“Quando a América Latina era o futuro”
10 de maio de 2015 § 13 Comentários
O MASP de Lina Bo
O Museu de Arte Moderna de Nova York – Moma – acaba de inaugurar a exposição “América Latina em Construção: Arquitetura 1955-1980”, com curadoria de Barry Bergdoll, que o NYTimes saúda como “o tipo de exposição em que o Moma é mestre”, que são aquelas em que “foge-se de uma visão eurocêntrica do mundo e joga-se luz num período e numa produção quase totalmente negligenciada fora de onde aconteceu”.
Complexo residencial desenhado por Rogelio Salmona em Bogota (1964-70)
“A exposição aborda uma época, não tão distante, em que arquitetos e governos sonhavam grande e agiam juntos para mudar o mundo para melhor (…) fossem os governos revolucionários de esquerda ou as juntas militares de direita, todos estavam tomados por essa poética do desenvolvimentismo (…) em que os arquitetos acreditavam que os desafios sociais tinham de ser traduzidos pelo design, que as sociedades humanas mereciam novas formas de beleza e que o desenvolvimento progressista adicionava fé à arte, à natureza e à disposição das pessoas comuns de resistir e seguir adiante”.
Escola Nacional de Artes de Havana de Vitório Garatti, Ricardo Porro e R. Gottardi
“De Cuba ao Chile, do México à Argentina, as cidades do continente estavam explodindo e o que foi construído em lugares como Havana, Cidade do México, Lima, Buenos Aires, São Paulo e outras inclui-se no que de mais inspirado a arquitetura da era moderna jamais produziu”.
Bergdoll confessa-se especialmente “fascinado” pela arquitetura de Lina Bo Bardi e João Filgueiras Lima, dito Lelé, “que deveria ser melhor estudado“. Ele cita o Masp, a Casa de Vidro, o Sesc Pompéia e “um hospital” de “Lelé“, e aponta a dupla paulista como “duas provas vivas de que os arquitetos latino-americanos não se resumiam a emular os traços de Mies van der Rohe e Le Corbusier acrescentados de alguma luz tropical e de curvas cariocas”.
“Era o tempo em que a América Latina era o futuro”, expressão que Bergdoll chegou a considerar para título da exposição.
Igreja em Atlantida, Uruguai, por Eladio Dieste, 1958
Matéria sugerida por Katia Zero. Texto original neste link.
Marcado:arquitetura, arquitetura latino-americana, arquitetura moderna, arquitetura modernista, Eladio Dieste, João Filgueiras Lima, Lina Bo Bardi, Moma, Ricargo Porro, Rogelio Gottardi, Rogelio Salmona, Victoiro Garatti
§ 13 Respostas para “Quando a América Latina era o futuro”
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interessante !!
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ERA O TEMPO EM QUE O BRASIL ERA O FUTURO
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A construção de Brasília levou ao centro do cerrado milhares de candangos, operários, trabalhadores, gente humilde de toda ordem. A dupla Oscar Niemeyer e Lucio Costa provavelmente imaginou que a cidade não seria para o povo, não concebendo numa cidade maximamente planejada, lugar para residências dessas pessoas; não pensaram que muitas desejariam morar lá, de onde originaram-se as cidades satélites de forma totalmente caóticas, justo ao lado das obras de arte da arquitetura e do “planejamento” urbano.
Vide citação do artigo do NYT, constante do link postado pelo Fernão, em trecho que indica que “informal housing … had never been envisioned” por Lúcio Costa.
“Ms. Costa recalled how her father, who died in 1998, suffered from the criticisms that Brasília was a dystopian place, a cautionary tale of architectural hubris, a case study in the failures of top-down planning and pedestrian inconvenience. He watched a city conceived for 500,000 residents yield to the strains of a population several times that size, which gave rise to condominium towers, informal housing and other buildings he had never envisioned.”
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Arquitetura mesmo quem fez foi Hitler, Lula plantou no jardim do palácio umas estrelas vermelhas, e magnificas obras em Cuba e Venezuela, e Dilma Rousseff inaugura amanhã em Frutal – Minas Gerais mais um (inabitável) cortiço de Minha Casa. Minha vida.
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Como sempre não foi ele e ele nem sequer sabia… o canteiro de flores era de dona Marisa.
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Excelente atriz quando suporta a novela Lula X Rose. Marisa seria uma virtuosa escultora, se tivesse tomado umas aulas com JOSEF THORAK.
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Nossos antepassados egípcios também fizeram uma Arquitetura com Edifícios Inabitáveis.
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Para quem não leu, vide artigo do professor Roberto Romano no Estadão de hoje:
Aula Magna de Preconceito na USP
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,aula-magna-de-preconceito-na-usp,1684577
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Muito bom mesmo,esse artigo.Eu tinha lido as pressas anteontem e reli agora com calma.Vale a pena!
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DIA DA VITÓRIA !
Oi Cobucci
Passei por aqui só para dizer que a Russia tem melhor memória que o Brasil. Tenho pena de nossos “pracinhas”.
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A COBRA FUMOU
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