dói e envergonha mesmo desavergonhados como eles, enquanto dá coragem aos presentes à procederem da mesma forma em momentos oportunos.

    A espontaneidade desses dois e a reação dos presentes é significativa e estimulante.

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  • Carmen Leibovici disse:

    Mais uma incompetência (para dizer o mínimo)AINDA NÃO EXPLICADA do governo PeTeliano.

    http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,npk-soberania-roubada,1688646

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  • Carmen Leibovici disse:

    Vou mais uma vez fazer aqui um comentário de editorial do Estadão sobre a “Palestina”,sempre me desculpando se ,porventura,o espaço não é apropriado.
    Embora o jornal mantenha em geral uma postura neutra ,as vezes expressa opiniões com um viés unilateral que chega a doer.
    Em toda a opinião expressa hoje no Estadão subjaz a ideia de que Israel é “cabeça dura” e precisa ter a cabeça amaciada pelos governos ocidentais.Em nenhum momento a opinião do jornal se preocupa em analisar os PORQUÊS da recusa de Israel em aceitar um estado palestino.
    Vou citar aqui apenas algumas:
    1-Mahmud Abbas,presidente da autoridade palestina,SE RECUSA a aceitar e declarar Israel como Estado Judeu,o que é condição sine qua non para Israel,com muita justiça ,diga-se de passagem.
    2-Existem questões que Abbas exige,como retorno dos “refugiados”,que absolutamente não podem ser aceitas por Israel se pretender se manter como Estado Judeu,desejo esse de todo o ancestral Povo de Israel.
    3-Como eu já disse anteriormente,nas escolas daquela Autoridade as crianças NÃO VEEM Israel no mapa.

    A bateria do meu computador está fraca portanto em outra hora continuo com os argumentos,mantendo por hora apenas uma questão:POR QUE ISRAEL ACEITARIA UM PAÍS ANEXO AO SEU QUE DESEJA EXTERMINÁ-LO?

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  • Carmen Leibovici disse:

    as vezes expressa opiniões com um viés unilateral que chegaM a doer.

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  • Carmen Leibovici disse:

    Continuando um pouco,eu anexo a seguir um editorial do jornal Jerusalem Post a respeito do assunto,que expande mais a análise sobre o comportamento do Papa sobre essa questão,mostrando que o Papa não ajuda ,mas atrapalha.Para quem lê em ingles,vale a pena.

    Eu também queria dizer que partindo da Igreja ,querer “amaciar”a cabeça dos judeus,não é nenhuma novidade,mesmo a Igreja tendo se desculpado sobre algumas questões nos últimos anos.
    Não vamos esquecer que a Igreja patrocinou as Cruzadas-que exterminaram não só judeus mas muçulmanos também-além da Inquisição.Portanto,isso não é novidade para Israel.
    Os babilônios já quiseram “amaciar” as cabeças dos judeus;os persas quiseram;os assirios quiseram;os gregos quiseram,os romanos quiseram,a Igreja quis (e talvez ainda queira)e Israel continua vivo como sempre continuará.

    Enfim,a paz em Israel só vai acontecer quando for genuina e não fruto da manipulação e do ódio dos povos.

    Espero que seja em breve.

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  • Carmen Leibovici disse:

    Além do dito acima,eu gostaria de sugerir que a específica opinião/orientação do ´Estado`,na sua página de editoriais geralmente usada para assuntos nacionais,fosse dada também,de vez em quando, a respeito da Síria ,do Irã,do Yemen,mesmo da China entre outros países “civilizados”asiáticos,pois afinal existem no Brasil comunidades provenientes dessas nações também e ,certamente,elas estão interessadas em saber como as tão sapientes “nações do ocidente” devem determinar os feitos dos seus países de origem(por bem ou por mal)assim como se imiscuir em seus destinos ,pois estamos falando de “verdadeiras democracias”que sem dúvida precisam ser também adestradas na marra de acordo com o pensamento perfeitamente correto do Ocidente,assim como Israel.Não?

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  • Carmen Leibovici disse:

    Para quem não sabe,Israel é a ÚNICA verdadeira democracia no Oriente Médio.Em Israel a imprensa é ABSOLUTAMENTE livre e em Israel não se enforcam opositores,como acontece na “palestina”Gaza, e só não acontece na chamada Cisjordânia porque Israel ainda tem algum controle.Só quem conhece aqueles lados sabe do que estou falando.
    Dar opinião sobre quem se esforça pelo certo é fácil;o difícil é enfrentar o errado,pois esse enfrentamento requer CORAGEM.Atacar Israel é e sempre foi “a piece of cake”.

