Tudo vai da condição para se entrar nos “camarotes”

19 de fevereiro de 2015 § 35 Comentários

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Com o carnaval voltou à baila na imprensa a questão da “camarotização”. Quando a Fuvest fez disto o tema da redação do vestibular nacional deste ano fiquei de escrever alguma cosia a respeito e acabou passando.

Os jornais ficaram nas generalidades de sempre naquela ocasião. Nem mesmo a afirmação estapafúrdia dos professores que prepararam a prova de que “antigamente todo mundo via o jogo junto nos estádios, sem que houvesse camarotização” foi contestada. Contentaram-se com o do costume: estudantes achando o tema mais fácil ou mais difícil que os de anos anteriores, uma pá deles dizendo que é mesmo um absurdo essa vida “camarotizada” e por isso “são contra” (a “camarotização”) e por aí…

guine7Teodore Obiang, da “Prisão da Praia Negra” para a jugular da Guiné ha 35 anos

Sendo este o tom, fiquei na dúvida sobre se o objetivo da prova era medir a capacidade dos alunos de escrever e se expressar bem em português ou medir o seu “posicionamento” ideológico em relação à “camarotização”. Dei uma rápida vasculhada no Google, passado mais de um mes da prova, mas logo desisti, tal o nível do material pescado. Ninguém parece ter feito essa pergunta. E o que disseram a esse respeito as provas corrigidas? Houve casos de provas mal escritas e mal argumentadas aprovadas por dizer mal a “coisa certa” ou provas bem escritas e bem argumentadas desclassificadas por dizerem certo a “coisa errada”?

Os anais da gloriosa imprensa pátria não esclarecem esse pormenor.

Seja como for, só para registrar, lá vai o que eu diria se tivesse feito a prova:

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O homem é um animal hierárquico e competitivo por natureza como, aliás, todos os demais que povoam este nosso mundo. Como só ha uma rua da praia de frente para a vista e para a brisa do oceano estando todas as demais localizadas da segunda rua para traz, como só ha uma primeira fila nos estádios e nos sambódromos de onde se vê o jogo sem ninguém na frente, como só parte das arquibancadas é coberta umas tantas filas têm cadeiras e as demais são só degraus de cimento ou nem isso como era no Maracanã e nos demais estádios “de antigamente”, do Coliseu de Roma ao Mário Filho, não me tendo sido dado conhecer os estádios rousseaunianos de que falavam os professores da Fuvest, e sendo tudo o mais nesta vida exatamente assim – tem filé e tem osso, com o mais que há no meio – fica impossível não “camarotizar” a vida.

Eis porque o que é imprescindível que haja são regras absolutamente claras, justas e transparentes para regulamentar as condições de acesso aos “camarotes” da vida de modo a tirar da inevitável disputa pela melhor parte que ha em cada coisa o caráter de privilégio odioso e injustificável que ela pode facilmente ganhar se valer tudo para chegar “lá”.

guiné3Teodorin, o filho, um “vencedor” com Ferraris, apartamentos em Paris, NY, Londres e “camarotes” na Sapucay

É precisamente em torno disso que gira toda a longa história da luta da humanidade para superar a lei da selva e evoluir para o Estado de Direito. E o resumo dessa epopéia é bem suscinto: o acesso aos camarotes pode se dar, ou pelo merecimento no crime, ou seja, pela contribuição que o sujeito der com a sua própria cota de crimes para que o criminoso ao qual se acumpliciou não perca jamais o controle da porta do camarote que ele próprio obteve pela força; ou pelo merecimento na construção do bem comum, ou seja, pela quantidade de subprodutos socialmente aproveitáveis que ele produzir com o esforço individual empreendido para, respeitados todos os direitos dos outros, disputar a compra com o suor do seu rosto do seu acesso e o dos seus aos “camarotes” que sempre serão escassos.

Não ha meio termo possível. Como tudo que existe fora da boa meritocracia é só uma e a mesma corrupção, se a rua da praia puder ser de quem melhor “opera” Brasília, a melhor vista do morro será inevitavelmente de quem melhor operar os fuzis e o povo inteiro acabará por cantar nu a vitória do crime organizado desfilada em apoteose diante do camarote dos genocidas”.

