Pra deixar bem claro quem é que não manda nesta merda!

20 de junho de 2013 § 9 Comentários

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O PT não está entendendo nada.

Não é que ficou pra trás. Ele é a âncora que o país inteiro arrasta quando tenta andar pra frente.

Agora tá morrendo de saudade das manifestações “proprietárias”. Aquelas com dono, com carro de som, com pauta definida “por quem entende” e com leão de chácara pra manter todo mundo na linha e onde massa mesmo, que é bom, era só a “de manobra”.

Aí o dono sentava na mesa com o outro lado e dizia quanto ele estava cobrando para “restabelecer a paz social”.

O modelo Lula com as multinacionais automobilísticas. “O jogo do pacau”, como dizia o Jânio Quadros, aquele em que nós todos entrávamos com a bunda e eles com o pau.

ESPECIAL PET FABIOLA REIPERT - SP

No fim eles saíam com o salário aumentado, o trabalho encurtado e mais próximos do poder, e nós ficávamos com as carroças, a inflação e o desemprego que o acerto invariavelmente feito em torno de protecionismo e distribuição de tetas custava.

Educação e produtividade nunca fez parte das reivindicações ou do vocabulário deles.

O editorial do Estadão de hoje sobre a natureza dessas manifestações e o PT caindo das nuvens está brilhante (aqui).

Os ruis falcões e os zés dirceus podem espernear e chorar lágrimas de sangue; o Lula a Dilma e o João Santana podem ficar lá espetando o seu vudu; os militantes profissionais com a sua fé cega na intimidação fascista (e no dinheirinho do governo no fim do mês) podem até tentar partir pra violência, mas não vai adiantar nada.

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Agora a coisa mudou. Agora a coisa é horizontal. É a primeiríssima vez que alguma coisa no Brasil acontece de baixo pra cima. E isso finca raízes profundas e i-nar-ran-cáveis.

É algo que eu já tinha desistido de esperar pra esta encarnação.

Sem partidos. Sem violência.

Vamos, afinal, deixar bem claro quem é que manda nessa merda. Ou, se não tudo isso porque ainda vai demorar pra traduzir esse urro que sai calmamente das entranhas do Brasil em algo que se possa por na mesa, ao menos pra deixar bem claro quem é que não manda nessa merda.

É um excelente começo!

III Manifestação: Que se Lixe a Troika! Queremos as nossas Vidas! - Portimão

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§ 9 Respostas para Pra deixar bem claro quem é que não manda nesta merda!

  • Meg disse:

    Não esperava ver nem na próxima encarnação!

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  • Alberto Mattos de Faria disse:

    Fernão, a muito que você vem falando, agora está acontecendo !!!

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  • Mariana Rondon disse:

    Teus posts sao mt bons fernao!!:)))

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  • Cecilia Thompson disse:

    Fiz 3 hs de marcha na Paulista – sem incidentes – mas que raiva dos aloprados quebradores sem objetivo nem razão. E que pena o motorista enraivecido que matou um rapaz e feriu 12 pessoas em Ribeirão. Mas acho que já pegaram. Imbecil. Na passeata da Paulista houve alguns confrontos leves, com partidos oportunistas que queriam impor as suas bandeiras. E sabe do que tenho MEDO? A Velha e esperta Raposa Lula – que, calada desde o caso Rosemary, calada continua – será que espera ‘voltar nos braços do povo’? Outro já quebrou a cara nessa, mas acho que o PT radical não vai se entregar tão facilmente. EU SABIA que ia dar racha dele com a DILMA – e a inveja, onde ficaria? Agora que a popularidade dela caiu e o povo sai às ruas, olha ele, e o ODIOSO José de Abreu, nojento! – aproveitando a onda. CECILIA THOMPSON                        jornalista/tradutora*                        Rua Bagé, 230, apt. 151 B                        SÃO PAULO -04012-140                        Telefone (5511) 5572-1371                        E-mail: cecithompson@uol.con.br                                    * tradutora do inglês, francês, italiano, espanhol e alemão

     

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  • flm disse:

    eu tambem me pergunto: o Lula quer mesmo voltar pra descascar o abacaxi peludo que ela vai deixar, agora que enricou e tem mais o que fazer?
    sei não…
    ai fica russo porque o PT é muito pior que o Lula.
    enfim, eu fico olhando o que está acontecendo e fico dividido.
    me da esperanças quando avalio essa santa ira com os olhos de ontem.
    mas quando penso com a cabeça de amanhã sou meio pessimista.
    hoje vou escrever sobre isso.
    aguarde.

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    • Varlice disse:

      Ah, bom!
      Ninguém mais do que a Poliana aqui sabe que não há mal que nunca se acabe.
      Seu texto sugeriu uma esperança, coisa que eu sempre tive.
      Porém, e há sempre um porém, quando a poeira baixar o que encontraremos?
      Tateamos rumo à democracia plena, passos trôpegos, caminhos nem sempre certos, mas a vida é isso. Tentativa, erro, tentativa, acerto.
      Como escrevi uma vez por aqui, quem viver verá.

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  • Luiz Barros disse:

    A violência é uma das características marcantes da sociedade brasileira atual. Não houvesse os focos de violência em meio às multidões na rua, as passeatas não poderiam ser consideradas inteiramente representativas de nossa sociedade. O vandalismo também significa que, de uma forma ou outra, a marginalidade também protesta. E, se o prédio da FIESP ficou alumiando a avenida Paulista com a bandeira do Brasil em sua fachada, o topo da pirâmide social também se fez presente.
    O potencial de mudanças políticas e sociais que se origina neste tão largo movimento pacifico poderá levar por terra o antigo e muito propalado argumento de que a democracia brasileira ainda não se depurou dada a curta história do país, pouco mais de 500 anos, – porque não vivemos guerras e revoluções sangrentas. (Verdade que jamais entendi a correção deste argumento, consideradas as revoluções havidas no Império e aquelas do século passado, em especial as da primeira metade do século passado).
    No episódio da proclamação da República, o povo não tomou conhecimento do que se passava e a tudo assistiu “bestificado”, segundo registros da época e análises de historiadores. É curioso verificar como os papéis de inverteram nesta atual fundação da República que se dá mais de 100 anos depois. São os partidos e os políticos que se encontram inteiramente bestificados, sem saber como agir.
    E aqui, também, se não sabem o que fazer, com certeza perceberão o que não podem fazer. Pois um mínimo de sensatez da parte deles os fará rever uma pancada de sacanagens que vinham articulando: não conseguirão, por exemplo, absolver José Dirceu e camarilha, cercear o poder de investigação do Ministério Público, reeleger facilmente Dilma, etc.
    Existe o risco, sim, de Lula tomar o lugar de Dilma como candidato em 2014. Mas exatamente por ser raposa velha, será que ele vai querer se meter nesta fria? E se esta massa passar a exigir também a investigação das acusações de seus casos pessoais de corrupção já objeto de denuncias formais? (Denúncias apresentadas por quem, pergunte-se: pelo Ministério Público; fica esclarecido porque se quer castrá-lo).
    Resta comentar que este blog do Fernão, antes da eclosão deste movimento, já vinha retratando com perfeita sensibilidade e exatidão o nível de indignação com o estado geral das coisas ao assinalar o esgotamento de um modelo institucional viciado na forma e corrompido na ação. É bom saber disto, a gente não tem mais 20 anos… mas quem sabe não ficamos tão velhos e tapados como os políticos e os burocratas. Sim, vale a pena escrever, Fernão. Talvez apenas a gente não soubesse que não estávamos sozinhos, diante do silêncio que então prevalecia.

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