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  • honorio sergio disse:

    O primeiro Rapaz disse tudo o que eu gostaria de dizer a esse vagabundo Alexandre Padilha, parabéns. você transformou meu fim de semana em um dia melhor!

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  • Luiz Barros disse:

    Fernão,
    Estou aqui lembrando de uns tios queridos de minha infância, e nisto vejo o Renato, de Taubaté. Ele era exímio caçador.

    Acho que foi a falta de amantes da caça e da pesca que dificultou a preservação da fauna e flora, porque os esportistas, como ele era, faziam mais bem para a preservação, com amor verdadeiro aos bichos, do que os vigiólogos de gabinete.

    Fiz um trecho de texto sobre ele, mas só conheço um pouco de pesca, nada de caça. Você poderia por gentileza me dizer se a descrição que faço de um homem e seus perdigueiros é correta?

    Não descrevi as belas armas que ele portava, porque não teria competência para descrever, mas eram espingardas cartucheiras, com dois canos, lindas, entalhadas. Seria uma pena eu descrever errado.

    Renato chegava sítio bem cedinho.

    Ele chegava com seus dois ou três perdigueiros e a indumentária de caçador. Vestia aquelas galochas que vinham até o peito e se prendiam por suspensórios ao ombro, qual macacão fossem: para entrar no brejo, se os cães para lá o levassem.

    Pendendo de mil bolsos no colete: munição de caçador: cartuchos e não sei o quê mais carregava por ali; e de ganchos na sua cintura pendiam peças de fino metal onde iria armazenar sua caça, delicadamente penduradas pelas patas: codornas e batuíras, principalmente, é o que me lembro, mas havia também, quem sabe, paturis? Caçadores caçam paturis? – é uma pergunta.

    Mas se você saísse com o Renato pela trilha do pasto, de que na parte de cima era aquela grama de terra cansada e exaurida por séculos de cana e café; e na parte de baixo, antes do brejo da várzea havia uma orla de sapezais: se você saísse com ele pelo pasto, nessa trilha batida, nada veria.

    O curioso é que nem ele via.

    Quem via, ouvia, sentia ou pressentia, eram os cachorros: e amarravam a caça, apontando a pata para de onde a batuíra iria voar.

    Cão e caçador sincronizavam instinto e ação e, enquanto um levantava a caça o outro fazia mira, acompanhando o voo rápido ascendente ou rasante, em linha reta ou ziguezagueante.

    No vero parece que cada caça lança voo de um jeito, mas o cão e o atirador nem pensam a respeito: abatendo-a um no voo; indo catá-la, o outro – trazendo-a ao mestre caçador, conforme sua função ancestral – com pega macia no animal abatido… para engrossar a fileira que pendia à cintura do caçador.

    Renato andava com passos largos e rápidos; poucos conseguiam acompanhá-lo e a seus cachorros; nem ele gostava que ninguém fosse; mas uma vez parece que eu fui e vi ser verdade o que dele se dizia: ser capaz de abater com uma só mão um pássaro em alto voo.

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    • Dr.Eduardo Gonsales de Ávila disse:

      FLM é excelente caçador de patos selvagens, mas nunca o vi utilizando perdigueiros. Não é á toa que é conhecido como “O ULTIMO DOS MOICANOS”.

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      • Luiz Barros disse:

        O último dos moicanos é o primeiro.

        A origem do faroeste

        Por Luiz Barros

        “Hollywood se tornou o centro do cinema nos Estados Unidos unicamente por causa de sua proximidade de um cenário real do Oeste. Nos primeiros dias de Hollywood, os caubóis figurantes eram recrutados nos bares de Los Angeles, então ainda uma cidade de fronteira”, afirma Jon E. Lewis, escritor e crítico inglês em “Os melhores contos de faroeste – uma antologia de histórias clássicas da fronteira americana” (José Olympio, 2004), obra já apresentada por Renato Pompeu na edição de 21-23 de maio do Dcultura, a partir da qual aqui apresento comentários complementares.