Será que a Fuvest me teria aprovado?

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§ 35 Respostas para Tudo vai da condição para se entrar nos “camarotes”

  • “Quem se incomoda com patrocínio é burro, diz carnavalesco da Beija-Flor.”

    E o Prefeito Eduardo Paes, que virou petista desde pequenininho cooptado pelo Lula, diz que não pode fazer nada com relação aos financiadores bicheiros e ao caso da beija flor ditador corrupto e assassino.

    Hipocritamente alega o soberano ditador que não foi a Guiné-equatorial, mas sim empresas brasileiras financiadoras e que prestam serviço no seu país.

    Genial, lembra o Lula.

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  • O FLM seria aprovado no vestibular, o que ele não teria é o Camarote. este é só e somente só para os amigos do rei, quando muito ficaria na ala da Imprensa ,que não deixa de ser,(com suas mordomias), um senhor camarote. Mas o que a turma não imagina que o melhor não é estar no camarote e sim no meio da galera. Uai sô ! melhor ver a festa por uma fresta, é modesta e não é indigesta. Na vida sempre ofereceram-me os camarotes, não sei se por mérito ou sei lá o que, sempre preferi os cimentados.

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  • Como eu via as festas (texto considerado Antológico):

    VONTADE DE QUERER MAIS

    Era dia de festa
    As ruas pintadas com as guias em cal branco
    Branca alegria e encanto
    Bandeirinhas agitadas nos braços de um vendedor manco

    O povo perfilado ao longo
    Expunha alegria
    Expunha roupa domingueira
    Vontade de querer mais

    Os colégios desfilavam, a todos encantavam
    O bumbo do Beto Bampa
    Os acordes de um saxofone
    Vontade de querer mais

    A menina de Maria Chiquinha nos cabelos
    Fazia sonhos, fazia castelos
    O olhar vidrado em Maçãs do Amor
    Vontade de querer mais

    Maçãs graúdas, vermelhas com a capa dura de doce
    A assanhar a vontade
    A aguçar desejo agridoce
    Vontade de querer mais

    O vendedor com o seu tabuleiro
    Querendo tudo transformar em dinheiro
    Para escapulir para a festa
    Vontade de querer mais

    A menina aponta o dedo
    Maldito desejo
    O pai abre a carteira escondendo a foto da amante em segredo
    Vontade de querer mais

    Negocia faz contra oferta
    Conta o trocado
    Que troca por bom bocado
    Vontade de querer mais

    A menina se enfeita e ajeita e logo mais rejeita a Maçã vermelha
    Um sorriso não enjeita com os brancos dentes que espelha
    Fazia sonhos, fazia castelos
    Vontade de querer mais

    Mas a boca não abocanha
    Acanha, a maçã estende ao pai
    Não dá para morder
    Vontade de querer mais

    Passa o cortejo
    As moças em molejos
    Os moços em desejos
    Vontade de querer mais

    A festa começa
    Com espocar de fogos
    Alvoradas que não voltam mais
    Vontade de querer mais

    Uma lágrima no canto dos olhos
    O pai sem poder comprar cerveja
    Destila do rico inveja
    Vontade de querer mais

    E a banda passa
    E outra festa recomeça
    Atiçando o sonho da moça: Maçãs do Amor
    Vontade de querer mais

    E o meu pai organizando as comitivas
    E o apagado apito das locomotivas
    E sorrisos e lágrimas emotivas
    Vontade de querer mais

    E o peão montando o cavalo
    Sonho alado
    Só superado por sonho gigante e dourado
    Vontade de querer mais

    Chiando a roda do carro de boi
    Lembra o tempo que se foi
    Como dói, como dói
    Vontade de querer mais

    EDUARDO GONSALES DE ÁVILA, 20 de Agosto de 2010

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    • ops- pulei a 11º estrofe, o melhor da festa ( a menina com a boca pequena não consegue morder o doce)
      Logo depois de:
      Mas a boca não abocanha
      Acanha, a maçã estende ao pai
      Não dá para morder
      Vontade de querer mais

      LEIA:
      O pai ritualmente morde
      E inteiro devolve o fruto
      Maçã do Amor
      Vontade de querer mãe

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  • Pô, Eduardo!

    Sensacional sua veia poética. Parabéns

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    • Pô Cobucci, neto e filho de jornalistas, fui criado em meio ás letrinhas!

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      • Mas em casa, o escritor mesmo sempre foi o meu irmão Magro, o mais velho, pena que o Fábio Junior hoje em dia não escreva nem talões de cheques, muito mais sábio do que eu virou boiadeiro o danado. Possuidor de um linguajar descritivo com excelente memória fotográfica, daqueles que conta os bois pelos pés,não deixa escapar nada de um evento, típico de um jornalista nato. Seu texto insuperável é O RODEIO, equiparo-o melhor que ao Estouro da Boiada, se não me engano do Euclides da Cunha, de Os Sertões, um grande jornalista d ‘o Estadão”. Com expressões do tipo: “o cavalo, com as suas orelhas em tesoura”, ou “as esporas bêbadas de sangue”. Escrever é um dom.

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    • Eduardo.
      Que maravilha O cântico dos calvário.
      Estudei Fagundes Varela no clássico época em que se estudava para aprender.
      Recentemente reli Castro Alves. É caso em perguntar.
      “Andrada tire esse pendão dos ares, Colombo feche a porta de seus mares…”
      Porque estamos com vergonha.

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  • Considero os melhores textos em língua portuguesa o CÂNTICO DO CALVARIO de Fagundes Varela, e RECADO PARA THARCILÍA de meu avô, d”O COMBATE, Antonio Gonsales Ucha Sobrinho. Isto sim que é POESIA.
    http://www.casadobruxo.com.br/poesia/f/fagundes01.htm

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  • Carmen Leibovici disse:

    Sim, teria!Tanto pela forma quanto pelo conteúdo você teria tirado 10!

    É verdade o que você diz.Com o esforço ,cada um adquire o que é bom e próprio para si e assim a “camarotização”se estabelece de forma natural ,pois todos estão satisfeitos, e para estarem satisfeitos,é preciso que haja condições justas para todos alcançarem o seu quinhão na vida.

    Gostei muito da redação!

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  • O lamentável Leibovici, é que existe uma elitização do rei ao distribuir os camarotes aos amigos, mormente em nosso Brasil, que não obedece a meritocracia. Coitada da boa gente.
    Alem de ralar, tem que cumpliciar-se, ou “dar um jeitinho”.

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    • Carmen Leibovici disse:

      Eduardo,o problema do “rei” aqui no Brasil é que ele *pensa*que é rei.Ele não é rei e nem é dono dos “camarotes”,portanto não pode distribui-los para ninguém porque ninguém distribui o que não lhe pertence.Quem faz isso é porque roubou,portanto é ladrão.O dinheiro do “rei”é o dinheiro dos impostos do povo;sem esse dinheiro,o “rei”,se não trabalhasse (ou não assaltasse a casa do vizinho como opção),seria mendigo.

      A democracia nos dá realmente a chance de retomar o que é nosso e de não permitir que o nosso seja levado como tem sido.Os do poder no governo “sequestraram”a democracia e suas instituições e a gente precisa tomar de volta e fazer elas funcionarem em nosso benefício.Qualquer outra opção é inaceitável.

      Com a ajuda do nosso Pai,a gente chega lá!

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      • Carmen Leibovici disse:

        Quando eu falo em trabalho,obviamente,me refiro à luta pela vida ,o que deve se traduzir ,ou resultar,em merecimento.

        O bolsa família,por exemplo, é um fator de desestímulo ao trabalho porque premia a preguiça,além de levar os brasileiros para um novo tipo de escravidão,sendo agora o “senhor”o próprio governo.

        Ontem,eu comprava alguns produtos num empório e escutei 2 vendedores conversando.O papo deles girava em torno do bolsa família,mas o interessante é que havia um tom de deboche;era como se eles acreditassem que estavam tirando alguma vantagem indevida…alguma coisa como a lei de gérson,sei lá.