        O gênero faroeste ressurge com nova força a cada vez que aparentemente se esgotou. É possível perceber isto facilmente no cinema, como quando recentemente Clint Eastwood apresentou Os imperdoáveis, ou quando Paul Newman e Robert Redford encantaram platéias com Butch Cassidy, para citar apenas dois exemplos.
        Adorado por milhões em todo o mundo, e execrado por outros tantos, a força do gênero deriva em grande parte do fato de que o faroeste corporifica o Mito Americano, contendo alguns dos principais elementos da identidade nacional dos estadunidenses.

        A evolução verificada nas histórias de faroeste desde o tempo do cinema mudo, passando por John Ford, até os dias de hoje, e nos seriados de televisão, corresponde a modificações ou variações do gênero que se encontram nos contos e romances de faroeste – na literatura portanto.
        Do ponto de vista artístico, o faroeste é um dos grandes gêneros da literatura mundial, destacando-se por ser considerado a única forma de arte verdadeira americana. Basicamente apresenta duas vertentes, a popular e a literária. Considera-se como a vertente literária do gênero as obras, sejam contos, novelas ou romances, de escritores reconhecidos como grandes autores, tais como Mark Twain e Jack London, por exemplo.

        A vertente popular foi disseminada pelos romances baratos, de grande tiragem, a partir do final dos anos 1800 e após 1919 pelas revistas de ficção pulp, assim denominadas pelo tipo de papel barato que usavam, que se constituíam, afinal, numa espécie de gibi, para as quais os autores escreviam em assombrosa velocidade e quantidade, sendo remunerados à base de um centavo por palavra. Estas histórias seguiam fórmulas, que se modificaram ao longo do tempo e por isto esta vertente é chamada de faroeste-de-fórmula, com característicos personagens e enredos previsíveis. Mas, mesmo escrevendo rápido, pela necessidade de dinheiro, dentro das exigências de sua profissão, muitos destes escritores produziram textos excepcionais, fixando tipos e personagens característicos e produzindo inumeráveis best-sellers. Entre os mais conhecidos, encontram-se Zane Grey, Louis L´Amour e Max Brand (um dos vinte pseudônimos usados por Frederick Faust).

        Quem assistiu aos seriados de TV da década de 1960 deve lembrar-se de O virginiano. A série baseou-se em romance de Owen Wister, de 1902, que incluiu o primeiro tiroteio de faroeste na narrativa e estabeleceu uma das primeiras fórmulas: o herói é uma figura romântica, com um código de honra gravado no coração e um revólver de seis tiros na cintura, arquétipo que sofrerá mutações, em especial após a Segunda Guerra, quando o mocinho ainda continua vencendo, porém não mais de forma impoluta como no padrão do virginiano. No limite, o gênero chegou a fórmulas hiper-realistas e complexas em que os mocinhos são tão imorais quanto os bandidos.

        Vários dos tipos característicos do faroeste representam incisiva crítica social, nem sempre percebida pelo leitor ou pela platéia de cinema envolta no entretenimento. O capitalismo é fustigado ou ridicularizado pelas figuras maldosas de banqueiros e magnatas das ferrovias. A prostituta e o jogador de pôquer de bom coração estão a serviço do reconhecimento do valor humano dos socialmente proscritos. Os índios retratados inicialmente como selvagens desprezíveis passaram a receber tratamento diferente, em especial a partir da obra de Dorothy M. Johnson, de que o conto Um homem chamado cavalo, de 1953, é uma das peças mais conhecidas por ter sido transformada em filme de grande sucesso, estrelado por Richard Harris, em 1970.

        Existe um parentesco entre as histórias de faroeste e as histórias policiais de detetives americanos, por vezes verdadeiros caubóis do asfalto. Esses traços de similaridade não se devem apenas à transposição dos mesmos arquétipos do herói americano para tempos e ambientes diferentes, mas também ao fato de que vários escritores influentes transitaram de um gênero para outro.

        Embora já existissem histórias ambientadas no Oeste, as escritas por James Fenimore Cooper, entre as quais O último dos moicanos, de 1826, são consideradas as que definiram claros contornos iniciais para o gênero, o que lhe valeu o reconhecimento de pai do faroeste. Seu personagem Natty Bumppo foi baseado no batedor de fronteira da vida real, Daniel Boone, e este também é um traço característico dessas histórias que evocam figuras legendárias que existiram de verdade, como Buffalo Bill e outros.
        ___________________________________________________________
        Luiz Barros, mestre e doutor em filosofia da educação, é escritor.