        Quer dizer,o governo compra-os barato e eles se vendem barato.Mas é igualzinho ao que está ocorrendo com a Petrobrás,só que bem mais baratinho.Quer dizer,o atual governo do PT está “institucionalizando”,ampliando e disseminando uma prática sem vergonha ao invés de erradicá-la ,o que seria seu “papel ético”,papel esse que ficou mesmo só no papel…

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  • Helena Maria de Souza disse:

    Por aqui continuamos a idolatrar criminosos, genocidas, corruptos de toda laia. Desde que venham sob a bandeira vermelha. Da ESQUERDA.

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  • Carmen Leibovici disse:

    Financiamento estrangeiro ,no Brasil, assim como em outros países, é um outro problemão.

    Esse ditador sangrento da Guiné Equatorial,Teodoro Obiang,para “evitar corrupção” em seu país,depositou mais de meio bilhão de dólares do Tesouro em contas controladas por ele mesmo e por sua família nos Estados Unidos e sabe-se lá onde mais…

    Quer dizer,estamos falando de um “cara super bonzinho e super protetor de seu povo”, dono de um país cheio de petróleo e com uma das populações mais miseráveis do mundo…

    Como é que pode ser permitido a um cara desses financiar uma escola de samba no Brasil,promovendo assim,via Brasil, sua sangrenta ditadura como sendo um país colorido?

    Parece ser mesmo essa a imagem que a Dilma e o Lula adoram , incentivam e não fazem questão nenhuma de questionar.

    Que horror!

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    • Carmen Leibovici disse:

      E o pior:esse ditador desfila sua escola de samba no Brasil(agora é dele;ele “comprou”)e o Brasil não pode desfilar a sua.
      É ,porque, conforme lí por aí, a escola de samba brasileira que quis desfilar com máscaras dos políticos brasileiros,não pôde.
      Como é que pode uma coisa dessas?

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  • José Luiz de Sanctis disse:

    Como dizem por ai “tá tudo dominado” pela esquerdalha abjeta. Quem sabe daqui a um século.

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  • Nada. Temos esperança que tudo melhore dia 15 de MARÇO de 2015.

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  • Só o susto da petralhada vai valer a movimentação popular.

    Como se não bastassem os atuais problemas a anta e seu assessor papagaio de pirata e cubanófilo Marco Aurélio-top-top-Garcia, não receberam o embaixador da Indonésia por causa da sentença ao traficante brasileiro. Protesto ridículo de pais do 5o mundo bolivariano.

    Desde quando pode interferir em leis de um país?, E Cuba que fuzilou e sumiu com +- 15.000 adversários e a Dilma vai lá se confessar com o assassino Fidel.

    E tem quem quer que o Brasil seja levado a sério!!

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  • Carmen Leibovici disse:

    Eu vou dar outro exemplo de como esse PT,com blá blá blá comunista,incita o povo,através de sua militância,ao ódio,à inveja e à pior das mediocridades,bem à imagem de seu mentor ,Lula da Silva,que,diferentemente de outro, um dia pobre,rapaz, o ex ministro Joaquim Barbosa,que transcendeu a sua miséria tornando-se um estandarte da ética e da elevada cultura,é a própria imagem da ignorância,do analfabetismo funcional e da pobreza de espírito.

    A história é a seguinte:um conhecido meu alugou seu apartamento na Capital e foi morar provisóriamente no litoral até que se resolvessem certas questões relativas à morte de sua mãe.
    Contratou um desses caminhõezinhos tipo baú para levar algumas coisas de São Paulo até o litoral.