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      • fernaslm disse:

        belo texto, don luiz!

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    • Dr.Eduardo Gonsales de Ávila disse:

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      • Eduardo,

        Que tal lembrar do Roy Rogers, e o cavalo palomino que se chamava Trigger . Eu me lembro muito bem. Tinha também o Hopalog Cassyd que era bem anterior mesmo ainda criança me lembro dos filmes e outros que esqueci os nomes. Um deles tinha um cavalo preto de crina longa….

        No site tem informações do museu infelizmente fechado.

        http://www.royrogers.com/museum.html

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      • Dr.Eduardo Gonsales de Ávila disse:

        EI Psiti, sem ser bokomoko, papo firme, legal mesmo era Zorro e o Fantasma, meu pai queimou um monte na pira da ignorância, eramos proibidos de ler,. em casa só entrava o Estadão, mas sempre trocávamos gibis nas portas do cinema nas matinês de Domingo.

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    • flm disse:

      Não ha, felizmente, falta de caçadores e pescadores esportivos no mundo, Luiz, e felizmente porque é como v diz: o que sobrou no planeta de natureza conservada sobrou por causa deles.
      Aqui os caçadores (os esportivos, digo, porque quem vive no mato continua como sempre foi) estão quase extintos porque o Brasil é exceção no mundo, ai incluidos ate paises como Cuba, e persegue-os furiosamente desde 1983, ultimo ano em que a caça foi aberta legalmente por aqui (com exceção do Rio Grande do Sul).
      Os caçadores são essenciais pelo fato elementar de perdiz, por exemplo, valer muito mais que soja, o que torna um excelente negócio, nos países em que eles continuam livres para dar a sua essencial contribuição, comprar areas de cerrado (ou savana como chamam la fora) para mantê-las integras o bastante para continuar produzindo o que produziram naturalmente nos ultimos bilhões de anos até que, como dizia nelson rodrigues, os imbecis descobrissem que são maioria e passassem a nos oprimir: isto é, perdiz.
      Nos EUA a economia da caça e pesca esportivas gira em torno de US$ 400 bi/ano (isso mesmo! ⅓ ou ¼ do PIB brasileiro. Procure o site dos censos americanos. Uma edição sim, outra não, faz-se esse censo nacional, detalhadíssimo). Eles são o pais com mais área selvagem conservada do planeta, ai incluidos os africanos. Todos os seus bichos nativos têm hoje rebanhos maiores que os que se calculava que existiam no Descobrimento, graças ao que rende esse negócio).
      Ainda na semana passada vi, também o balanço anual de caça da França: 1 milhão e 200 mil peças foram abatidas em 2014 (considerados só mamíferos como javalis, cervos e caprinos dos alpes) gerando bilhões de euros que são investidos na quantidade de florestas íntegras que é preciso manter para garantir abates dessa quantidade sem abalar o equilíbrio. São milhares de empregos, aí incluídos os de cientistas e gestores de fauna que tratam de aprender com a natureza em vez de cagar regras sobre ela como gostamos de fazer aqui.
      Também nesse tema vamos, como em tudo o mais, pelo avesso do mundo, portanto.
      Aqui o cerrado, produtor das perdizes, é o bioma mais ameaçado de todos. Na verdade está praticamente extinto, condição que temo que já seja irreversível, dada a fragmentação do pouco que sobra, o que terá implicações dramáticas para o armazenamento de água no subsolo do Brasil dos nossos filhos e netos.
      O cerrado é uma floresta de cabeça pra baixo, com uma trama de raízes que penetram a grande profundidade no solo com um volume de matéria vegetal muito maior que o que ela mostra acima do solo, o que proporciona a formação dos aquiferos como o Guarani, um oceano subterraneo de agua doce que cobre mais de um terço do nosso território e gera as nascentes de mais de metade dos nossos rios. Essa trama de raízes do cerrado é que mantém o solo poroso e nas temperaturas necessárias à continuação do processo que resulta nos aquíferos.
      Hoje está tudo compactado e cada vez mais impermeável logo abaixo da superfície, tomado por gramíneas africanas e leguminosas asiáticas, e isso porque nossos “ecologistas” de bermuda colorida e chinelo de dedo acham que esta é uma questão “ética” a ser tratada por critérios emocionais e decretaram “imoral” a prática de todos os demais seres vivos, animais e vegetais, que alimentou seus ancestrais até que dominassem o planeta a ponto da cretinice deixar de ser punida com a morte, como continua sendo na natureza, e dar o resultado que tem dado.
      Sorte do Blairo Maggi!
      Nos tempos em que este país ainda pensava com a cabeça havia caça regulamentada, sim, e quando abria a temporada via-se gente feliz carregando suas espingardas pelo país afora pelas ruas, nas estações e nos trens que chegavam até o Mato Grosso (a unica via para la então), e o mais que continua acontecendo em todos os países civilizados do mundo, sem que ninguém se assustasse com isso.
      Mas como aqui a Globo mancheta todo dia que “as armas de fogo mataram não sei quantos este ano”, o que me remete sempre à curiosa ideia de revólveres com pernas andando por ai e atirando em gente por conta própria, possuir uma arma de caça, ainda que não possam ser confundidas nem com os revólveres e pistolas do crime desorganizado, nem com os fuzis do organizado, é visto como um crime mais grave, mais comentado, mais noticiado e mais perseguido que os autores dos 56 mil assassinatos por ano com que convivemos numa boa. É prático e fácil porque quem tem arma registrada tem endereço certo e sabido, sendo portanto muito mais fácil e seguro de infernizar do que quem não tem e dá tiros na cara de quem lhe enche o saco ou até por menos que isso.
      Na globo o cara por traz da arma não conta, o crime não é crime, que supõe culpados, é “violencia” que significa outra coisa, sem dono, do que resulta que os criminosos passam a ser “infratores” que não devem ser tirados da rua onde andam os nossos filhos porque a prisão não consegue “recupera-los”. Foda-se quem vier a ser morto por isso…
      Enfim, nós somos brilhantes, Luiz, sabemos mais e melhor que o mundo e por isso colhemos os resultados que colhemos. É justo que seja assim!
      Ja o seu personagem, conheci inúmeros como ele de quem morro de saudades. Também eu tive tios caçadores a cujas expedições aderi a partir da segunda metade dos anos 60. Era o tempo em que o sertão começava ali por Araçatuba, a Mata Atlântica ainda estava agarrada ao mar no litoral entre Rio e SP, quase virgem, e ia assim até a foz do Rio Doce, um dos nossos paraísos destruídos, e só recuava para Oeste da metade da Bahia para cima. O sertão da Bahia emendava com o do Rio das Mortes e daí, Amazônia acima, ia intacto até o Caribe. Conheci esse Brasil selvagem e seguro e cordial como nunca foi o “civilizado” de ponta a ponta e isso foi crucial na minha formação.
      Ser caçador não é uma escolha, é uma condição de quem tem a felicidade de nascer sujeito a ela. Instala-se no imaginário do portador antes da capacidade de raciocinar. É anterior e mais forte que ele.
      A sua descrição remete a um caçador de batuiras, aves do brejo, tiro muito difícil, cozinha excelente, bom desafio pros perdigueiros. Eram muito comuns no iterior de SP no tempo em que ainda havia a natureza em pé que nossos ecologistas fizeram questão de entregar para a agricultura, unica maneira legal de fazer terra render dinheiro neste país infeliz. O interior de SP era famoso pelas areas de banhados — brejos de cabeceiras dos seus muitos riozinhos onde pelo mês de outubro ocorriam as eclosões de vagalumes que pareciam trazer o céu ao chão — hoje quase todas devidamente drenadas para que a agricultura e a “civilização” se instalassem até sobre o ultimo centímetro disponível, onde as batuiras e batuirões, também ditas narcejas ou corta-vento lá no Rio Grande do Sul (“bécasse” e “bécassine” nos restaurantes do mundo) eram rainhas.
      Agradeça aos nossos herois da natureza a extinção de tudo isso. Eles acreditam piamente, e assim ensinam às nossas crianças, que os alimentos vêm dos fundos dos supermercados, devidamente embalados em plástico e sem sangue, e que o verdadeiro amor à natureza, sem o incomodo dos insetos, do calor e dos demais componentes dos “programas de índio” (aqueles que ainda fazem parte do currículo escolar do resto do mundo, como acampar no mato e entender o que de fato acontece lá dentro), deve ser vivido em manifestações no vão do Masp, com cartazes “criativos” e fantasias de caveira contra a caça e etc..
      Historicamente falando ha duas correntes de ambientalismo no mundo. A que nasce nos EUA e na Inglaterra pela mobilização de caçadores e pescadores, seguidos de pesquisadores e cientistas que, como v diz, amam e entendem como funciona a natureza real (não a que está na cabeça dos nossos urbanóides) e deu origem à linha do WWF, que usa a caça e a pesca esportivas como ferramentas de consevação, e a corrente ideológica e urbanóide que surgiu de militantes franceses (como os que vieram para a USP, hélas!) que resistiam à explosão de uma bomba atomica em Mururoa no pesqueiro Rainbow Warrior e deu origem ao Greenpeace, anti-caça e bom de discurso e de midia. WWF era “dono” das florestas, Greenpeace dos mares, até que este veio se meter na Amazônia com a minha ajuda (sem muitas ilusões, vim a ser diretor do Greenpeace do Brasil, cargo de que me demiti em pouco mais de um ano “atirando”, história que conto outro dia).
      É por aí que rola a nossa ignorância nesse campo, Luiz…