    Quando as coisas foram sendo descarregadas ,a esposa do motorista que acompanhava o marido no serviço,comentou com meu conhecido que seus 2 filhos estavam dormindo provisoriamente em 2 colchões no chão e que ela pretendia comprar uma beliche e tal.Meu conhecido ,ouvindo isso, deu à ela 2 camas de madeira maciça,com colchões ,estrados e tudo o mais,porque pensou que ,como não estava utilizando aquelas camas no momento ,poderia beneficiar alguém que estava precisando daquilo,e ,além disso,como ele se encontrava numa situação provisória e já tinha acumulado outros móveis pertencentes a sua falecida mãe no local , era até bom que aquelas duas camas saíssem dando mais folga ao espaço…

    A seguir,durante a continuidade do procedimento de descarregamento,aconteceu um imprevisto e um sofá não cabia num certo espaço, o que deu um certo trabalho aos funcionários do caminhão para resolver.A mesma mulher que acabara de receber as duas camas de presente,começou a reclamar do trabalho e ainda acrescentou :”aqui tem muito,o senhor precisa doar para quem tem menos, porque tem muito;tem demais”.

    O meu conhecido ficou abestalhado…Tinha acabado de dar um presente a uma desconhecida,presente esse que valia pelo menos 7 vezes o valor daquele serviço,e teve de engolir essa,sem dizer que não ouvira ,ao menos,um mero “obrigada”.
    Meu conhecido não esperava nada porque deu de coração e quis ajudar seu próximo,mas ficou amargurado em perceber qual é a mentalidade que está sendo incitada na cabeça do povo pelo governo atual do PT,que é a de que “o “rico” tem muito e *precisa(!)*dar ao pobre”.

    Que raio é isso??
    Porque *precisa dar ao pobre*????
    Porque o PT não “dá” ao pobre o dinheiro que nós todos entregamos ao governo através de impostos que pagamos até,quase,para respirar, em forma de escolas e universidade de excelência para que o povo todo tenha acesso ao crescimento sem ter de mendigar o que é do próximo?
    Porque não dá saude de excelência para esse mesmo povo e tudo o mais ,o que é de fato sua obrigação?
    Dinheiro não falta,tanto que o governo ,quase que literalmente,RASGA dinheiro público;o que falta mesmo é vergonha na cara.

    Sinto muito dizer assim tão cruamente as coisas como são,mas é assim que elas tem sido,especialmente neste desastroso governo que controla a presidência do Pais no momento.

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  • LEIBOVICI
    Esta estória de móveis que não cabem num determinado espaço lembra a estória lorota que o Matinas Suzuki publicou na “FOLHA DE S.PAULO”, colocando toda a redação, inclusive a seção de Quadrinhos, contrário á nossa ideia de publicar uma nota de falecimento e homenagem ao Francisco de Bezerra de Menezes, advogado, ex-pracinha das Forças Expedicionárias do Brasil na Itália (herói brasileiro), autor do hino de São Paulo, e inúmeras cantigas folclóricas barretenses. A Folha não iria passar óleo de peroba no caixão de defunto de ninguém.
    A Polêmica foi ridícula, o que eu não sabia é que o dito cujo homenageado era desafeto do Suzuki, que coisa vil.
    Ele saiu com esta, estampado em letras garrafais na folha, mais ou menos assim (reproduzo de memória):
    Auto da Compadecida – A arte imita a vida
    Eram duas irmãs, velhinhas aposentadas do INNS, que moravam numa diminuta casa de Cohab. Tinham sonhos diferentes.
    Minha irmã meu sonho é comprar uma TV a cores, quero ver o mundo colorido. A outra retrucava, ah! irmãzinha acho que o que a gente deve adquirir é uma mortalha. Não é justo viver tanto tempo lutando sobre esta terra, e depois ser enterrada direto na terra.para ser comida diretamente por ela. Meu sonho é comprar um caixão de defunto.
    Apesar dos parcos vencimentos do INSS, um espanto, não é que elas conseguiram realizar ambos os sonhos.
    Um dia chegou a TV e ai elas tiveram que se desfazer de alguns móveis da pequena sala, pois se entrava a TV quase não cabiam as velhinhas, tão diminuto são as salas dessas casas de Cohab.
    Quando chegou o sonho da outra irmã, foi aquela balburdia, não cabia mesmo os apetrechos desses sonho de consumo. A solução encontrada foi deixar o caixão de defunto em cima do guarda roupa no dormitório.
    E ao chegar o caixão alvoroçou-se a vila: Quem morrera? era a pergunta geral.
    E mesmo depois quando alguns ressabiados retardatários, aos poucos chegavam, e visitavam as velhinhas, alguns mais corajosos, pois todo mundo tem medo de caixão de defunto, menos o Zé do Caixão, indagavam: ué, o que é isso em cima do guarda-roupa. E uma das irmãs eufórica explicava; é o meu caixão!. E aproveitando a oportunidade, era inexorável, ela pedia sempre as visitas, por favor retire o caixão e coloque-o sobre a cama, e após o pobre infeliz desincumbir-se da árdua missão- la ficava a velhinha, admirando o caixão e passando sobre ele um paninho com óleo de peroba.
    Quac-quac-quac, Matinas Suzuki, como se algum dia para lustrar-me eu precisasse de defunto para passar óleo de peroba.
    Nunca fui lambe-botas. E nessa a Folha perdeu feio pois não publicou um fato, o falecimento do grande folclorista, e isto deveria ser, com óleo ou sem óleo, missão do jornal.