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  • Gibis! Que saudades. O Zorro tinha um agregado que se chamava Tonto. rsrsrsrs . Na infância quando vc queria ” ofender” alguém bastava chamá-lo de ” amigo do Zorro”.

    Já na ficção tinha o Capitão Marvel. E no terror o Dr. Silvana, o maldoso.

    Sic transit gloria mundi.

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  • Eduardo,
    Cometi uma falta. Deixei de considerar os gibis da Lassie e do Rin-Tin-Tin.

    Quanto ao Fantasma fizeram um filme não animado sobre ele. Infelizmente foram infelizes com o ator porque colocaram no papel uma bichona* e vazou na mídia acabou em fracasso, também pelos trejeitos da franga**.

    *, **.*** Expressões que utilizo em respeito ao polivalente ex- deputado ,ex-Ministro dos Esportes e atual Ministro da Ciência e Tecnologia que, na Câmara apresentou projeto de lei proibindo os estrangeirismos em nossa linguagem e a palavra gay incluí-se.

    Antes que haja manifestação questionando se tenho preconceito com veados ***, asseguro que me sinto melhor estando ele(a)s longe de mim.

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  • Luiz Barros disse:

    Preciso responder o que acima se disse sobre queima de gibis: não me identifico com isto, não fomos criados assim.

    Meus pais JAMAIS queimaram nossos gibis. Eles mesmos, no tempo deles de criança recebiam em casa, bem no interior, cada qual numa região do estado, a revista TICO TICO, saudável leitura para eles, segundo meus avós; os de parte de papai, sendo um casal de educadores; e os de parte de minha mãe, pessoas sensatas que sabiam tratar com crianças.

    Havia limites, mas essa era a regra, estipulada às vezes por uma mesada, às vezes, por um número de revistinhas por semana, e assim nós íamos. Mas se cada um podia comprar um ou dois, não me lembro a cota, e os amigos tinham outros, a gente fazia trocas de gibis e podíamos ler muitos. Ainda peguei vários anos da fase inicial de nossos heróis Mônica e Cascão, e o coelho da Mônica, e a Magali.

    Fomos também de um tempo em que nossos pais não deixavam que a televisão invadisse as nossas vidas. Salvo exceções, só se podia assistir a um programa por noite – às vezes a gente burlava o horário, mas tinha a hora de desligar, fossem dois programas que fossem.

    Dessas noites, nesses programas, haviam os seriados de faroeste, e naquele longínquo tempo já abandonávamos mocinhos do faroeste americanos para assistir junto a papai as temidas entrevistas do Pinga-Fogo, programa político.

    Gostei desta vez da página do NYT, não vi tudo ainda, são artistas que fizeram parte de minha infância e me emociono com elas.

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    • flm disse:

      sobre gibis, li todos e sou fã de muitos, especialmente do “sr. walker … o fantasma que anda … e seu amigo guran, dos pigmeu bandar, guardiães de kilawea, a praia secreta com areias de pó de diamante” a que ele chegou a levar diana passear, com capeto a seu lado…
      e ainda, é claro, de titin, hadock, milou, nestor, girassol e os dupont, de um mundo de outros tempos e outros ideais éticos, que até hoje folheio de vez em quando na coleção completa de todos os albuns, sem faltar nenhum, que leguei aos meus filhos.
      grande hervé!

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  • Luiz Barros disse:

    Me pareceu também, que as histórias de western americano não se podem confundir com aquelas dos super-herois igualmente apresentados na coleção de capas de gibi. Eu precisaria estudar um pouco mais, ou bastante, para não me deixar entrar nessa confusão que as pessoas fazem de alhos com bugalhos. Mas dentre aqueles que não são caracteristicamente do bang-bang, constantes na vitrine da colagem, vale refletir que super-heróis em geral se distinguem por uma mística, de forças que não são deles, e sim lhes é advinda do espaço, da picada de uma aranha e assim vai, todos, assim sendo, personagens absolutamente ficcionais. Mandrake não se revela, não sei qual foi o fim dele, nem se ainda existe o gibi, mas era sua perícia e o concurso de seu fiel amigo Lottar, o que lhe garantia a invencibilidade. Deixei o Fantasma por último: com sua condição mortal inconteste, o homem que anda tem quatrocentos anos, hoje uns tantos a mais, eu creio, mas nunca é a mesma pessoa, antes é o filho que segue o pai que seguiu seu avô. Guardadas as liberdades poéticas do gibi, e história mais verossímel, como essa invenção pioneira de Maurício de Souza, ao fazer seus personagens se tansformarem em jovens, acompanhando as gerações, e sempre com propósitos educacionais, malgrado a obra hercúlea dos poucos educadores de fato com que conta esse país.

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    • flm disse:

      sobre filmes de caubói, pra mim o campeão hors concours continua sendo “The man who shot Liberty Valance”, de mestre John Ford regendo John Waine, Lee Marvin e James Stewart ate a antológica cena final, no mesmo trem onde o filme começa (“Se a lenda é melhor que a realidade, publique-se a lenda”).
      “O Ultimo dos moicanos” de Michael Mann, com Daniel Day Lewis, que não é exatamente um caubói, é um grande filme que me emociona não importa quantas vezes o veja.
      O livro de Fenimore Cooper, que li na adolescência numa velha edição ilustrada por Gustave Doré do tempo dos meus avós que havia na fazenda da família, foi um evento mágico, um marco em minha vida. Mergulhei naquilo de modo vertiginoso e cheguei à última cena, nas montanhas, na hora do jantar, quando minha avó me chamava e todos batiam à minha porta e eu, trancado, não largava o livro, gritava que não me aborrecessem, que eu não iria jantar…
      Fui tomado de uma emoção avassaladora com os suicídios e mortes que se sucedem até chegar à evocação final de Chingachcook, que retomei no artigo com que marquei a despedida de meu pai e está por aí, no vespeiro…
      Até hoje me emociono quando lembro aquele momento mágico…
      Sou fã também, no cinema, dos “primos” temáticos do moicanos, “Um homem chamado cavalo”, também antológico, e “Dersu Uzala”, que também me cala fundo.
      Todos remexem os meus atavismos; coisas que vêm, talvez, de outras vidas que vivi por aí…
      Interessantíssimo ver tudo isso de novo, especialmente os John Ford’s todos, pra ver como a ideia de herói vai evoluindo ao longo do século 20…

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  • Luiz Barros disse:

    Acento no É

    Guardadas as liberdades poéticas do gibi, é história mais verossímel, como essa invenção pioneira de Maurício de Souza, ao fazer seus personagens se tansformarem em jovens, acompanhando as gerações, e sempre com propósitos educacionais, malgrado a obra hercúlea dos poucos educadores de fato com que conta esse país.

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  • Luiz Barros disse:

    Cometi uma injustiça: como poderia haver a turma da Mônica sem o Cebolinha?

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  • Um trise e histórico momento brasileiro é com esse Fachim fazendo corpo a corpo com senadores a ter o nome aprovado pro STF.

    Até a internet o pulha utiliza à nomeação, mostrando da mais absoluta falta de vergonha na cara de tudo fazendo pra ir pra corte.

    Pobre STF como se não bastassem os petrolulas à votar a favor dos petralhas e outros gatunos.

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