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  • “MOROSO PASSA PERTINHO O RIO GRANDE”

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  • Por falar em Bandido, é muito triste observar o que a imprensa internacional registra sobre os “nossos bandidos.”

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  • Eduardo,
    Eu tinha lido mandei um comentário e não sei se publicaram. Em suma dizia:

    É endêmico! Tudo agravou-se no governo Leonel Brisola quando o vice governador o antropólogo Darcy Ribeiro dizia que favela não é problema social mas sim solução!!

    E deu no que deu.

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  • Cobucci meu irmão, eu simplesmente não sei o que para o Brasil é a solução.

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  • Eduardo,
    Infelizmente nem eu. Sinto e me preocupo com a novíssima geração, por exemplo meu neto de 11 anos.

    Não me lembro se escrevi, mas na sexta feira um amigo recebeu uma mensagem de um ex-banqueiro-grande acionista de banco.- ora em encontros de negócios em Zurique, segundo o qual o que a imprensa noticia da situação econômica do Brasil não é nada em relação como eles investidores estão interpretando, ié, a “coisa ” é pior que imaginamos.

    E se não bastasse a economia tem a política. Vc leu que o pulha do Renan retirou da pauta de votação o veto da presidenta à correção em 6.5% do IR, “exigindo” aceitar 4,5% , abaixo da inflação sob alegação que o orçamento não tem como arcar com essa diferença!!

    Orçamento que a própria torrou, destruiu com suas bondades eleitoreiras, doações ideológicas, outras em segredo enfim na farra fiscal .

    Francamente como estudioso nunca tinha visto tantos negócios irem tão mal em todos setores da economia. Até banca de jornal reclama por não venderem !, bares com movimento reduzido, empresas de quaisquer portes endividadas, sem caixa e sem expectativas.

    E o pior; falta de coragem em qualquer nível seja pequeno, médio ou grande, em tomar iniciativas recolhendo-se na auto-defesa o que indica o bom senso.

    Pode parecer que estou enganado, não creio e portanto acredito que a manifestação do dia 15 de março mesmo não resolvendo os imensos problemas, sim vai dar um choque bem forte na Dilma mostrando que se não reconhecer os erros, que duvido, e mudar totalmente sua política,que também duvido, ela vai voltar mais cedo pra casa.

    Considere que estamos no 2o mês de 2014. Como só indicam em melhoras em 2016, como faremos até o final do ano? Sumir, ser abduzido à suportar mais 10 meses?

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  • Eduardo
    Vc chamou minha atenção e eu tinha recebido, sem ter notado, que o NYTimes publicou meu comentário sobre favelas no RJ.

    Como eles são organizados além de alertar da publicação nos comments ao lado do artigo, ainda mandam o link com o texto :

    Mario Cobucci Junior São Paulo, Brasil 2 minutes ago

    The problem is endemic. Making it worse from the leftist government Leonel Brisola when the deputy governor anthropologist Darcy Ribeiro considered the favela as a solution and not as a social problem. And he gave in!
    Mario Cobucci Junior
    Sao Paulo, Brazil

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